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Síndrome antifosfolípide: entenda o que é, suas causas e como tratar.

ilustração de células sanguíneas com síndrome antifosfolípide - Dr Marcelo Corrêa Reumatologista - site Dr. Marcelo Corrêa reumatologista

A síndrome antifosfolípide, ou SAF, é uma doença autoimune, que causa alterações na coagulação sanguínea e aumenta as chances de infarto, AVC e abortos espontâneos. Entenda como ela ocorre, seu diagnóstico e tratamento com um reumatologista.

O que é síndrome antifosfolípide?

A síndrome antifosfolípide, também conhecida como síndrome de Hughes, é um problema que afeta o sistema imunológico e aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos. Por isso, pacientes com a condição possuem maior risco de desenvolver doenças graves, como: 

  • Trombose venosa profunda, quando um coágulo bloqueia uma veia, geralmente nos membros inferiores; 
  • Trombose arterial, que pode causar um ataque cardíaco ou AVC, dependendo da artéria afetada; 
  • Problemas motores, perda de equilíbrio, visão, memória e dificuldades com a fala, quando ocorrem coágulos no cérebro. 

Por fazer parte do grupo das doenças reumatológicas, a síndrome possui sintomas pouco específicos especialmente em fases iniciais. Ela é frequentemente confundida com esclerose múltipla, por isso precisa do diagnóstico cuidadoso de um reumatologista para iniciar o tratamento adequado. 

Principais causas de síndrome antifosfolípide

A síndrome antifosfolípide surge quando o próprio sistema imunológico do paciente ataca o corpo. No caso da síndrome, o sistema começa a produzir anticorpos chamados de antifosfolípides que atacam proteínas geralmente ligadas a células de gordura. Isso aumenta as chances de coagulação do sangue. 

Ainda não se sabe a causa exata desse desequilíbrio imune ou o que leva ao surgimento da doença. No entanto, especialistas estimam que a doença esteja envolvida com um forte fator genético, hormonal e ambiental. Por isso, pessoas que possuem histórico familiar desta precisam de consultas frequentes com o reumatologista. 

Quem é mais afetado?

Todas as pessoas podem ser afetadas pela síndrome antifosfolípide. Ao contrário de doenças, como osteoartrite, que é mais comum na terceira idade, todas as faixas etárias podem sofrer com o problema. Mesmo crianças e bebês possuem casos reportados da síndrome, apesar de serem casos mais raros. 

Atualmente, a maior parte dos pacientes está entre 20 e 50 anos de idade. As mulheres são afetadas de 3 a 5 vezes mais que homens, mas não se sabe o motivo para essa diferença. 

Além disso, a condição ocorre com muito mais frequência em pacientes que já foram diagnosticados com outras doenças autoimunes. Por isso, quem já possui lúpus, entre outras doenças, precisa ficar ainda mais atento aos sintomas.

mulher no notebook com dor de cabeça por síndrome antifosfolípide

Sintomas mais comuns

Os sintomas muitas vezes parecem mais gerais, o que dificulta o diagnóstico puramente clínico da doença. Alguns dos principais sinais podem incluir, mas não estarem restritos à: 

  • Dor no peito; 
  • Dor de cabeça; 
  • Náusea; 
  • Dificuldades para respirar; 
  • Inchaço de braços ou pernas; 
  • Abortos espontâneos sucessivos e sem causa aparente; 
  • Alterações da placenta; 
  • Queda de plaquetas em exames laboratoriais. 

Além de causar uma série de sintomas e incômodos no dia a dia, a doença também aumenta o risco para acidentes graves. Pacientes com a síndrome estão no grupo de risco para sofrerem de AVC ou infarto, já que os trombos formados pela maior coagulação do sangue podem romper uma artéria no cérebro ou do coração. 

Diagnóstico da síndrome antifosfolípide

O diagnóstico da síndrome antifosfolípide algumas vezes é complexo, já que os sintomas podem ser similares aos de outras doenças reumatológicas. 

Para conseguir confirmar o diagnóstico o paciente precisa atender a pelo menos um critério clínico e um laboratorial. Isso envolverá o trabalho conjunto de um hematologista e um reumatologista para analisar o quadro e darem seu parecer especializado. 

Os exames mais comuns são de sangue e têm como objetivo identificar os anticorpos antifosfolípedes incomuns encontrados nesses pacientes. Existem exames específicos para isso e será necessário colher dois resultados positivos para o anticorpo com pelo menos 12 semanas de intervalo entre eles. 

Algumas pessoas chegam a apresentar a formação de tais anticorpos por um curto período de tempo, porém não se tornam sintomáticas. Isso acontece como efeito colateral de algumas medicações, como antibióticos. Por isso, médicos sempre pedem um segundo exame algumas semanas depois para confirmar se, de fato, os anticorpos permanecem no organismo. 

Após confirmar alterações sanguíneas, o médico responsável avaliará todo o histórico clínico do paciente. Ele busca sintomas que indiquem a doença no passado, como coágulos sanguíneos, trombose venosa profunda ou abortos espontâneos. 

Principais tratamentos da síndrome

Não existe cura para a síndrome antifosfolípide por tratar-se de uma doença autoimune. O que os reumatologistas conseguem fazer é diminuir o risco de complicações graves para pacientes diagnosticados com a condição. Ele será definido de acordo com as manifestações clínicas e o risco ao indivíduo. 

O primeiro grupo de indivíduos são pacientes que ainda não tiveram grandes eventos, como trombose, ou que apresentaram perda gestacional também sem eventos trombóticos. Por serem considerados de menor risco, a profilaxia será realizada somente para evitar o primeiro evento. O medicamento mais comum nesses casos é o AAS. 

No entanto, é importante avaliar cada quadro individualmente, já que indivíduos com risco de sangramento não podem usar anticoagulantes sem o devido acompanhamento. Existem também opções de medicamentos intravenosos para realizar a prevenção. 

Pacientes que já sofreram com um evento venoso ou arterial precisam de anticoagulação moderada por toda a vida. Além disso, devem manter acompanhamento constante para identificar possíveis novos quadros venosos, que deve indicar mudança no medicamento preventivo. 

Tratamento durante a gravidez

Gestantes diagnosticadas com a síndrome antifosfolípide possuem maior risco de eventos venosos, assim como de abortos espontâneos. Por isso, toda a paciente precisará receber profilaxia com medicamentos anticoagulantes orais ou intravenosos 

O tratamento continua após o parto por 6 a 12 semanas para garantir a segurança da gestante. Com o acompanhamento e tratamento, a mulher consegue uma gestação normal e com chances diminuídas de complicações. 

Mesmo assim, o risco de parto prematuro e pré-eclâmpsia ainda é maior nesse grupo. Por isso, as visitas de rotina ao médico, obstetra e equipe multidisciplinar de pré-natal são tão importantes.

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O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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