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Síndrome do túnel do carpo: o que é e como tratar. 

Detalhe de mão de homem com Síndrome do túnel do carpo segurando em seu pulso - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Uma simples compressão em uma pequena parte da mão pode causar a síndrome do túnel do carpo. Corresponde a uma neuropatia, doença do sistema nervoso, bastante comum e responsável por provocar dor e alterações na sensibilidade da mão. O mais importante a saber é que qualquer um pode desenvolvê-la, mas alguns públicos possuem maior risco. 

Quem está com suspeita da síndrome deve compreendê-la e procurar por um especialista, para iniciar o tratamento o mais breve possível. Em geral, o problema piora com o avançar do tempo. Além disso, as chances de a dor tornar-se crônica é alta. 

Entenda o que é essa síndrome que gera dores na mão, as suas causas, os fatores de risco e os principais tratamentos. 

O que é síndrome do túnel do carpo? 

A síndrome do túnel do carpo é uma causadora comum de dores na mão e no braço. É uma neuropatia que ocorre quando o nervo mediano sofre compressão em uma região do pulso chamada de túnel do carpo. É esse mecanismo de formação que dá nome à condição. 

Normalmente, a doença apresenta-se como um problema crônico com agravamento ao longo do tempo. Conforme o nervo continua em compressão, ele sofre danos que podem ser permanentes. Isso faz com que os pacientes que não recebem tratamento tenham perda de sensibilidade e de força na mão afetada. 

Essa síndrome pode ser desencadeada por diversos motivos, como veremos no tópico a seguir. 

Como surge essa neuropatia? 

A síndrome do túnel do carpo acontece quando qualquer fator irrita, inflama ou pressiona o nervo mediano. Essa estrutura nervosa corre desde o plexo braquial, localizado próximo à base do pescoço, até as pontas dos dedos. Esse nervo periférico é responsável por alguns movimentos e toda a sensibilidade dos dedos na parte da palma da mão, exceto o mínimo, também conhecido como mindinho. 

Há duas possibilidades para o surgimento dessa neuropatia: o túnel do carpo por onde o nervo passa fica estreito; ou inchaço dos tecidos ao redor dos tendões. Isso acarreta pressão e redução do suprimento de sangue ao nervo. 

Ademais, existe uma combinação de fatores que levam a esse estreitamento do túnel. 

Possíveis causas

A hereditariedade está presente em muitos pacientes diagnosticados com essa síndrome. Algumas pessoas possuem o túnel do carpo naturalmente mais estreito, aumentando de forma significativa a probabilidade de uma compressão. Por ser uma característica genética, quem apresenta histórico familiar dessa condição tem maiores chances de desenvolvê-la também.

Além disso, o indivíduo que trabalha com movimentos repetitivos da mão e do punho está sob o risco de adquirir a doença. Isso também é válido para as atividades esportivas e de hobby, como tênis e costura. Os movimentos, quando combinados com uma fraqueza muscular, podem causar espessamento de tendões do túnel. 

Por último, algumas alterações hormonais podem acarretar mudanças no canal do túnel do carpo. As gestantes, por exemplo, têm tendência ao aparecimento do distúrbio em virtude de inchaços no pulso. Alguns pacientes com diabetes, artrite reumatoide e problemas na tireoide também fazem parte do grupo de risco. 

Mãos de mulher com Síndrome do túnel do carpo digitando - Dr. Marcelo Corrêa, reumatologista de Belém - PA

Sintomas comuns da síndrome

O principal sinal da síndrome do túnel do carpo é a dor nas mãos. No entanto, existem outros sintomas característicos de uma neuropatia, como: 

  • Dormência, formigamento ou sensação de queimação nos dedos indicadores, anelares e polegares.
  • Sensações de choque nos mesmos dedos das mãos.
  • Perda de força na mão atingida. Em casos mais extremos, dificulta as atividades do dia a dia, como abotoar roupas e amarrar sapatos.
  • Dor e formigamento que sobem na direção do ombro.
  • Derrubar objetos com frequência devido à perda de força e à propriocepção das mãos. 

O mais usual é que os sintomas da enfermidade comecem de forma gradual. Inicialmente, o paciente sente leves dores e alterações na sensibilidade. Com o tempo, os sinais tornam-se mais graves até que fiquem realmente limitantes para tarefas cotidianas. 

Diagnóstico da síndrome do túnel do carpo

A suspeita da síndrome do túnel do carpo ocorre ainda na primeira visita ao médico especialista. É fundamental frisar que, mesmo que os sintomas sejam aparentemente leves em princípio, o quadro tende a ficar mais severo. Portanto, quanto antes ocorrer o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento, evitando possíveis complicações. 

Avaliação física

O parecer físico e o histórico de saúde do paciente ajudam bastante a identificar uma possível síndrome do túnel do carpo. Na visita, o especialista ainda deve avaliar o pulso e realizar alguns testes, com o intuito de averiguar em que momento surge dor e alteração da sensibilidade. 

O exame físico consiste em tocar as pontas dos dedos e a palma da mão, para detectar a manifestação de formigamento, choques e outras variações de sensibilidade. 

Em casos mais graves ou avançados, o paciente pode apresentar os músculos das mãos atrofiados. Dependendo dos sintomas relatados, o diagnóstico pode ser facilmente concluído usando apenas os testes no consultório. 

Exames de imagem

De forma isolada, os exames de imagem, dificilmente, conseguem confirmar a síndrome. Somente quando associados aos sinais clínicos, é possível determinar se o paciente realmente possui o problema e como prosseguir com a conduta terapêutica. 

Os exames também podem ser essenciais para constatar o grau de comprometimento das estruturas nervosas do túnel do carpo. Desse modo, o médico consegue definir o melhor caminho para o tratamento. 

Alguns dos procedimentos que podem fazer parte do diagnóstico incluem: 

  • Ultrassom do túnel do carpo.
  • Estudo de condução nervosa.
  • Raio-X.
  • Eletromiograma, correspondente ao exame de monitoramento da atividade elétrica das membranas excitáveis das células musculares esqueléticas.

Dependendo do grau de comprometimento do nervo mediano ou de estruturas próximas, o tratamento fica mais complexo. Os exames também servem como guia na hora de determinar quando uma cirurgia é necessária para eliminar os sintomas. 

Principais tratamentos para a síndrome do túnel do carpo

O tratamento inicial da síndrome do túnel do carpo é conservador, mas existe a possibilidade de recorrer a uma intervenção cirúrgica. Nas primeiras etapas, um dos fatores mais importantes é controlar a dor e as alterações de sensibilidade na mão. Para isso, é possível adotar:

  • Uso de tala ou luva, para imobilizar o membro durante o sono e evitar maior compressão.
  • Anti-inflamatórios não esteroides, que combatem a dor e a inflamação local.
  • Mudança de atividades de esporte e lazer, para evitar movimentos que pioram os sintomas.
  • Adaptações no espaço do trabalho, com a finalidade de reduzir o tempo do punho em flexão.
  • Infiltração de corticoides, visando amenizar a dor aguda em momentos de crise. Em casos de estágio inicial, as injeções, algumas das vezes, possuem efeito em longo prazo. 

A fisioterapia é outra conduta complementar que auxilia durante o tratamento conservador. As suas técnicas contribuem para melhorar a mobilidade da mão e evitar maior perda de força muscular ou atrofia. 

Quando o paciente não obtém melhora por meio dos métodos conservadores ou a doença continua a progredir, pode ser necessária a cirurgia. O procedimento baseia-se em ampliar o diâmetro do túnel do carpo, para viabilizar a passagem do nervo. 

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O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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