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Fibromialgia pode matar?

Mulher com dor no corpo preocupada se a fibromialgia pode matar -Dr. Marcelo Reumatologista

Logo após o diagnóstico inicial muitos pacientes se perguntam se fibromialgia pode matar. Graças aos avanços na reumatologia, o diagnóstico da doença se torna cada vez mais frequente, no entanto, o público em geral ainda não compreende como ela funciona. Por isso, questões a respeito de suas consequências são comuns. 

É importante lembrarmos aqui que a fibromialgia é uma doença crônica. Portanto, depois do diagnóstico o paciente não chegará ao ponto da cura, o que leva à importante questão sobre se fibromialgia pode matar a longo prazo. 

Por ser uma doença altamente debilitante, é essencial entendermos seu funcionamento e como o tratamento acontece. É possível conviver com essa condição crônica e levar maior qualidade de vida para todos. Continue lendo para entender a resposta a essa pergunta e descobrir muito mais sobre essa doença reumatológica. 

Fibromialgia pode matar? Entenda como funciona a doença

Antes de responder se a fibromialgia pode matar, precisamos desvendar um pouco mais sobre a doença. A condição gera dor muscular em todo o corpo, assim como pontos-gatilho e alguns sintomas associados. 

O paciente portador da condição também apresenta alguns sintomas não relacionados à dor, mas que causam sérios impactos em sua rotina, como: 

  • Alterações do sono, incluindo insônia e apneia do sono; 
  • Fadiga intensa; 
  • Alterações no hábito intestinal, como constipação por períodos prolongados; 
  • Falhas na memória; 
  • Dificuldades de concentração. 

A dor é generalizada e pode afetar qualquer parte do corpo ou todo o corpo simultaneamente. Reumatologistas determinam um quadro fibromiálgico quando o indivíduo possui dores por três meses ou mais. O quadro deve ser recorrente, ou seja, podem passar por períodos de remissão sem sintomas que retornam dentro de alguns meses. 

Muitos pacientes com a condição sentem dificuldades de manter uma rotina adequada de trabalho, convívio social ou de prática de atividades físicas. Por ser uma condição que não gera alterações físicas aparentes, é comum que a família sinta dificuldades em aceitar o problema ou negue sua existência. 

Por isso, indivíduos fibromiálgicos também apresentam distúrbios psicológicos com maior frequência, como ansiedade e depressão.

Afinal, a fibromialgia pode matar pacientes portadores? 

Considerando que a doença não causa alterações físicas visíveis, será que a fibromialgia pode matar? Diretamente não, já que suas dores e distúrbios não estão relacionados a alterações físicas propriamente ditas. Mas precisamos frisar que a dor é muito real e causa sérios danos na vida do paciente. 

Para muitos, essa resposta significa que a fibromialgia não é uma doença importante ou perigosa, como um câncer que gera tumores pelo corpo. Afinal de contas, se perguntarmos se fibromialgia pode matar, a resposta é: não diretamente. Mas existem outras complicações relacionadas à ela que geram riscos importantes ao paciente. 

Mencionamos no tópico anterior que a doença aumenta o risco de problemas psicológicos? Esses sim geram risco de morte quando não tratados. Pesquisas indicam que pacientes fibromiálgicos têm 10 vezes mais chance de vir a óbito por suicídio que indivíduos não portadores. Outros problemas que levam à morte com maior incidência nesse público, de acordo com pesquisas, incluem: 

  • Problemas cardiovasculares; 
  • Doenças cerebrovasculares;
  • Doenças do fígado. 

A causa ainda não é conhecida, mas o abuso de medicamentos para a dor e a falta de acompanhamento profissional adequado é uma das grandes suspeitas. 

Mulher preocupada se fibromialgia pode matar - Dr. Marcelo Reumatologista

Fibromialgia pode matar, mas existe tratamento

Quando falamos que a fibromialgia pode matar, estamos nos referindo às condições associadas, não sobre a doença em si. Lembre-se de que a dor e o desconforto que o paciente apresenta não possuem causa aparente. Isto é, não ocorrem por conta de danos físicos ao corpo, mas sim por uma dor difusa e generalizada. 

A combinação dos sintomas e o estigma social ligado à doença elevam as chances de problemas psicológicos, como a depressão e a ansiedade. Ambos os fatores também aumentam a mortalidade nos pacientes e a probabilidade de desenvolver patologias cardiovasculares e cerebrovasculares, além de problemas no fígado.

Com o tratamento adequado, o paciente consegue conviver com a doença e levar uma vida “normal”, mesmo sabendo que a fibromialgia pode ser fatal. Contudo, a condição é complexa e requer atendimento de uma equipe multidisciplinar qualificada. 

Fibromialgia pode matar indiretamente, mas um tratamento adequado ajuda

Vamos mudar a resposta que demos antes: fibromialgia pode matar quando não recebe o tratamento correto. Sem o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, que inclui reumatologista, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e outros, a doença é muito difícil de controlar. O paciente pode desenvolver sérios problemas psicológicos e físicos. 

Sem saber o motivo das dores, pacientes frequentemente abusam de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, prejudicando o fígado a longo prazo. Quanto à questão de saúde mental, o indivíduo precisa de acompanhamento constante. 

Visitas de rotina ao psicólogo ou psiquiatra que atende o caso ajudam a diminuir pensamentos suicidas e trazem maior qualidade de vida. Caso o indivíduo fibromiálgico também sofra com doenças, como depressão, é importante que o tratamento ocorra simultaneamente. 

Como saber se é um caso de fibromialgia?

Considerando que a fibromialgia não gera alterações físicas, como podemos saber que é de fato um caso da doença? O paciente deve visitar um reumatologista da unimed ou de outro plano de saúde para determinar o quadro. Primeiramente, o especialista deve investigar o histórico de saúde da pessoa para entender se existe o risco de outras doenças reumatológicas. 

Depois é comum solicitar uma série de exames, tanto laboratoriais quanto de imagem. Mas saiba que os exames não identificam a fibromialgia! Eles ajudam apenas a descartar a possibilidade de outras doenças, como artrite reumatóide e osteoartrite. 

Em alguns casos, pode ser necessário passar por consultas com outros especialistas, como o endocrinologista, pelo mesmo motivo. Doenças, como hipotireoidismo e hiperparatireoidismo, também se manifestam por dor difusa e generalizada. 

Após descartar essas outras síndromes e doenças, o reumatologista ainda avalia em detalhes o quadro clínico. De acordo com a duração da dor e a presença de sintomas secundários é possível estabelecer se existe realmente a fibromialgia e iniciar o tratamento desta doença, que pode não matar diretamente, mas que traz consequências nefastas ao indivíduo. 

Como ocorre o tratamento da fibromialgia?

O tratamento combina métodos medicamentosos e não-medicamentosos para controlar a dor e sintomas secundários. Além disso, o paciente deve receber atendimento de uma equipe multidisciplinar que inclui: 

  • Reumatologista;
  • Psicólogo; 
  • Nutricionista;
  • Educador físico. 

Caso existam outros problemas de saúde, todos devem receber tratamento adequado para conseguir melhores resultados com a fibromialgia. 

O paciente também precisa praticar atividades físicas rotineiramente. Isso ajuda a garantir o sucesso no tratamento e a diminuir drasticamente os episódios de dores generalizadas. É importante que a pessoa seja incentivada a escolher uma atividade da qual realmente gosta para que consiga continuar a prática. 

Quanto ao uso de medicamentos, ainda não existe um tratamento padrão definido para a doença. Analgésicos e anti-inflamatórios convencionais raramente têm qualquer efeito sobre o desconforto. No entanto, é comum que médicos sem conhecimento sobre a condição receitem esses medicamentos para dias de dor. É essencial orientar o paciente para encerrar o uso e optar por métodos que tragam resultados. 

Antidepressivos, relaxantes musculares e neuromoduladores têm uma taxa de sucesso bem mais alta. A escolha de medicamento varia de acordo com cada caso.

Mulher tomando remédio para dor site Dr. Marcelo Corrêa reumatologista

Medicamentos mais comuns para o tratamento

A dor que a doença causa, em geral, não cessa com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios convencionais, e a sensação de desamparo gerada por isso reforça a insegurança e a preocupação dos pacientes quanto ao fato de que a fibromialgia pode matar. Nessa situação, o paciente deve evitar a automedicação, algo que só prejudicará o tratamento e trará poucos resultados de alívio. 

Existe uma variedade de drogas que conseguimos aplicar no tratamento fibromiálgico. Assim, dentre os fármacos prescritos pelo médico, estão: antidepressivos; relaxantes musculares; antiparkinsonianos; analgésicos; neuromoduladores; ansiolíticos; e indutores de sono. É claro que os remédios variam de acordo com o caso e a resposta do organismo. 

Os antidepressivos estão entre a classe mais utilizada de remédios para esses quadros. Pois eles modulam serotonina e norepinefrina, substâncias que agem no controle do desconforto difuso do paciente.

Alguns medicamentos anticonvulsivantes também podem ser indicados para quem possui a doença crônica. Então, em geral, o médico recomenda combinar dois remédios em baixas doses, para obter melhores resultados. 

O ideal é que o fibromiálgico tenha acompanhamento constante, para que haja capacidade de alternar as drogas de acordo com os seus efeitos colaterais. Assim, o tratamento poderá refletir em melhorias para a qualidade de vida, com o mínimo de danos. 

Alimentação para pacientes fibromiálgicos

Os pacientes diagnosticados com a doença crônica devem redobrar a atenção com os cuidados alimentares, tendo em vista que a prevenção e o controle dos sintomas colaboram para descartar a hipótese de que a fibromialgia pode matar. Dessa forma, os alimentos sempre estão relacionados com os sintomas, ou a sua ausência, mesmo de forma indireta. A deficiência nutricional, como a falta de vitamina B12, magnésio e selênio, dá ênfase a sinais, como: 

  • Fadiga;
  • Irritabilidade; 
  • Cansaço; 
  • Dor difusa. 

Além disso, os pacientes com má alimentação têm maiores chances de ficar obesos. O quadro de excesso de peso também prejudica o sono e aumenta a possibilidade de ter condições relacionadas à fibromialgia, inclusive outras doenças reumatológicas. 

Os pacientes fibromiálgicos devem investir em alimentos: com propriedades anti-inflamatórias, como uva, abacate, alho, brócolis e lentilha; que sejam fontes de energia, como aveia e quinoa; em oleaginosas, que são fontes de vitamina E; em peixes, que possuem magnésio e cálcio, e servem como relaxantes musculares; e em frutas vermelhas, ricas em flavonoides e carotenoides, que podem ajudar no combate à dor.

Devem ser evitados: glúten; laticínios; gorduras saturadas; álcool; café; chá; açúcares; e sal em excesso. Os alimentos com aditivos que contenham excitotoxinas, por exemplo, o adoçante aspartame, também contribuem para o agravamento dos casos de fibromialgia, bem como aqueles que são ricos em oxalatos (espinafre e beterraba) e purinas (carnes vermelhas).

Mas precisamos avisar: não existem alimentos milagrosos. O que o indivíduo precisa é do acompanhamento de um nutricionista, para conseguir manter uma dieta equilibrada e sem deficiências. Desse modo, incluir alimentos que melhoram a resposta imunológica e inflamatória ajuda a controlar a condição. 

Como atividades físicas ajudam a conviver com a fibromialgia que pode matar?

Reumatologistas concordam: todos os pacientes fibromiálgicos devem incluir atividades físicas na sua rotina, visando evitar a evolução da fibromialgia que pode matar. Mas a escolha fica por parte do portador da condição e o ideal é optar por algo que o paciente goste, com o objetivo de garantir a adesão ao programa de treinamento. 

No entanto, quem começa a treinar precisa entender que o seu corpo tem limites, especialmente, no início. Em princípio, pode ser necessário adaptar a atividade, para conseguir realizá-la sem maiores problemas.  

Entre os exercícios físicos mais recomendados encontram-se os aeróbicos, como: 

  • Caminhadas;
  • Natação; 
  • Dança;
  • Ciclismo; 
  • Hidroginástica;
  • Corridas; 
  • Outros. 

Esse tipo de movimento estimula a liberação de serotonina e de outras substâncias que geram bem-estar e diminuem a dor. A endorfina, por exemplo, é um anestésico que o nosso próprio corpo produz após a atividade física. 

Outra dica boa é adotar práticas que promovam o equilíbrio, a boa postura e a consciência corporal, como o pilates. 

Mulher fazendo fisioterapia para dor site Dr. Marcelo Corrêa reumatologista

Fisioterapia para alívio e controle da doença

A fisioterapia ajuda muitos pacientes com fibromialgia a melhorar os seus sintomas. Ela possui importante papel no controle da dor, inclusive, substituindo analgésicos com pouco efeito. Assim, o fisioterapeuta é responsável por trazer maior independência e qualidade de vida ao: 

  • Manter e melhorar a força muscular; 
  • Reduzir a inflamação; 
  • Trazer maior amplitude de movimento; 
  • Prevenir deformidades. 

Na realidade, a fisioterapia pode até ser o passo inicial para conseguir desenvolver as atividades físicas. Porque as sessões de fisioterapia auxiliam no controle da dor e até evitam novos episódios de crise por meio de técnicas, como: ultrassom; laser; e TENS (terapia por estimulação elétrica nervosa transcutânea). 

Se a fibromialgia pode matar, o que a terapia cognitivo-comportamental diz a respeito? 

A fibromialgia pode matar, especialmente, pelos danos causados à saúde mental. A dor e outros sintomas afastam o paciente da sua vida cotidiana, incluindo o trabalho, as atividades sociais e escolares e o convívio familiar. Mas o pior de tudo é o fato da sua dor ser extremamente incompreendida. 

Mesmo antes de chegar ao diagnóstico de fibromialgia, muitos já convivem com distúrbios psicológicos. Cerca de 20% dos portadores apresentam ansiedade ou depressão, condições que só se agravam, quando não recebem o tratamento adequado. 

Isso significa que o psicólogo possui um papel importantíssimo no tratamento da condição e na preservação da qualidade de vida. O sofrimento psicológico, assim como o físico, acarreta sérios danos que precisamos resolver ao longo de todo o tratamento. 

Como a terapia cognitivo-comportamental age nos casos?

As emoções e os momentos de estresse psicológico podem desencadear momentos de crise e dor física. Assim, vários pacientes relatam pensamentos de desesperança e aflição que, aparentemente, não possuem solução. É papel da terapia buscar que a pessoa se reconcilie consigo mesma e aprenda a lidar com a condição crônica. 

A terapia ensina uma forma de enfrentamento à pessoa que lida com a fibromialgia. Pois ela coopera para a alteração de padrões de comportamento negativos, algo importantíssimo ao reconhecermos que a doença é crônica. 

O que é nevoeiro mental nos pacientes fibromiálgicos?

Além de ajudar o paciente a enfrentar sentimentos e ações referentes à doença, a terapia busca amenizar um sintoma denominado nevoeiro mental. Esse estado envolve dificuldades de concentração, perda de memória e problemas de orientação espacial. 

Essa sensação causa grandes prejuízos na vida do paciente, acima de tudo, durante a sua atuação profissional. Sem técnicas para lidar com o problema, é provável que outros sintomas fiquem ainda mais exacerbados. 

Papel da família e círculo social no tratamento da fibromialgia que pode matar

A fibromialgia pode matar, no entanto, uma forte rede de apoio contribui para amenizar o sofrimento do paciente e consequências piores, como a depressão. Como o paciente e os seus entes mais próximos precisam conviver com ela por toda a vida, é fundamental que conheçam mais sobre essa doença crônica e tenham paciência com a dor invisível, ou seja, de causa desconhecida. Dessa forma, ter o suporte dos que estão sempre por perto ajuda a diminuir os impactos psicológicos e emocionais e manter o foco no tratamento recomendado. 

A família tem o importante papel de suporte durante todo o processo. A falta de assistência, por outro lado, possui o poder de destruir qualquer avanço que a equipe multidisciplinar de médicos realizar. 

Os familiares precisarão, junto ao paciente, lidar com o sistema de saúde e as diversas consultas, como uma rede de apoio. Mesmo em tratamento, os sintomas podem surgir subitamente. Portanto, é essencial manter a rotina e a regularidade, para que o fibromiálgico não se sinta “isolado” ou “deslocado”.

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O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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