A linguagem popular usa o termo reumatismo como uma única doença. Muitas pessoas pensam que dizer que se tem essa doença é um diagnóstico único, mas a realidade é que ele designa um conjunto de mais de 100 doenças.
Ele pode indicar uma inflamação localizada em uma articulação, como ombro ou joelho, ou inflamações generalizadas que afetam várias partes do corpo. Todas as condições são chamadas de doenças reumáticas e devem ser diagnosticadas e tratadas por um reumatologista.
O mais comum é que pacientes estejam se referindo à artrite reumatoide quando usam o termo reumatismo. Mas, como falamos anteriormente, a palavra pode significar diversas condições. No artigo abaixo especificamos algumas das mais comuns e seus principais tratamentos.
O que é reumatismo?
Reumatismo é um conjunto de doenças que afetam tendões, ossos, articulações, ligamentos ou músculos. Além disso, é possível que esse tipo de enfermidade se manifeste no sangue, rins e até no coração.
Uma característica importante dessas doenças é que elas desencadeiam um processo inflamatório, que pode causar dor, inchaço, limitação de movimentos e, em casos mais graves, deformidade.
Muitos tipos de doenças reumáticas têm origem autoimune, em que o próprio sistema imunológico produz anticorpos que atacam as células do corpo. Por outro lado, é importante destacar que existem diversos tratamentos e as pessoas com reumatismo podem ter uma boa qualidade de vida.
Esse tipo de problema é comumente associado a pessoas mais velhas. É verdade que as chances aumentam em idosos, entretanto, adolescentes e até crianças têm chances de desenvolver enfermidades reumatológicas.
Principais causas do reumatismo
Por ser um grupo de doenças variadas, não existe uma única causa para o que chamamos de reumatismo. Alguns dos problemas surgem por causa do histórico genético dos pacientes. Uma combinação de genes herdados dos pais e fatores ambientais pode levar ao surgimento das condições, como ocorre com lupus eritematoso e artrose.
Por isso, quem possui histórico familiar desses tipos de doenças precisa de acompanhamento de um especialista. Como muitas das condições são crônicas, pacientes conseguem muito mais qualidade de vida e evitam complicações mais graves.
Em outros casos, movimentos repetitivos realizados no trabalho ou no esporte e até mesmo o estilo de vida são causadores em potencial. Até mesmo uma lesão antiga que a pessoa pensa já estar curada pode transformar-se em um foco de inflamação por causa de uma condição reumática.
Sintomas comuns do reumatismo
Uma das principais características de reumatismo é a dor. Ela surge por diversas causas, considerando quão variado é esse grupo de doenças. Em algumas pessoas, por exemplo, o desconforto surge como resultado da tendinite, uma inflamação do tendão da articulação. Em outros, ocorre uma bursite, por uma bursa (pequena bolsa de líquido que fica na articulação) inflamada.
Pacientes frequentemente reclamam de:
- Perda de mobilidade na articulação afetada;
- Rigidez no local, especialmente durante a manhã, logo após acordar;
- Inchaço em certas partes do corpo;
- Vermelhidão e calor em articulações inflamadas;
- Fadiga generalizada.
Algumas pessoas chegam, inclusive, a apresentar sintomas mais gerais de inflamação: como febre e calafrios.
Reumatismo causa dor nas costas?
Em alguns casos, causa sim dor nas costas. Existem doenças, como espondilite anquilosante, que afetam diretamente a coluna. É uma doença autoimune, ou seja, ocorre quando o próprio sistema imunológico ataca as células do indivíduo, causando inflamação e dor.
Outras doenças, como artrite reumatoide, também podem atingir a coluna, porém é menos comum. Quem apresenta dor na coluna recorrente, mesmo que seja em níveis considerados moderados, deve procurar um reumatologista.
Algumas doenças da categoria se desenvolvem ao longo de meses ou até anos. Inicialmente são assintomáticas ou causam dores leves que o paciente ignora. No entanto, a visita médica ainda nos estágios iniciais ajuda a iniciar o tratamento precocemente e garantir maior qualidade de vida e menor comprometimento das estruturas ósseas.
Principais doenças consideradas como reumatismo
São mais de 100 doenças consideradas como reumatismo. O número é impressionante, assim como a quantidade de diagnósticos de tais condições todo o ano. Mas algumas delas são muito mais comuns. Separamos as que são mais conhecidas e um pouco sobre seus principais sintomas.
Artrite reumatóide
A artrite reumatóide é uma doença autoimune que surge quando as células do sistema de defesa do organismo atacam os revestimentos articulares. Seu desenvolvimento é rápido e em pouco tempo o paciente já apresenta os principais sintomas, como:
- Dor aguda;
- Inchaço e vermelhidão;
- Febre;
- Perda de mobilidade articular.
Conforme a doença progride, a inflamação destrói cartilagens e tecidos moles que desempenham papel protetor na articulação. Assim, os ossos começam a sofrer maior atrito e podem desenvolver deformações.
Por ser um processo de desenvolvimento rápido, o ideal é que pacientes sejam diagnosticados pelo reumatologista ainda nos primeiros estágios. Caso o tratamento demore a iniciar, as chances de desenvolver uma deformação óssea permanente aumentam muito.
Osteoartrite
Talvez você já tenha ouvido falar da osteoartrite como artrose, que é seu nome popular. Ela é bastante confundida com a artrite reumatoide, porém seu mecanismo de formação é diferente. A doença surge ao longo de meses ou até anos de degeneração dos tecidos moles da cartilagem.
É comum que indivíduos em estágios iniciais da osteoartrite sequer apresentem sintomas! Conforme a doença evolui, os sinais são bastante parecidos com a doença que apresentamos anteriormente: dor aguda na articulação afetada, vermelhidão, inchaço e sensibilidade.
Ela costuma ser localizada, atingindo somente uma articulação do corpo. Os locais que mais sofrem com a doença são aqueles que suportam maior peso do corpo, como joelhos, quadris e coluna lombar.
Lúpus eritematoso
Para sermos mais específicos, estamos falando aqui do lúpus eritematoso sistêmico. A doença também é autoimune, porém possui ação mais diversificada no organismo. Pacientes com lúpus produzem anticorpos em excesso que provocam inflamações em diversos órgãos, como: rins, pele, pulmões e também articulações.
Os sintomas são extremamente variados e seu desenvolvimento pode ser leve ou moderado em muitos casos, mas alguns são graves e até fatais. As principais manifestações da doença incluem:
- Febre;
- Queda de cabelo;
- Feridas na boca;
- Dor de cabeça;
- Dor ao respirar;
- Manchas avermelhadas pelo corpo;
- Inchaço e vermelhidão nas articulações ou ao redor das unhas;
- Convulsões.
Ainda não se sabe a exata causa do lúpus, mas existem suspeitas quanto ao seu fator genético. Quem possui histórico familiar de lúpus deve manter o acompanhamento com um reumatologista, especialmente ao perceber sintomas que possam estar relacionados à doença.
Gota
A gota ocorre em pacientes que possuem excesso de ácido úrico no sangue. Suas causas podem estar relacionadas ao aumento da produção da substância ou deficiências em sua eliminação, algo que o reumatologista deve descobrir durante a etapa de diagnóstico.
Pacientes chegam a ter gota por causa de outras doenças que prejudicam a eliminação de ácido úrico, como diabetes ou hipertensão. O aumento do consumo de certos medicamentos ou de alimentos ricos em proteína, como carnes vermelhas, miúdos e frutos do mar.
A gota atinge principalmente os pés, causando:
- Dor intensa que piora com movimento;
- Vermelhidão e aumento da temperatura local;
- Depósitos de ácido úrico sob a pele.
Em casos mais graves, os sintomas também incluem a formação de cálculos renais pelo acúmulo da substância.
Fibromialgia
A síndrome da fibromialgia é uma doença que causa dor generalizada no corpo. O paciente sente dores inespecíficas, ou seja, sem causa aparente, que vem acompanhadas de sintomas secundários, como:
- Cansaço;
- Distúrbios do sono;
- Alterações intestinais;
- Alterações de memória e atenção;
- Depressão;
- Ansiedade.
O problema é bastante comum, chegando a afetar de 10% a 15% dos pacientes que procuram uma clínica reumatológica. No entanto, é de difícil diagnóstico. Inicialmente, o médico deve realizar uma série de exames para descartar outras causas para a dor. Caso não encontre motivos musculoesqueléticos ou inflamação, o paciente recebe seu diagnóstico.
É importante saber que a doença é crônica e precisa de tratamento contínuo. Além dos medicamentos, o paciente também deve receber cuidados de uma equipe multidisciplinar, incluindo: educador físico; psicólogo; nutricionista e, ocasionalmente, fisioterapeuta. O objetivo é conseguir incluir atividades físicas e manter uma dieta que auxilie a pessoa a minimizar os sintomas e conquistar mais independência e qualidade de vida.
Artrite psoriásica
Alguns pacientes com psoríase desenvolvem artrite psoriásica. Nesses casos, a pessoa tem todos os sintomas da psoríase (lesões avermelhadas na pele, especialmente nos joelhos, cotovelos e no couro cabeludo), além de sofrer com inflamação articular.
A inflamação começa quando o sistema autoimune, parte da causa da psoríase comum, começa a atacar também as articulações. Em geral, o paciente apresenta os sintomas de pele meses ou até anos antes de perceber a artrite, mas o contrário pode ocorrer em casos mais raros.
Formas graves da doença causam inflamação em várias articulações simultaneamente. Por isso, é importante iniciar o tratamento com o reumatologista ao perceber os primeiros sintomas. É a melhor forma de conter o desenvolvimento do problema e evitar que atinja mais que uma ou duas articulações.
Esclerose sistêmica
A esclerose sistêmica é uma doença rara que afeta diversos tecidos, entre eles:
- Vasos sanguíneos;
- Coração;
- Pele;
- Pulmões;
- Rins;
- Trato gastrointestinal.
A condição, também considerada um reumatismo, envolve uma combinação de vasculopatia, problemas autoimunes e fibrose que causam danos nos tecidos afetados. Existem três subtipos da esclerose sistêmica de acordo com o que foi danificado:
- Cutânea limitada: causa fibrose da pele nos dedos, rosto, face, pescoço, cotovelos e joelhos. É a doença de mais simples tratamento, já que poucos pacientes chegam a desenvolver sintomas mais graves;
- Cutânea difusa:ocorre quando existe maior área de pele com fibrose (geralmente do tronco) em combinação com outros sintomas, como doença intersticial pulmonar, insuficiência renal, doença gastrointestinal;
- Sine escleroderma: é o subtipo mais raro. Pacientes com a condição não apresentam sintomas cutâneos, somente viscerais.
Síndrome de Sjogren
A Síndrome de Sjogren é uma condição autoimune que causa secura ocular e na boca. Isso ocorre pela presença de certos anticorpos nesses tecidos e inflamação de glândulas lacrimais e salivares. Por isso, eles perdem suas funções normais e causam o principal sintoma da doença.
O paciente que apresenta boca e olhos secos precisa passar por uma avaliação cuidadosa. Afinal de contas, os sintomas não são exclusivos da síndrome. Existem medicamentos, como os usados para controle de hipertensão, que causam um conjunto de sintomas bastante parecidos. Eliminada a possibilidade da causa medicamentosa, é possível seguir com o diagnóstico da doença autoimune.
É importante procurar tratamento rapidamente para evitar que os sintomas causem inflamação na córnea. Pacientes com a síndrome de Sjogren também apresentam risco aumentado para cáries, gengivites e outros problemas bucais.
Febre reumática
A febre reumática é uma das poucas doenças reumatológicas com manifestação mais comum em crianças. Ela ocorre quando os pequenos são infectados por uma bactéria do grupo estreptococo beta-hemolítico que afeta:
- Articulações;
- Coração;
- Sistema nervoso;
- Pele.
Nem todos os infectados pela bactéria chegam a desenvolver a doença. Mas quem começa a apresentar sintomas precisa de atendimento imediato para evitar que o problema cause danos permanentes.
O tratamento ocorre com a aplicação de antibióticos imediatamente para eliminar o estreptococo. Depois, começa-se o trabalho de prevenção com aplicação de penicilina a cada 21 dias pelos próximos anos. Também será necessário tratar os sintomas secundários, como cardite e artrite.
LER/DORT
A sigla LER/DORT é usada como um termo guarda-chuva para diversas doenças reumatológicas que afetam quem realiza movimentos repetitivos. O termo DORT, distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, tem sido o mais aceito entre a comunidade médica.
Os distúrbios mais comuns incluídos na sigla são:
- Tendinite: inflamação dos tendões que causa dor e limitação do movimento. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas afeta principalmente mãos, cotovelos, ombros, joelhos e quadris;
- Lombalgia: dor na coluna sem motivo específico. Geralmente é causada por sobrecarga em articulações lombares em profissões que envolvem levantamento de peso ou posturas inadequadas.
- Mialgia: dores musculares que ocorrem em diversos locais do corpo.
Lombalgia: um dos mais comuns tipos de reumatismo
Uma das principais características do tipo de reumatismo chamado de lombalgia é a dor nas costas, especificamente na região lombar inferior.
Além disso, há uma variação chamada de lombociatalgia, em que a dor alcança uma ou ambas as nádegas e até as pernas.
Um fato curioso sobre a doença é que ela é o segundo maior motivo para as pessoas procurarem atendimento médico, perdendo apenas para o resfriado comum.
O problema é classificado como agudo, subagudo ou crônico, a depender da duração dos sintomas. Geralmente, os pacientes se recuperam do quadro após algumas semanas, mas há casos em que a dor pode persistir.
A melhor saída é buscar por um reumatologista que possa diagnosticar a lombalgia por meio de um exame clínico. Em algumas situações específicas, por exemplo, se o paciente apresenta perda de peso ou febre, o exame de imagem deve ser solicitado.
Os tratamentos geralmente incluem repouso, medicações para aliviar a dor, exercícios para fortalecer a região, correção postural e, em casos extremos, cirurgia.
Arterite de Takayasu
A arterite de Takayasu é um tipo de vasculite, ou seja, uma inflamação nos vasos sanguíneos. Ela é uma doença crônica e atinge a aorta, fazendo com que esta artéria tenha sua capacidade prejudicada, podendo ocasionar a sua obstrução completa.
A doença é mais comum em mulheres e a maior parte dos casos se desenvolve entre os 10 e os 40 anos. Quanto aos sintomas, eles são genéricos no início do quadro e podem ser interpretados como sinais de outras enfermidades:
- Fadiga;
- Perda de peso;
- Febre.
Apenas na fase aguda a doença apresenta sinais mais característicos, como dor nas extremidades. Além disso, o desenvolvimento lento e gradual da enfermidade dificulta o seu diagnóstico precoce, que geralmente é feito com a combinação de exames físicos, laboratoriais e de imagem.
A principal forma de tratamento é o uso de medicamentos corticosteroides, que também podem ser combinados com outras substâncias, de acordo com a avaliação médica.
Em alguns casos, são necessárias cirurgias para restabelecer o funcionamento adequado da artéria.
Artrite idiopática juvenil: um tipo de reumatismo com causas pouco conhecidas
A artrite idiopática juvenil é um tipo de reumatismo que causa inflamações nas articulações, pele, olhos e até no coração. Suas causas ainda são pouco conhecidas, mas acredita-se que tenha relação com fatores genéticos, infecciosos e imunológicos.
Os sintomas mais conhecidos da doença são:
- Dor nas articulações;
- Aumento de volume na área afetada;
- Aumento de temperatura no local atingido;
- Rigidez muscular.
Como o nome sugere, essa doença atinge crianças e adolescentes, geralmente se manifestando antes dos 17 anos.
Para fazer o diagnóstico, o reumatologista deve descartar outras doenças com sintomas parecidos. Geralmente, o exame clínico já é o suficiente, já que o especialista vai observar a presença de alguma artrite por um período superior a 6 semanas.
O tratamento deve ser definido de forma individual para cada paciente, mas é comum que o reumatologista receite medicamentos para diminuir a inflação. Além disso, a fisioterapia é indicada para evitar deformidades e fortalecer a região.
Em alguns casos também é recomendado que o paciente faça acompanhamento psicológico.
Doença de Behçet: exemplo de reumatismo que afeta vários órgãos
A doença de Behçet é um tipo grave de reumatismo, em que diversos órgãos são afetados. O sinal mais recorrente e que pode surgir antes de qualquer outro sintoma da doença são as aftas dolorosas em qualquer parte da boca.
Mas a enfermidade também causa:
- Inflamação no olho;
- Úlceras na região genital;
- Lesões na pele;
- Dor nas articulações;
- Problemas intestinais;
- Problemas neurológicos;
- Trombose;
- Aneurismas em diversas artérias.
Para fazer o diagnóstico, o especialista analisa os sintomas descritos pelo paciente, já que não há exames laboratoriais que identifiquem a doença de Behçet.
Após a confirmação do caso, os tratamentos devem ser indicados pelo reumatologista de acordo com as queixas do paciente, assim é possível definir quais são as medicações indicadas.
Os sintomas da doença podem desaparecer e reaparecer após algum tempo, por isso é fundamental o acompanhamento constante.
Mas a enfermidade é mais comum na região que se estende da Ásia ao Mediterrâneo e afeta principalmente chineses, japoneses, coreanos, árabes, israelenses, gregos e turcos.
De forma geral, homens e mulheres são atingidos na mesma proporção, comumente entre os 20 e os 40 anos de idade. Mas os casos mais graves costumam se manifestar em homens jovens asiáticos.
Esclerodermia
A esclerodermia é uma enfermidade de origem desconhecida e que afeta o corpo de diversas formas. A manifestação clássica causa endurecimento da pele e de órgãos internos. Além disso, há o comprometimento de vasos sanguíneos e a formação de anticorpos, que atacam regiões do próprio corpo.
Não há uma causa definida para o problema, que pode se manifestar de duas formas:
- Localizada: fica restrita a uma região da pele;
- Sistêmica: ataca a pele e órgãos internos. Essa variação possui um sintoma que ocorre em 90% dos casos e ajuda no diagnóstico, trata-se do fenômeno de Raynaud, em que as extremidades do corpo se tornam azuladas se expostas ao frio, ou vermelhas quando entram em contato com o calor.
Ainda não há uma cura conhecida para a doença, mas os tratamentos disponíveis ajudam a aliviar os sintomas e prevenir complicações. As abordagens principais incluem o uso de medicamentos e fisioterapia para que a movimentação das articulações seja preservada.
Para evitar o fenômeno de Raynaud recomenda-se usar luvas e não lavar as mãos em água fria.
Em algumas situações, o transplante de medula óssea pode trazer diversos benefícios para o paciente.
Osteoporose: um tipo de reumatismo com consequências graves
A osteoporose é um dos tipos mais comuns de reumatismo. A doença que atinge os ossos pode se desenvolver em qualquer osso do corpo, deixando-o poroso e frágil, suscetível a fraturas em impactos mínimos.
Essa enfermidade é silenciosa e desenvolve-se lentamente, muitas vezes sem apresentar sintomas claros, o que faz com que o paciente só perceba o problema quando ele já está em estágio avançado e ocorre alguma fratura.
A osteoporose surge quando o organismo não consegue mais fixar o cálcio nos ossos com tanta eficiência. Sabendo disso, é importante ficar atento aos fatores de risco mais comuns:
- Menopausa;
- Envelhecimento;
- Fatores hereditários;
- Falta de cálcio na alimentação;
- Fumar e consumir bebida alcoólica em excesso;
- Tratamentos de longa duração com medicamentos com corticoides;
- Falta de exercícios físicos.
Para fazer o diagnóstico, o médico realiza um exame físico e também pode solicitar exames laboratoriais, além de uma densitometria óssea para avaliar a massa óssea do paciente.
Infelizmente não há uma cura conhecida. Mas existem formas de aliviar os sintomas e prevenir complicações, o que pode ser feito por meio de medicamentos, suplementos, reposição hormonal e exercícios físicos, segundo indicação médica.
Por fim, é importante ressaltar que podemos tomar atitudes a fim de evitar a osteoporose desde a infância, como consumir as doses adequadas de cálcio, expor-se ao sol com regularidade para produzir vitamina D e fazer atividades físicas.
Polimialgia reumática e arterite de células gigantes
A polimialgia reumática é um tipo de reumatismo que causa inflamação no pescoço, ombro e quadril, provocando muita dor e rigidez nessas regiões, chegando até a incapacitar a locomoção do paciente.
Além disso, há outros sintomas que costumam se apresentar:
- Fadiga;
- Perda de peso;
- Quadros de febre;
- Depressão.
Os estudiosos ainda não conseguiram definir uma causa exata para a doença, mas há fortes indícios de que esteja relacionada ao envelhecimento, já que ela é mais comum após os 50 anos e a média de idade dos pacientes é de 70 anos.
Na tentativa de diagnosticar o problema, o reumatologista vai colher dados do paciente e realizar um exame físico. Exames laboratoriais também são usados para desconsiderar outras doenças e localizar indícios que apontam para os quadros de inflamação.
O tratamento é feito com medicamentos, principalmente com prednisona, e pode durar anos. Além disso, é preciso controlar bem a dose, que deve ser alterada ao longo do tempo, sempre seguindo as recomendações de um especialista.
A polimialgia reumática pode estar associada a quadros de arterite de células gigantes, uma doença inflamatória das artérias, principalmente na região das têmporas. Isso causa um estreitamento e até o bloqueio do vaso atingido. Os sintomas mais comuns do problema são:
- Fortes dores de cabeça;
- Dor ao mastigar ou falar;
- Cegueira, quando artérias oculares são atingidas;
- Também pode ocorrer acidente vascular cerebral.
A arterite de células gigantes pode ser confirmada por uma biópsia da artéria temporal. Além disso, diferenças no pulso da artéria temporal e exames de ecografia da região ajudam na confirmação.
Caso fique comprovado a presença das duas doenças, a dose da medicação deve ser reajustada para que o tratamento siga da forma correta.
Vasculites: uma forma comum de reumatismo
As vasculites são um tipo de reumatismo caracterizado por inflamações dos vasos sanguíneos, causadas pela presença de anticorpos nas paredes dos vasos, o que resulta em estreitamentos, hemorragias e formação de aneurismas.
Com esse sistema prejudicado, todas as regiões do corpo são atingidas e vários órgãos podem sofrer danos.
Febre e cansaço são sintomas comuns, mas alguns sinais decorrentes dos órgãos atingidos também podem aparecer.
As vasculites são imprevisíveis e incuráveis, mas os tratamentos disponíveis ajudam a aliviar os sintomas e fazer com que desapareçam por um período. Para manter a doença sob controle e evitar efeitos mais graves, é preciso fazer visitas constantes ao seu médico, assim ele pode avaliar a evolução do quadro e os efeitos indesejados causados pelas medicações.
Síndrome antifosfolípide também é reumatismo
A síndrome antifosfolípide é um tipo de reumatismo autoimune que interfere na coagulação do sangue, causando problemas, como a trombose, tanto em artérias quanto em veias.
Outros agravantes comuns são os abortos repetitivos, nascimento prematuro e pressão alta nos recém-nascidos.
A trombose pode ocorrer em qualquer vaso do organismo. Quando atinge as veias o mais comum é que se manifeste nas pernas, causando dor, vermelhidão e inchaço. Mas no caso do sistema arterial, a principal manifestação é o acidente vascular cerebral (AVC).
O problema surge porque o próprio organismo produz os anticorpos antifosfolípides que atacam suas próprias proteínas.
Para a confirmação do diagnóstico é preciso que haja a combinação de dois fatores: presença dos anticorpos que citamos, que podem ser detectados em exames laboratoriais, e manifestações físicas, como trombose ou complicações na gravidez.
Essa síndrome é classificada em 3 tipos:
- Primária: quando não há manifestação de outras doenças autoimunes;
- Secundárias: ocorre ao mesmo tempo que outras doenças autoimunes, como o lúpus;
- Catastrófica: é um tipo raro da doença, em que vários vasos podem desenvolver trombose ao mesmo tempo e há o risco de vários órgãos serem comprometidos.
O principal tratamento visa evitar novos casos de trombose. Para isso são usados inibidores da ativação plaquetária e/ou com anticoagulantes para controle do INR, que pode ser medido por exames laboratoriais.
Reumatismo relacionado ao vírus da imunodeficiência humana (AIDS)
Embora essa relação não esteja totalmente esclarecida, há estudos que indicam a manifestação ou a piora do reumatismo em pacientes diagnosticados com Aids.
Os problemas mais comuns são:
- Artralgias;
- Artrite;
- Síndrome de Reiter;
- Artrite psoriática.
Algumas das manifestações tendem a melhorar quando são usados medicamentos para controle viral.
Espondilite anquilosante
A espondilite anquilosante é um tipo de reumatismo que faz parte de um grupo chamado de espondiloartrites. Ela causa inflamações na coluna vertebral ou nas articulações da região das nádegas.
O principal sintoma da doença é uma dor nas costas insistente, que pode se espalhar para outras regiões, como nádegas, parte de trás das coxas e até as solas dos pés.
Em sua forma mais grave, a enfermidade atinge diversas articulações e órgãos, como rins, coração e pulmões.
É comum que os pacientes se sintam cansados e sem fome, o que leva à perda de peso. Além disso, os sintomas costumam se agravar quando a pessoa fica em repouso e há uma melhora significativa com a prática de atividades físicas.
As manifestações são mais comuns no sexo masculino, dos 17 aos 35 anos e há maiores chances de que os filhos de pais com espondilite anquilosante apresentem a doença no futuro.
O tratamento ocorre com a prescrição de medicamentos, geralmente anti-inflamatórios. Mas as recomendações podem variar de acordo com cada caso. Além disso, a fisioterapia é importante para fortalecer a região atingida e não haver limitação de movimentos.
Reumatismo de partes moles
O reumatismo de partes moles ocorre quando há algum tipo de inflamação nas estruturas que envolvem as articulações.
Na maioria dos casos o problema não se apresenta de forma tão grave e desaparece totalmente após o tratamento adequado, mas há chances de que se torne crônico.
Dentre as causas a serem consideradas podemos citar uma lesão local, como bater uma articulação no chão ao cair. Mas também há situações em que o desenvolvimento é mais lento, por exemplo, quando a problemas posturais ou ocupacionais, como ficar sentado durante o dia de uma forma que sua coluna não fique ereta.
Bursites
As bursites são as inflamações das bursas e podem atingir várias regiões do corpo. Por sua vez, as bursas são estruturas que contêm um tipo de líquido lubrificante, que envolve as articulações e faz com que funcionem perfeitamente.
A doença se apresenta em 2 tipos mais comuns:
- Trocantérica: atinge grandes articulações, como os quadris;
- Subacromial: a inflamação ocorre debaixo dos ombros.
Além disso, esse tipo de reumatismo pode se apresentar de forma crônica, em que os sintomas perduram por muitos anos ou até por toda a vida.
Já em sua forma aguda, os incômodos afligem o paciente por um certo período, mas com o tratamento podem diminuir de intensidade ou até desaparecer completamente.
As causas da bursite podem estar relacionadas a muitos fatores, os mais comuns são lesão por esforço repetitivo (LER), artrose e gota.
Os pacientes que sofrem da doença costumam se queixar dos seguintes sintomas:
- Inchaço na região afetada;
- Dor na articulação;
- Rigidez;
- Problemas para movimentar a região afetada;
- Dor forte ao fazer algum movimento;
- Vermelhidão no local;
- Sensação de que a região afetada está quente;
- Febre.
A forma aguda da doença pode ser tratada e curada, mas a crônica, embora haja medicamentos para aliviar os sintomas, não desaparece completamente.
O tratamento inclui principalmente o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, que visam melhorar os incômodos. O médico também pode receitar o uso de bolsas de gelo e também sessões de fisioterapia para reduzir a pressão em determinada articulação.
Em situações mais graves, em que a articulação está muito prejudicada, o especialista pode recomendar uma intervenção cirúrgica.
Tendinites: um tipo de reumatismo de partes moles que causa muita dor
A tendinite é um tipo de reumatismo caracterizado por uma inflamação em um tendão. Essas estruturas são importantíssimas, já que tem a função de fazer com que os músculos se prendam aos ossos para que sejamos capazes de fazer diversos movimentos.
A principal causa desse tipo de problema são as lesões por esforço repetitivo (LER), que ocorrem quando uma pessoa usa determinada parte do corpo de forma repetitiva, em uma posição desfavorável e sem recorrer a pausas e alongamentos.
Podemos citar, por exemplo, alguém que trabalha em um escritório e fica o dia inteiro digitando textos em um computador. Isso pode fazer com que a tendinite se desenvolva nos dedos ou no pulso.
Devido a essa relação com o trabalho, a doença é muitas vezes considerada ocupacional e pode fazer com que a pessoa tenha que se afastar de suas ocupações até que os sintomas melhorem.
Buscar ajuda é muito importante, pois a falta de tratamento pode fazer com que a enfermidade evolua para um estágio crônico, em que os sintomas se desenvolvem na mesma região de forma repetida.
Além disso, a musculatura do local pode se atrofiar aos poucos e fazer com que haja uma limitação de movimentos e problemas para carregar peso.
Quais as principais queixas dos pacientes?
Os pacientes geralmente se queixam dos seguintes problemas:
- Dor aguda, principalmente ao passar um dia inteiro em uma atividade repetitiva;
- A dor aumenta de intensidade ao movimentar a região;
- Problemas para movimentar o local, até mesmo em atividades que precisam de movimentos mais sutis e precisos;
- Espasmos musculares;
- Dificuldades para carregar peso ou fazer força com a região atingida;
- Inchaço na região;
- Vermelhidão;
- Sensação de que o local está quente.
A tendinite ocorre em qualquer tendão do corpo, mas o uso contínuo de computadores e celulares na sociedade moderna faz com que ela seja mais comum nos pulsos. Em seguida, temos os ombros, que geralmente desenvolvem o problema devido à tendinite nos pulsos, pois a limitação dos movimentos é compensada com um uso maior dos ombros. Mas os pés e os joelhos também podem ser atingidos.
O tratamento visa aliviar os sintomas por meio de analgésicos e anti-inflamatórios. Também é comum que a parte afetada precise ficar em repouso e que a pessoa faça o uso de bolsas de gelo.
Os médicos também recomendam fisioterapia para fortalecer a região e alterações nos hábitos diários, como a inserção de alongamentos, pausas durante as atividades e correção da postura.
Entesites também são consideradas um tipo de reumatismo
Entesite é a inflamação da êntese, a região em que os tendões ou ligamentos se prendem aos ossos. Esse tipo de reumatismo se desenvolve frequentemente em quem já sofre de outras doenças reumatológicas, como artrite psoriática, espondilite anquilosante e artrite idiopática juvenil.
As entesites atingem várias partes do corpo, como calcanhar, joelho, quadril, cotovelo e outros. Sua manifestação mais comum é no tendão de Aquiles, onde recebe o nome de Tendinite de Aquiles.
O sintoma mais comum é uma dor forte na região, similar ao incômodo causado pelo excesso de exercícios. Entretanto, a dor melhora com o movimento e costuma ser mais intensa após longos períodos de repouso.
Outros sintomas são a rigidez e o inchaço da área, o que pode comprometer a mobilidade. Quando não tratada, a entesite pode causar algumas complicações:
- Processo de ossificação: um novo tecido ósseo começa a se formar na região, o que prejudica a interação natural entre músculos, ossos e tendões, resultando em dificuldades de movimento:
- Fibrose: as estruturas da área afetada se tornam mais corpulentas;
O diagnóstico da enfermidade tem um certo grau de dificuldade. O primeiro passo é um exame físico, em que o médico examina o local e faz questionamentos sobre o sintoma.
Além disso, alguns exames laboratoriais podem ser solicitados em busca de sinais de inflamação e também exames de imagem, para que o especialista visualize a região de forma mais clara. A termografia digital por infravermelho de alta resolução é um exame usado nesses casos, pois ele identifica alterações na temperatura da região.
Quanto ao tratamento, não há nada específico para a entesite, sendo necessário cuidar das outras doenças que levaram ao quadro. Isso geralmente inclui o uso de medicamentos, repouso e fisioterapia.
Síndrome miofascial também é um tipo de reumatismo de partes moles
A síndrome miofascial ou dor miofascial é um tipo de reumatismo caracterizado pela dor em um ponto específico e que irradia para outras regiões. Para que o sintoma comece é preciso que determinada área, onde se formou um tipo de nódulo, seja pressionada. Esse local é chamado de ponto de gatilho. Os locais mais comuns são o pescoço, as costas e os ombros. Mas outras regiões, como o quadril, também são atingidas com determinada frequência.
Outras características da doença são:
- Rigidez no músculo atingido;
- Contração muscular diante da palpação transversa;
- O sintoma melhora com alongamentos.
Esse tipo de reumatismo se acentua quando a pessoa pratica atividades físicas, mas quando persiste por mais de 12 semanas pode se manifestar mesmo em estado de repouso.
Os pontos de gatilho da dor miofascial surgem devido a vários fatores, como: pancadas, alterações no organismo, estresse, cansaço, problemas para dormir, alterações hormonais, deficiência nutricional, problemas musculares, cirurgias, entre outros.
Além disso, não podemos desconsiderar que muitos casos estão relacionados à atitudes do paciente no local de trabalho, como permanecer muito tempo com uma postura incorreta.
O diagnóstico acontece com um exame físico, em que o especialista examina a região dolorida. Caso julgue necessário, o médico pode solicitar outros testes.
Quais os tratamentos mais comuns para a síndrome miofascial?
Os tratamentos mais comuns incluem:
- Medicamentos: analgésicos e anti-inflamatórios, que visam aliviar a dor de forma rápida. Além de relaxantes musculares;
- Compressas: o uso de compressas quentes por cerca de 20 minutos, 2 ou 3 vezes ao dia, é outra excelente estratégia para melhorar os sintomas;
- Alongamentos: alongar a região afetada é uma das formas mais eficazes de aliviar o problema e traz resultados imediatos. O paciente pode se alongar algumas vezes ao dia, mantendo a musculatura esticada entre 30 segundos e 1 minuto. É possível fazer os movimentos sozinho, mas se houver alguém para ajudar, o alongamento se torna mais fácil;
- Liberação miofascial: esse método visa acabar com os nódulos do ponto de gatilho pressionando-os e friccionando-os durante uma massagem para que cause menos dor. Para facilitar o processo, o paciente pode usar um rolo de massagem;
- Outras abordagens: existem algumas formas alternativas para tratar esse tipo de reumatismo, como acupuntura, crioterapia, eletroterapia e laser.
Tratamentos para reumatismo
Os tratamentos variam de acordo com a doença diagnosticada, causa e gravidade dos sintomas. Em geral, inicia-se com o tratamento conservador, que usa medicamentos para diminuir a inflamação e controlar a dor. É importante lembrar que diversas das doenças são crônicas e não possuem cura.
Quando o paciente possui uma condição autoimune também é necessário utilizar medicamentos imunossupressores. Eles diminuem a atividade das células de defesa, impedindo que ataquem estruturas do próprio organismo.
Além disso, fazem parte do processo especialistas de diversas modalidades. Enquanto o reumatologista lida com os efeitos mais diretos da doença, psicólogos e psiquiatras ajudam o indivíduo a lidar com depressão e ansiedade que são comuns nesses casos. Também é importante manter o acompanhamento com um nutricionista para manter uma dieta equilibrada e livre de alimentos que possam piorar a inflamação.
Por último, muitas doenças exigem o acompanhamento da fisioterapia. Enquanto os medicamentos são essenciais em períodos de crise, o paciente consegue bons resultados com exercícios e atividades físicas em momentos de remissão, além de evitar dores intensas.
Mitos comuns sobre reumatismo
Reumatismo envolve muitas doenças comuns, mas ainda mal compreendidas pelo público em geral. Por isso, surgiram alguns mitos que são prejudiciais para pacientes com a doença e que também prejudicam seu diagnóstico precoce. Conheça alguns deles para começar a compreender ainda mais sobre os diversos tipos de reumatismos.
1. Reumatismo só afeta pessoas idosas
É um grande mito que reumatismo seja algo exclusivo dos mais velhos. Pelo contrário, todas as faixas etárias podem sofrer com a doença, inclusive bebês e crianças. Até falamos sobre um quadro bastante comum nos bastante novos neste artigo: a febre reumática. Ela atinge pacientes em idade escolar e muito raramente se desenvolve em adultos.
2. Reumatismo só ocorre quando existe histórico familiar
Reumatismo de fato tem muito a ver com o fator genético, mas ele não é o único responsável pelo surgimento das doenças. Fatores ambientais e de estilo de vida também aumentam o risco do surgimento. Pessoas com uma dieta excessivamente gordura, por exemplo, têm altas chances de ter gota, mesmo que não tenham histórico familiar.
3. Reumatismo só afeta articulações e ossos
O mito de que reumatismo é uma condição que apenas afeta as articulações é compreensível, os sintomas de dor nas articulações são alguns dos mais comuns em diversas condições, como na artrite reumatoide. No entanto, muitas doenças autoimunes ou crônicas afetam outros tecidos, como a pele, e até órgãos internos.
4. Mulheres são o único público afetado pelo reumatismo
O reumatismo realmente é mais comum nas mulheres, elas têm duas vezes mais tendência a ter artrite reumatoide que homens, por exemplo. No entanto, isso não significa que sejam o público exclusivo. Homens precisam buscar um reumatologista ao perceberem qualquer sinal de sintoma para realizar um diagnóstico rápido.
5 sinais de que está na hora de ir ao médico por causa de reumatismo
Será que você ou algum ente querido possui risco de reumatismo e deveria visitar um especialista? Alguns sinais indicam que chegou esse momento, mas não é motivo de alarme. Lembre-se que quanto antes a doença for diagnosticada, melhor será o tratamento e menores as chances de precisar de cirurgia. Veja alguns indícios:
1. Outros especialistas viram sinais de reumatismo
Lembre-se que existem mais de 100 doenças consideradas como reumatismo. Por isso, é possível que outro especialista, como um ortopedista ou até mesmo clínico geral, perceba sinais que são característicos desse tipo de doença.
O mais comum é que esses outros médicos recomendem uma visita a um reumatologista, que atenda unimed ou outros planos. Esse é o sinal mais forte de que chegou a hora da visita. Mesmo que você não tenha qualquer tipo de fator de risco ou histórico familiar, é importante agendar uma consulta para realizar o diagnóstico rapidamente.
Algumas condições, como a fibromialgia, são de difícil diagnóstico. Por isso, falamos tanto em procurar o reumatologista o mais cedo possível.
2. Apresenta sintomas como inchaço e dor articular
O primeiro instinto de quem sente dor em alguma articulação é procurar um ortopedista. Afinal de contas, ele é responsável por tratar problemas articulares, mas precisamos entender que ele só trata problemas mecânicos. Quando a articulação parece inflamada quem deve ser consultado é o reumatologista.
Procure esse especialista quando, além da dor, as articulações inflamadas, como ocorre na artrite reumatoide, apresentam:
- Inchaço;
- Sensação de calor no local;
- Sensibilidade local ao ser apalpada.
Percebeu algum desses sintomas “diferentes” que vão além de uma lesão mecânica? Chegou a hora de realizar aquele agendamento na clínica reumatológica.
3. Exames de sangue anormais em consultas ao clínico geral
Nem sempre a dor é o primeiro sinal de uma doença reumatológica! Algumas vezes, médicos de outras especialidades pedem exames de sangue de check-up e encontram resultados anormais. No entanto, vale a pena saber que o exame isolado não é confirmação de qualquer tipo de doença.
Como não é possível confirmar o diagnóstico através deles, o mais comum é recomendar um reumatologista. Só o especialista consegue definir os próximos exames que devem ser realizados para confirmar o diagnóstico.
4. O diagnóstico de dores é inconclusivo
Muitas doenças tratadas pelo reumatologista são de difícil diagnóstico e é comum que um paciente procure o especialista somente depois de muitos médicos, exames e procedimentos. Quando a doença parece um quebra-cabeça de sintomas variados, as chances de ser um problema reumatológico são altas.
É claro que alguns fatores de risco também importam. Quem possui outras doenças reumatológicas e auto-imunes ou histórico familiar do problemas têm maiores chances de desenvolver outros problemas relacionados. Portanto, esse é um forte sinal de que o reumatologista talvez precise estar envolvido no tratamento.
Reumatologista vs. ortopedista
O ortopedista, não o reumatologista, costuma ser o especialista mais procurado em qualquer caso de dor articular. No entanto, nem sempre isso é o mais adequado, já que esse especialista trabalha com alterações mecânicas nas articulações. É o ortopedista que atende um paciente com fratura, por exemplo.
Quando o problema torna-se uma inflamação, contudo, as coisas mudam. Essa é a área do reumatologista e ela é bem mais ampla que somente cuidar de articulações, podendo incluir:
- Tendões;
- Ligamentos;
- Ossos;
- Órgãos internos.
Em alguns casos, a doença reumatológica sequer causa inflamação, como é o caso da fibromialgia, ou é muito mais extensa que somente uma parte do corpo, como o lúpus eritematoso sistêmico.
O que esperar da primeira consulta para verificar o reumatismo
Muitos pacientes com suspeita de reumatismo ficam ansiosos antes da primeira consulta. Nesse momento, o médico estará muito interessado em como a pessoa se sente, de qual forma os sintomas se manifestam e nos detalhes dos sinais da doença.
Por isso, nesse momento o especialista da área da reumatologista deve perguntar sobre:
- Histórico médico e familiar: é interessante questionar pais e familiares quanto à doenças do tipo na família antes de ir ao consultório;
- Estabelecer diagnósticos anteriores de outros especialistas;
- Ver exames de imagem e sangue (se já existirem);
- Realizar avaliação física.
Não é possível confirmar um diagnóstico na primeira consulta, algo que só acontecerá nos próximos passos que descreveremos abaixo.
Diagnóstico de reumatismo
Alguns tipos de reumatismo são de difícil diagnóstico, especialmente nos estágios iniciais. Seus sintomas podem ser similares aos de outras doenças ou até difíceis de identificar, já que alguns pacientes entram em remissão antes de apresentar novas crises.
Dessa forma, o médico precisa pedir diversos exames para conseguir uma resposta adequada ao quadro do indivíduo:
1. Exames de sangue
Muitas doenças inflamatórias e reumáticas causam alterações que aparecem bastante claramente nos exames de sangue. Um alerta: isso não significa que o médico consegue inferir qual é a doença somente através de um exame laboratorial, mas eles são um ótimo sinal de que o problema existe.
Assim, o especialista consegue recomendar os próximos procedimentos, como exames de imagem. A artrite reumatoide, por exemplo, causa aumento nos níveis de proteínas C-reativas. Essas substâncias demonstram uma inflamação no organismo.
2. Exames de imagem
Quem possui dores articulares certamente precisa realizar exames de imagem, como raio-X, ressonância magnética e tomografia. A intenção é encontrar as regiões mais afetadas pela doença e também avaliar o estado da articulação.
Os exames também permitem medir a gravidade de alterações articulares causadas pela doença. Alguns dos principais procedimentos solicitados incluem:
- Ecografia articular;
- Ressonância magnética;
- Raio-X.
Vale a pena ressaltar que o raio-X só permite ver o estado dos ossos. Para uma análise mais profunda, o médico precisa solicitar um dos outros procedimentos disponíveis. Os resultados de imagem junto de exames laboratoriais já são um bom indicativo da presença de um reumatismo. Mas ainda falta uma etapa para complementar o diagnóstico.
3. Análise clínica
Só no consultório o reumatologista consegue confirmar o diagnóstico. Além de avaliar o resultado de exames, ele também precisa verificar sintomas e alterações na mobilidade do paciente. Algumas doenças, inclusive, possuem diagnóstico somente clínico e costumam ser algumas das mais complexas de identificar.
Durante a avaliação no consultório o médico talvez peça para que o paciente preencha um formulário com perguntas sobre seu cotidiano. Essas informações servem tanto para o momento de diagnóstico quanto para o tratamento. Conforme ele progride, é possível comparar os dados e ver se houve melhora de fato.
Tratamento inicial para reumatismo
Agora que o paciente com reumatismo já tem seu diagnóstico confirmado, chega a hora do tratamento. Cada pessoa passa por uma experiência bastante única, já que os sintomas desse tipo de doença raramente são iguais.
Em alguns casos, o diagnóstico demora a acontecer, mas o tratamento já pode iniciar. Isso é especialmente comum com doenças autoimunes, que podem demorar anos para serem identificadas. O que não significa que o paciente não possa começar a tratar-se e obter melhora significativa nos sintomas.
Em geral, o tratamento começa conservador e só evolui para opções mais invasivas quando não obtém resposta.
Tratamento medicamentoso
As doenças reumatológicas não possuem cura e são crônicas. Por isso, o tratamento medicamentoso precisa ser contínuo e manter um acompanhamento médico. Dessa forma, o reumatologista consegue avaliar quando os efeitos colaterais estão sendo mais prejudiciais ao paciente e trocar o remédio.
Existem diversas opções de medicamentos que devem acompanhar a pessoa ao longo do tratamento, como:
- Analgésicos para diminuir a dor;
- Anti-inflamatórios não esteroides;
- Anti-inflamatórios esteroides;
- Tratamentos biológicos;
- Outros.
Entenda como cada um deles atua no tratamento abaixo.
Medicamentos para diminuir a dor
Esses são uma constante na vida do paciente reumatológico, sendo recomendados em especial para momentos de crise. A escolha de medicamentos para a dor depende muito do tipo de doença, manifestação e local da dor.
Por isso, médicos sempre pedem a quem sofre de doenças reumatológicas que evite qualquer tipo de automedicação. O tipo errado de medicamento prejudica o tratamento e pode até gerar pioras ao longo do tempo.
Analgésicos
Quem está em momento de crise precisa de analgésicos para controlar a dor. Existem opções bastante comuns, como paracetamol, ou medicamentos controlados, como codeína. Pacientes precisam saber que o analgésico não cura a inflamação ou tratar a doença, somente traz alívio temporário.
O médico recomenda que os pacientes usem analgésicos por um período curto, somente para controlar a dor em crises. Caso contrário, as drogas começam a mascarar os sintomas e prejudicam no momento de entender o que realmente está causando a dor.
Anti-inflamatórios não esteroides
Algumas pessoas não sentem resultados com analgésicos convencionais, nesse caso os anti-inflamatórios não esteroides são os mais recomendados. Ibuprofeno é um exemplo bastante comum no consultório dos reumatologistas.
No momento da crise, essas drogas servem para diminuir a inflamação, mas não afetam a progressão normal da doença. Portanto, somente tomar anti-inflamatórios não é o suficiente para impedir que uma artrite, por exemplo, fique pior com os anos.
Os medicamentos geralmente não são de uso restrito, mas é importante conversar com o médico antes de começar a usá-los. Alguns deles prejudicam a camada de proteção do estômago e pode prejudicar quem possui outras doenças, como gastrite e refluxo gastroesofágico.
Anti-inflamatórios esteroides
Também conhecidos como corticosteróides, esses medicamentos possuem um efeito poderoso na redução rápida de dor e inflamação articular. Eles podem ser usados no formato de:
- Pílulas;
- Infiltrações diretamente na articulação;
- Injeções musculares (em casos quando muitas articulações estão prejudicadas).
Apesar de altamente eficazes contra a dor, esses medicamentos são recomendados para uso em um curto período de tempo. Seus efeitos colaterais são bastante fortes, incluindo:
- Osteoporose;
- Ganho de peso;
- Fraqueza muscular;
- Retenção de líquido;
- Hipertensão.
Considerando os efeitos colaterais, também é importante avaliar condições pré-existentes do paciente.
Tratamentos biológicos
Os tratamentos com substâncias, como abatacepte, adalimumabe, etanercepte e outros são uma novidade na área reumatológica. Seu uso tem se provado como um forte aliado para combater a dor, inchaço e outros sinais inflamatórios em especial no caso da artrite reumatoide.
Os medicamentos agem sobre o sistema imunológico do corpo, impedindo que suas células ataquem certos tecidos em casos de doenças autoimunes. Eles também possuem efeitos colaterais, como reações cutâneas no local da aplicação, infecções, aumento de temperatura, dor de cabeça, entre outros.
A avaliação do histórico médico deve ser cuidadosa ao indicar tratamentos do tipo ao paciente reumatológico. Alguns casos apresentam reativação de infecções antigas, como tuberculose, por causa do enfraquecimento das defesas do organismo.
Inibidores de JAK
Os inibidores de JAK são outra novidade no tratamento de doenças reumáticas. No momento, seu principal uso é para controlar a artrite, mas estudos estão acontecendo para provar sua eficácia no tratamento de outras doenças autoimunes.
Eles ganharam destaque por serem fáceis de utilizar, afinal de contas, são pílulas que não precisam de refrigeração para armazenagem. Seu potencial é superior aos medicamentos biológicos, possuindo também tempo de resposta mais curto.
No entanto, reumatologistas ainda optam pelo uso de inibidores quando os tratamentos biológicos não possuem resposta eficiente. Por terem um tempo de uso razoavelmente curto no meio médico, ainda esperam-se maiores resultados para começar sua aplicação em massa.
Tratamentos complementares para reumatismo
Outros tratamentos complementam o combate contra o reumatismo e ajudam a diminuir a frequência de crises e problemas. Listamos os tratamentos complementares mais comuns abaixo, confira:
Fisioterapia
Uma consequência comum em diversas doenças reumáticas é a perda de mobilidade e força. O fisioterapeuta deve ajudar a recuperar esses movimentos e promover o fortalecimento muscular. Como resultado, ele também é capaz de reduzir a dor e evitar maiores danos articulares.
Além dos exercícios no consultório, o especialista deve recomendar uma rotina de movimentos, alongamentos e fortalecimento para fazer em casa. Os movimentos precisam fazer parte da rotina do paciente para trazerem os resultados esperados.
Em momentos de crise, o uso de bolsas de gelo ou calor traz alívio significativo.
Terapia ocupacional
Quando a doença começa a afetar a realização de tarefas cotidianas ou de trabalho, a terapia ocupacional pode ajudar. O especialista dessa área, o terapeuta ocupacional, oferece treinamento para que o paciente desenvolva padrões de movimentos que protejam as articulações.
Em alguns casos, a pessoa deve começar a usar órteses ou suportes para ajudá-lo em tarefas cotidianas. Elas precisam ser personalizadas para seu caso, por isso o acompanhamento profissional é tão importante.
Uma faca com suporte para melhorar a pegada, por exemplo, ajuda pacientes com artrite a realizarem suas tarefas na cozinha com maior segurança.
Acupuntura e massagens para aliviar sintomas do reumatismo
A acupuntura tem sido usada para aliviar os sintomas do reumatismo em diversos momentos do tratamento. Esse método milenar, que faz parte da medicina tradicional chinesa, visa complementar o tratamento de diversos tipos de problemas, doenças crônicas e lesões.
De acordo com a medicina tradicional chinesa, o corpo humano possui fluxos de energia vital (chi), que ficam alterados ou bloqueados em algumas patologias. Após a avaliação do acupunturista, é preciso realizar o desbloqueio com aplicações de agulhas muito finas nos pontos de acupuntura.
Os pacientes com doenças reumatológicas de variados tipos conseguem controlar a dor em momentos de crise, por meio dessa técnica. No entanto, a prática apenas possui efeito paliativo, ou seja, alivia as dores sem prevenir qualquer tipo de dano articular. Por isso, a recomendação é fazer acupuntura juntamente com o tratamento convencional medicamentoso.
Ventosaterapia para reumatismo
Já ouviu falar sobre a ventosaterapia no tratamento de reumatismo? Esse tratamento utiliza ventosas que são aplicadas nas regiões dolorosas e realizam uma sucção da pele. Isso aumenta a circulação sanguínea local e ajuda o sistema imunológico a eliminar toxinas e substâncias inflamatórias.
Além disso, a aplicação de ventosaterapia contribui para a redução do inchaço e da vermelhidão articular, que são comuns em quadros, como artrite reumatoide e artroses. O ideal é adotar o tratamento em conjunto com medicamentos, para maximizar o alívio da dor.
O resultado dessa metodologia costuma ser imediato. Assim que termina a seção de ventosas, o paciente já relata melhora na dor e na mobilidade articular. Contudo, o efeito é temporário, o que exige novas aplicações e que a pessoa prossiga com o medicamento para dor recomendado pelo reumatologista.
Compressas de água fria e quente
Essa é outra opção de alívio provisório para a dor. O próprio reumatologista, geralmente, indica o uso de compressas como um método de analgesia caseira para quem está em momentos de dor aguda. Tanto no caso de água fria (ou gelo) quanto de água quente, precisamos aplicá-las indiretamente sobre a pele. Use um pedaço de pano na hora de fazer a compressa, para evitar queimaduras no local.
A compressa fria ajuda a diminuir a vermelhidão local e o inchaço, já que estimula a compressão vascular. Isto é, reduz o fluxo sanguíneo no local e promove analgesia temporária para pacientes com diagnóstico de reumatismo. Desse modo, a região afetada também não sofre acúmulo de líquido.
Já a alternativa quente é uma ótima forma de conter a inflamação, devido ao fato de dilatar os vasos sanguíneos. Ela auxilia na eliminação de toxinas do corpo, além de aliviar bastante o quadro doloroso. Entretanto, é necessário tomar cuidado em relação à temperatura, para evitar excessos.
Técnicas de relaxamento para amenizar dores relacionadas ao reumatismo
Há diversas técnicas de relaxamento que o paciente com reumatismo pode utilizar. Entre elas, a meditação é uma das mais populares. O objetivo é atingir paz mental e evitar que problemas associados à doença, como ansiedade e depressão, prejudiquem o quadro álgico.
No caso de pacientes fibromiálgicos, por exemplo, a tensão e o estresse mental são gatilhos para os quadros de dor física. Ciente de que a fibromialgia não tem cura, o processo de relaxamento é eficaz tanto para evitar que as dores comecem quanto para aliviá-las ao longo da crise.
Vale a pena ressaltar que, além das técnicas alternativas de relaxamento, o paciente deve buscar acompanhamento psicológico com um profissional da área. Em alguns casos, quando a doença ocorre juntamente com problemas psicológicos, ainda pode ser necessário o uso de medicamentos, como antidepressivos, que devem ser receitados por um médico especialista.
Consulte o reumatologista sobre tratamentos complementares
Todos os tratamentos complementares que mencionamos, incluindo a fisioterapia, a terapia ocupacional e a acupuntura, não possuem efeito direto nas doenças reumatológicas. Por isso, sempre necessitam de prescrição de um reumatologista, seja da Unimed ou de outro plano de saúde. Afinal de contas, é importante que esses métodos abordados cooperem com o tratamento convencional, de forma alguma, podem atrapalhar ou substituí-lo.
Mesmo quem se encontra em remissão do reumatismo precisa ter plena consciência de que as terapias alternativas não podem ter o lugar do atendimento reumatológico. Por tratarem somente os sintomas específicos, em especial a dor, elas não têm efeito sobre o processo inflamatório.
Ademais, as doenças reumáticas são crônicas. Sem a conduta terapêutica adequada, os sinais de dor eventualmente voltarão.
Procedimentos cirúrgicos no tratamento de reumatismo
Como pudemos observar, os tratamentos mais comuns de diversos tipos de reumatismo incluem medicamentos e fisioterapia. Em grande parte dos casos, isso é o suficiente para que o paciente sinta um grande alívio dos sintomas.
Porém, em situações mais graves e a depender do julgamento do reumatologista, alguns procedimentos cirúrgicos podem ser indicados.
Mas essa abordagem fica restrita aos casos em que as outras tentativas de tratamento não foram o suficiente para ajudar o paciente.
Um caso clássico que pode necessitar de cirurgia é quando não há melhora nos quadros de artrite reumatoide. Assim, existem diversos procedimentos que podem ser realizados.
Sinovectomia
A sinovectomia é uma técnica cirúrgica para retirada do tecido sinovial inflamado na região das articulações.
Uma das formas de realizar o procedimento é com a abertura completa da articulação para retirada do tecido desejado.
Porém, também é possível fazer uma artroscopia, uma técnica menos invasiva em que uma microcâmera e os instrumentos necessários para a cirurgia são inseridos por meio de pequenos orifícios.
Retensionamento da cápsula articular como tratamento para o reumatismo
Essa técnica é usada nos casos de reumatismo em que há deformidade na movimentação das mãos ou dedos. Seu objetivo é alinhar os membros para que eles voltem a se mover de uma forma mais natural.
Colocação de prótese
Quando a articulação já está muito afetada, um procedimento cirúrgico é utilizado para substituí-la por uma prótese.
Artrodese
A artrodese é indicada para casos extremos, em que o paciente sofre de dores crônicas nas articulações e não foi possível aliviá-las de outras maneiras.
O procedimento interrompe os quadros de dor, mas também prejudica a mobilidade, já que a articulação será fundida, por isso o paciente não conseguirá mais mover aquela parte do corpo.
É fundamental que o especialista faça uma análise completa do quadro antes de indicar tal cirurgia, para que ele possa comprovar que ela é realmente necessária e será benéfica para o paciente.
Alimentação no tratamento de reumatismo
Outro profissional que deve estar presente ao cuidar do reumatismo é o nutricionista. É usual que os pacientes diagnosticados com uma das diversas doenças do grupo tenham dúvidas sobre o que podem ou não comer. Dessa maneira, os portadores dessas condições acabam consultando uma variedade de fontes de informação, amigos e parentes e até grupos do Facebook.
O grande problema é que a doença reumatológica possui manifestações únicas em cada organismo. Portanto, além das considerações gerais da comunidade médica, como as que vamos mencionar abaixo, é primordial procurar por um nutricionista.
Somente esse especialista consegue determinar quais nutrientes estão em quantidade adequada na dieta e o que está faltando. O nutricionista é responsável por recomendar mudanças equilibradas, aumentar a quantidade de certos alimentos ou até eliminar certos itens. Os suplementos, em especial, requerem orientação profissional tanto na hora de prescrever quanto durante o seu consumo.
Alimentos proibidos pelo reumatologista
O reumatologista responsável pelo tratamento deve alertar logo o paciente que alguns alimentos devem ser evitados a todo custo. O álcool, por exemplo, está proibido para as pessoas em tratamento de tais doenças. Esse item é o que chamamos de gatilho para a dor, uma vez que estimula as respostas inflamatórias no organismo.
Outros itens alimentícios devem ser restritos por facilitar o aumento de peso, apontado como fator de risco para diversas doenças reumáticas. Entenda alguns dos grupos que são vilões na alimentação de quem possui condições crônicas desse tipo adiante.
Açúcar e farinhas brancas
Incluímos nesse grupo qualquer alimento que aumente os níveis glicêmicos rapidamente, ou seja, carboidratos simples que o corpo quebra com facilidade. Os açúcares são os principais vilões e mais fáceis de reconhecer, como: bebidas doces (refrigerantes e sucos industrializados); pães de farinha branca; arroz branco; macarrão; e outras massas.
É claro que os doces de todos os tipos também entram nessa lista e devem ser descartados do cardápio de quem tem reumatismo. Existem algumas opções de alimentos com adoçantes, tanto artificiais quanto naturais, mas orientamos a leitura dos rótulos com atenção. Certos bolos, por exemplo, recebem adoçantes para o sabor, mas ainda contêm farinha branca.
O grande problema da ingestão desses alimentos é o fato de que o corpo produz substâncias inflamatórias que pioram os sintomas de algumas condições.
Gorduras
A gordura existente em carnes vermelhas é extremamente prejudicial ao organismo como um todo e, nos casos de reumatismo, isso é ainda mais grave. A gordura saturada presente nesses alimentos eleva os níveis de inflamação e contribui para a obesidade, fator de risco e agravante para o desencadeamento do reumatismo. Alguns pacientes chegam a manifestar sintomas mais leves, quando eliminam esses cortes da dieta.
As melhores alternativas de carnes são as aves e os peixes. Além de possuírem menos gordura, os peixes são ricos em ômega 3 e antioxidantes. Então, troque a fonte de proteínas sempre que for possível.
Além da gordura animal, é fundamental ficarmos atentos a todo tipo de fritura. Em razão da predominância de gordura saturada, essas opções de comida contribuem para a obesidade. Isso não significa que o paciente é obrigado a abrir mão de uma boa batata frita toda vez, mas deve buscar o equilíbrio na alimentação na hora do preparo e do consumo. Uma dica para essa situação é preparar a batata em uma air fryer, que possibilitará um prato com textura similar e bem mais saudável, sem precisar utilizar óleo.
O que incluir na dieta para combater o reumatismo?
Sabemos que a dieta saudável para os portadores de reumatismo é de suma relevância, sendo uma enorme aliada para o sucesso do tratamento. Agora que já vimos algumas categorias alimentares proibidas, ou que devem ser extremamente evitadas, chegou o momento de explorarmos aquelas que trazem vantagens.
É óbvio que não adianta somente incluir um ou outro desses alimentos, enquanto a dieta está completamente desequilibrada. Uma alimentação saudável, contendo pouco açúcar e gorduras e grande variedade de vegetais, grãos integrais e fontes de vitaminas, é essencial para qualquer processo de recuperação.
Alimentos integrais
Mencionamos que as farinhas brancas, como a que usamos no tradicional pão francês, são prejudiciais para os pacientes com doenças reumáticas. A boa notícia é que conseguimos substituir esses alimentos facilmente por opções produzidas com farinha integral. Pães, bolos, macarrão, arroz, tudo fica melhor na versão integral e mais saudável para quem possui reumatismo.
Os grãos integrais mantêm a sua grande quantidade de fibras, quando não passam por vários processos industriais. Eles também possuem mais nutrientes em geral, diminuindo o risco de diversos tipos de problema, como doenças cardiovasculares.
Além disso, por serem ricos em fibras, os integrais ajudam na perda ou no controle de peso. Tudo isso sem perder o sabor dos alimentos desejados.
Frutas e vegetais
As frutas e os vegetais estão liberados na dieta de quem possui doenças crônicas e trata com o reumatologista. Esses alimentos são importantes fontes de:
- Vitaminas;
- Sais minerais;
- Antioxidantes.
Alguns itens até possuem gorduras boas, como é o caso do abacate.
Os nutricionistas recomendam que os pacientes mantenham uma dieta com tipos variados de frutas, para conseguir ainda mais benefícios. As cítricas, por exemplo, possuem vitamina C, enquanto as vermelhas são ricas em certos tipos de antioxidantes que combatem a inflamação.
Quanto às verduras e aos vegetais, vale a pena incluir uma porção em todas as refeições. Entretanto, é crucial ter cuidado na preparação, evitando o excesso de sal ou frituras e buscando meios para a conservação das propriedades nutritivas. O melhor é cozinhar no forno ou servi-los crus, modalidades que mantêm boa parte dos nutrientes.
Nozes e fontes de gorduras boas
Nem todas as gorduras devem ser abolidas do cardápio de quem tem doenças reumatológicas. Na realidade, algumas fontes de gorduras boas precisam marcar presença, com o intuito de termos o melhor resultado no tratamento.
Entre elas, podemos citar as nozes, alguns tipos de peixes e o azeite de oliva. Esse tipo de substância protege o coração e também ajuda o sistema imunológico a funcionar melhor. Quando consumimos gorduras boas em quantidades adequadas, conseguimos evitar doenças cardiovasculares e até regular a insulina.
Ao considerarmos que esses pacientes estão no grupo de risco para problemas, como AVC (acidente vascular cerebral) e trombose, podemos entender por que alimentos desse grupo são tão essenciais.
Pessoas com artrite reumatoide e outros tipos de reumatismo podem praticar exercícios?
A artrite reumatoide e outros tipos de reumatismo geram um ciclo vicioso no paciente. A inflamação provoca dor nas articulações e perda de mobilidade, fazendo com que a pessoa fique cada vez mais parada, com a intenção de afastar novos episódios de dor. Quando percebemos, temos um indivíduo que quase não sai de casa nem caminha e, certamente, está longe de praticar atividades físicas. Muitos até acreditam que estão proibidos de realizar exercícios, o que é um mito.
Na verdade, o movimento é parte importante de qualquer processo de tratamento para doenças reumáticas. A prática de atividades físicas evita que a condição piore e ainda traz mais bem-estar e independência para esses pacientes. Quem não realiza exercícios físicos e é sedentário, eventualmente, perderá a capacidade de realizar movimentos simples, como abaixar.
Entenda abaixo os tipos de atividade mais indicados para cada fase das doenças reumatológicas.
Atividades físicas em momentos de dor
Pensou que ficar parado aliviaria as dores de doenças, como uma lesão por esforço repetitivo? No caso de um paciente que adota o sedentarismo durante o tratamento para a dor, as chances de perder a mobilidade e de novos episódios dolorosos aumentam bastante.
O que é fundamental no momento de crise é lembrar dos limites do corpo e fazer tudo no seu tempo. Uma atividade física não precisa ser correr uma maratona, basta sair de casa e andar 10 minutos pelo bairro, que o paciente já poderá aproveitar alguns benefícios.
A fisioterapia, por exemplo, possui exercícios especialmente interessantes para esses momentos. Além de aplicar algumas técnicas de analgesia, como compressas e TENS (terapia por estimulação elétrica nervosa transcutânea), o fisioterapeuta ajuda a manter a mobilidade e a força muscular.
Exercícios físicos na rotina de pacientes com doença reumatológica
Manter uma atividade física auxilia no controle de todo o tipo de doença reumatológica e na obtenção de melhores resultados do tratamento medicamentoso. Antes de iniciar qualquer exercício, consulte o médico para saber quais são as opções mais apropriadas de acordo com o quadro.
Em geral, os pacientes devem começar por algo com menos impacto e baixa intensidade. De forma gradual, é possível evoluir para programas de treinamento mais avançados, contudo, sempre observando as recomendações médicas.
Algumas alternativas interessantes incluem:
- Caminhada;
- Pilates;
- Yoga;
- Natação;
- Hidroginástica;
- Musculação.
A finalidade é basicamente realizar a manutenção de movimentos articulares e evitar maior perda de mobilidade. Os danos causados por reumatismos em articulações são irreversíveis, no entanto, conseguimos prevenir as complicações do quadro, por meio de atividades físicas.
Quem é portador de reumatismo pode fazer cirurgia plástica?
O paciente com reumatismo pode submeter-se a uma cirurgia plástica, mas precisa de uma preparação extremamente cautelosa. Qualquer operação gera um processo inflamatório no corpo durante a recuperação, algo que não é muito preocupante em pacientes com bom estado de saúde. Em doenças reumáticas, no entanto, essa inflamação pode ser exagerada.
O ideal é que o paciente que deseja realizar uma intervenção estética, incluindo lipoaspirações e procedimentos minimamente invasivos, esteja com a doença controlada. Antes de realizar a cirurgia, o reumatologista deve avaliar o quadro juntamente com o cirurgião plástico.
Além disso, o tratamento com corticoides ou anti-inflamatórios já deve estar concluído. Dessa maneira, conseguimos um processo de recuperação mais tranquilo e seguro e evitamos pioras no quadro da doença autoimune.
Como a telemedicina pode ajudar no tratamento do reumatismo
Com a chegada da telemedicina, os tratamentos para reumatismo ficaram mais fáceis. Pois agora o paciente pode realizar uma consulta médica de forma online e até receber laudos, receitas e tirar dúvidas.
A telemedicina foi autorizada no Brasil durante a pandemia, mas devido aos diversos benefícios que trouxe para profissionais e pacientes, ela foi regulamentada e pode ser usada de forma recorrente.
Dentre suas principais vantagens para o tratamento reumatológico, podemos citar:
- Início mais rápido do tratamento: quando o resultado dos exames está pronto, o reumatologista pode enviá-lo para o seu paciente de forma online e passar instruções para o início do tratamento;
- Maior facilidade para conseguir uma consulta: o paciente consegue marcar o atendimento no horário que julgar mais adequado, independentemente do local em que estiver;
- Redução de custos: o paciente consegue economizar com transporte e até pagar consultas mais baratas, assim é possível direcionar esses recursos para outras necessidades do seu tratamento.
Vale lembrar que, embora a telemedicina seja uma ótima opção para o tratamento do reumatismo, o paciente ainda pode realizar os atendimentos presencialmente caso deseje ou se houver indicação médica.
O Dr. Marcelo Corrêa atende também por telemedicina, ajudando pacientes em várias partes do País.