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Já ouviu falar de artrite psoriásica? Conheça os sintomas e tratamento

mão de mulher com artrite psoriásica - site Dr. Marcelo Corrêa

A artrite psoriásica é uma condição crônica que atinge pessoas portadoras de psoríase. Em geral, pacientes com a doença apresentam articulações inflamadas, inchadas e com vermelhidão. Ela progride ao longo do tempo, especialmente quando não tratada, podendo exigir cirurgia no futuro para reparar danos articulares. 

A doença faz parte do grupo das condições autoimunes, que inclui lúpus eritematoso sistêmico e síndrome de sjögren. Ela ocorre quando o próprio sistema imunológico começa a atacar células do corpo, causando seus principais sintomas. 

A condição pode afetar qualquer articulação, permanecendo isolada em alguns casos ou espalhando-se para diversas partes do corpo em outros. Ao contrário do que acontece com alguns tipos de reumatismos, a doença pode ocorrer em qualquer faixa etária. 

Sintomas da artrite psoriásica

Pacientes diagnosticados com a condição combinam sintomas da artrite reumatoide e psoríase, que também é uma condição autoimune que, em geral, afeta a pele. As duas condições possuem períodos de crises sintomáticas, quando o paciente apresenta sinais característicos, e remissão, quando permanece assintomático. 

Alguns dos sinais mais comuns em períodos sintomáticos incluem: 

  • Inchaço e dor nos dedos das mãos e pés;
  • Dor nos pés, especialmente na região onde os tendões e ligamentos encostam nos ossos, como o calcanhar; 
  • Deformações nas unhas; 
  • Inflamações oculares que causam dor, vermelhidão e visão turva, podendo até levar à perda de visão quando não tratada. 

No entanto, o sinal mais claro da condição são as manchas avermelhadas e esbranquiçadas em partes da pele, características da psoríase. Os locais mais afetados são: joelhos, cotovelos e costas. 

A psoríase sempre é sinal de artrite? 

Não necessariamente. Apenas 15% dos pacientes com artrite psoriásica possuem psoríase moderada a grave. No entanto, quem possui as lesões na pele precisa do acompanhamento adequado com o reumatologista, já que a doença também é autoimune e seus sintomas afetam muito mais que somente a pele. 

A artrite deve levar cerca de 7 anos para surgir depois dos primeiros sintomas de psoríase em pacientes com essa tendência. Em casos muito raros, o paciente desenvolvem a artrite antes dos sintomas cutâneos. 

Além disso, a gravidade de lesões na pele também não está relacionada ao surgimento da condição. Existem pacientes com psoríase grave que não chegam a desenvolver esse tipo de artrite. 

Fatores de risco da artrite psoriásica

O maior fator de risco é a presença de psoríase, mas, conforme mencionamos anteriormente, nem todo paciente com a condição de pele chega a desenvolver artrite. Também existem fatores genéticos envolvidos, pois cerca de 40% dos indivíduos com a doença possuem pelo menos 1 familiar próximo que também foi diagnosticado. 

Apesar de ser mais comum entre os 30 e 50 anos de idade, a condição atinge qualquer faixa etária, mesmo na infância. Ela também atinge igualmente homens e mulheres, sem grandes distinções entre gêneros.

cotovelo com lesão por artrite psoriásica

Como ocorre o diagnóstico em clínicas reumatológicas

Pacientes com psoríase precisam de acompanhamento anual para avaliar se existem chances de ter um caso de artrite. Caso apresente dor articular frequente e rigidez matinal, o reumatologista ainda precisará definir o tipo de artrite para conseguir iniciar o tratamento. 

Alguns exames ajudam no diagnóstico, incluindo: 

  • Exames laboratoriais para detectar sinais de inflamação no corpo, como certos tipos de anticorpos comuns em pacientes com artrite psoriásica; 
  • Raio-X, que determina se existem danos articulares causados pelos sintomas da artrite. Em casos com sintomas leves, os exames de imagem podem não demonstrar qualquer tipo de alteração. 

Com os resultados dos exames e avaliação física, o reumatologista consegue determinar se o paciente realmente é portador da doença. 

Tratamento da artrite psoriásica 

A opção de tratamento varia de acordo com as manifestações da artrite em cada paciente. Afinal de contas, seu principal objetivo é conseguir amenizar os sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida ao indivíduo. 

Além disso, o médico reumatologista mantém o acompanhamento ao longo de todo o tratamento para entender como o organismo responde. Dependendo dos efeitos colaterais de medicamentos, pode ser necessário alterar e escolher outros métodos. As formas mais usadas para tratar o problema estão abaixo: 

Medicamentos anti-inflamatórios

Em geral, são os primeiros medicamentos recomendados para aliviar a dor e inflamação causados pela artrite. Existem alguns tipos de remédios do tipo que podem ser usados, como os mais tradicionais (ibuprofeno e diclofenaco, por exemplo) ou os inibidores de COX-2

Como ocorre com qualquer droga, os anti-inflamatórios não-esteróides possuem efeitos colaterais. Por isso, o tratamento inicia-se com a menor dose possível que deve permanecer em uso pelo menor tempo. Alguns dos efeitos adversos incluem: 

  • Dores de estômago; 
  • Indigestão; 
  • Úlceras. 

Em alguns casos, o especialista recomenda o uso de inibidores de bomba de prótons para diminuir a quantidade de ácido produzido pelo estômago.

Corticosteróides

Seu objetivo também é diminuir a dor e inflamação e podem ser usados de maneira injetável ou em comprimidos. As injeções são usadas quando a inflamação está localizada em uma única ou em poucas articulações, ajudando a reduzir os sintomas rapidamente e garantindo um efeito protetor que dura de algumas semanas a alguns meses, dependendo da resposta do organismo. 

Os comprimidos e injeções musculares possuem efeitos mais gerais e diminuem a inflamação em todo o corpo. No entanto, médicos costumam evitar seu uso em casos de artrite psoriásica, já que possuem efeitos colaterais mais danosos e costumam causar crises quando o medicamento é interrompido. 

Drogas anti-reumáticas

Esses medicamentos foram criados para bloquear os efeitos de substâncias químicas que agem quando o sistema imunológico atinge as articulações, como ocorre na artrite. Além de reduzir a intensidade dos sintomas, eles diminuem a progressão da doença, impedindo que ocorra dano articular a longo prazo. 

As drogas anti-reumáticas são mais eficientes quando tomadas ainda no início da doença, por isso o diagnóstico precoce é importantíssimo para garantir que o paciente não sofrerá com complicações decorrentes da desta.

Pacientes precisam estar cientes de que o remédio pode demorar a demonstrar efeitos. No entanto, é importante continuar tomando para conseguir a recuperação esperada ao longo dos primeiros meses de tratamento.  

Doenças reumáticas e condições relacionadas

A artrite psoriásica aumenta as chances do paciente desenvolver outras condições e artrites inflamatórias. Isso inclui problemas que afetam o coração e aumentam o risco de sofrer de acidentes vasculares, infarto, entre outros. 

O paciente precisará passar por exames anuais para verificar sua saúde geral e cardíaca. Assim, é possível identificar rapidamente a presença de problemas e iniciar tratamentos complementares, se necessário. 

Além disso, indivíduos com artrite psoriásica devem realizar algumas alterações no seu estilo de vida, incluindo: 

  1. Manter uma rotina equilibrada de atividades físicas e descanso; 
  2. Evitar sobrepeso; 
  3. Deixar de fumar; 
  4. Evitar bebida alcoólica em excesso. 

Caso necessário, também é indicado consultar-se com um psicólogo para evitar sentimentos de depressão e ansiedade relacionados à doença.

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O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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