Dor na lombar: o que pode causar e como aliviar

homem segurando as costas com dor na lombar - Dr Marcelo Corrêa Reumatologista

Já sentiu uma dor incômoda na parte baixa das costas? É o que chamamos de dor lombar, algo muito, mas muito comum em todo o mundo. O problema é multifatorial e muitas vezes é passageiro, uma noite de sono mais tranquila já é o suficiente para que a pessoa nem se lembre mais da dor no dia seguinte. 

Em muitos casos, a dor lombar é causada por uma sobrecarga nas estruturas da coluna vertebral, como músculos e ligamentos, que podem se desgastar ou sofrer pequenas lesões. O estilo de vida sedentário, má postura ou esforços repetitivos também são fatores que podem agravar a situação. Fatores emocionais, como o estresse, podem contribuir para a tensão muscular, tornando a dor mais intensa.

Mas existem quadros de dores na lombar crônicas que ocorrem por diversos motivos, de lesões a doenças reumatológicas, que precisam de tratamento especializado. Entenda como ocorre o diagnóstico desse tipo de dor, quando procurar o reumatologista ou ortopedista e principais tratamentos no artigo abaixo. 

Como é a dor na lombar inflamada?

A dor na lombar inflamada apresenta características distintas de outros tipos de dor na região das costas. Ela pode surgir de maneira gradual ou repentina e, em muitos casos, se torna persistente e incapacitante. Diferente de uma dor muscular comum, essa inflamação pode afetar articulações, nervos e tecidos profundos, gerando desconforto que pode irradiar para outras partes do corpo.

Características da dor na lombar inflamada

Uma das principais particularidades da dor na lombar é sua profundidade. Muitas pessoas descrevem como uma dor interna, como se a lombar estivesse sendo pressionada ou latejando. Além disso, a região pode ficar rígida, dificultando a movimentação, especialmente ao acordar ou após longos períodos em repouso.

Outro aspecto importante é a piora durante o descanso. Ao contrário das dores mecânicas, que melhoram com o repouso, a dor inflamatória pode se intensificar durante a noite, causando desconforto ao deitar ou até mesmo interrompendo o sono. Muitas vezes, a pessoa sente alívio ao se movimentar ou ao realizar alongamentos leves.

Em alguns casos, há uma sensação de queimação ou formigamento na lombar, o que pode indicar que a inflamação está afetando os nervos. Esse tipo de dor também pode vir acompanhado de inchaço na região, o que indica um processo inflamatório mais intenso.

A dor na lombar pode irradiar para outras áreas?

Sim. Dependendo da estrutura afetada, a dor na lombar inflamada pode se espalhar para diferentes partes do corpo:

  • Glúteos e quadris: se a inflamação estiver nas articulações sacroilíacas ou nos músculos profundos da lombar, o desconforto pode se estender para os glúteos e a lateral dos quadris;
  • Pernas: quando há envolvimento de nervos, como o ciático, a dor pode se propagar para a parte posterior da coxa, panturrilha e até para os pés. Isso acontece, por exemplo, em casos de espondilite anquilosante ou inflamação de discos intervertebrais;
  • Abdômen: algumas condições inflamatórias podem causar dor reflexa na parte inferior do abdômen, levando à confusão com problemas intestinais ou ginecológicos.

Como diferenciar a dor inflamatória da dor comum?

A principal diferença está no comportamento da dor. Enquanto uma dor na lombar causada por esforço físico ou má postura tende a melhorar com repouso, a dor inflamatória piora quando a pessoa fica parada por muito tempo. Além disso, a dor inflamatória costuma ser mais persistente e pode durar meses se não for tratada corretamente.

Outra distinção importante é a presença de outros sintomas, como inchaço, rigidez matinal prolongada e, em alguns casos, febre ou perda de peso. Se a dor na lombar vier acompanhada desses sinais, é essencial procurar um médico para uma avaliação mais detalhada.

A dor na lombar inflamada pode impactar significativamente a qualidade de vida, limitando movimentos e causando desconforto contínuo. Por isso, identificar corretamente suas características é fundamental para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

Como ocorre o diagnóstico de dor na lombar? 

O diagnóstico de dor lombar começa com o que chamamos de anamnese. Nesta fase, o especialista realiza uma entrevista com o paciente para entender mais sobre seu histórico de saúde e de dor. Na mesma consulta, ele realizará um exame físico para identificar se existe a possibilidade de doença reumatológica ou ortopédica. 

É importante que o paciente forneça o máximo de detalhes possíveis sobre os sintomas, como a intensidade da dor, sua duração e a presença de outros sinais, como formigamento ou fraqueza nas pernas. Isso ajuda a direcionar melhor os exames e a investigação do problema.

Quando o paciente tem mais de 50 anos as chances de possuir uma doença crônica aumentam. Nesses casos, também será necessário realizar uma série de exames, incluindo: 

  • Raio-X simples, geralmente é o primeiro exame; 
  • Tomografia computadorizada; 
  • Ressonância magnética; 
  • Mielografia

Cada um desses exames possui indicação específica de acordo com os sintomas e histórico do paciente. Eles devem ajudar a determinar se existem danos neurológicos, musculares ou de tecidos moles, além de alguns sinais de inflamação. 

Esses exames também são úteis para identificar condições que não são visíveis no exame físico, como hérnias de disco, fraturas ou alterações na curvatura da coluna vertebral. A escolha do exame mais adequado depende do tipo e da localização da dor.

Dependendo do caso, o médico pode solicitar exames laboratoriais para descartar outras doenças, confirmar o diagnóstico mais provável ou avaliar níveis de inflamação e possíveis doenças autoimunes, como artrite reumatoide ou espondilite anquilosante, que podem estar relacionadas à dor lombar crônica.

Homem com lombalgia - site Dr. Marcelo Correa - Reumatologista em Belém - PA

Tipos de dor na lombar

A dor na lombar é uma condição comum que pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade ou estilo de vida. Ela é classificada em diferentes tipos, com as mais recorrentes sendo a dor aguda e a dor crônica. Embora ambas ocorram na mesma região da coluna, elas têm características distintas e exigem abordagens de tratamento diferentes.

Dor na lombar aguda X Dor na lombar crônica 

A dor lombar aguda é a forma mais comum de dor nas costas. Geralmente, ela surge de maneira repentina, muitas vezes após um movimento brusco, como levantar um objeto pesado de forma inadequada ou realizar uma torção súbita do corpo. A dor é intensa e localizada, podendo irradiar para os glúteos ou até mesmo para as pernas em casos mais graves, como na ciática. A duração desse tipo de dor é geralmente curta, variando de alguns dias a semanas.

  • Causas Comuns: Lesões musculares, distensões nos ligamentos, problemas com discos intervertebrais, como hérnias, e até fraturas.
  • Tratamento: A dor aguda normalmente responde bem a tratamentos conservadores, como repouso, fisioterapia, uso de analgésicos e anti-inflamatórios.

Embora a dor lombar aguda possa ser muito desconfortável, ela tende a melhorar com o tempo e com cuidados adequados, como evitar o esforço excessivo e adotar boas posturas.

Dor Lombar Crônica

A dor lombar crônica é definida como aquela que persiste por mais de três meses. Ao contrário da dor aguda, a dor crônica pode ser contínua ou intermitente, mas não desaparece com facilidade. Essa dor é muitas vezes causada por uma condição subjacente, como o desgaste natural das articulações da coluna, doenças degenerativas ou até problemas emocionais como estresse e ansiedade, que podem aumentar a percepção da dor.

  • Causas Comuns: Artrite, degeneração dos discos intervertebrais, espondilite anquilosante, alterações posturais e até obesidade, que sobrecarrega a coluna.
  • Tratamento: O tratamento para dor crônica geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir fisioterapia, medicamentos para controle da dor, terapia cognitivo-comportamental, e em casos mais graves, intervenções cirúrgicas.

A dor lombar crônica é muitas vezes associada à perda de qualidade de vida, pois impacta diretamente na mobilidade e nas atividades diárias da pessoa. A busca por um diagnóstico preciso e tratamento adequado é essencial para o controle dessa condição.

Diferenças Fundamentais Entre Dor Aguda e Crônica

  • Duração: A dor aguda é de curto prazo, geralmente desaparecendo em algumas semanas, enquanto a dor crônica persiste por três meses ou mais.
  • Causa: A dor aguda é geralmente causada por lesões ou sobrecarga temporária, enquanto a dor crônica pode ser resultado de condições subjacentes, como doenças degenerativas ou condições autoimunes.
  • Tratamento: A dor aguda costuma ser tratada com repouso, analgésicos e anti-inflamatórios, enquanto a dor crônica exige uma abordagem mais complexa, que pode incluir terapias físicas, medicamentos e até cirurgia em casos extremos.
ilustração do esqueleto humano com dor na lombar

Possíveis causas da dor na lombar

A dor lombar não é uma doença isolada, mas sim uma condição que pode surgir devido a uma combinação de fatores, como genética, ocupação profissional, prática de atividade física, sobrepeso e comorbidades. Algumas pessoas desenvolvem o problema como resultado de posturas inadequadas durante o trabalho ao longo de anos, o que pode sobrecarregar a coluna e levar ao desgaste das estruturas musculoesqueléticas.

Além disso, a repetição de movimentos inadequados pode aumentar o risco de dor lombar. Por exemplo, um trabalhador que passa muitas horas sentado sem a postura correta pode sobrecarregar os discos intervertebrais. Movimentos repetitivos, como levantar peso de forma errada ou torcer o tronco constantemente, também podem contribuir para o desenvolvimento do problema.

Outras, possuem tendência ao surgimento de doenças degenerativas da coluna por causa de seu histórico familiar que é agravada pela presença de outros problemas ambientais. Como falamos, os fatores e as causas para que esse problema se manifeste são muitos. Confira alguns que mais encontramos em consultórios e hospitais: 

1. Osteoartrite facetária

Também conhecida como doença degenerativa da coluna, a osteoartrite facetária ocorre quando os discos intervertebrais começam a afinar com o efeito do tempo. Eles ficam ressecados e perdem sua espessura, permitindo que as articulações facetárias (partes de “conexão” entre vértebras comecem a tocar-se. 

Com o tempo, isso faz com que a vértebra em si comece a degenerar-se e perder sua forma. A doença costuma desenvolver-se lentamente e nos estágios iniciais é assintomática. O paciente só começa a sentir dor quando o problema de coluna afeta estruturas nervosas próximas ou quando existe inflamação. 

Como o problema é crônico e degenerativo, é importante manter acompanhamento constante do paciente para conseguir evitar danos irreversíveis à coluna. 

2. Hérnia de disco como causa de dor na lombar

É uma das lesões mais frequentes na região lombar e ocorre quando o núcleo do disco intervertebral se desloca, pressionando um nervo. Dessa forma, o paciente sofre com inflamação e dor local e refletida para coxas e membros inferiores. 

A única forma de curar definitivamente uma hérnia de disco é através de cirurgia. No entanto, muitos casos mais leves conseguem melhora significativa com tratamento conservador através de medicamentos e fisioterapia, dispensando o método cirúrgico. 

Mesmo que existam fatores ambientais, como postura e movimentos repetitivos, a hérnia de disco nem sempre pode ser evitada porque está ligada fortemente a fatores genéticos. Por isso, boa parte dos pacientes acometidos pelo problema o apresentam antes dos 40 anos de idade, sendo a faixa etária mais afetada a de 40 aos 50 anos. 

3. Estenose do canal vertebral

O canal vertebral é o caminho percorrido pelos nervos da coluna que vai do topo da região cervical até o fim da região lombar. Em casos de estenose, ele sofre um estreitamento, geralmente por causa da degeneração que ocorre com a idade ou por hipertrofia das articulações facetárias. 

A doença costuma surgir após os 50 anos de idade e os sintomas mais comuns são: 

  • Dor lombar aguda;
  • Rigidez na região lombar; 
  • Dor na região das nádegas;
  • Cãibra e cansaço nas pernas.

Os sintomas pioram ao ficar em pé e melhoram durante o repouso. Frequentemente, a estenose precisa de cirurgia corretiva para evitar que a degeneração ocorra e pressione ainda mais os nervos da coluna vertebral.

homem pressionando as costas com dor na lombar

4. Espondilite anquilosante

A espondilite anquilosante é um tipo de inflamação dos tecidos conjuntivos que atinge grandes articulações, como quadris, ombros e, claro, coluna lombar. Seu principal sintoma são dores na coluna que surgem de maneira gradual, geralmente combinadas com rigidez matinal no local inflamado. 

Sintomas relacionados, mais gerais, incluem cansaço, perda de apetite e perda de peso. Quando a doença demora a ser identificada é possível desenvolver anemia ao longo do tempo. 

Essa doença reumática é crônica e não possui cura, mas pode ser tratada. O paciente consegue ter um estilo de vida normal quando ela é mantida sob controle. O ideal é que o diagnóstico ocorra cedo para evitar que o problema cause danos duradouros no indivíduo.

5. Sobrecarga muscular e dor na lombar

Dor na lombar é um problema comum e pode ocorrer por causa da sobrecarga muscular. Precisamos compreender que a coluna é uma estrutura delicada composta por vértebras, tendões, ligamentos e músculos. Só quando o conjunto funciona adequadamente que conseguimos nos movimentar de maneira fluida e sem dores. 

Em alguns casos, a postura adotada durante o trabalho, lazer ou atividades físicas prejudica os músculos. Quando eles não oferecem o suporte adequado, a coluna precisa compensar e exercer mais pressão sobre tendões e ligamentos, estruturas que ficam fatigadas e inflamadas facilmente. 

Em geral, pacientes com problemas posturais precisam de tratamento fisioterápico para resolvê-los. Sem isso, podem até conseguir alívio com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, mas a dor acaba voltando. 

6. Espondilolistese

Em alguns casos as vértebras da coluna deslizam uma sobre a outra, prejudicando a postura e gerando tensões. Apesar de poder acontecer em qualquer parte da coluna, a ocorrência é mais comum na lombar e pode ser dividida em dois tipos: 

  • Anterolistese: quando a vértebra desliza para a frente, está relacionada ao envelhecimento; 
  • Retrolistese: quando o deslizamento é para trás. 

Existem também cirurgias e tumores que podem prejudicar o posicionamento das vértebras, causando a doença. 

Após o diagnóstico, o tratamento começa a controlar os sintomas através de analgésicos, anti-inflamatórios e até infiltração com corticóides. Caso o paciente não responda bem ao tratamento conservador ou tenha um desvio excessivo, pode ser necessário realizar intervenção cirúrgica. 

7. Fibromialgia

Pacientes com fibromialgia sofrem com dores generalizadas que podem afetar todo o corpo. Isso inclui dores musculares e inespecíficas em diversas partes do corpo, além de sintomas secundários. 

Um agravante da condição é o fato do indivíduo sentir qualquer tipo de dor ou desconforto como mais intensa. Assim, uma dor na lombar que seria leve para outros, chega a ser extremamente debilitante e algumas vezes sequer responde bem ao uso de analgésicos e anti-inflamatórios convencionais. 

Alguns pacientes também reclamam de dores por causa de contatos leves, como um simples tapa de cumprimento nas costas.  

8. Artrite psoriática

Pessoas com psoríase algumas vezes desenvolvem um quadro pouco comum, a artrite psoriática. A doença causa sintomas de doenças reumatológicas, como inchaço e inflamação articular. A inflamação pode atingir inclusive a região baixa da coluna causando dor na lombar. 

Quem é diagnosticado com o problema sente dor especialmente pela manhã ou depois de ficar muito tempo parado. Também existem relatos de rigidez, inchaço articular e vermelhidão, características importantes da inflamação. 

Caso a doença evolua para um quadro grave a inflamação pode atingir órgãos vitais, como pulmão e coração. Por isso, o diagnóstico precoce é importantíssimo, já que ajuda a controlar os sintomas e prevenir complicações.

mulher no parque pressionando a lombar com dor

9. Lesão por esforço repetitivo

A lesão por esforço repetitivo, também conhecida pelas siglas LER /DORT (que é a mais aceita hoje), ocorre em trabalhadores que realizam movimentos similares durante boa parte do tempo. Quando essas atividades são realizadas sem os equipamentos de proteção necessários ou o indivíduo possui algum desvio postural ou compensação a articulação-alvo desenvolve problemas. 

Não existe uma doença única relacionada ao DORT, mas sim um conjunto de condições que causam dor, como: 

Todas podem gerar dor na coluna, especialmente quando a pessoa realiza movimentos de abaixar ou fica muito tempo sentada. 

10. Lombalgia inespecífica

Sabia que boa parte dos pacientes com lombalgia não conseguem descobrir o problema causador? É o quadro que chamamos de dor lombar inespecífica. A condição é caracterizada por dor lombar crônica (que se manifesta há pelo menos 3 meses) com ou sem irradiação. 

Quem possui o problema não apresenta alterações estruturais em exames de imagem. Também não existe compressão nervosa, desvio postural ou qualquer outro trauma perceptível. 

Mas a dor é muito real e pode levar a severas limitações no cotidiano e até afastamento da atividade laboral. O tratamento geralmente é conservador e existe risco de recorrência das dores. Por isso, é importante manter um estilo de vida saudável, controlando o peso e praticando atividades físicas regularmente para tentar fortalecer estruturas da coluna e evitar o desconforto no futuro. 

11. Tumor que causa dor na lombar

Alguns tumores causam dor na lombar por se desenvolverem dentro ou ao redor das vértebras. Conforme essa massa de tecido anômala cresce, comprime estruturas nervosas da região e causa dor e parestesias em membros superiores e inferiores. 

Esse tipo de tumor é dividido em dois tipos: 

  • Primário: a origem é a própria coluna, podendo surgir em estruturas, como vértebra, nervos e até na medula. São raros e nem sempre significam que o paciente possui um câncer. Somente cerca de 6% deles são malignos; 
  • Secundário: são 40 vezes mais frequentes e ocorrem como metástases de tumores em outras partes do corpo. Sempre são resultados de neoplasias malignas. 

O tratamento do tumor varia bastante de acordo com seu tipo e em qual estágio foi diagnosticado. 

12. Doença Degenerativa do Disco

A coluna possui uma estrutura chamada de disco intervertebral, que possui um núcleo pulposo e bastante líquido para amortecer impactos. Cada um dos discos protege as estruturas das vértebras do desgaste, mas com o tempo eles ficam desidratados e menos eficientes. Esse processo de envelhecimento é a Doença Degenerativa do Disco. 

O problema causa dores na coluna, formigamento ou dormência e perda de mobilidade. Os sintomas são piores quando a pessoa está em movimento (o que causa ainda mais pressão sobre as estruturas vertebrais). 

Somente em casos extremos é preciso realizar cirurgia, já que boa parte dos sintomas podem ser controlados com medicamentos. 

13. Disfunção sacroilíaca

A disfunção sacroilíaca, na verdade, não afeta a coluna diretamente. Ela surge por causa de anormalidades da articulação sacroilíaca, que fica no quadril. No entanto, acabou nessa lista porque um dos seus principais sintomas é dor referida para a região lombar.

Inclusive, muitos pacientes procuram médicos por causa da dor na coluna lombar e só descobrem o problema no quadril após os primeiros exames. O problema sacroilíaco também causa dor nos glúteos, posterior da coxa e da perna, no próprio quadril e até na face plantar do pé.

Homem com dor na lombar - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

14. Colchão em mau estado causa dor na lombar

A dor na lombar durante a noite ou ao acordar pode ser causada por um colchão em mau estado. Isso acontece porque, quando o objeto é muito mole, ele perde sua capacidade de sustentar o corpo da maneira correta; já quando ele é muito duro, os ombros e o quadril podem não ser acomodados adequadamente, gerando uma pressão indevida.

O paciente deve observar alguns aspectos que podem indicar que é hora de trocar o colchão:

  • Há um grande desconforto ao deitar;
  • O colchão apresenta manchas, rasgos ou depressões visíveis;
  • Você se sente “engolido” pela cama; 
  • Há uma maior pressão em determinadas áreas, conforme a posição.

Ao identificar esses problemas, a melhor saída é fazer a substituição do colchão. Os fabricantes possuem tabelas em que é indicada a densidade ideal conforme o peso da pessoa, tornando possível adquirir um produto que atenda às suas necessidades.

Quem sofre com dores nas costas frequentes deve dar preferência ao colchão de espuma, pois ele oferece uma melhor sustentação ao corpo, embora sua durabilidade seja menor. No geral, é fundamental estar sempre atento para perceber quando o colchão está perdendo sua eficiência.

15. Obesidade

Quando a pessoa sofre de obesidade, o peso extra exerce uma maior pressão na coluna vertebral. Além disso, se o excesso de gordura se concentrar na região abdominal, vai haver um desequilíbrio na distribuição do peso, fazendo com que ligamentos, músculos e outras estruturas das costas tenham uma maior carga de trabalho.

Os processos inflamatórios que se iniciam devido ao peso em excesso também são capazes de provocar dor na coluna. Além disso, pessoas com excesso de peso tendem a ser mais sedentárias, levando-as a ficar por muito tempo na mesma posição e não realizar atividades físicas que são fundamentais para a manutenção da saúde.

16. Fratura causa dor na lombar

Uma fratura pode provocar muita dor na lombar. Em alguns casos, o paciente pode suspeitar do problema rapidamente, por exemplo, quando ele surge após um acidente de carro ou uma queda.

Mas uma fratura também pode ocorrer em outras situações, como ao realizar levantamento de peso da forma errada. Dependendo do grau da lesão, a pessoa pode não suspeitar de que exista um problema mais grave.

Lesões desse tipo necessitam de tratamento imediato e, quando são negligenciadas, podem piorar com o tempo e até resultar em comprometimento neurológico.

17. Execução inadequada de exercícios físicos

Os exercícios físicos são muito importantes para uma boa saúde, mas é preciso ter atenção durante sua execução. Erguer peso em excesso e com uma postura incorreta, por exemplo, pode aumentar muito a pressão na coluna e resultar em dor em várias partes, incluindo a lombar.

Por isso, é fundamental que as atividades físicas sejam orientadas por um profissional, que além de explicar sobre os movimentos corretos, ainda pode sugerir os exercícios mais recomendados para cada caso. 

Quando o paciente começa a sentir dor durante a atividade física, ele deve suspender a prática e marcar uma consulta médica para descobrir o que está ocorrendo.

18. Envelhecimento

O envelhecimento também é uma das causas de dor nas articulações na região lombar. Isso ocorre porque, com o passar do tempo, há um maior desgaste das estruturas da coluna e elas se tornam mais frágeis.

Entretanto, mesmo nesse caso, é possível encontrar soluções para aliviar a dor e fazer com que a pessoa tenha uma vida ativa e saudável, praticando exercícios físicos regularmente e com boa mobilidade das articulações. Pessoas mais velhas devem fazer um acompanhamento mais rigoroso com o seu reumatologista Unimed ou de outro plano de saúde.

Moça com lombalgia - site Dr. Marcelo Correa - Reumatologista em Belém - PA

Quando a dor na lombar é preocupante?

Embora a dor na lombar seja bastante comum e muitas vezes passageira, em alguns casos, pode ser sinal de algo mais sério. Reconhecer os sinais de que a dor lombar é preocupante é fundamental para buscar ajuda médica a tempo e evitar complicações mais graves.

1. Dor Repentina e Intensa

Se a dor na lombar surgir de forma súbita e muito intensa, especialmente após um esforço físico, como levantar um objeto pesado, isso pode ser um indicativo de uma lesão grave, como uma hérnia de disco ou uma fratura. Nesse caso, é essencial procurar atendimento médico imediato para avaliar a gravidade da lesão.

2. Dor que Irradia para as Pernas ou Perde Sensibilidade

Quando a dor na lombar se irradia para as pernas, acompanhada de formigamento, fraqueza muscular ou perda de sensibilidade, pode ser um sinal de compressão nervosa, como na ciática. Se esses sintomas ocorrerem, é importante consultar um especialista, pois pode ser necessário tratamento imediato para evitar danos permanentes aos nervos.

3. Dor que Não Melhora com Repouso

Se a dor lombar não melhora com repouso ou com métodos simples de alívio, como compressas quentes ou frias, pode ser um sinal de que há uma condição subjacente mais séria em jogo. Nesse caso, a consulta com um médico é fundamental para investigar a causa da dor persistente.

4. Dor Associada a Sintomas Sistêmicos

Quando a dor lombar vem acompanhada de febre, calafrios, perda de peso inexplicada ou fadiga extrema, pode ser indicativo de uma infecção ou de uma doença autoimune. Sintomas como esses precisam ser investigados por um médico para determinar a causa e iniciar o tratamento adequado.

5. Histórico de Câncer ou Doenças Graves

Pacientes com histórico de câncer ou doenças graves, como osteoporose avançada, devem ter um cuidado especial com a dor lombar. Se houver qualquer suspeita de que a dor esteja relacionada a uma condição mais grave, o médico pode solicitar exames adicionais, como raios-X ou ressonância magnética, para descartar possibilidades.

6. Dificuldade para Andar ou Mover-se

Se a dor na lombar se tornar tão grave que dificulta a mobilidade, como caminhar ou se levantar da cama, é necessário buscar ajuda médica o quanto antes. A dor incapacitante pode ser um sinal de uma lesão significativa na coluna ou nas estruturas circundantes.

O que fazer para aliviar a dor na lombar?

Aliviar a dor na lombar pode ser um desafio, mas existem diversas abordagens que podem ajudar a reduzir a intensidade do desconforto e melhorar a qualidade de vida. É importante entender que, dependendo da causa, os métodos de alívio variam, e, em muitos casos, a combinação de tratamentos pode ser mais eficaz.

1. Mude sua Postura

Manter uma postura adequada é essencial para prevenir e aliviar a dor lombar. Ao se sentar ou caminhar, evite curvar-se para frente ou ficar de pé por períodos prolongados. Certifique-se de que sua cadeira de trabalho ou sofá ofereça suporte adequado para a região lombar. Ao dormir, tente evitar posições que forcem a coluna, como dormir de barriga para baixo.

2. Aplicação de Calor ou Frio

O uso de compressas quentes ou frias pode ser uma forma eficaz de controlar a dor na lombar. A compressa fria é mais indicada nos primeiros dias de dor, especialmente em casos de lesões agudas, pois pode reduzir a inflamação. Já a compressa quente pode ajudar a relaxar os músculos tensos e aliviar o desconforto após o período inicial da lesão.

3. Terapias Físicas

A fisioterapia pode ser uma solução importante para pessoas que sofrem de dores crônicas na lombar. Os fisioterapeutas podem ensinar técnicas para melhorar a postura, aliviar a tensão muscular e fortalecer a musculatura que suporta a coluna. Terapias manuais, como massagem terapêutica, também são recomendadas para aliviar a dor muscular e melhorar a circulação.

Mãos segurando cartela de remédios - site Dr. Marcelo Correa - Reumatologista em Belém - PA

4. Medicamentos e Analgésicos

Em alguns casos, o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios pode ser necessário para aliviar a dor, especialmente nos momentos de crises mais intensas. É importante sempre buscar orientação médica antes de tomar qualquer medicamento, para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz para o seu caso.

5. Intervenções Médicas

Quando a dor lombar se torna crônica ou muito intensa, o médico pode sugerir opções mais avançadas de tratamento. Entre elas estão injeções de esteróides, bloqueios nervosos ou até mesmo intervenções cirúrgicas, caso haja alguma lesão grave ou degenerativa na coluna.

6. Cuidados a Longo Prazo

Prevenir a dor lombar a longo prazo exige manutenção de hábitos saudáveis. Manter um peso corporal adequado, evitar ficar sentado ou em pé por longos períodos, e praticar exercícios regularmente são formas importantes de garantir que a dor não volte. Além disso, buscar uma avaliação médica periódica é essencial, especialmente para pessoas com histórico familiar de doenças da coluna.

Exercícios e alongamentos para diminuir a dor na lombar

A prática de exercícios e alongamentos pode ser uma excelente forma de aliviar a dor na lombar e prevenir crises futuras. Movimentos específicos ajudam a fortalecer a musculatura de suporte da coluna, melhorar a flexibilidade e reduzir a tensão na região lombar. No entanto, é essencial respeitar os limites do corpo e evitar exercícios que possam agravar o desconforto.

1. Alongamento do gato-vaca

  • Como fazer: fique de quatro apoios no chão, com as mãos e joelhos alinhados aos ombros e quadris.
  • Movimento: inspire e arqueie as costas para cima, contraindo o abdômen. Depois, expire e curve as costas para baixo, elevando a cabeça e o quadril.
  • Benefícios: melhora a mobilidade da coluna e alivia tensões na lombar.

2. Alongamento do joelho no peito

  • Como fazer: deite-se de costas, dobre um dos joelhos e puxe-o em direção ao peito, segurando-o com as mãos.
  • Movimento: mantenha a posição por 20 a 30 segundos e repita com a outra perna.
  • Benefícios: alivia a compressão na lombar e melhora a flexibilidade dos músculos das costas.

3. Ponte para fortalecimento do core

  • Como fazer: deite-se de costas, dobre os joelhos e apoie os pés no chão.
  • Movimento: eleve lentamente o quadril até formar uma linha reta dos ombros aos joelhos. Segure por alguns segundos e retorne devagar.
  • Benefícios: fortalece a musculatura lombar e abdominal, proporcionando maior suporte para a coluna.

4. Torção da coluna

  • Como fazer: deite-se de costas, dobre os joelhos e gire-os suavemente para um lado, mantendo os ombros no chão.
  • Movimento: segure a posição por 20 a 30 segundos e repita para o outro lado.
  • Benefícios: melhora a mobilidade da coluna e alivia tensões musculares.

5. Postura da criança (alongamento passivo)

  • Como fazer: sente-se sobre os calcanhares, estique os braços para frente e apoie a testa no chão.
  • Movimento: relaxe nessa posição por 30 segundos a 1 minuto.
  • Benefícios: alongamento profundo da lombar, alívio da tensão e relaxamento muscular.

Esses exercícios devem ser feitos de forma leve e sem causar dor. Caso o desconforto aumente, é importante interromper e buscar orientação profissional. A prática regular desses movimentos pode contribuir para a melhora da mobilidade e para a redução das dores lombares a longo prazo.

Quando consultar um reumatologista perto de mim?

Algumas dores lombares são passageiras e só indicam uma lesão superficial que se cura espontaneamente com alguns dias de repouso. Contudo, o reumatologista deve ser consultado se existir sinal de inflamação ou se a dor na lombar persistir mesmo depois de algumas semanas. 

Sinais comuns de uma inflamação articular na região lombar incluem: 

  • Vermelhidão; 
  • Inchaço;
  • Dor; 
  • Rigidez matinal;
  • Perda de função articular. 

Outro sinal de alerta é a presença de dor em outras articulações aparentemente não relacionadas. No caso de uma artrite, por exemplo, o paciente também pode desenvolver problemas nos ombros, quadris e outras regiões. 

Além desses sinais, é importante estar atento à intensidade e ao padrão da dor. Se a dor na lombar piorar com o tempo e se acompanhar de outros sintomas como febre, perda de peso sem explicação ou dificuldades para caminhar, pode ser indicativo de uma condição mais grave, como uma infecção ou uma doença autoimune.

É comum ir a um clínico geral quando uma dor começa e tentar tratá-la com medicamentos mais comuns, como anti-inflamatórios e analgésicos. Recomendamos que o paciente fique atento, se a dor persistir ao longo de semanas ou, pior ainda, meses, as chances de tornar-se crônica são altas.

Caso a pessoa sofra uma lesão ou comece a sentir dores por causa de movimentos repetitivos, o especialista a ser consultado é um ortopedista. Em muitos casos, o reumatologista e o ortopedista poderão trabalhar juntos, especialmente se o tratamento for cirúrgico.

Médica ajustando aparelho de raio-x - site Dr. Marcelo Correa - Reumatologista em Belém - PA

Quais exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico da dor na lombar?

A escolha do exame de imagem adequado para investigar a dor na lombar depende da suspeita clínica e da gravidade dos sintomas. Esses exames ajudam a identificar lesões, inflamações e outras condições que podem estar causando o problema.

1. Raio-X da coluna lombar

  • Para que serve? Avalia a estrutura óssea da coluna, identificando desalinhamentos, fraturas, osteoartrose e alterações na curvatura, como escoliose.
  • Quando é indicado? Geralmente é o primeiro exame solicitado para dores lombares persistentes ou em casos de trauma.

2. Ressonância magnética

  • Para que serve? Fornece imagens detalhadas dos discos intervertebrais, nervos, músculos e ligamentos da coluna. É o exame mais indicado para diagnosticar hérnia de disco, estenose espinhal, inflamações e tumores.
  • Quando é indicado? Em casos de dor crônica, dor irradiada para as pernas, suspeita de compressão nervosa ou doenças inflamatórias.

3. Tomografia computadorizada

  • Para que serve? Produz imagens detalhadas dos ossos e tecidos moles, sendo útil para avaliar fraturas mais complexas, tumores e artrose avançada.
  • Quando é indicado? Quando o Raio-X não fornece informações suficientes ou quando há contraindicação para ressonância magnética.

4. Cintilografia óssea

  • Para que serve? Detecta inflamações, infecções ósseas, fraturas por estresse e metástases ósseas.
  • Quando é indicado? Em casos de suspeita de processos inflamatórios ou neoplasias na coluna.

5. Mielografia

  • Para que serve? Avalia a medula espinhal e as raízes nervosas usando contraste e Raio-X ou tomografia. É útil para detectar compressões nervosas não visíveis em outros exames.
  • Quando é indicado? Em casos de suspeita de lesões neurológicas e quando a ressonância magnética não pode ser realizada.

Cada exame possui sua indicação específica, e o médico definirá qual é mais adequado para cada caso, considerando os sintomas e o histórico do paciente.

Tratamentos para dor na lombar recomendados por reumatologistas

O tratamento para dor na lombar varia conforme as causas do problema. Mas, de maneira geral, há uma sequência de opções apontadas pelos especialistas:

  • Se o paciente estiver sofrendo de uma crise aguda, o repouso absoluto pode ajudar a aliviar o problema. Deitar-se na posição fetal é uma boa opção para reduzir a pressão na lombar;
  • É possível, ainda, utilizar medicamentos para aliviar a dor, como analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares. No entanto, é importante não se automedicar, já que nas farmácias há muitas soluções vendidas livremente. Assim, seguir as orientações médicas é fundamental para que não haja uma piora no quadro;
  • A fisioterapia também é recomendada, já que ajuda a melhorar a postura, fortalecer a musculatura, reduzir a rigidez e aumentar a mobilidade das costas;
  • Alguns médicos podem recomendar técnicas integrativas, como massagens, acupuntura e pilates;
  • Casos muito graves, como hérnia de disco que não melhora com o tratamento clínico, podem necessitar de uma intervenção cirúrgica. Hoje, existem técnicas minimamente invasivas que tornam as cirurgias na coluna mais seguras e reduzem o tempo de recuperação.

Dicas de medicamentos para o controle da dor na lombar

O tratamento medicamentoso pode ser uma alternativa eficaz para controlar a dor na lombar, mas deve ser utilizado com cautela e sempre sob orientação médica. O tipo de medicamento dependerá da causa da dor, sua intensidade e a resposta do paciente ao tratamento.

1. Analgésicos comuns

Os analgésicos são a primeira linha de tratamento para dores leves a moderadas. Eles atuam bloqueando os sinais de dor enviados ao cérebro, proporcionando alívio temporário.

Paracetamol: seguro para uso prolongado em doses recomendadas, mas deve ser evitado em pacientes com problemas hepáticos.

Dipirona: possui efeito analgésico e antitérmico, sendo útil para crises moderadas.

2. Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

Indicados para dores associadas a processos inflamatórios, como lesões musculares, hérnias de disco e artrite na coluna. Apesar de eficazes, podem causar efeitos colaterais gastrointestinais, como gastrite e úlceras, especialmente em uso prolongado.

Ibuprofeno e naproxeno: reduzem a inflamação e aliviam a dor.

Diclofenaco: é mais potente, mas pode aumentar o risco de problemas gástricos e cardiovasculares.

Celecoxibe: opção mais segura para o estômago, indicada para uso prolongado.

3. Relaxantes musculares para dor na lombar

São úteis quando a dor na lombar está associada a espasmos musculares, proporcionando relaxamento e alívio da rigidez. No entanto, podem causar sonolência e tontura.

Ciclobenzaprina: comum no tratamento de lombalgias associadas à tensão muscular.

Tizanidina: além de relaxante muscular, possui leve ação analgésica.

4. Opioides (uso restrito e controlado)

Indicados apenas em casos de dor intensa e em pessoas refratárias a outros tratamentos. O uso prolongado pode levar à dependência, por isso, deve ser administrado sob rigoroso acompanhamento médico.

Tramadol: opióide de ação moderada, indicado para dores intensas.

Codeína: pode ser associada ao paracetamol para maior eficácia.

Morfina e oximorfona: reservadas para dores extremas, geralmente em casos de patologias graves na coluna.

5. Medicamentos para dor neuropática

Quando a dor na lombar está associada à compressão de nervos, como na hérnia de disco ou ciática, os medicamentos tradicionais podem não ser eficazes. Nesses casos, fármacos que modulam a dor neuropática podem ser recomendados.

Pregabalina e gabapentina: reduzem a sensibilidade dos nervos comprimidos.

Amitriptilina: antidepressivo tricíclico que também auxilia na dor neuropática crônica.

Apesar da eficácia dos medicamentos, é essencial associá-los a outras abordagens terapêuticas, como fisioterapia, exercícios e ajustes posturais, para tratar a causa subjacente da dor e evitar recaídas.

Homem de meia idade com dores - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Como prevenir a dor na lombar?

A dor na lombar pode ser prevenida em muitos casos. Para isso, basta que o paciente adote algumas práticas em seu dia a dia, seguindo estas dicas:

  • Evite curvar as costas quando se sentar para trabalhar ou estudar;
  • Use cadeiras confortáveis, com um bom apoio lombar;
  • Faça pausas frequentes durante o trabalho e alongue-se;
  • Pratique exercícios físicos com regularidade, concentrando-se naqueles que ajudam a fortalecer a região lombar – pois a melhora da musculatura na região aumenta a estabilidade da coluna, tornando-a menos suscetível a uma série de problemas;
  • Distribua bem o peso quando precisar levantar objetos e evite dobrar a coluna para tirá-los do chão;
  • Adapte seu local de trabalho de forma que favoreça a saúde da coluna. Isso inclui usar mesas e cadeira na altura certa e manter as telas no nível dos olhos;
  • Dê preferência a colchões mais firmes;
  • Não deixe seu peso ficar fora de controle.

A dor na lombar pode ser evitada com algumas mudanças simples no cotidiano. Confira dicas práticas para proteger sua coluna e prevenir desconfortos:

1. Mantenha a postura correta

  • Evite curvar-se ao sentar, mantendo a coluna alinhada. Use cadeiras com bom suporte lombar e ajuste a altura da mesa para que seus pés fiquem no chão e seus braços em ângulo de 90 graus.

2. Faça pausas e alongue-se

  • Levante-se a cada 30-45 minutos e faça alongamentos simples para aliviar a tensão. Alongue a parte inferior das costas, quadris e pernas.

3. Exercite-se regularmente

  • Fortaleça os músculos da lombar e do core com exercícios, como prancha e agachamentos. Modalidades como yoga e pilates também são eficazes para melhorar a flexibilidade e postura.

4. Levante objetos corretamente

  • Ao pegar algo pesado, dobre os joelhos e não a coluna. Use as pernas para levantar, evitando sobrecarregar a lombar.

5. Cuide do ambiente de trabalho

  • Adapte sua cadeira e mesa para manter uma postura adequada. Mantenha os objetos ao alcance, evitando movimentos forçados.

6. Escolha um bom colchão

  • Opte por colchões de firmeza média, que mantenham a curvatura natural da coluna enquanto você dorme.

7. Controle o peso corporal: importantíssimo nos casos de dor na lombar

  • Manter um peso saudável é muito importante para evitar dor na lombar, pois ajuda a reduzir a pressão sobre a coluna. Combine uma dieta equilibrada com exercícios regulares.

Essas medidas, quando aplicadas no dia a dia, podem diminuir o risco de dor e melhorar a saúde da coluna. Se a dor persistir, procure orientação médica.

Classificação da lombalgia

A dor lombar pode ser classificada de diferentes formas, de acordo com sua duração, origem e características. Essa classificação ajuda na definição do melhor tratamento e no prognóstico da recuperação.

  • Aguda: surge de forma súbita e pode durar semanas;
  • Subaguda: surge de forma branda e aumenta com o tempo, podendo durar meses;
  • Crônica: a dor é intensa e de longa duração;
  • Referida: a dor não se restringe apenas à lombar e muitas vezes irradia para os glúteos e pernas.

Veja com mais detalhes os tipos de dor lombar e seu tempo médio de duração:

1. Lombalgia quanto ao tempo de duração

A lombalgia aguda

  • Surge de maneira súbita e pode estar relacionada a movimentos bruscos, quedas, sobrecarga muscular ou lesões.
  • Normalmente, dura até 6 semanas e pode ser tratada com repouso moderado, compressas quentes ou frias e medicamentos simples.

Lombalgia subaguda

  • Evolui gradualmente e pode estar associada a problemas posturais, sedentarismo ou esforço repetitivo.
  • Dura entre 6 semanas e 3 meses, exigindo tratamento mais estruturado, como fisioterapia e fortalecimento muscular.

Lombalgia crônica

  • Quando a dor persiste por mais de 3 meses, mesmo após o tratamento convencional.
  • Pode estar relacionada a doenças degenerativas da coluna, como osteoartrite e hérnia de disco.
  • Necessita de acompanhamento especializado para evitar agravamento.

2. Lombalgia quanto à causa e localização

A lombalgia mecânica

  • A mais comum, causada por má postura, sedentarismo ou sobrecarga muscular.
  • A dor melhora com o repouso e tende a ser localizada.

Lombalgia inflamatória

  • Está associada a doenças autoimunes, como espondilite anquilosante e artrite reumatoide.
    A dor piora com o repouso e é mais intensa pela manhã, acompanhada de rigidez matinal.

Dor ciática (Lombalgia radicular)

  • Ocorre quando há compressão de um nervo, como no caso da hérnia de disco.
  • A dor irradia para outras regiões, como glúteos, coxas e pernas, podendo vir acompanhada de formigamento e fraqueza.

Lombalgia referida

  • A dor tem origem em outro órgão ou estrutura, como problemas nos rins ou no abdômen, mas é sentida na lombar.
  • Pode estar acompanhada de outros sintomas, como alterações urinárias ou digestivas.

Independentemente do tipo de lombalgia, é fundamental buscar avaliação médica caso a dor seja persistente ou incapacitante. O diagnóstico correto possibilita um tratamento mais eficaz e evita complicações futuras.

O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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