Por acaso você já sentiu dor nas juntas? A resposta provavelmente foi sim, porque as articulações estão entre as regiões do corpo com mais reclamações de dores. As causas do desconforto variam de traumas até doenças reumatológicas.
Existem dores de todos os tipos. Algumas refletem em pequenos incômodos, mas desaparecem depois de alguns dias de repouso. Outras são bastante limitantes e estão relacionadas a doenças crônicas. Quer entender mais sobre alguns dos principais motivos da dor? Continue a leitura, para saber tudo a respeito do assunto.
O que pode causar dor nas juntas? Veja as doenças reumatológicas que a provocam
A dor nas juntas é um sintoma comum em pacientes com doenças reumatológicas, como artrite reumatoide e artrose. Contudo, é importante que o paciente entenda: a dor raramente é a manifestação completa do quadro, representa somente um sinal de alarme.
Esse tipo de enfermidade é multifatorial e desencadeia uma série de manifestações. Por isso, especialmente no caso de dores crônicas, a visita ao reumatologista é tão essencial. O especialista realiza o diagnóstico e ainda ajuda na prevenção de maiores problemas que a doença poderia causar.
Separamos algumas das principais condições relacionadas às dores articulares ao longo deste artigo.
1. Artrite reumatoide
Uma doença autoimune que costuma provocar dor nas juntas é a artrite reumatoide. A condição ocorre quando o sistema imunológico ataca os tecidos conjuntivos que revestem a articulação. Por ser uma doença crônica, a artrite manifesta-se em períodos de crise e outros de remissão.
Durante uma crise, o paciente apresenta inchaço e vermelhidão na articulação, além de dor e rigidez. A perda de mobilidade é mais perceptível pelas manhãs e diminui com a movimentação da rotina.
Algumas das articulações mais afetadas incluem:
- Articulações dos dedos.
- Punhos.
- Tornozelos.
- Joelhos.
Quando a dor ocorre em mais de uma articulação, pode vir acompanhada de febre baixa.
Diagnóstico
Ao notar dores nas juntas que duram 3 meses ou mais ou sinais de inflamação articular, o paciente deve procurar por um reumatologista. Esse especialista realiza o diagnóstico ainda no consultório ao avaliar o histórico clínico e familiar do paciente.
Os exames de imagem não mostram a inflamação articular que ocorre na doença e acarreta a dor. No entanto, essas análises ajudam a descartar outras possíveis causas para o sintoma, como uma lesão traumática ou uma diferente doença reumatológica.
Em casos de artrite mais graves, o exame permite identificar danos à cartilagem e aos ligamentos articulares. Alguns testes de sangue também auxiliam na detecção da inflamação, mas necessitam da análise de um especialista que conheça o quadro, para que ele possa dar um parecer conclusivo.
Tratamento
A doença é crônica, portanto, não existe cura para os portadores de artrite. O papel dos reumatologistas nesses quadros é adotar um tratamento que controle os sintomas e contribua para que o paciente alcance um estado de remissão.
Os medicamentos no tratamento variam de acordo com cada caso. Alguns deles incluem:
- Analgésicos.
- Anti-inflamatórios não esteroides.
- Imunossupressores.
Determinados indivíduos precisam passar por tratamentos complementares, como fisioterapia, com o objetivo de recuperar a mobilidade da junta afetada.
2. Tendinite, uma das condições que gera dor nas juntas
Há uma estrutura que liga o músculo e o osso chamada de tendão, que está bastante associada à dor nas juntas. É esse tipo de corda feita de tecido conjuntivo que ajuda a transmitir a força dos músculos ao osso, gerando o movimento. Em certas situações, a estrutura fica inflamada, condição denominada tendinite.
Como o tendão não é especialmente forte ou elástico, ele costuma sofrer em excesso, quando o sistema musculoesquelético está sobrecarregado. Isso acontece em casos de movimentos laborais ou esportivos repetitivos, posições incorretas para se mover ou até falta de alongamento.
Também existem pacientes que desenvolvem tendinite após algum trauma ou infecção.
Diagnóstico
A principal ferramenta de diagnóstico é uma combinação de exames físicos e de imagem, para confirmar a inflamação do tendão.
Os pacientes que possuem histórico de prática de movimentos repetitivos, seja no trabalho ou em hobbies, por exemplo, fazem parte do grupo de risco. Por isso, é bem provável que o reumatologista suspeite rapidamente da doença reumática.
Tratamento
Os quadros mais leves e que ainda não se tornaram crônicos conseguem tratamento com uma união de repouso e medicamentos. Os anti-inflamatórios e analgésicos cooperam para a superação da fase aguda inicial, além de evitar maiores danos ao tendão.
Em caso de tendinite que causa dor nas articulações por movimentos repetitivos, também é necessário corrigir esses hábitos. O paciente pode ser submetido à fisioterapia e à terapia laboral, com a finalidade de fortalecer as estruturas musculares e mudar padrões de movimento.
Apenas se a situação for grave, o reumatologista poderá indicar os tratamentos mais invasivos ou a cirurgia.
3. Epicondilite, um tipo de tendinite que causa dor nas juntas
Alguns casos de dor nas juntas são sinal de epicondilite. Essa condição é um tipo de tendinite que atinge os tendões das mãos responsáveis pelo movimento de extensão para trás e para o lado oposto das palmas. O principal sintoma da doença é a dor no cotovelo e em parte do braço.
A epicondilite é popularmente conhecida como cotovelo de tenista, visto que é muito frequente nos praticantes dessa modalidade esportiva. Entretanto, não se engane, mesmo quem pratica outras atividades pode desenvolver o quadro. Outros esportes e hobbies que, geralmente, causam a doença incluem: remo; flexões de braço; e beisebol.
Quem trabalha com movimentos repetitivos do punho ou dos braços também pode ter o problema. Ademais, a presença de musculaturas fracas ou descompensadas em membros inferiores aumenta o risco.
Diagnóstico
Somente o exame físico já é suficiente para realizar o diagnóstico da epicondilite. O principal teste consiste em realizar pressão na parte externa do cotovelo do paciente, posicionando a palma da mão virada para baixo. Depois, o médico solicita que a pessoa levante a mão contra a resistência imposta por ele, para que seja viável a avaliação da presença de dor.
Tratamento
A princípio, o paciente com esse tipo de dor nas juntas precisa realizar repouso, para conseguir o alívio do quadro mais severo. Alguns medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, além de aplicação de gelo, também ajudam a controlar o desconforto. É sempre fundamental tomar qualquer tipo de remédio apenas a partir de prescrição médica.
Conforme a dor fica sob controle, o paciente recebe a autorização para iniciar exercícios de fortalecimento e flexibilidade.
Em casos de dor intensa que não apresentam melhora com anti-inflamatórios orais, pode ser aplicada uma infiltração no local afetado.
4. Artrite idiopática juvenil
A artrite idiopática juvenil causa dor nas juntas por ser uma doença inflamatória que atinge as articulações. Além disso, ela pode afetar outras áreas do corpo, como órgãos, pele, olhos e coração. A doença recebeu esse nome porque acomete jovens antes dos 17 anos.
O principal sintoma é uma artrite em alguma articulação. Entretanto, muitos jovens podem não sentir a dor característica ou ela pode se apresentar de forma bem suave. Ainda não está claro o que causa o problema, mas estudos mostram que fatores genéticos, infecciosos, distúrbios emocionais e até traumatismos articulares podem desencadear a doença. A artrite idiopática juvenil é dividida em três tipos:
- Pauciarticular: até 4 articulações são afetadas, sobretudo os joelhos e tornozelos;
- Poliarticular: 5 ou mais articulações inflamam. É comum que ocorra nos joelhos, tornozelos, punhos, cotovelos e em áreas com pequenas articulações dos pés e das mãos;
- Sistêmica: o tipo sistêmico afeta outros órgãos, podendo causar manifestações diferentes da artrite, como febre alta com até 2 picos diários. Também pode ocorrer erupção na pele, aumento do fígado e baço, inflamação da pleura e do pericárdio, dentre outros.
Diagnóstico de artrite idiopática juvenil
A dor nas juntas pode ser um sintoma importante no momento de diagnosticar a doença, pois a artrite com duração de 6 ou mais semanas é o principal ponto levando em consideração durante o exame clínico.
Além disso, o reumatologista deve investigar outras doenças que possam desencadear os mesmos sintomas, já que a artrite ocorre com certa frequência em enfermidades não reumáticas. Ademais, até o momento não existe um exame específico que possa confirmar o diagnóstico, por isso a avaliação de um especialista competente é fundamental.
Tratamento da artrite idiopática juvenil
O tratamento para a artrite idiopática juvenil é longo e deve ser seguido à risca para melhores resultados. Além disso, as abordagens são diferentes para cada paciente e também levam em consideração o tipo de artrite encontrada.
Geralmente estão envolvidas medicações para controlar a dor e inflamação e também fisioterapia para fortalecer a região e garantir a mobilidade. Em algumas situações o acompanhamento psicológico também é recomendado. De forma geral, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes, para que não haja problemas na cartilagem que possam resultar em deformidades e limitações físicas.
Alguns medicamentos comuns no tratamento são os anti-inflamatórios não-hormonais, como aspirina, naproxeno e ibuprofeno. Também é possível usar aspirina, naproxeno, ibuprofeno, sulfassalazina, metotrexato e outros.
5. Artrite psoriásica tem como um dos sintomas a dor nas juntas
Entre 5% e 40% dos pacientes que sofrem de psoríase, doença que causa lesões na pele, também apresentam dor nas juntas. Então, a artrite psoriásica, ou psoriática, surge quando uma pessoa tem psoríase e depois desenvolve artrite. Mas há casos em que as enfermidades se apresentam de forma inversa.
Sabe-se que a doença é mais comum em pessoas da raça branca e que homens e mulheres são atingidos na mesma proporção. Além disso, há um forte fator genético envolvido e o maior número de casos ocorre na Dinamarca, Suécia e Rússia.
Diagnóstico da artrite psoriásica
O diagnóstico da doença é principalmente clínico, em que o especialista irá analisar as lesões na pele e os problemas articulares, além do histórico das manifestações. Caso as lesões deixem dúvidas de que se trata de psoríase, é possível realizar uma biópsia para analisar parte do tecido atingido em um microscópio.
O reumatologista também pode pedir alguns exames laboratoriais para ajudar a confirmar suspeitas, pois pacientes com essa enfermidade costumam apresentar algumas alterações, como anemia, glicemia alta, aumento de ácido úrico. Entretanto, é importante frisar que não há qualquer exame que seja específico para o diagnóstico de artrite psoriásica.
Tratamento para dor nas articulações causada por artrite psoriásica e outros sintomas da doença
Além de causar dor nas juntas, a artrite psoriásica pode trazer sérias complicações quando o tratamento não é feito de forma precoce, como o aparecimento de deformidades irreversíveis.
A abordagem para aliviar os sintomas vai variar de acordo com a área atingida, mas geralmente é seguida uma sequência no tratamento, que começa com a prescrição de anti-inflamatórios não hormonais e modificadores de curso da doença. Caso não haja a resposta esperada ou a doença já esteja em um estado mais avançado, será receitado algum agente biológico.
Por fim, quando há deformidades ou a necessidade de colocar uma prótese, pode ser indicada uma cirurgia, que só é considerada para os casos mais graves.
6. Doença de Behçet
A doença de Behçet é uma enfermidade reumatológica que causa inflamações em diferentes partes do corpo, além de dor nas juntas. Um sintoma comum do qual grande parte dos pacientes se queixam é a presença de aftas constantes, muito dolorosas, em qualquer parte da cavidade oral.
Mas também podem surgir úlceras genitais, lesões na pele, inflamação nos olhos, alterações intestinais e neurológicas, trombose e aneurismas. Essas manifestações ocorrem em ciclos, assim o paciente melhora com o tratamento, mas volta a apresentar queixas depois de um tempo.
A doença é mais comum em pessoas da Grécia, Turquia, em árabes, israelenses, coreanos, chineses e também em japoneses. Seu aparecimento costuma ocorrer dos 20 aos 40 anos, em proporções iguais entre homens e mulheres. Entretanto, homens jovens asiáticos geralmente sofrem das formas mais graves da enfermidade. A doença de Behçet tem como fatores de risco diversos genes, mas determinadas infecções também podem desencadeá-la.
Diagnóstico
Para fazer o diagnóstico, o reumatologista irá avaliar os sintomas apresentados pelo paciente. Pois não há qualquer exame laboratorial que, por si só, comprove a existência da doença. Quando há inflamação nos olhos, o oftalmologista também precisa participar do diagnóstico para que identifique qual estrutura está com problemas.
Mesmo após o diagnóstico, as consultas com um especialista devem ser constantes para analisar se a doença está ativa e se é necessário prescrever um novo tipo de tratamento.
Tratamentos mais comuns
Não há um tratamento geral que possa ser usado em todos os casos. Para definir a melhor abordagem, o médico deve avaliar quais são as áreas afetadas. Pois, sintomas de menor gravidade como as aftas, dor nas articulações, úlceras genitais e lesões na pele melhoram com o uso de corticosteroides orais.
Já a inflamação nos olhos e as manifestações neurológicas e vasculares são tratadas com agentes imunossupressores. Mas se esses medicamentos não surtirem efeito, o médico irá recomendar o uso de agentes imunobiológicos.
7. Espondiloartrites e dor nas juntas
Espondiloartrites é um termo genérico usado para se referir a uma série de doenças que causam, entre outros sintomas, dor nas juntas, atingindo as articulações sacroilíacas e da coluna vertebral. As enfermidades que fazem parte deste grupo são:
- Espondilite anquilosante;
- Espondiloartropatias indiferenciadas;
- Artrite reativa;
- Artrite psoriásica;
- Artrites enteropáticas.
Uma das manifestações mais comuns é a do tipo espondilite anquilosante, que afeta sobretudo os homens. Os sintomas iniciais geralmente surgem entre os 17 e os 35 anos. Filhos de pais que tiveram a doença têm maiores chances de desenvolverem o problema.
A enfermidade costuma provocar dor na região das nádegas, que pode até irradiar para as pernas e para o início da coluna. Em alguns casos pode haver sensação de cansaço, falta de apetite, perda de peso, rigidez e dificuldade de movimentar a área atingida.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico das espondiloartrites inclui um exame físico detalhado e análise do histórico do paciente. Mas o reumatologista também pode complementar a investigação com raios x, exames de sangue e até ressonância magnética. Essas técnicas têm o potencial de mostrar sinais que podem estar associados à doença.
Como é o tratamento?
O tratamento específico vai depender do tipo de espondiloartrite apresentado pelo paciente. Mas as principais abordagens são o uso de anti-inflamatórios para reduzir os incômodos. Em determinados casos são recomendados medicamentos biológicos especiais. Além disso, é importante fazer o acompanhamento fisioterápico, pois isso ajuda a prevenir deformidades, reduzir a rigidez e manter a mobilidade das articulações.
8. A gota também pode estar associada à dor nas juntas
A gota é uma doença que provoca dor nas juntas, principalmente na região dos dedões do pé, tornozelos e joelhos. O quadro inflamatório é desencadeado por taxas altas de ácido úrico no sangue, o que pode ocorrer devido à sua produção em excesso ou alguma falha do organismo em eliminá-lo.
Nem todas as pessoas que estiverem com ácido úrico elevado sofrerão da doença, mas em alguns casos há a concentração de cristais nos tecidos das articulações, o que desencadeia o quadro. A doença afeta principalmente os homens entre 40 e 50 anos, sobretudo se sofrerem com obesidade ou sobrepeso, levarem uma vida sedentária e fazerem o consumo de álcool em excesso. Já nas mulheres a gota é raríssima e, quando ocorre, costuma ser após a menopausa e em pacientes com mais de 60 anos.
Diagnóstico da gota
Para a confirmação do diagnóstico de gota, o reumatologista irá usar duas abordagens. A primeira é o exame clínico e pesquisa do histórico do paciente. Mas isso precisa ser combinado com exames de sangue que comprovem os altos níveis de ácido úrico. Caso ainda reste alguma dúvida, é possível solicitar exames de urina para comprovar a presença do ácido úrico.
Tratamento para a dor provocada pela gota
A gota não tem cura, mas é possível aliviar os sintomas completamente e livrar-se da dor nas juntas em poucas horas. Para isso, o médico costuma receitar colchicina e anti-inflamatórios. Também é importante que o paciente evite aquilo que desencadeia as crises, como o consumo excessivo de álcool.
Após a melhora do quadro agudo, também são prescritos medicamentos que visam reduzir a concentração de ácido úrico no organismo. Embora os sintomas possam retornar após algum tempo, essa doença não costuma causar prejuízos para a qualidade de vida do paciente.
Entretanto, é fundamental buscar tratamento. Algumas pessoas não procuram o reumatologista e, geralmente, a crise de gota desaparece em alguns dias. Mas sem o uso das medicações, o intervalo entre as crises será mais curto e os sintomas mais intensos. Além disso, a insistência em não buscar tratamento pode levar à deformidade das articulações ao longo do tempo.
9. LER / DORT e dor nas juntas
A sigla LER não representa uma doença em si. Na verdade, é a abreviação de lesão por esforço repetitivo, o que representa um grande grupo de alterações no sistema musculoesquelético que podem causar dor nas juntas. Já a sigla DORT significa Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho e está sendo usado como substituta da sigla LER, pois representa esse tipo de condição de forma mais precisa.
Pois, grande parte dos trabalhadores com algum sintoma musculoesquelético não apresenta qualquer lesão. Além disso, não são apenas os movimentos repetitivos que causam problemas, mas também outras situações que forçam determinada parte do corpo, como fazer muita força para levantar algo.
Além de dores nas juntas, a LER / DORT causa limitação de movimentos e até rigidez local. As manifestações mais comuns ocorrem no ombro, cotovelo, punho e região lombar.
Diagnóstico de LER / DORT
O diagnóstico é feito por meio de um exame clínico e observando-se o histórico dos sintomas. Pois não há como fazer testes laboratoriais que comprovem qualquer tipo de problema relacionado a LER / DORT. Entretanto, o reumatologista pode fazer alguns testes para descartar doenças que possam apresentar sintomas parecidos.
Tratamento para a dor nas juntas causadas por LER / DORT
A primeira abordagem para tratar a dor nas juntas provocada por algum tipo de esforço no ambiente de trabalho é o repouso da região afetada. Em alguns casos ela pode ser até mesmo imobilizada com talas e cintas. Também é importante fazer o uso de medicamentos que possam trazer alívio para os sintomas, como anti-inflamatórios e corticoides. O reumatologista também pode indicar a necessidade de comparecer à fisioterapia para fortalecer a região afetada e ganhar mais mobilidade.
Entretanto, é preciso fazer alterações no dia a dia para evitar que os sintomas voltem a aparecer. Isso inclui melhorar a postura durante o trabalho, evitar ficar longos períodos na mesma posição, fazer pausas ao longo do dia e também fazer alongamentos.
Mas a empresa também é responsável por evitar esse tipo de problema. Assim os responsáveis devem providenciar melhores condições de trabalho, o que inclui ferramentas ergonômicas, mesas e balcões do tamanho adequado e treinamentos constantes que visem ajudar o colaborador a preservar sua própria saúde. Isso é fundamental, já que a dor nas juntas causada por LER / DORT representa a segunda maior causa de afastamento do trabalho.
10. Doença de Sjögren causa dor nas juntas
Esta é uma doença autoimune que tem como principais manifestações a secura nos olhos e na boca, já que as glândulas responsáveis pela lubrificação dessas regiões passam por um processo inflamatório. À medida que a doença avança, outros sintomas são percebidos, como secura na pele, nariz e vagina, fadiga e desenvolvimento de artrites, que causam dor nas juntas.
Além disso, nas situações mais graves, a síndrome de Sjögren pode afetar cérebro, rins, pulmões, fígado e vasos sanguíneos.
O principal grupo atingido são as mulheres de meia-idade, mas pessoas do sexo masculino também podem desenvolver a enfermidade em qualquer tempo.
Outro detalhe importante é que a doença é classificada como primária, quando surge isoladamente, e secundária, quando aparece em conjunto com outras doenças autoimunes, como o lúpus e a artrite reumatoide.
Diagnóstico de Sjögren
É importante salientar que olhos e boca secos nem sempre são um sinal da doença de Sjögren, pois há outras situações que desencadeiam tais sintomas, como certos medicamentos e infecções. Por isso, a confirmação do diagnóstico passa por algumas etapas.
Geralmente, ao perceber a secura nos olhos, o paciente procura por um oftalmologista. Caso o especialista desconfie que o problema tem origem reumatológica, ele faz o encaminhamento para o reumatologista. O profissional irá confirmar o diagnóstico por meio da análise dos sintomas, alterações nos exames de sangue, exames radiológicos e biópsia das glândulas salivares.
Tratamento da síndrome
Ainda não existe cura para essa doença, mas há tratamentos que aliviam os sintomas e melhoram a qualidade de vida dos pacientes. A abordagem irá variar conforme os sintomas apresentados e sua gravidade.
Quando o paciente apresenta somente olhos e boca secos, o problema pode ser controlado com lágrimas artificiais e substitutos de saliva. Mas, quando há sintomas mais graves, o médico pode receitar anti-inflamatórios, corticoides e/ou imunossupressores.
11. Febre reumática também provoca dor nas juntas
A febre reumática é uma doença que se desenvolve após uma infecção na garganta por estreptococo, que não foi tratada adequadamente. Crianças entre 5 e 15 anos são as principais atingidas e os sintomas recorrentes incluem febre, dor de garganta, pus na garganta, caroços no pescoço e dor nas juntas. Além disso, a enfermidade pode atingir o coração e o cérebro.
No entanto, não são todas as crianças com infecção na garganta que desenvolverão a febre reumática, já que a doença precisa de uma predisposição genética para ocorrer.
Diagnóstico da febre reumática
O diagnóstico ocorre por meio da análise dos sintomas e do histórico. Saber que a criança teve uma infecção na garganta pouco antes de apresentar queixas como inchaço nas articulações pode ajudar na análise do médico. Além disso, são feitos exames laboratoriais para confirmar a presença de inflamação.
Tratamento da febre reumática
O tratamento da febre reumática começa com o uso de antibióticos para a infecção na garganta, que devem ser administrados mesmo que ela tenha ocorrido há semanas. Além disso, os antibióticos continuam a ser usados a cada 21 dias para evitar novos surtos.
Os outros sintomas são tratados de forma individualizada, considerando sua gravidade. Por fim, é importante que a criança permaneça de repouso por alguns dias, afastando-se inclusive das atividades escolares. Nesse período, a reação ao tratamento será avaliada.
12. Fibromialgia causa dor nas juntas
A fibromialgia é uma doença em que ocorrem dores crônicas e generalizadas, incluindo dor nas juntas, mas sem que haja indícios de inflamação. Outros sintomas associados são: cansaço, sono não reparador, ansiedade e depressão.
As causas da enfermidade não estão totalmente claras, mas a principal suspeita é de que ocorra uma alteração na percepção de dor do paciente.
Diagnóstico da fibromialgia
O reumatologista irá diagnosticar o problema de forma clínica, analisando os sintomas da fibromialgia e o histórico do paciente. Ele também pode solicitar exames laboratoriais e de imagem para afastar a suspeita de outras doenças.
Tratamento para fibromialgia
O principal tratamento é a prática regular de exercícios aeróbicos, pois essa parece ser uma forma eficaz de reverter a sensibilidade. Entretanto, medicamentos para o alívio da dor também são receitados.
13. Lombalgia é uma das causas para dor nas juntas
A lombalgia é uma dor nas juntas da coluna na região lombar. É um problema extremamente comum e pode ter várias causas, sendo que as principais estão relacionadas a vícios posturais. A condição pode ser passageira ou tornar-se crônica, durando mais do que três meses.
Diagnóstico da lombalgia
A análise dos sintomas e do histórico do paciente é a principal forma de diagnosticar o problema. Mas, quando há outros sintomas que geram preocupação, como febre e perda de peso, os reumatologistas podem solicitar exames de imagem.
Tratamento para lombalgia
O tratamento é feito por meio de medicamentos para aliviar a dor, além de sessões de exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e correção postural. O paciente também deve estar atento ao seu ambiente de trabalho e evitar comportamentos que podem estar na raiz do problema, como manter-se na mesma posição por períodos prolongados e levantar peso de maneira inadequada.
14. Lúpus eritematoso sistêmico
Lúpus é uma doença na qual o próprio sistema imunológico ataca células saudáveis do corpo, causando comprometimento em várias regiões. Em sua versão sistêmica, a principal manifestação consiste em manchas na pele. Mas, nos casos sistêmicos, que são os mais graves, um ou mais órgãos internos são acometidos. Alguns sintomas de lúpus são: dor nas articulações, febre, emagrecimento, fraqueza e desânimo.
Diagnóstico de lúpus
O diagnóstico é feito por meio da análise dos sintomas e também com a busca por alterações nos exames de sangue e urina.
Tratamento para lúpus
A doença não tem cura, mas os sintomas podem ser controlados. As indicações variam conforme os sintomas e a gravidade. São usados desde anti-inflamatórios até imunossupressores, que reduzem a resposta do sistema imunológico.
Qual médico procurar para tratar dor nas juntas?
O reumatologista é o profissional adequado para tratar os diversos tipos de reumatismo que provocam dor nas juntas. Isso inclui doenças no sistema musculoesquelético que não estejam relacionadas a torções, quedas e batidas.
Para atuar na área, os reumatologistas passam por uma longa formação, que inclui a graduação em medicina com 6 anos de duração, seguida pela especialização em clínica médica com 2 anos de duração e também em reumatologia, com mais 2 anos de estudos. Ou seja, são necessários no mínimo 10 anos de dedicação para se especializar na área.
10 Dicas para evitar dor nas articulações
A dor nas articulações é um dos sintomas reumatológicos mais incômodos. Felizmente, na maioria das vezes, ela pode ser evitada quando adotamos alguns comportamentos no dia a dia.
1. Cuidado com a postura ao dormir
Os especialistas indicam que é importante evitar dormir de bruços, sendo preferível ficar de lado durante o sono. Além disso, mantenha um colchão em bom estado e um travesseiro na altura certa para manter o alinhamento da coluna.
Durante a noite passamos muitas horas na mesma posição e, se ela não for a adequada, podemos sentir os efeitos negativos logo pela manhã, e eles tendem a piorar quando esse hábito é mantido por muito tempo.
2. Pratique exercícios
A prática regular de exercícios físicos ajuda a regular o peso, o que reduz a pressão nas articulações. Além disso, a musculatura ao redor das juntas se fortalece, criando uma camada de proteção e evitando lesões.
O ideal é praticar uma atividade física pelo menos 3 vezes por semana. É importante buscar orientação profissional, para escolher as melhores opções para o seu caso e evitar prejuízos às articulações.
3. Evite movimentos repetitivos
Os movimentos repetitivos estão entre os grandes causadores de dor nas juntas. Isso ocorre sobretudo em ambientes de trabalho, quando o colaborador passa longos períodos digitando, sentado em uma postura incorreta ou flexionando a coluna.
Para evitar o problema, faça pausas constantes, alongue-se e dê preferência a equipamentos de trabalho que favoreçam a ergonomia.
4. Faça alongamentos diariamente
Sobretudo em dias frios, a musculatura e os tendões tendem a ficar mais rígidos e retraídos, o que os torna mais propensos a lesões. Por isso, faça alongamentos diários, principalmente antes de praticar alguma atividade física.
5. Tenha uma postura adequada ao se sentar
Mantenha as costas retas e as apoie no encosto da cadeira. Apoie também os dois pés no chão de forma alinhada e evite cruzar as pernas, mesmo que em um primeiro momento isso pareça mais confortável.
Por fim, evite sempre que possível permanecer mais que 5 minutos em uma mesma posição.
6. Não pratique exercícios em excesso
Ficar sem praticar exercícios é um erro, mas se exercitar em excesso também não é recomendado. É preciso encontrar um equilíbrio, de forma que as atividades físicas não provoquem dores.
Siga sempre as recomendações de um profissional e respeite os limites do seu próprio corpo para evitar a dor nas juntas.
7. Verifique se é necessário suplementar colágeno
Com o passar do tempo, o colágeno em nossas cartilagens reduz, o que deixa as articulações mais frágeis e suscetíveis a dores. Por isso, em alguns casos é necessário fazer a suplementação dessa proteína tão importante.
8. Mantenha o peso sob controle
Pessoas com sobrepeso ou obesas aumentam a carga em algumas articulações, como joelhos, quadris e tornozelos. Além disso, elas se tornam mais suscetíveis a inflamações.
O peso pode ser controlado por meio de uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos.
9. Proteja-se durante a prática esportiva
Existem muitos equipamentos de proteção que ajudam a evitar lesões durante os treinos. Se o esporte permitir, use tornozeleiras, capacetes, cotoveleiras, joelheiras e não se esqueça de usar um calçado adequado.
10. Não transporte objetos pesados sozinho
Seja em casa ou no ambiente de trabalho, nunca mova objetos pesados sozinho. Peça ajuda ou use equipamentos desenvolvidos para transportar essas cargas.
Quando precisar apanhar um objeto no chão, lembre-se de manter a coluna reta e dobrar os joelhos. Já ao carregar sacolas de mercado, divida o peso entre os dois lados do corpo.
Quando devo procurar um reumatologista para tratar a dor nas juntas?
A dor nas juntas não deve ser ignorada. O ideal é que o paciente procure um médico assim que notar os primeiros sintomas, pois o diagnóstico precoce facilita o tratamento.
Entretanto, existem algumas situações em que a dor merece uma atenção especial:
- O sintoma surgiu de forma súbita e sem explicação aparente;
- A dor está deixando a articulação rígida e prejudicando a execução de tarefas rotineiras;
- Você já sofre de uma condição crônica nas articulações;
- A dor surgiu após um acidente;
- A dor está prejudicando a prática de suas atividades físicas.
4 dúvidas comuns sobre dores nas articulações
Existem muitos questionamentos envolvendo dores nas articulações. Para aumentar o seu entendimento sobre o problema, separamos 4 dúvidas comuns.
Exercícios físicos pioram a dor nas juntas?
Isso é um mito, já que, na verdade, o exercício físico ajuda a proteger as articulações e reduz a dor nas juntas. Entretanto, pessoas que sofrem de doenças reumatológicas devem tomar certas preocupações, pois nem todos os exercícios são recomendados.
Assim, escolher uma atividade física inadequada ou fazer uma execução incorreta pode piorar o problema. O ideal é seguir rigorosamente as indicações de um profissional.
O frio aumenta as dores?
No inverno, os pacientes ficam com um grau de sensibilidade maior, por isso, é possível que sofram com mais dores nas articulações. Entretanto, não existem evidências de que o frio seja um dos causadores do problema.
A dor articular é mais comum em mulheres?
Isso é relativo, já que há doenças reumáticas que são mais comuns em mulheres, enquanto outras se desenvolvem com mais frequência em homens. Portanto, é preciso um diagnóstico do problema para saber exatamente com que enfermidade o paciente está lidando e se ela se encaixa no grupo que atinge mais as mulheres.
A alimentação inadequada aumenta a dor nas juntas?
Sim. A dor nas juntas pode se intensificar em algumas doenças conforme a alimentação. Por exemplo, a gota piora quando os pacientes consomem muitos alimentos ricos em uma proteína chamada purina.
O que se pode fazer para aliviar dor nas juntas?
A dor nas juntas pode ser aliviada com o uso de medicamentos e compressas e com a realização de exercícios físicos e sessões de fisioterapia, além da perda de peso para reduzir a pressão nas articulações. O repouso é indicado apenas de forma parcial, dependendo do caso. No geral, para aliviar a dor, é fundamental buscar por um reumatologista, pois as indicações de tratamento irão variar conforme as causas do problema.