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Osteoartrite: o que é, sintomas e tratamento

ilustração de quadril com osteoartrite - site Dr. Marcelo Corrêa

A osteoartrite, também chamada de osteoartrose ou, simplesmente, artrose, é uma doença articular degenerativa. É um problema bastante comum, que afeta diversas articulações do corpo. Dentre as doenças consideradas como reumatismo, ela é a mais comum e um dos motivos de visita mais frequente à clínica reumatológica.

Além disso, ela é bastante limitante, em especial quando não tratada, chegando a causar boa parte dos afastamentos do trabalho no Brasil. Algumas pessoas chegam até a aposentar por causa da condição, mostrando seu potencial para limitar movimentos e independência do paciente. 

A doença ocorre quando existe desgaste da cartilagem que protege as articulações sinoviais do corpo, como joelhos, ombros e tornozelos. Conforme o tempo passa, esse desgaste se torna mais acentuado, gerando impacto entre as estruturas ósseas e a consequente dor. 

Isso faz com que as articulações desenvolvam deformidades chamadas de osteófitos, mais conhecidos como bico de papagaio. 

Segundo a sociedade brasileira de reumatologia, a osteoartrite é o tipo de reumatismo mais comum, representando de 30% a 40% das manifestações. Além disso, a doença é responsável por 7,5% dos casos de afastamento do trabalho. Quando se fala da necessidade de receber o auxílio inicial ela é a segunda causa mais frequente, com um total de 7,5% dos casos. Também é a segunda justificativa mais comum para o auxílio doença, representando 10,5% dos casos. Por fim, as situações que levam à aposentadoria por essa enfermidade equivalem a 6,2% do total.

Outro fator que merece atenção é que a doença é mais comum em mulheres, e atinge principalmente as mãos e os joelhos. Já nos homens o local de maior ocorrência é na articulação coxofemoral. Neste texto você confere todos os detalhes sobre essa enfermidade, como sintomas, diagnósticos, fatores de risco e tratamentos.

Mulher com osteoartrite no pulso - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

O que é osteoartrite?

A osteoartrite é uma doença degenerativa articular, caracterizada pelo desgaste da cartilagem que recobre os ossos e também por alterações ósseas em outras estruturas das articulações. Ela pode surgir em diversas áreas do corpo, sendo muito comum em joelhos, punhos, quadril e ombros.

O problema atinge grande parte da população e, além da dor, pode causar rigidez nas articulações e limitar os movimentos. Quando não tratada, a doença progride e se torna cada vez mais agressiva. 

Qual a diferença de osteoartrite para artrose?

De forma geral, não há diferenças entre osteoartrite e artrose. As duas palavras são usadas para se referir à mesma doença, ou seja, um processo degenerativo das estruturas articulares que pode ser iniciado devido ao envelhecimento, excesso de exercícios e outras situações. A doença também é chamada de osteoartrose.

Artrite reumatóide é o mesmo que osteoartrite?

Os nomes são bastante parecidos, mas a osteoartrite e a artrite reumatóide consistem em condições bastante diferentes. A artrite reumatóide é uma doença autoimune que acontece quando o sistema imunológico ataca as articulações, causando inflamação. 

Ao contrário da artrose, a artrite reumatoide não é um processo natural que ocorre de acordo com a idade. Ela afeta indivíduos de todas as faixas etárias e é considerada crônica. Não existe cura, mas o paciente pode controlar a condição através de medicamentos. 

Por ser uma doença autoimune, ela está no mesmo grupo que outras condições reumatológicas, como o lúpus eritematoso sistêmico. 

Classificações da osteoartrite

Reumatologistas classificam a osteoartrite de acordo com sua origem. As osteoartrites primárias são aquelas consideradas idiopáticas e não têm causa conhecida. Elas podem afetar uma única articulação, como quadril ou joelho, ou diversos locais no corpo. Em geral, considera-se a osteoartrite primária como uma consequência natural do envelhecimento.

Também existe a doença secundária, que ocorre como sintoma de outras condições reumáticas ou não. Ela pode surgir por causa de lesões, distúrbios metabólicos (como excesso de cobre no fígado), anormalidades congênitas e por outras doenças, como a gota. 

Trabalhadores que realizam movimentos repetitivos também tem maior risco de sofrerem uma lesão que leve ao surgimento da artrose secundária. 

Como se manifesta a osteoartrite 

O sintoma mais marcante da osteoartrite é a dor e a rigidez articular. Outros sinais de inflamação também podem estar presentes, como: 

  • Inchaço; 
  • Sensibilidade; 
  • Sons de “estalos” durante movimentos de flexão;
  • Rigidez matinal que desaparece minutos depois de começar a se movimentar. 

Os sintomas variam bastante de acordo com o paciente, a articulação afetada e a gravidade do quadro. Algumas pessoas percebem sinais leves que vão e voltam, outros sentem dificuldade extrema para movimentar-se e precisam privar-se de atividades de rotina. 

Mesmo que praticamente qualquer articulação possa ser afetada pela doença, as que sofrem com mais frequência são: 

  • Joelhos; 
  • Quadris; 
  • Mãos.

Na maior parte dos pacientes, os sintomas se desenvolvem de forma gradual, fazendo com que demorem a procurar um especialista para diagnóstico.

Sintomas da osteoartrite nas mãos

Dores nas articulações das mãos podem ser osteoartrite e sua manifestação ocorre, sobretudo, entre a segunda (média) e a terceira falange (distal), mas há casos em que se manifesta na primeira (proximal) com a segunda falange (nódulos de Bouchard). Dessa forma as articulações sofrem uma certa deformidade, ficando curvadas. Os principais sintomas são:

  • Dor;
  • Inchaço;
  • Vermelhidão no local;
  • Em alguns casos ocorre uma limitação discreta dos movimentos.
Homem fazendo fisioterapia para artrose - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Joelhos

Quando a artrose é nos joelhos ela pode se agravar por ser uma região responsável por suportar grandes cargas de peso. Assim, as manifestações mais comuns são:

  • Limitação dos movimentos;
  • Derrames articulares;
  • Dor;
  • Alargamento de estruturas ósseas vizinhas.

Apesar dos sintomas, os joelhos continuam estáveis até que a doença atinja uma fase mais avançada, depois podem surgir deformidades e os ossos ficam desalinhados.

Sintomas da osteoartrite coxofemorais/quadris

Quando a osteoartrite atinge essa região o principal sintoma é a dor na parte lateral da articulação. Há casos em que ela irradia para as nádegas e os joelhos, o que acaba dificultando o diagnóstico.

Além disso, é comum que os pacientes alterem sua forma de andar para tentar aliviar a dor, o que faz com que comecem a mancar. O problema pode atingir os dois lados do quadril e ser incapacitante mesmo para atividades simples.

Ombros

As manifestações da doença nos ombros ainda não foram totalmente explicadas. Mas sabe-se que geralmente a articulação acromioclavicular é atingida, o que provoca dor, crepitação no local e limitação dos movimentos.

Além da articulação acromioclavicular, a doença também pode afetar a articulação glenoumeral, que é onde a cabeça do osso do braço se encaixa na cavidade da escápula. Os fatores de risco para desenvolver o problema no ombro incluem idade avançada, história de lesão ou cirurgia no ombro, sobrecarga repetitiva da articulação do ombro, bem como certas condições médicas, como artrite reumatoide e gota.

Sintomas da osteoartrite nos pés

A osteoartrite nos pés costuma se manifestar por uma deformidade na região medial da base do dedão, na articulação chamada de metatarsofalangeana, local em que surge uma protuberância, como se fosse um grande caroço. O problema é popularmente chamado de Joanete, mas na literatura médica recebe o nome de hálux valgo. Além da deformidade aparente, o problema causa outros sintomas:

  • Dor;
  • Rigidez;
  • Deformidade dos dedos vizinhos.

Coluna

Quando alterações ósseas comprimem raízes nervosas da coluna, o paciente pode sofrer de dor nas costas, limitação de movimentos, espasmos e atrofias musculares. As regiões mais atingidas são o pescoço, próximo aos ombros, e a lombar, próximo às nádegas. Quando o paciente é submetido à radiografia, o exame pode acusar a existência do “bico de papagaio”, embora ele não esteja diretamente relacionado à dor. A doença costuma ser crônica e ter relação com esforços repetitivos e má postura.

homem tocando no joelho com osteoartrite

Causas da doença reumática

Certo grau de desgaste na cartilagem é parte do processo de envelhecimento natural. As articulações sofrem estresse a todo momento, usando o tecido mole da cartilagem para amortecimento. Com o tempo, isso gera pequenas fissuras e desgaste, mas nem todos chegam a desenvolver sintomas agudos da artrose. 

Só considera-se o desgaste como osteoartrite quando ele chega a causar sintomas de inflamação e dor. Ainda não se sabe por que a doença chega a se manifestar em algumas pessoas, enquanto outras podem passar a vida inteira sem perceber esse desgaste de cartilagem. No entanto, alguns fatores de risco podem estar envolvidos. 

Fatores de risco da osteoartrite

Os principais fatores que aumentam as chances de desenvolver a osteoartrite incluem: 

  • Idade avançada: os sintomas são bastante raros em indivíduos abaixo dos 40 anos. A partir dos 60 anos a doença se torna mais comum e, conforme a idade aumenta, a chance de desenvolver sintomas fica maior; 
  • Gênero: mulheres costumam ser mais afetadas por artroses que homens, mas ainda não existem comprovações sobre o motivo; 
  • Obesidade: o excesso de peso aumenta a pressão colocada sobre articulações e o seu desgaste. Além disso, a gordura é responsável por aumentar a inflamação no corpo; 
  • Lesões anteriores: atletas frequentemente sofrem lesões e passam anos sem se lembrar delas. No entanto, o dano na cartilagem é irreversível e, com a idade avançada, pode tornar-se artrose; 
  • Genética: pessoas com parentes que tiveram a doença também são candidatas a desenvolverem a condição. 
  • Lesão por esforço repetitivo: pessoas que realizam esforços repetitivos em uma mesma articulação podem desenvolver o problema com mais facilidade. Isso pode ocorrer no trabalho, na prática de exercícios físicos e até em atividades domésticas. Por isso, é sempre importante fazer pausas durante as atividades e adotar uma postura correta;
  • Ser do sexo feminino: as razões para esta propensão ainda não foram explicadas, mas os dados mostram que a osteoartrite é mais comum em mulheres;
  • Algumas doenças metabólicas: pacientes que sofrem de diabetes e hemocromatose (excesso de ferro no corpo) podem desenvolver a doença com mais facilidade;
  • Deformidades ósseas: alguns pacientes podem apresentar deformidades nas articulações, seja nos ossos ou na própria cartilagem, o que contribui para o desgaste.

Quando visitar um especialista por causa da dor nas articulações?

Fique calmo porque não é qualquer dor nas articulações que deve levar você ao reumatologista por artrose. Esse é um tipo bastante particular de dor, descrito como um incômodo profundo que começa como algo quase imperceptível. O paciente deve começar a suspeitar da doença quando o incômodo aumenta com o passar dos meses e também é intensificado durante atividades que geram estresse na articulação afetada.

Outro sinal que acende o sinal vermelho é o crepitar das juntas. Esse som quase imperceptível acontece quando os ossos estão em atrito por causa do desgaste da cartilagem. Mesmo que não exista dor forte, já é hora de buscar um especialista para iniciar o diagnóstico. 

Como ocorre o diagnóstico com o reumatologista?

Tudo começa com uma análise do quadro clínico feita pelo reumatologista e histórico de sintomas do indivíduo. O exame físico determina onde está a dor e direciona o especialista na escolha de exames subsequentes. Apesar da radiografia e outros exames de imagem não confirmarem a presença de artrose sozinhos, eles ajudam a eliminar outras suspeitas, como a de artrite reumatoide ou lesão. 

O reumatologista também pode exigir exames laboratoriais para descartar outras doenças. Condições autoimunes, como artrite e lúpus, são algumas das que possuem indicadores nestes exames e podem ser descartadas através deles. 

Além disso, o especialista pode retirar uma amostra do líquido da articulação inflamada para determinar se existe infecção ou gota no paciente. O diagnóstico da osteoartrose é mais certeiro depois de eliminar todas as outras possibilidades. 

Exames complementares para o diagnóstico de osteoartrite

A radiografia da articulação afetada é um dos principais exames para comprovar a osteoartrite em casos mais avançados. Esse tipo de avaliação é capaz de localizar alterações, como:

  • Esclerose subcondral;
  • Osteófitos;
  • Cistos ósseos;
  • Redução assimétrica do espaço articular.

Por fim, embora seja menos comum, o reumatologista pode indicar uma ressonância magnética para avaliar melhor a estrutura articular e ajudar na confirmação do diagnóstico.

A ressonância magnética é uma técnica de imagem que usa um forte campo magnético e ondas de rádio para criar imagens detalhadas do interior do corpo humano. O procedimento é indolor e não usa radiação ionizante, o que o torna seguro para a maioria das pessoas.

Durante o exame de ressonância magnética, o paciente é posicionado em uma maca que desliza para dentro de um grande tubo em forma de cilindro. Dentro do tubo há um ímã poderoso que cria um campo magnético forte em torno do corpo do paciente. O campo magnético faz com que os átomos de hidrogênio presentes no corpo humano fiquem alinhados em uma posição específica.

Em seguida, as ondas de rádio são enviadas para o corpo do paciente, o que faz com que os átomos de hidrogênio liberem energia. Essa energia é detectada por uma antena dentro do scanner, que envia os sinais para um computador. O computador, por sua vez, usa esses sinais para criar imagens detalhadas do interior do corpo.

A qualidade das imagens de ressonância magnética é muito alta e pode mostrar detalhes minuciosos dos tecidos moles, como músculos, tendões, ligamentos, nervos e órgãos internos. 

Senhora idosa fazendo fisioterapia para osteoartrite - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Como identificar a osteoartrite?

Já falamos bastante sobre como é feito o diagnóstico da osteoartrite, mas ainda existem outras abordagens que podem ajudar a identificar a doença com precisão. Por exemplo, além da análise do histórico clínico do paciente, o médico irá analisar o histórico familiar, pois, como sabemos, os fatores genéticos contribuem para o problema.

Assim, quando há casos anteriores de osteoartrose na família, isso representa um sinal de alerta para o surgimento da doença em parentes próximos.

Em alguns casos, o especialista irá solicitar um exame de raio-x. Ele não serve para visualizar a situação das cartilagens, mas quando mostra um espaço entre os ossos menor do que o esperado, é um sinal de que a cartilagem está desgastada.

Tratamento da doença

O tratamento tem como objetivo aliviar a dor e a inflamação articular e diminuir os danos que ocorrem na região afetada. Para isso é necessário promover a flexibilização e mobilização através de fisioterapia e de outras terapias complementares. Em momentos de dor, é possível adotar a aplicação de gelo ou bolsas de água quente para conseguir alívio imediato, assim como medicamentos. 

É importante lembrar que os remédios usados para o tratamento da osteoartrite não são capazes de diminuir o desgaste articular ou diminuir o avanço da doença. Ele promovem diminuição apenas da dor, permitindo maior atividade do paciente, mas devem sempre ser combinados com outras terapias.

Tratamento medicamentoso para osteoartrite

Não existe até o momento qualquer medicamento que seja capaz de reparar os danos articulares causados pela osteoartrite. Entretanto, há boas opções para reduzir os sintomas e trazer alívio aos pacientes. As medidas farmacológicas são divididas em vários grupos:

  • Ação rápida: são aqueles que atuam imediatamente no controle dos incômodos, como os analgésicos. O paracetamol é um dos primeiros a ser prescrito, mas também é comum que o médico receite AINEs, colchicina, corticoide intra-articular, capsaicina tópica e opioides;
  • Ação lenta: seus efeitos são percebidos após 1 ou 2 meses. Eles são divididos em sintomáticos e modificadores de doença;
  • Sintomáticos: alguns exemplos são extrato insaponificável de soja e abacate, sulfato de condroitina e glucosamina, diacereína, ácido hialurônico intra-articular;
  • Condroprotetores: sulfato de condroitina e glucosamina, diacereína.

Capsaicina

Capsaicina é uma substância química encontrada em plantas do gênero capsicum, como pimentas e jalapeños. É uma molécula de alcaloide que causa a sensação de calor e ardência quando entra em contato com a pele ou as mucosas do corpo humano.

Os medicamentos tópicos que contêm capsaicina são utilizados para aliviar a dor muscular e articular, especialmente em casos de artrite e dores crônicas. Quando aplicada na pele, a capsaicina se liga aos receptores de dor no local, fazendo com que eles se tornem menos sensíveis à dor. Embora seja segura quando utilizada em doses recomendadas, a capsaicina pode causar irritação na pele e nas mucosas em algumas pessoas, especialmente se utilizada em excesso. 

Diacereína 

A diacereína é um modificador da doença, que age inibindo a enzima chamada interleucina-1 beta, que é responsável pela inflamação nas articulações. Ao inibir a interleucina-1 beta, a diacereína reduz a inflamação e, consequentemente, a dor nas articulações afetadas pela osteoartrite. Ela também estimula a produção de glicosaminoglicanos, que são componentes importantes da cartilagem articular, ajudando a proteger as articulações e retardando a progressão da doença.

A diacereína é geralmente tomada por via oral na forma de comprimidos e pode levar algumas semanas para começar a mostrar efeito. Como todo medicamento, ela pode causar efeitos colaterais, como diarreia, dor abdominal e reações alérgicas em algumas pessoas.

Idosa na academia com osteoartrite - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Exercícios físicos como tratamento para a osteoartrite

Os exercícios físicos são frequentemente recomendados no tratamento da osteoartrite. Pois, quando executados da maneira correta, eles contribuem para o fortalecimento da região e redução da dor. Além disso, ajudam a dar estabilidade à articulação, a reduzir a rigidez e aumentar a amplitude dos movimentos. Também é possível reduzir o uso de medicamentos.

Mas é fundamental que os exercícios sejam recomendados e acompanhados por um profissional. Pois, caso sejam feitos em excesso e de forma incorreta, há chances de agravar o problema.

Por que é importante ter cuidado com os exercícios durante o tratamento?

A prática de exercícios só é benéfica para tratar essa enfermidade quando eles não são intensos o suficiente para causar um trauma. Pois quando uma atividade é muito intensa e repetitiva, a capacidade da articulação em se proteger é excedida e, assim, a cartilagem recebe forças maiores do que é capaz de tolerar.

Atletas de elite, por exemplo, tendem a levar o corpo ao limite durante as competições e podem acabar prejudicando suas articulações, mesmo quando não há um histórico de lesões. O problema costuma surgir neste grupo, sobretudo quando já estão em uma idade mais avançada. Entretanto, exercícios físicos habituais e moderados não parecem contribuir significativamente para o desenvolvimento de osteoartrite.

Outra situação preocupante é quanto às atividades laborais, feitas de forma repetitiva e com postura incorreta. Por exemplo, trabalhadores da indústria têxtil estão mais suscetíveis a desenvolverem a doença nos dedos, enquanto os agricultores podem desenvolver o problema na região coxofemoral.

Para diminuir os riscos, os trabalhadores devem ficar atentos à sua postura durante as atividades, fazer alongamentos e fazer pequenos intervalos ao longo do dia para dar um descanso às articulações. 

Ainda no que se refere aos exercícios físicos, é importante avaliar se o paciente não tem alguma condição que já o torna naturalmente mais suscetível a esse tipo de problema, como fraqueza muscular, membros inferiores de tamanhos muito diferentes e articulações defeituosas. Tudo isso pode aumentar a carga de trabalho e contribuir para o desenvolvimento da enfermidade.

O que a dieta pode fazer para ajudar quem sofre do problema?

Pacientes que sofrem de osteoartrite podem se beneficiar de uma dieta que os ajude a perder peso. Pois, o excesso de peso pode ser uma das causas ou um agravante quando o problema se desenvolve em importantes articulações de sustentação corporal, como os joelhos.

Quando a pessoa está acima do peso recomendado, as articulações recebem uma maior carga de trabalho e os sintomas tendem a piorar. Mas, ao atingir o seu peso normal, o paciente terá um alívio das dores e a evolução da doença irá ocorrer de forma mais lenta e controlada. 

Mão com agulha de acupuntura - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Acupuntura e fisioterapia no tratamento da osteoartrite

A acupuntura e a fisioterapia são duas medidas para o tratamento da osteoartrite que reduzem a necessidade de medicamentos. Embora não seja possível reverter o dano e o desgaste da cartilagem, essas abordagens visam proteger a articulação para que o desenvolvimento da doença não continue.

A fisioterapia ajuda a fortalecer a musculatura e melhorar a mobilidade da articulação, enquanto a acupuntura é importante para reduzir a dor. Esses tratamentos podem ser feitos por qualquer paciente em que a doença ainda não esteja em um grau tão avançado. Caso o desgaste já seja grave, outras abordagens devem ser consideradas.

Hidroginástica

Exercícios de baixo impacto são muito importantes no tratamento. Sabendo disso, é possível que a hidroginástica seja receitada. Ela permite que a musculatura seja fortalecida sem que haja riscos de aumentar o desgaste.

Repouso

Embora as atividades físicas sejam importantes, também é recomendado repousar para aliviar a articulação. Mas esses períodos de descanso devem ser definidos por um reumatologista, para que não sejam feitos em excesso.

Cirurgias

Existem alguns tipos  de tratamentos cirúrgicos disponíveis para pessoas com osteoartrite, dependendo do grau de severidade e da articulação afetada. Alguns exemplos mais comuns são:

Artroscopia: este procedimento envolve o uso de uma pequena câmera inserida na articulação afetada para visualizar o dano e, em seguida, repará-lo. Pode ser útil para aliviar a dor em casos de desgastes no joelho, por exemplo.

Osteotomia: este procedimento envolve a remoção de uma parte do osso afetado para redistribuir o peso na articulação. Isso pode ajudar a aliviar a pressão na cartilagem danificada.

Artroplastia: esta é uma cirurgia de substituição da articulação, onde a articulação danificada é substituída por uma prótese artificial. Isso é mais comumente realizado em casos que afetam o quadril e o joelho, e pode melhorar significativamente a dor e a função articular.

É importante notar que o tratamento cirúrgico é geralmente reservado para casos mais graves de osteoartrite, quando outros tratamentos, como mudanças de estilo de vida, terapia física, medicamentos e injeções, não são mais eficazes para aliviar a dor e melhorar a função articular. O tratamento cirúrgico também envolve riscos e um período de recuperação prolongado, por isso é importante discutir todas as opções de tratamento com um médico antes de tomar essa decisão.

Consulta para avaliação com especialista - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Quando a cirurgia é indicada?

A cirurgia para tratamento de artrose é indicada geralmente em 4 casos:

  • O paciente não responde de forma satisfatória ao tratamento convencional;
  • A doença apresenta-se em sua forma mais grave e agressiva;
  • Quando o paciente está sofrendo de uma degeneração grave ou progressiva;
  • Quando a doença provoca rigidez ou instabilidade que incapacitam o paciente.

Com a evolução tecnológica este tipo de tratamento está se tornando cada vez mais seguro e eficaz.

Cirurgia de substituição do quadril como tratamento da osteoartrite

Uma das opções para o tratamento da osteoartrite é a substituição completa da articulação afetada por uma prótese. Este tipo de medida é adotada sobretudo no quadril e no joelho, locais em que há muitas histórias de sucesso. 

No quadril o procedimento é bem sucedido na maioria dos casos, pois melhora a movimentação da região e reduz a dor. Mas vale ressaltar que o quadril artificial tem uma duração limitada, por isso é comum que os médicos adiem ao máximo o procedimento em pessoas muito jovens, assim evita-se que uma nova cirurgia seja necessária no futuro. 

A articulação a ser substituída é formada pela cabeça do osso do fêmur e a área em que o osso se encaixa na bacia. O procedimento é chamado de artroplastia total do quadril. Neste caso, a cabeça do fêmur é substituída por uma esfera feita de metal. Já o encaixe do osso é substituído por uma estrutura de metal revestida em plástico durável.

Como mencionamos, nem sempre este procedimento alcança os resultados desejados, por isso ele é reservado para pacientes que sofrem de dor incontrolável e que têm limitações severas de movimentos. 

Substituição do joelho - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Substituição do joelho

A articulação do joelho também pode ser substituída por uma prótese como tratamento da osteoartrose. Durante a cirurgia o paciente é submetido à anestesia geral para que não sinta dor ou qualquer incômodo. Então o cirurgião faz uma incisão sobre o joelho para a retirada da rótula. Depois as extremidades da tíbia e do fêmur são polidas para um melhor encaixe das peças.

Em seguida, uma parte da prótese é encaixada no fêmur e a outra na tíbia. Por fim, elas são cimentadas no local. 

Como tratar a dor da osteoartrite?

A osteoartrite é uma doença crônica, então, em algum momento, o paciente pode sofrer de dores agudas e precisa estar preparado para lidar com elas da melhor forma. Durante as crises, os reumatologistas costumam indicar os seguintes tratamentos para proporcionar alívio:

  • Repouso da articulação: durante alguns minutos ou horas, variando de paciente para paciente. É preciso tempo suficiente para que a articulação se recupere um pouco. Por outro lado, o paciente não pode exagerar, pois o excesso de repouso contribui para o enfraquecimento da musculatura ao redor e pode resultar em uma piora da dor;
  • Aplicação de compressas frias e quentes, alternadamente: dessa forma é possível obter os efeitos benéficos de ambas, como a redução do inchaço;
  • Consumo de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios: mas durante uma crise aguda tenha em mente que somente os medicamentos não costumam ser o suficiente, por isso, é fundamental combinar esta abordagem com as opções que citamos nos itens acima.
Canabidiol para osteoartrite - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

O canabidiol como tratamento da osteoartrite

O canabidiol (CBD) está sendo usado no tratamento da osteoartrite e de outras doenças reumatológicas. Embora não haja tantas informações profundas sobre os seus efeitos, muitos pacientes relatam melhoras significativas após seu consumo, o que inclui a redução da dor e da inflamação.

O canabidiol é muito conhecido e seu uso até mesmo levanta polêmica em alguns grupos, pois se trata de um composto encontrado na planta cannabis sativa, famosa pelo seu uso como entorpecente.

Entretanto, o canabidiol é diferente do tetraidrocanabinol (THC), que é o composto psicoativo e com efeitos intoxicantes encontrados na planta. Dessa forma, é possível fazer uso de produtos à base de canabidiol de forma segura e com efeitos positivos para a saúde.

Mas é fundamental destacar que esta é uma opção alternativa de tratamento para a osteoartrose, então o paciente não deve abandonar as abordagens tradicionais. Além disso, o canabidiol deve ser usado apenas com prescrição médica.

A substância também se destaca por oferecer poucos efeitos colaterais. Quando eles surgem, costumam ser brandos e não apresentam qualquer risco maior à saúde.

Benefícios

Esta substância possui diversas propriedades benéficas e é capaz de agir diretamente no foco da dor. Podemos destacar as seguintes vantagens de sua utilização:

  • Alívio da dor.
  • Redução da inflamação. Hoje sabemos que a inflamação tem um papel importante no surgimento e na manutenção da osteoartrite, mas há indícios de que o CBD ajuda a controlar a resposta inflamatória do organismo;
  • Atuação diretamente no sistema endocanabinoide, ajudando a regular suas atividades. Este sistema atua na regulação da inflamação e da dor. Então, quando seu funcionamento está sob controle, há uma redução desses sintomas;
  • O canabidiol também atua como um antioxidante, que ajuda a prevenir o envelhecimento e preserva a função das articulações;
  • Melhora a mobilidade da articulação e reduz a rigidez. Este efeito é benéfico para a vida do paciente como um todo, já que ele passa a sentir menos incômodo e recupera a autonomia durante a realização de suas atividades cotidianas.

Além disso, a substância tem propriedades relaxantes, vasodilatadoras e até antidepressivas. Tudo isso ajuda a melhorar os quadros de osteoartrite e de sintomas associados. 

Estudos sobre sua eficácia

Com o uso promissor do canabidiol no tratamento de diversas doenças, a comunidade científica passou a realizar alguns estudos que pudessem esclarecer o funcionamento da substância, para que ficassem mais claro quais são seus reais efeitos positivos e negativos.

Um desses estudos foi publicado no European Journal of Pain e tinha como objetivo associar o CDB com o alívio da dor e da inflamação causados pela osteoartrose. Durante a pesquisa foram utilizados modelos animais e os resultados apontaram para uma grande redução da dor e da sensibilidade nas articulações, abrindo as portas para um possível uso como analgésico.

Outro estudo, publicado no  Journal of Clinical Investigation, analisou os efeitos combinados do CDB e do THC  para o tratamento de dores crônicas da artrose e esclerose múltipla. Os resultados apontaram para um alívio maior do quadro durante o uso das duas substâncias combinadas, significativamente superior ao uso individual.

Embora os dados dessas pesquisas sejam interessantes, é preciso levar em consideração que este tipo de estudo ainda está em seu início, assim, não é possível determinar ainda de forma profunda os reais efeitos deste tipo de substância. Então, são necessárias mais análises para observar pontos importantes dessa ação no organismo e também aprimorar os efeitos terapêuticos.

O canabidiol realmente funciona no tratamento da osteoartrite?

O canabidiol tem apresentado resultados interessantes na redução da dor e inflamação em quem sofre de osteoartrite. Dessa forma, podemos considerar que este tipo de tratamento realmente é eficaz. No entanto, algumas ressalvas são necessárias.

Como mencionamos, os estudos existentes até agora ainda deixam algumas lacunas. Além disso, cada paciente pode reagir de uma forma ao tratamento, então os efeitos podem ser mais rápidos e potentes em algumas pessoas do que em outras.

Outro ponto que devemos também considerar são os efeitos colaterais, que não surgem em todos os casos e costumam ser brandos. Mesmo assim, é importante estar ciente deles antes de iniciar o tratamento. Os principais são: sonolência, perda de peso, tontura, boca seca, perda de apetite, náuseas e irritabilidade.

Além disso, avise o seu médico sobre outros medicamentos que esteja consumindo de forma recorrente antes de fazer o uso do canabidiol. Assim, é possível analisar se o uso em conjunto das duas substâncias oferece algum risco. Pois, algumas medicações, quando combinadas, podem provocar efeitos indesejados. 

Mas, de forma geral, o conhecimento sobre o uso dessa substância está em constante expansão, então a expectativa é de que o seu uso seja cada vez mais seguro e eficaz. Outro fato que depõe a favor da substância é o relatório “Cannabidiol (CBD) Critical Review Report” publicado pela OMS em 2017, onde a Organização Mundial da Saúde afirma que o canabidiol não é prejudicial à saúde e nem potencialmente viciante. 

De que forma o medicamento está disponível?

A substância já se popularizou em várias partes do mundo em formatos variados, o que contribui para que os reumatologistas tenham opções diferentes para indicar aos pacientes que sofrem de osteoartrite. As principais são:

  • Tópicos: os medicamentos do tipo tópicos são aqueles no formato de cremes e óleos, feitos para aplicação na pele, diretamente no foco do problema, ajudando a reduzir a inflamação e a dor. Eles são usados para que o paciente tenha um alívio imediato dos incômodos, pois penetram diretamente na articulação, sem a necessidade de entrarem em contato com a corrente sanguínea;
  • Ingeríveis: são encontrados como comprimidos ou na forma líquida. Como o próprio nome sugere, eles devem ser engolidos, então passam pelo sistema digestivo e caem na corrente sanguínea, propagando seus benefícios por todo o corpo;
  • Sprays: existem sprays do medicamento que podem ser aplicados embaixo da língua, o que contribui para uma absorção rápida e efeito imediato.

Os medicamentos podem ser comprados em farmácias ou importados. Por ser um tipo de produto ainda pouco difundido, os custos são um pouco elevados.

5 dicas úteis sobre o tratamento com canabidiol para osteoartrite

O tratamento de osteoartrite com canabidiol já é uma realidade. Mas seu uso seguro e com os melhores efeitos a longo prazo exigem alguns cuidados, como:

  1. O uso deve ser frequente: alguns pacientes demoram semanas para perceber os primeiros efeitos, por isso é fundamental que ele persista no uso, sempre respeitando os intervalos e as doses receitadas pelo especialista;
  2. Compre produtos de alta qualidade: verifique se o produto foi aprovado pela Anvisa e se os responsáveis pela sua produção têm boa reputação no mercado. Pois um produto de má qualidade pode não oferecer todos os efeitos esperados;
  3. Consulte um reumatologista experiente: a substância só pode ser usada sob prescrição médica, por isso é preciso consultar um profissional confiável e experiente, que possa conduzir o tratamento da melhor maneira;
  4. Não use apenas o canabidiol: a substância é uma forma complementar de tratamento, que deve estar associada à mudança no estilo de vida, alimentação saudável, fisioterapia, etc;
  5. Siga a prescrição médica: mesmo que a substância pareça não fazer efeito, jamais aumente as doses se não houver uma indicação médica.
Idosa com dores no pescoço - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Algumas considerações sobre a osteoartrite e a terceira idade

A osteoartrite é mais comum em idosos, embora não seja exclusiva deste grupo. Sua maior incidência nessa fase da vida está ligada a três fatores:

  • Há uma redução natural da cartilagem que protege as articulações;
  • A interação entre as articulações não ocorre de maneira tão suave quanto antes, o que causa maior atrito e desgaste;
  • As articulações enfraquecem e se tornam mais suscetíveis a lesões.

Além disso, alterações químicas nas proteínas dos tendões podem fazer com que eles se tornem menos elásticos e se rompam com mais facilidade. Assim, os idosos têm a sensação de que as articulações estão mais apertadas e rígidas. A recuperação após alguma lesão também ocorre de forma mais lenta.

Para evitar o agravamento da situação, os idosos sempre devem ter sua rotina de exercícios avaliada por profissionais.  Além disso, é preciso seguir o tratamento com dedicação, o que geralmente inclui o uso de analgésicos, como o paracetamol.

Mas em muitos casos será necessário o uso de medicamentos mais potentes, como o tramadol, entretanto é preciso seguir as recomendações médicas para que não haja efeitos colaterais ou se crie uma dependência. 

Outra possibilidade é a aplicação de anti-inflamatórios não esteroides sobre a pele. Esta opção costuma ser assimilada com mais facilidade pelas pessoas idosas e há menos riscos de efeitos colaterais.

Osteoartrite Nodal

A osteoartrite nodal é uma variação da doença que acomete principalmente as articulações dos dedos. O problema atinge sobretudo as mulheres, em uma escala impressionante de apenas 1 homem a cada 10 mulheres acometidas.

A enfermidade surge principalmente entre os 40 e 50 anos e está associada, dentre outras coisas, às mudanças hormonais que ocorrem na menopausa. A principal característica da doença é o aparecimento de nódulos nos dedos, geralmente acometendo ambas as mãos de forma igualitária e atingindo as articulações interfalangianas distais e proximais.

Em muitos casos, o problema não causa dor, mas as reclamações estéticas e funcionais são muito frequentes. Pois os dedos podem entortar, o que dificulta a movimentação natural da mão, impossibilita o uso de anéis e causa impactos na autoestima das pacientes, que ficam receosas em exibir as mãos em público.

Além da menopausa, outros fatores estudados como possíveis causas do problema são os distúrbios tireoidianos, hiperuricemia, diabetes e fatores familiares.

Tipos

Há alguns tipos da doença que devem ser considerados:

  • Nódulos de Bouchard: é o nome que se dá quando os nódulos se formam nas articulações Interfalangianas proximais;
  • Nódulos de Heberden: o problema atinge as articulações interfalangianas distais;
  •  Rizartrose ou artrose da base do polegar: esta é uma forma importante da doença, pois atinge a base do polegar, provocando dor e limitação dos movimentos. Esse dedo é fundamental para a execução do movimento de pinça, que representa 50% da funcionalidade das mãos. Então, quando o problema surge, atividades extremamente simples do dia a dia podem ficar prejudicadas, como pegar um copo, digitar uma mensagem em um celular e preparar refeições.
Quadro evolutivo de osteoartrite - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Evolução desse tipo de osteoartrite

Este tipo de osteoartrite nas mãos evolui de maneira lenta e gradual. Como muitas vezes não há dor, as pacientes só se dão conta do problema quando os primeiros sinais de deformidade aparecem. 

Em alguns casos, podem surgir cistos gelatinosos e dolorosos, que respondem bem ao tratamento. Mas, de forma geral, o avanço silencioso do problema dificulta o diagnóstico e o início precoce do tratamento. 

A doença também pode evoluir de forma diferente em cada indivíduo. Há aqueles que sofrerão com um avanço mais destrutivo, enquanto outros vão apresentar um problema mais brando. Independentemente da situação, a tendência é que a enfermidade evolua, caso as medidas necessárias não sejam tomadas.

Assim como ocorre em outros tipos da doença, o tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos e sessões de fisioterapia para recuperar as funções da articulação atingida. A cirurgia só se torna uma opção em casos raros.

Mitos e verdades sobre a osteoartrite

A osteoartrite é uma doença que ainda gera muitas dúvidas nos pacientes. Pensando nisso, reunimos os principais mitos e verdades sobre o problema para que você possa tirar suas dúvidas de maneira rápida e prática.

Não existe cura para a artrose

VERDADE. A doença ainda não tem uma cura conhecida, entretanto isso não significa que o paciente vai sofrer com os sintomas pelo resto da vida, pois existem muitos tratamentos que são capazes de aliviar ou até fazer com que os sintomas desapareçam totalmente por algum período.

O uso de medicamentos, infiltrações e fisioterapia provou-se extremamente eficiente no controle da doença. Mas para ter melhores resultados o paciente deve procurar um reumatologista rapidamente a fim de que o tratamento seja iniciado de forma precoce.

O paciente que sofre de dores nas juntas obrigatoriamente tem artrose

MITO. Dores nas articulações realmente são um sintoma clássico de artrose. Entretanto, esta manifestação por si só não significa que o paciente tem a doença. Existem outras enfermidades que causam dores similares.

Por isso é recomendado que o paciente busque auxílio médico, assim os sintomas serão devidamente investigados para definir suas causas e o melhor tratamento.

A prática esportiva pode contribuir para o surgimento do problema

VERDADE. A prática esportiva contribui para o aumento do impacto nas articulações e pode gerar lesões, sobretudo quando o esporte exige movimentos bruscos ou maior amplitude, como futebol, artes marciais, tênis, golfe e outros.

De acordo com o livro Osteoartrite – Cenário Atual e Tendências no Brasil, o excesso de atividades físicas estará por trás de 45% dos casos de artrose no futuro. Mas isso não quer dizer que as pessoas devem abandonar os exercícios físicos, pois eles são muito importantes para a manutenção da saúde. Entretanto, é fundamental que essas práticas sejam feitas com moderação e sempre com a indicação e acompanhamento de profissionais. 

A doença se desenvolve da mesma forma em todos os pacientes

MITO. Cada organismo reage de uma forma ao problema. Então, alguns pacientes irão desenvolver sintomas mais brandos, enquanto outros podem manifestá-los de forma mais agressiva. 

A evolução da doença está associada a determinados fatores com potencial para agravar a situação, como hereditariedade, obesidade, fatores hormonais, densidade óssea e outras situações.

A osteoartrite afeta apenas as articulações

VERDADE. A osteoartrite é uma doença das articulações, assim os sintomas só irão se manifestar nas regiões do corpo em que há o encontro entre dois ou mais ossos. Antes havia uma crença de que a doença atingia apenas a cartilagem que recobre a ponta dos ossos, mas hoje sabemos que ela afeta a articulação de forma geral, incluindo ligamentos, músculos e ossos.

Carregar muito peso piora o problema

VERDADE. Já sabemos que carregar muito peso é um dos fatores que levam ao surgimento da doença. Da mesma forma, continuar a carregar peso depois que a enfermidade já se instalou pode agravar os sintomas. Dessa forma, o paciente sente mais dor e pode sofrer de limitações para realizar até mesmo atividades simples do dia a dia. 

O número de casos de artrose em homens e mulheres é igual

MITO. Como citamos neste texto, a artrose é mais comum em mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), 61% dos casos da doença ocorrem em indivíduos do sexo feminino.

Idosa com osteoartrite no joelho - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

A artrose atinge apenas os idosos

MITO. A artrose é uma doença frequentemente associada a pessoas mais velhas, pois ela é mais comum neste grupo devido ao enfraquecimento e desgaste natural das estruturas das articulações com o passar do tempo. Entretanto, pessoas mais jovens também podem apresentar o problema, já que a doença se manifesta devido a outros fatores, como excesso de atividades físicas, obesidade e acidentes.

A osteoartrite incapacita os idosos

MITO. Um idoso que sofre de osteoartrite não será necessariamente incapacitado. Pois atualmente há um amplo conhecimento sobre a doença e, quando ela é diagnosticada de forma precoce, os tratamentos podem desacelerar ou interromper sua progressão. Assim, o paciente mantém uma boa qualidade de vida e consegue realizar suas atividades rotineiras normalmente. 

Para melhorar os resultados é interessante adotar bons hábitos, como se alimentar de forma saudável e praticar atividades físicas de forma moderada e seguindo a indicação de especialistas. 

Existem regiões do corpo que são mais afetadas pela artrose

VERDADE. A doença pode se desenvolver em qualquer área em que haja uma articulação, mas é mais comum em regiões que sofrem maiores impactos e utilização constante, como coluna, quadris, joelhos e mãos.

A artrose irá atingir quase toda a população

VERDADE. Em algum momento da vida quase todo mundo vai sofrer de artrose em pelo menos 1 articulação. Entretanto, dependendo da gravidade, os sintomas são mínimos ou inexistentes, o que dificulta o diagnóstico.

Estalos nas articulações representam osteoartrose

MITO. Os estalos são um dos sintomas da osteoartrose, todavia sua presença por si só não é suficiente para o diagnóstico da doença. O problema costuma ser acompanhado de outros sinais, mas apenas após a avaliação médica será possível fazer a confirmação.

O exame clínico é suficiente para diagnosticar o problema

MITO. O exame clínico é muito importante no início da avaliação, pois é neste momento que o médico vai ficar ciente dos sintomas, do histórico do paciente e da capacidade da pessoa em mover as articulações. Entretanto, existem muitos sinais da doença que são similares a outras condições, portanto alguns exames complementares ajudam no diagnóstico, como raio-x, ressonância magnética e exames laboratoriais.

A cirurgia é a única opção de tratamento para casos graves

MITO. A cirurgia só é considerada quando todas as outras alternativas foram tentadas sem melhora. Então, mesmo nos casos mais graves, o tratamento menos invasivo será utilizado, como uso de medicamentos, fisioterapia e outros.

A osteoartrite se desenvolve em quem carregou muito peso durante a vida

VERDADE. Quem carrega muito peso por longos períodos sobrecarrega as articulações e cria as condições necessárias para o início da osteoartrite. Isso ocorre sobretudo quando o peso é carregado com uma postura inadequada. De acordo com a  Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, 20% dos adultos brasileiros já sofrem desta enfermidade.

Terapias alternativas fazem parte do tratamento

VERDADE. Algumas terapias alternativas são usadas como tratamento complementar para artrose. Uma delas é a acupuntura, em que diversas agulhas finas são inseridas em locais estratégicos. Muitos pacientes relatam que este tipo de abordagem ajuda a aliviar a dor. Mas é importante ressaltar que o tratamento convencional precisa ser seguido de forma exemplar. 

Pessoa de meia idade com dor no joelho - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

O repouso é recomendado pelos médicos

VERDADE. Durante as crises mais severas da doença, quando há inchaço nas articulações e muita dor, o paciente pode sentir alguma melhora ao ficar de repouso. Além disso, dormir bem reduz a fadiga e a percepção de dor. Mas esta recomendação serve para alguns casos específicos, já que o repouso em excesso pode agravar a situação. Além disso, a prática moderada de exercícios físicos com supervisão é importante para reduzir a inflamação.

O fortalecimento muscular ajuda a aliviar os sintomas da artrose

VERDADE. Quando a musculatura ao redor de uma articulação está fortalecida, ela proporciona mais estabilidade à região e protege a articulação, isso ajuda a evitar futuras lesões e reduz a carga no local, o que consequentemente diminui a dor.

Ondas de choque são usadas no tratamento

VERDADE. Ondas de choque são uma das opções de tratamento alternativo, pois proporcionam um efeito analgésico e anti-inflamatório significativo. Há alguns estudos que destacam os efeitos deste tipo de terapia nas articulações e os resultados são positivos. Há uma melhor vascularização, melhor resposta ao processo inflamatório e reparação tecidual. 

Osteoartrose e osteoartrite são a mesma coisa

VERDADE. Osteoartrose e osteoartrite referem-se a uma doença degenerativa das articulações. Os termos são sinônimos e é possível encontrar materiais que trazem as duas nomenclaturas.

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O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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