Apesar de existirem dezenas de doenças reumáticas, poucos sabem a hora certa para passar pelos cuidados de reumatologistas. No entanto, o motivo para isso é compreensível: a área de atuação desse médico é bastante ampla.
Esse profissional de saúde trata enfermidades que causam sintomas variados, desde dor articular até manchas na pele e fraqueza generalizada. Como muitas dessas condições são crônicas e de difícil diagnóstico, o caso pode levar meses ou até anos para chegar ao consultório por recomendação de outro médico especialista.
Por isso, é importante entender o que os reumatologistas fazem exatamente. Confira um pouco mais sobre essa especialidade ao longo do artigo, incluindo as principais doenças envolvidas e como saber qual o momento ideal para procurar por um consultório reumatológico.
O que fazem os reumatologistas?
Os reumatologistas são médicos especialistas que passaram por mais 2 ou 3 anos de residência após a conclusão da faculdade de Medicina. Todo esse tempo foi dedicado a entender e estudar patologias que afetam o tecido conjuntivo em clínicas, hospitais, consultórios e laboratórios.
As enfermidades que esse especialista atende atingem todo o sistema locomotor, bem como alguns órgãos. As principais estruturas tratadas incluem:
- Tendões.
- Ligamentos.
- Músculos.
- Ossos.
- Articulações.
Estão nesse grupo doenças crônicas, ou seja, que não possuem cura, mas sim tratamento. O reumatologista trabalha com condições autoimunes, que são provocadas pelo ataque das células do sistema imunológico a certas partes do corpo.
Quais doenças os reumatologistas tratam?
Como mencionamos, o conjunto de doenças tratadas pelos reumatologistas é muito diversificado. Há mais de cem delas e cada uma possui o seu conjunto específico de sintomas e sinais clínicos. Separamos as oito mais comuns abaixo, para facilitar o entendimento sobre o assunto.
1. Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória considerada crônica que ocorre duas vezes mais em mulheres do que em homens. As suas manifestações costumam iniciar entre os 30 e 40 anos de idade. Se não houver o tratamento adequado, a artrite chega a gerar danos sérios e irreversíveis às estruturas articulares comprometidas.
Os pacientes diagnosticados com a condição desenvolvem inflamação no tecido que recobre as articulações em virtude de mecanismos autoimunes. Isso causa os principais sintomas da doença:
- Dor articular.
- Inchaço.
- Edema.
- Calor no local.
- Vermelhidão.
Os locais mais atingidos são as mãos e os punhos, entretanto, a doença pode afetar qualquer articulação. Em casos mais graves, ela chega a provocar inflamação de órgãos internos, como o coração e o pulmão.
O diagnóstico é clínico ao avaliar o histórico de saúde e de sintomas do paciente. Alguns exames complementares constatam o fator reumatoide, que é presente em 75% dos casos. Certos anticorpos também podem ser indicativos da doença.
Após identificar o quadro, o especialista deve recomendar o uso de anti-inflamatórios corticoides e agentes imunobiológicos, com o intuito de controlar a inflamação. Nos quadros agudos, o tratamento é mais agressivo, ajudando a pessoa a entrar em estado de remissão.
2. Artrose ou osteoartrite corresponde a 40% das consultas com reumatologistas
A artrose, também chamada de osteoartrite, é uma condição degenerativa bastante ligada ao envelhecimento, sendo considerada uma das principais reclamações nos consultórios de reumatologistas. Esse tipo de reumatismo é extremamente comum e corresponde a praticamente 40% das consultas reumatológicas em clínicas e hospitais.
Assim como a artrite, a artrose também acontece com maior frequência nas mulheres. A faixa etária mais acometida é a partir dos 60 anos, sendo que a incidência aumenta conforme o público envelhece. Até os 75 anos, aproximadamente 85% das pessoas devem desenvolver a condição.
Os indivíduos com artrose ficam sujeitos ao desgaste da cartilagem que recobre as articulações. Isso eleva o impacto e o atrito nas estruturas articulares, contribuindo para o surgimento de dor, inchaço e inflamação. O tratamento consiste na administração de anti-inflamatórios, visando estabilizar o quadro.
Além disso, é fundamental realizar o controle da osteoartrite com a adoção de exercícios e bons hábitos de vida. Ao manter o peso ideal e uma dieta adequada, por exemplo, é possível prevenir novas crises agudas do problema.
3. Artrite psoriásica
Determinados pacientes com psoríase desenvolvem artrite psoriásica. A doença de pele em si somente é responsável por provocar o aparecimento de lesões e manchas na pele, geralmente, no rosto. Nem todos que possuem a condição cutânea chegam a desenvolver artrite, contudo, ela é um importante fator de risco.
Caso a pessoa desenvolva a doença reumatológica, poderá apresentar os seguintes sintomas:
- Dedos das mãos e pés inchados.
- Alterações nas unhas, como depressões, manchas e hemorragias na região.
- Dor lombar.
- Inflamação dos tendões, gerando dor.
A artrite psoriásica é crônica, por isso, varia entre períodos de remissão, quando não há sinais, e crises. O papel do médico nesses casos é controlar os sintomas durante as crises e orientar para mudanças nos hábitos de vida que possam preveni-las.
4. Síndrome de Sjögren
A síndrome de Sjögren faz parte do grupo das enfermidades autoimunes tratadas pelo especialista em reumatologia. Os seus principais sinais são:
- Secura dos olhos e de outras mucosas, como nariz e vagina.
- Pele ressecada.
Isso acontece quando células do sistema imunológico invadem e atacam as glândulas responsáveis por hidratar e lubrificar esses órgãos. Quem suspeita da síndrome deve ficar atento, visto que os seus sintomas podem ser muito parecidos com os efeitos colaterais de alguns remédios e infecções.
Para que alguém seja diagnosticado com a síndrome de Sjögren, é preciso apresentar sintomas de secura e alterações em exames laboratoriais ou de imagem. Após o diagnóstico, o tratamento começa com a hidratação constante das áreas comprometidas, especialmente, os olhos.
O paciente também deverá utilizar anti-inflamatórios e imunossupressores de acordo com a gravidade do quadro.
5. LER/DORT: doenças inflamatórias tratadas por reumatologistas
O termo LER/DORT (lesão por esforço repetitivo ou distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho) abrange uma série de condições inflamatórias geradas por movimentos repetitivos, que são tratadas por reumatologistas. As doenças mais recorrentes nesse grupo são a tendinite (inflamação dos tendões) e a bursite (inflamação da bursa). Também fazem parte do grupo algumas doenças desencadeantes de dor na lombar.
O problema surge quando pessoas que realizam diversas vezes o mesmo movimento chegam a passar por um processo inflamatório. Isso é comum em atividades laborais que envolvem movimentos repetitivos, como costurar, digitar, montar peças e agachar.
Alguns atletas também sofrem com o surgimento de LER/DORT com frequência.
O tratamento da condição baseia-se em controlar a inflamação a partir de medicamentos no período agudo. Depois, a pessoa deverá ser submetida a um processo de fortalecimento e preparatório para os movimentos, evitando, desse modo, que o quadro retorne.
6. Febre reumática
A febre reumática é uma doença que ocorre entre os 5 e 18 anos de idade, quando partes da faringe e amígdalas são infectadas por bactérias. A infecção gera uma reação autoimune que pode atingir diversos órgãos, tais como: coração, pulmões, pele, articulações, entre outras estruturas. Ela é considerada grave.
Alguns dos principais sintomas incluem:
- Febre.
- Dor e inchaço articular.
- Cansaço.
- Falta de ar.
- Cardite.
Logo que o paciente recebe o diagnóstico, ele deve tomar anti-inflamatórios, com a finalidade de controlar os sintomas secundários. Já a infecção deve ser combatida com uma injeção do antibiótico penicilina. Nos próximos anos, ainda será necessário administrar uma dose do medicamento a cada 21 dias, para realizar a profilaxia. Caso contrário, a febre pode se repetir.
Toda vez que ocorre um novo surto, mais graves são os sintomas secundários relacionados à doença.
7. Doença de Behçet sob os cuidados de reumatologistas
A doença de Behçet é uma prova de que os problemas reumáticos não ocorrem apenas na terceira idade, por isso, quanto antes procurar por reumatologistas, melhor será para o controle do quadro. A faixa etária mais afetada é entre os 20 e 40 anos. Nesse caso, homens e mulheres são igualmente afetados. As manifestações ocorrem em períodos de crises com a presença de:
- Aftas recorrentes.
- Úlceras genitais.
- Lesões na pele.
- Dores articulares.
- Alterações intestinais.
- Inflamações no olho.
- Alterações neurológicas.
- Trombose.
- Aneurisma.
Certamente, nem todo indivíduo com a condição desenvolve os mesmos sintomas. Cada quadro possui a sua própria combinação e o grau de gravidade, sendo que algumas pessoas adquirem somente aftas e lesões de pele. Já determinados indivíduos podem sofrer com trombose, aneurismas e outros problemas cardiovasculares que exigem atendimento de emergência.
Os reumatologistas devem tratar cada um dos sintomas separadamente e podem precisar do auxílio de outros especialistas. No caso de inflamações oculares, por exemplo, o oftalmologista deve executar o diagnóstico do sintoma e prescrever medicamentos para tratá-lo. O mesmo é válido para as alterações mais graves, como as neurológicas e cardiovasculares.
8. Lúpus eritematoso sistêmico
Quando falamos em lúpus eritematoso sistêmico, estamos diante de mais uma doença autoimune. Os sinais do lúpus surgem em diversos órgãos e partes do corpo e podem apresentar desenvolvimento rápido ou lento e progressivo conforme o quadro.
Há alguns tipos principais de lúpus:
- Cutâneo: manifesta-se como lesões na pele avermelhadas.
- Sistêmico: atinge um ou mais órgãos internos, além da pele.
Os sintomas variam de acordo com o órgão afetado, podendo incluir:
- Febre.
- Fraqueza.
- Perda de apetite.
- Desânimo.
- Dor articular.
- Manchas na pele.
- Hipertensão.
- Problemas renais.
A confirmação da doença requer um processo complexo, uma vez que não existe um exame específico para identificar o lúpus. Na maior parte dos casos, o médico realiza o diagnóstico clínico ao avaliar a presença de alguns sintomas relacionados à enfermidade. Para complementar, o especialista analisa a existência de algumas alterações em exames laboratoriais e de imagem.
Bem como os sintomas, a conduta terapêutica é variada. O tratamento deve controlar os sinais específicos da condição reumática, podendo incluir o uso de fármacos imunossupressores.
9. Síndrome Antifosfolípide: outra doença tratada por reumatologistas
A síndrome antifosfolípide, também conhecida como síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF) é uma doença autoimune que interfere na coagulação do sangue e que é tratada por reumatologistas. Nesse quadro, o organismo começa a produzir anticorpos que atacam algumas proteínas, o que pode gerar graves consequências.
As manifestações do problema incluem trombose e complicações na gravidez, como abortos, crianças nascidas prematuras e com pressão alta.
Os sintomas comuns do distúrbio nos casos de trombose incluem dor, vermelhidão e inchaço no membro afetado, geralmente uma das pernas. Mas quando o problema ocorre no sistema arterial, o sintoma mais comum é o acidente vascular cerebral (AVC).
O diagnóstico da síndrome antifosfolípide ocorre com a detecção dos anticorpos no organismo combinados a um dos sinais clínicos do problema.
Já o tratamento inclui o uso de inibidores de ativação plaquetária e anticoagulantes. O uso das substâncias deve ser controlado por meio de exames laboratoriais, já que as doses podem variar dependendo da situação.
10. Polimialgia reumática e arterite de células gigantes
A polimialgia reumática é uma enfermidade caracterizada por inflamações nas articulações dos ombros, pescoço e quadril, o que resulta em dores e rigidez nessas regiões, podendo ser tão intensas que limitam e até incapacitam o paciente.
Outros sintomas comuns são:
- Depressão;
- Febre baixa;
- Fadiga;
- Perda de peso.
As causas do problema ainda são desconhecidas, mas como a incidência é maior após os 50 anos, acredita-se que a doença esteja relacionada ao envelhecimento. Além disso, os casos são duas vezes mais comuns em mulheres.
Para diagnosticar a polimialgia, os reumatologistas combinam a análise do histórico familiar, exame físico e exames laboratoriais indicando inflamações.
O tratamento consiste, então, em utilizar medicamentos que aliviam os sintomas, como a prednisona, que pode ser consumida por anos com uma redução gradativa da dose.
Além disso, cerca de 20% dos pacientes com polimialgia reumática sofrem de uma inflamação das artérias chamada de arterite de células gigantes.
A doença atinge principalmente a região das têmporas e pode acometer também a área ocular, causando o estreitamento e até o fechamento total das artérias, deixando aquela parte do corpo sem circulação sanguínea. Os sintomas mais comuns são:
- Dor de cabeça;
- Cegueira em um ou ambos os olhos;
- Derrames cerebrais;
- Dor ao falar ou mastigar.
O diagnóstico definitivo de arterite envolve uma biópsia da artéria temporal. Outros métodos incluem a identificação de diferenças no pulso arterial da região e exames de ultrassonografia.
Como a condição pode trazer consequências graves é muito importante determinar se o quadro de polimialgia reumática está ligado à arterite de células gigantes, pois nesse caso a dosagem do medicamento prednisona para controle da doença será maior.
11. Reumatologistas podem diagnosticar a Arterite de Takayasu
Os reumatologistas também tratam a arterite de Takayasu, um tipo de inflamação que atinge a aorta, a maior artéria do corpo humano, e seus ramos primários. É considerada, portanto, uma condição crônica que pode afetar o funcionamento da artéria e até ocasionar o seu completo fechamento.
A incidência do problema é mais comum em mulheres, entre 80% e 90% dos casos. A doença se inicia entre 10 e 40 anos de idade, mas o diagnóstico pode demorar, já que os sintomas evoluem de forma lenta. No início, os sinais se confundem com os de outras enfermidades:
- Fadiga;
- Perda de peso;
- Febre.
Nos estágios mais avançados da doença é comum que o paciente sinta dor nas extremidades.
12. Artrite idiopática juvenil
A artrite idiopática juvenil é um tipo de inflamação que atinge as articulações e também pode chegar a outros órgãos, como pele, olhos e coração. Os sintomas mais comuns incluem dor e aumento de volume e temperatura no local afetado.
Como o próprio nome sugere, a doença atinge os jovens, sempre se iniciando antes dos 17 anos.
As causas do problema ainda não foram totalmente definidas, mas a suspeita é que estejam envolvidos fatores genéticos, imunológicos e infecciosos.
Para diagnosticar a enfermidade é preciso que haja artrite em uma articulação com duração de mais de 6 semanas e que seja descartada a presença de outras doenças não reumáticas. Porque não há um exame específico para o diagnóstico.
Quanto ao tratamento, haverá variações de caso para caso, mas geralmente estão envolvidos medicamentos que tem a função de inibir a inflamação.
13. Esclerodermia
A esclerodermia é uma doença que causa o endurecimento da pele e de órgãos internos. Ela também afeta os vasos sanguíneos e provoca a produção de anticorpos contra o próprio organismo.
A enfermidade é classificada em sistêmica, quando atinge diversas estruturas, e localizada, quando fica restrita a uma determinada porção da pele. A variedade sistêmica é 4 vezes mais comum em mulheres e normalmente se inicia por volta dos 40 anos.
Ainda não existe cura para nenhum dos dois tipos da doença, mas há tratamentos que aliviam os sintomas, geralmente incluindo medicamentos que vão variar de acordo com a área atingida.
14. Casos de fibromialgia exigem acompanhamento de reumatologistas
Os reumatologistas definem a fibromialgia como uma doença que causa dor muscular generalizada, porém não há evidências de inflamação nos locais atingidos.
O caráter singular da enfermidade dificulta a descoberta de possíveis causas. Uma das hipóteses mais aceitas é que os pacientes sofram com uma alteração em sua percepção de dor, o que é apoiado por análises do cérebro dos enfermos em funcionamento e também pelo fato de que os indivíduos apresentam sensibilidade em outras partes do corpo.
Além da dor, outros sintomas da fibromialgia são:
- Falta de sono restaurador;
- Cansaço;
- Ansiedade e depressão;
- Problemas de concentração e memória.
Para fazer o diagnóstico, o médico analisa o histórico e o quadro clínico do paciente. Exames laboratoriais também são importantes para afastar outras condições com os mesmos sintomas.
O principal tratamento é a realização de atividades aeróbicas, mas o especialista também pode indicar medicamentos para aliviar os sintomas e até mesmo terapia, em alguns casos.
15. Gota: também tratada por reumatologistas
A gota é um processo inflamatório das articulações desencadeado pelo aumento da concentração de ácido úrico no sangue e que exige o acompanhamento de reumatologistas. Embora essa seja uma característica típica da doença, não significa que todas as pessoas com ácido úrico elevado desenvolverão a enfermidade.
A gota atinge principalmente as articulações dos dedos e provoca dor e inchaço. Sua incidência é mais comum em homens entre 30 e 50 anos e que levam uma vida pouco saudável, sendo sedentários, com sobrepeso e fazendo o uso frequente de bebidas alcoólicas. Já em mulheres os casos são considerados raros.
O diagnóstico ocorre com um exame clínico, combinado ao histórico do paciente e a um exame laboratorial para comprovar as altas taxas de ácido úrico.
Infelizmente não há um tratamento definitivo para a gota, mas os médicos receitam medicamentos para aliviar os sintomas. Também é importante beber muita água e evitar comportamentos que facilitem o aumento do ácido úrico.
16. Osteoporose é uma doença tratada pelos reumatologistas que está entre as mais conhecidas
Os reumatologistas lidam com casos de osteoporose com muita frequência, já que ela é uma doença caracterizada pelo enfraquecimento ósseo e que atinge homens e mulheres, principalmente com o envelhecimento.
Os ossos podem se tornar tão fracos que se quebram com o mínimo esforço, por isso a pessoa com o problema deve fazer adaptações para evitar impactos e quedas.
Não há uma cura para a osteoporose, mas é possível usar medicamentos para diminuir a dor e evitar a perda das funções ósseas. Também é importante adotar comportamentos para evitar fraturas.
Contudo, a doença pode ser prevenida desde a infância, com três atitudes que devem ser mantidas por toda a vida:
- Consumir cálcio;
- Tomar sol para ajudar na fixação de vitamina D;
- Praticar exercícios físicos.
17. Vasculites
As vasculites são caracterizadas pela inflamação dos vasos sanguíneos, devido à ação de células do próprio sistema imunológico. A doença faz com que a vascularização fique prejudicada, o que pode, então, trazer prejuízos para diversos órgãos e sistemas do corpo.
A enfermidade é classificada em dois tipos: primária, quando os vasos sanguíneos são atingidos de forma direta, sendo o foco da doença. E secundárias, quando os vasos sanguíneos são prejudicados em decorrência de outra enfermidade.
Os sintomas das vasculites incluem febre, cansaço e dor nas articulações, mas pode haver variações de acordo com o sistema afetado.
O tratamento das vasculites primárias inclui abordagens para controlar a doença, mas não há uma cura definitiva. Já no tipo secundário, o tratamento deve incidir na causa do problema e há boas chances de o paciente apresentar uma boa resposta.
18. Pseudogota
Pseudogota é um tipo de artrite caracterizado pelo acúmulo de cristais de pirofosfato de cálcio nas articulações. A doença provoca crises inflamatórias muito similares às da gota, por isso foi batizada dessa forma.
A enfermidade é mais comum em idosos, com o número de casos aumentando a cada década de vida. A incidência é de 03% aos 60 anos, mas aos 90 já atinge 50%.
Os tratamentos prescritos pelos reumatologistas incluem o uso de anti-inflamatórios para reduzir os períodos de crise e diminuir a deterioração.
19. Lombalgia
A lombalgia é uma dor nas costas na região lombar. Um fato curioso sobre o problema é que ele é extremamente comum, sendo a segunda causa de consultas médicas, perdendo apenas para os resfriados.
A principal causa do problema são os comportamentos que agridem as estruturas da coluna, como pegar muito peso, sentar-se de maneira inadequada e ficar muito tempo em uma mesma posição.
Para fazer o diagnóstico o reumatologista vai realizar um exame físico e pedir um histórico detalhado dos sintomas. Dessa forma, alguns exames que podem ser solicitados para confirmação e identificação de possíveis lesões são o raio-x, tomografia e ressonância magnética.
Em relação ao tratamento é comum a prescrição de medicamentos para aliviar a dor na coluna lombar, assim como a realização de exercícios para alongamento e fortalecimento da região. Fazer uma reeducação postural e perder peso também são fundamentais.
Entenda a diferença entre reumatologistas e ortopedistas
Sabendo que muitas doenças tratadas por reumatologistas atingem articulações, há uma dúvida: quando visitar esse especialista em vez do ortopedista?
Primeiramente, vamos entender melhor qual é a função desempenhada pelo ortopedista e, depois, comparamos as especialidades. Esse médico também trata doenças que atingem ossos, tendões, músculos e articulações. No entanto, as suas causas estão relacionadas a fatores mecânicos ou anatômicos.
Portanto, quando alguém sofre um trauma durante um acidente ou cai na prática esportiva, o atendimento é com o ortopedista. No entanto, se surgir um quadro de dor articular crônica depois de anos desse trauma, a consulta deve ser direcionada a um profissional de reumatologia.
As doenças reumatológicas constantemente não apresentam causas conhecidas, diferentemente das condições inerentes à ortopedia, que costumam ter quadros de diagnóstico mais evidentes.
Quando procurar por reumatologistas?
Os reumatologistas tratam condições que provocam todos os tipos de sintomas. De dor no joelho até febre e problemas cardíacos, quase tudo pode parecer um sinal de alguma doença reumática. Então, como saber que chegou o momento de agendar uma consulta na clínica?
A seguir, confira os sinais mais usuais que levam pacientes ao médico dessa especialidade e o que eles representam na maioria dos casos.
Sintomas articulares
A dor nas juntas está entre os motivos mais frequentes de busca pelo profissional de reumatologia. E realmente faz sentido procurá-lo por isso, considerando que várias doenças geram inflamação articular e dor, como:
- Artrite reumatoide.
- Osteoartrite.
- Gota.
- Espondiloartrite.
- LER/DORT.
- Outras.
Além da dor, outros sinais articulares que devem levar alguém a uma consulta são:
- Rigidez articular, especialmente, pela manhã.
- Inchaço.
- Vermelhidão.
- Calor no local.
Esses são sinais de inflamação ligada ao tecido conjuntivo, como acontece na artrite. É usual que, inicialmente, o paciente tente fazer automedicação de anti-inflamatórios comuns. Isso é um grande erro que atrasa o diagnóstico das doenças e somente mascara os sintomas, sem resolvê-los.
Se o assunto for doença reumatológica, é essencial entender que quanto antes ocorrer o diagnóstico, maiores serão as chances de atingir a remissão com o tratamento apropriado. Pois caso isso demore a acontecer, o quadro pode levar a danos articulares irreversíveis que necessitem de cirurgia.
Sintomas cutâneos
Os problemas e as manchas na pele também estão entre os sintomas mais recorrentes das condições reumáticas, como é o caso do lúpus cutâneo. Algumas doenças também desencadeiam perda de cabelo, irritação cutânea, coceira e secura.
Em casos de sintomas persistentes, que duram várias semanas, a intervenção de um especialista fica ainda mais necessária. Lembre-se de que os sinais na pele, algumas das vezes, são apenas parte de um quadro mais grave.
Fraqueza generalizada pode ser sinal para buscar ajuda de reumatologistas
É primordial que as pessoas estejam atentas a sintomas que possam indicar a necessidade de buscar a ajuda de reumatologistas. Pois nem sempre a doença reumatológica tem sinais clínicos muito claros. Esse é um dos motivos da demora no diagnóstico de alguns tipos de condições. A fraqueza generalizada e outros sintomas aliados, como a falta de apetite, a perda de peso e a confusão mental, por exemplo, são manifestações gerais que podem caracterizar dezenas de doenças.
Por isso, quando a consulta com o clínico geral não consegue determinar a causa do problema, é necessário que o paciente procure por atendimento especializado, incluindo um profissional de reumatologia. Por meio do estudo do estado geral de saúde e do histórico médico da pessoa, o especialista consegue identificar o quadro reumático.
Portanto, a fraqueza nunca deve ser ignorada como algo que “vai passar”, já que pode significar a existência de uma das inúmeras condições reumatológicas.
Histórico familiar de reumatismo
Quando há casos de reumatismo na família, o paciente não precisa esperar que os sintomas se manifestem para procurar ajuda. É interessante marcar consultas preventivas com um reumatologista para uma avaliação geral.
Além disso, ao diagnosticar uma doença em seu início, o tratamento se torna mais eficiente, rápido e menos incômodo.
Fraturas sem causa aparente devem ser avaliadas por reumatologistas
Consultar-se com reumatologistas é fundamental quando ocorre uma fratura que não parece se justificar pelo evento que a causou. Por exemplo, imagine que você quebrou o braço depois de uma pancada pequena, como apoiar-se no chão para evitar uma queda.
A consulta se torna ainda mais necessária quando o paciente é uma mulher branca, na menopausa, e que se expõe pouco ao sol.
Pacientes com DII e dores nas articulações
Aqueles que sofrem com doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn e diverticulite ulcerativa podem apresentar dores nas articulações e até algum tipo de inflamação nos tendões. Nesses casos, também é recomendável procurar um reumatologista.
Casos de trombose e abortos
Quando o paciente sofre de trombose de forma insistente ou a paciente já teve vários abortos, pode ser um sinal de uma doença reumatológica que precisa de tratamento imediato.
Problemas pulmonares
Outro motivo para consultar-se com reumatologistas é quando exames de raio-x ou tomografias indicam alterações pulmonares, como vidro-fosco e fibrose pulmonar.
Da mesma forma, é importante buscar ajuda quando o ecocardiograma mostra anomalias na pressão pulmonar, o que pode estar relacionado a uma doença do colágeno.
Reumatologistas podem praticar telemedicina?
Sim. Obedecendo algumas regras, os reumatologistas podem oferecer telemedicina, assim como todas as profissões regulamentadas da área de saúde.
A telessaúde consiste no atendimento médico de forma remota. Essa possibilidade foi disponibilizada durante a pandemia em caráter emergencial, mas precisava de uma regulamentação para que tivesse continuidade.
Ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a prática foi autorizada e regulamentada por uma lei que foi sancionada e publicada no Diário Oficial da União no dia 28 de dezembro de 2022.
A medida tem como objetivo aumentar a capacidade de atendimento médico e acompanhamento dos pacientes. Mas para que seja válida, é preciso obedecer há alguns princípios:
- O profissional deve ser livre para escolher entre aderir ou não à prática;
- O paciente também deve aceitar esse tipo de atendimento e ter a opção de escolher pela consulta presencial;
- A modalidade deve oferecer dignidade e valorização para o profissional;
- O atendimento precisa ser seguro e de qualidade;
- A confidencialidade dos dados é obrigatória;
- Promover o acesso dos brasileiros aos serviços e ações de saúde;
- Ter responsabilidade digital;
- Observar as atribuições legais de cada área.
Assim, os reumatologistas podem oferecer seus serviços em todo o Brasil, bastando estar inscrito no Conselho Regional de Medicina.
O Dr. Marcelo é um reumatologista que também faz atendimentos por telemedicina e, desta forma, ajuda pacientes em várias lugares do Brasil.