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Artrite reumatóide: o que é, sintomas e tratamento

mão com artrite reumatóide - site Dr. Marcelo Corrêa

Algumas pessoas sentem dor na lombar, que pode ser artrite reumatóide, repetidamente ao longo de meses e deixam de procurar um especialista. Às vezes não é a lombar que incomoda, mas outros locais frequentemente afetados por doenças reumáticas, como mãos, pés, tornozelos, entre outros. Mesmo que a dor pareça leve, é importante buscar reumatologistas, já que a artrite é uma das possíveis causas. 

Só no Brasil são cerca de 2 milhões de pessoas afetadas com a doença, ou seja, quase 1% da população. Quer entender mais sobre seus sintomas, diagnósticos e tratamentos? Confira o artigo completo abaixo.  

O que é artrite reumatóide?

A artrite reumatóide é uma inflamação crônica que atinge as articulações e, em alguns casos, outros órgãos, causando dor e edema. A doença ocorre quando o sistema imunológico começa a atacar células do próprio corpo, geralmente das partes moles de articulações. 

Quando alguém apresenta a doença, o revestimento articular fica inflamado. Com o tempo, essa inflamação é responsável por iniciar um processo degenerativo que pode até causar desgaste das estruturas ósseas. 

Enquanto outras doenças, como a artrose, atingem locais específicos e demoram a espalhar-se, a artrite costuma desenvolver-se rapidamente em várias partes do corpo. Por isso, não é incomum que pacientes apresentem sintomas em mãos, pés e coluna com pouco tempo de intervalo. 

Mulher segurando mão com artrite reumatóide site Dr. Marcelo Corrêa Reumatologista

Principais sintomas da artrite reumatóide

Pessoas com artrite reumatóide apresentam períodos assintomáticos, conhecidos como remissão, intercalados com períodos de sintomas, chamados de crises. Durante esses períodos, os sinais mais comuns da doença incluem: 

  • Dor nas articulações, acompanhada de sensibilidade que dura por pelo menos seis semanas; 
  • Rigidez matinal, que dura por 30 minutos ou mais; 
  • Dor em mais de uma região do corpo. 

Pacientes diagnosticados costumam apresentar dores em ambos os lados do corpo. Ou seja, se alguém começa a apresentar sintomas de artrite na mão esquerda, o mais comum é que a direita comece a doer também em pouco tempo. 

Durante os primeiros meses da doença, a dor é o principal sinal. Conforme a inflamação evolui, começam a aparecer sinais claros de edema, como vermelhidão no lugar afetado e inchaço. 

Artrite reumatóide causa dor nas costas?

A artrite reumatóide é uma possível causadora de dores crônicas na coluna lombar. Alguns pacientes demoram a descobrir que são, de fato, portadores de artrite, já que começam pensando ser alguma dor muscular ou lesão musculoesquelética. 

Além da coluna, outras articulações frequentemente afetadas incluem: 

  • Mãos; 
  • Pulsos; 
  • Articulações dos pés. 

A doença costuma atingir primeiramente as menores juntas do corpo, o que não impede de desenvolver-se em articulações maiores, como joelho e ombros.

blog Dr marcelo Corrêa artrite reumatoide reumatologista

Artrite reumatoide vs. osteoartrite

A principal diferença entre artrite reumatóide e osteoartrite são seus mecanismos de ação. A osteoartrite também é uma doença reumática, porém surge por causa de degeneração na cartilagem articular. Ela se desenvolve ao longo de anos e durante suas primeiras fases pode permanecer assintomática. 

Só para entendermos bem a diferença: demora muito para que indivíduos com artrose, nome mais popular da osteoartrite, comecem a desenvolver deformações. Quando diagnosticada cedo, o médico foca em evitar sua progressão e os prejuízos às articulações afetadas. Além disso, a doença costuma ser mais localizada, afetando somente uma articulação. 

Já a artrite é uma doença autoimune com progressão rápida. Seus sintomas de dor e rigidez articular começam ainda nas primeiras fases da doença. Ela pode evoluir rapidamente, por isso seu diagnóstico e tratamento rápidos são essenciais. 

O que leva uma pessoa a ter artrite reumatoide?

O quadro de artrite reumatoide tem início quando, por motivos ainda não muito claros, o sistema imunológico reconhece as células que recobrem as articulações como estranhas e passa a atacá-las, causando sua destruição e dando início aos sintomas. 

A doença não é hereditária, mas pessoas com casos na família podem herdar uma maior propensão ao desenvolvimento do problema. Além disso, há estudos em andamento que tentam definir se há uma relação entre a doença, variações de níveis hormonais e até infecções por vírus e bactérias. Assim, há uma possibilidade de que infecções comuns sejam o gatilho para a doença em pessoas que já possuem uma tendência.

De forma geral, este problema deve ser encarado como uma possibilidade em todo paciente que sofre de artrite por mais de 6 semanas sem indícios de outro diagnóstico mais provável. Um dos primeiros sinais da enfermidade é uma rigidez matinal superior a 30 minutos.

É muito importante realizar o diagnóstico ainda nos primeiros meses, assim o tratamento é mais efetivo e os pacientes conseguem uma melhora significativa dos sintomas e uma progressão mais lenta da doença.

Fatores de risco

Ainda que as causas da doença não sejam conhecidas, já existem algumas relações entre fatores genéticos, ambientais e o histórico de saúde de um indivíduo que podem levar ao desenvolvimento da doença. 

Primeiramente, a idade é um fator importante. A artrite pode surgir em qualquer faixa etária, mas os mais afetados estão acima dos 60 anos. Quanto mais velha for a pessoa, maiores são suas chances. Os casos também ocorrem com muito mais frequência no público feminino, aparecendo duas a três vezes mais em mulheres. 

Alguns genes também devem estar envolvidos na formação da doença. Por isso, quem possui histórico familiar de artrite precisa de acompanhamento com o reumatologista para realizar a prevenção. Por último, os obesos também têm maiores chances de desenvolver o problema. 

Como ocorre o diagnóstico com reumatologistas?

Na primeira visita o médico realiza uma avaliação física para tentar encontrar sinais de inflamação, como inchaço e vermelhidão. Ele também deve monitorar a mobilidade articular e estudar os sintomas relatados pelo paciente. 

Alguns exames laboratoriais ajudam no diagnóstico ao mostrar a presença de substâncias que indicam inflamação no corpo. Alguns pacientes com a condição desenvolvem, inclusive, anemia como consequência da doença. 

Exames de imagem também serão necessários no diagnóstico. Raio-X e ressonância eletromagnética identificam alterações no revestimento da articulação e, em casos mais avançados, mostram a presença de deformação articular. 

É importante lembrar que nenhum desses exames indica a artrite por si só. Somente o reumatologista consegue definir se a pessoa tem ou não a doença de acordo com os resultados. 

Tratamentos mais comuns para artrite reumatóide

Não existe cura para a artrite reumatóide, porém é possível tratá-la e evitar as complicações decorrentes da doença. Pacientes que começam o tratamento ainda nos estágios iniciais podem ter uma vida normal com o mínimo de limitações possível. 

As opções mais comuns de tratamento incluem o uso de medicamentos para aliviar a dor e a inflamação. Eles desaceleram a condição e, em períodos remissivos, ajudam a prevenir uma crise. 

Também é possível usar fisioterapia para evitar a perda de mobilidade articular. Os exercícios também são excelentes para diminuir a intensidade dos episódios dolorosos e preservar a independência do paciente. 

Quando estamos diante de casos mais avançados, pode ser necessário realizar cirurgia para corrigir qualquer deformação articular que aconteça. 

Cuidados para conviver com artrite reumatóide

Como mencionamos, a artrite reumatóide é uma doença crônica e, uma vez diagnosticada, o paciente precisará conviver com ela pelo resto da vida. Uma das principais mudanças na vida de quem possui a condição é na alimentação. Com uma dieta balanceada é possível diminuir os níveis de inflamação no organismo e controlar um fator agravante: a obesidade. 

Em momentos de crise, os pacientes precisam adaptar sua rotina para incluir momentos de descanso. Só assim, é possível ajudar o organismo a diminuir a inflamação e suportar as dores agudas. Além disso, o repouso ajuda a diminuir a rigidez articular, contanto que seja moderado. 

Fora de crise a situação é o oposto: manter uma rotina sedentária só prejudica o paciente e aumenta suas chances de passar por uma nova crise. Mover-se constantemente fortalece a musculatura e previne maior desgaste articular. 

Além de praticar atividades físicas, os médicos recomendam que os pacientes incluam o máximo de movimento possível no seu dia a dia. Isso pode ser feito em atitudes simples, como optar por andar até locais próximos ao invés de usar o carro, ir até o andar do escritório ou do apartamento pelas escadas e até levantar-se a cada duas horas sentado.

Tratamento para artrite reumatoide em estágio inicial 

Quanto mais cedo o paciente com artrite reumatoide receber seu diagnóstico, melhor. Quem ainda apresenta sintomas leves e possui pouco ou nenhum sinal de danos articulares as chances de sucesso aumentam. 

Ainda no início da doença o médico consegue diminuir bastante os sintomas ainda nos primeiros meses. Com o tempo, o paciente entra em remissão. Ou seja, a doença deixa de apresentar qualquer tipo de sintomas, como inchaço, dor ou perda de mobilidade. 

Inicialmente, o tratamento utiliza drogas, como anti-inflamatórios não-esteróides e esteróides. O objetivo é controlar a inflamação e dor para que o paciente consiga retomar suas atividades cotidianas. 

Mesmo quando os sintomas entram em remissão, o acompanhamento com reumatologista deve continuar. O especialista é essencial para controlar o desenvolvimento da condição e estados de crise que podem ocorrer ao longo do tempo.  

Tratamento cirúrgico para artrite reumatoide

Nem todos com artrite reumatoide recebem recomendação para cirurgia. Tudo depende do resultado do tratamento conservador. Quem consegue controlar os sintomas através de medicamentos, fisioterapia e mudanças no estilo de vida raramente precisa de procedimentos operatórios. 

Procedimentos mais invasivos são recomendados quando o paciente não responde bem ao tratamento e apresenta danos articulares mais graves. Algumas pessoas chegam a desenvolver deformidade nas mãos e pés, por exemplo. Isso significa que perdem parte de sua independência e mobilidade, algo que o cirurgião consegue solucionar. 

Existem diversas opções de tratamentos cirúrgicos e a escolha depende do caso e do desenvolvimento da doença. Algumas pessoas precisam remover completamente articulações e substituí-las por próteses. Outras, devem fundir articulações afetadas para diminuir a deformidade em suas estruturas. 

Riscos da automedicação em tratamento de doença reumatológica

A doença reumatológica causa dores agudas que prejudicam a mobilidade ao longo do dia. Dessa forma, pacientes sentem-se tentados a automedicar-se para conseguir alívio, o que é um grande problema, que coloca em risco o próprio tratamento. 

Primeiramente, devemos entender que os tratamentos para artrite são extremamente individualizados. Pacientes diferentes terão articulações variadas afetadas, com variados graus de desenvolvimento e respostas a medicamentos. 

Portanto, quando alguém comenta que um analgésico ou anti-inflamatório funcionou muito bem para o seu caso, o mesmo não é válido para outra pessoa com artrite reumatoide. Automedicar-se é perigoso e, além de não trazer os efeitos benéficos todas as vezes, ainda pode causar danos ao restante do organismo. 

O fígado sofre especialmente, com lesões ao longo do tempo. E ainda existe o risco de uma interação medicamentosa entre as drogas que foram realmente prescritas pelo reumatologista. 

Artrite reumatoide tem cura?

Mencionamos que a artrite reumatoide é uma doença crônica, ou seja, não tem cura. Quando ouvimos falar sobre casos de pacientes que conseguiram curar-se após o tratamento, na realidade entraram em período de remissão. 

Isso é algo bastante comum, na verdade. Após algum tempo com o tratamento adequado os sintomas desaparecem ou ficam tão sutis que afetam pouco a qualidade de vida do indivíduo. Mas pacientes precisam compreender que tais resultados podem demorar e a única forma de realmente entrar em remissão é através do tratamento adequado. 

Quando alguém com artrite acredita que conseguirá “cura” dentro de pouco tempo, as chances de abandonar o tratamento são altas. 

Mulher de meia-idade com dor na mão por artrite reumatoide. - Dr. Marcelo Correa Reumatologista.

Artrite reumatoide além das articulações

Mesmo sendo mais conhecida por afetar articulações, a artrite reumatoide também afeta alguns órgãos em casos graves. 

1. Olhos

O sintoma mais comum da inflamação que afeta os olhos é a perda de lubrificação. Como resultado, o órgão fica mais suscetível a infecções e pacientes chegam a experimentar casos repetidos de coceira, vermelhidão e até de conjuntivite. 

Quando o diagnóstico demora e o quadro não recebe tratamento, o olho sofre danos à córnea. Essa é a camada externa que protege o olho, lesões afetam a capacidade de enxergar e geram riscos sérios à visão. 

Também existem pessoas que apresentam inflamação na esclera, a parte branca do olho. O principal sintoma do quadro é vermelhidão e dor. 

2. Pulmões

É raro que a artrite reumatoide afete os pulmões. Esses casos acontecem com maior frequência em homens entre 50 e 60 anos com histórico de fumo. A inflamação no órgão gera cicatrizes no tecido, com sintomas, como: 

  • Dificuldade para respirar;
  • Tosse seca;
  • Fadiga;
  • Fraqueza;
  • Perda de apetite. 

Em algumas pessoas, a pleura (tecido ao redor do pulmão) fica inflamada. A inflamação costuma resolver-se de maneira espontânea, mas o paciente talvez passe por um período de febre e dor para respirar. 

Quem recebeu o diagnóstico de artrite precisa ficar atento a sintomas respiratórios. Caso comece a apresentar dificuldades na respiração, dores ou qualquer um dos sinais que mencionamos neste tópico, o reumatologista precisa ser informado para proporcionar tratamento. 

É perigoso ter artrite reumatoide?

A artrite reumatoide é uma doença progressiva e potencialmente perigosa, que além de comprometer as articulações pode causar complicações diversas em vários órgãos do corpo. Uma das grandes preocupações dos reumatologistas é o efeito que a doença pode ter no sistema cardiovascular, já que ela favorece o surgimento de quadros de aterosclerose, em que placas se formam nas paredes dos vasos e podem obstruí-los.

Outra complicação da doença é uma inflamação chamada esclera, que atinge a parte branca dos olhos e pode causar catarata, glaucoma e descolamento de retina. São todos problemas que podem provocar perda parcial ou total da visão.

Os pulmões também podem ser acometidos por uma doença conhecida como fibrose pulmonar, em que cicatrizes se formam nos órgãos e fazem com que eles se tornem rígidos e dificultem a respiração do paciente. Nos casos mais graves, será necessário fazer um transplante pulmonar.

Para receber o tratamento adequado e evitar problemas mais sérios, é fundamental estar atento aos 7 sinais que indicam complicações da doença, como:

  1. Quadro de artrite infecciosa, que pode destruir a articulação rapidamente;
  2. Dores no peito causadas por infarto, serosite e angina;
  3. Dores na região da coluna devido a fraturas resultantes de osteoporose;
  4. Tendinites e neurites que provoquem a perda de mobilidade em algum membro;
  5. As gengivites podem apontar para uma resposta inadequada ao tratamento;
  6. Vermelhidão nos olhos como uveíte, episclerite e esclerite;
  7. Dores nas costas, na região cervical, resultante de um afrouxamento das primeiras vértebras da região.
Mulher com dores no joelho - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

O que piora a dor na artrite

Conviver com artrite é um desafio que exige algumas mudanças na rotina, mesmo assim talvez o paciente perceba que ainda sente bastante dor. A realidade é que alguns fatores sutis também influenciam na qualidade de vida. Confira o que piora o quadro e deve ser evitado abaixo. 

1. Sono desregulado

A relação entre doenças reumatológicas e sono é um tipo de ciclo vicioso. Quando alguém não dorme, a inflamação no corpo se intensifica, fazendo com que as dores também fiquem mais fortes. Nas noites seguintes os altos níveis de dor prejudicam o sono, piorando ainda mais a inflamação. 

Pacientes com dificuldades para dormir também devem informar o reumatologista sobre a condição. Distúrbios do sono frequentemente acontecem em combinação à artrite. Ou seja, conseguir tratamento para essas condições também ajuda a trazer mais bem-estar e controlar a dor. 

2. Estresse

O estresse possui um efeito similar à falta de sono em pacientes com artrite e outras doenças do grupo reumatológico. A convivência com a doença por si já é uma fonte de estresse para muitas pessoas. 

O grande problema é que o corpo libera hormônios e substâncias inflamatórias durante os períodos de estresse. Isso, então, gera aumento dos batimentos cardíacos, tensão muscular e, claro, aumento da dor. 

Algumas técnicas de meditação, yoga e até atividades físicas ajudam a relaxar. Mas o mais recomendado é que a pessoa encontre um equilíbrio em sua vida profissional e pessoal para conseguir tratar melhor a doença. 

3. Sedentarismo

Pessoas sedentárias possuem músculos menos eficientes, fazendo com que as articulações precisem aguentar boa parte da pressão nos movimentos. Para quem possui uma doença reumatológica, como a artrite reumatoide, que prejudica as articulações, isso significa muito mais dor. 

Assim como acontece com o sono e o estresse, quanto mais dor a pessoa sentir, mais sedentária ficará, piorando seu quadro. A introdução de exercícios físicos no tratamento permite conquistar mais mobilidade, flexibilidade e também contribui para o controle dos sintomas.

Tratamentos alternativos para artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença crônica, como já mencionamos anteriormente. Isso significa que após o diagnóstico o paciente passa por uma série de tratamentos para controlar a dor e evitar maiores danos articulares.

Por um lado, quem possui a condição precisa tomar medicamentos constantemente para controlar a condição, em especial em momentos de crise. Por outro, as ciências médicas estão sempre em evolução, levando frequentemente ao surgimento de tratamentos novos ou alternativos. 

Vale a pena lembrar que os casos desse tipo de artrite variam drasticamente de paciente para paciente. Portanto, quando mencionamos as opções alternativas é importante procurar um reumatologista, seja de planos de saúde, como unimed ou particular, para conseguir a indicação mais adequada. 

Alguns tratamentos, por exemplo, só são recomendados em casos moderados a graves. Outros podem ser usados a qualquer momento – tudo depende do quadro do indivíduo. Sem o diagnóstico preciso e um uso errado de medicamentos o paciente pode até apresentar piora nas crises. 

Separamos abaixo os dois tratamentos mais promissores que têm sido estudados como complementares ou alternativos. Entenda um pouco mais sobre eles. 

1. Medicamentos modificadores de curso da doença

Seu objetivo é diminuir ao máximo a deformação articular que ocorre em quadros mais avançados. Alguns dos medicamentos incluem hidroxicloroquina, sulfassalazina e metotrexato. 

O principal mecanismo de ação desses remédios é diminuir a resposta imune que gera os mecanismos de inflamação. O tratamento costuma durar de 2 a 6 meses e os pacientes podem demorar um pouco para perceber resultados. 

No entanto, esses fármacos podem trazer sérios efeitos colaterais. Portanto, é importante realizar a escolha de acordo com as comorbidades e condição geral de saúde do indivíduo ao iniciar sua administração. 

2. Tratamentos biológicos para artrite

Agentes biológicos recebem indicação para tratar artrite moderada a grave com o objetivo de levar o indivíduo à remissão. Seu funcionamento é similar aos imunossupressores, que impedem, portanto, a ação do sistema imunológico, que causa inflamação e degeneração articular. 

Existem recomendações padronizadas pelo Ministério da Saúde através da utilização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para uso no Brasil. Dessa forma, a administração de agentes biológicos está se espalhando cada vez mais nos consultórios com resultados satisfatórios. 

O ideal é que o uso de agentes biológicos ocorra de maneira simultânea com outros tratamentos. Assim como ocorre com muitos dos anti-inflamatórios e corticoides usados para esses pacientes, esse tipo de agente exige acompanhamento. Caso contrário, o reumatologista pode perceber efeitos colaterais potencialmente graves decorrentes do uso. 

Acupuntura para tratamento de artrite reumatóide - site Dr. Marcelo Corrêa Reumatologista

3. Acupuntura para tratar a artrite reumatoide

Os pacientes com artrite reumatoide que se submetem à acupuntura podem alcançar diversos alívios para a condição, como redução da dor, menos rigidez e maior amplitude de movimentos. Apesar de não haver tantos estudos que comprovem os benefícios dessa prática, ela é cada vez mais aceita como um tratamento complementar para várias doenças.

A acupuntura é uma técnica milenar chinesa em que agulhas extremamente finas são inseridas em pontos estratégicos do corpo, como locais anatômicos e terminações nervosas. Essa intervenção envia sinais para o cérebro e faz com que ele induza processos anti-inflamatórios e analgésicos.

Entretanto, os reumatologistas alertam que esse tipo de abordagem não deve substituir o tratamento convencional, mas, sim, funcionar como um complemento. Além disso, é preciso receber uma recomendação médica para a realização da acupuntura e sempre buscar por profissionais sérios e altamente capacitados.

Alguns estudos sobre a eficiência da acupuntura no tratamento da artrite

O hospital afiliado da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Gansu realizou um estudo sobre os efeitos da acupuntura em pacientes que sofrem de doenças reumatológicas, como a artrite reumatoide. Sessenta e oito voluntários participaram do experimento, e os resultados foram extremamente satisfatórios. 

Durante a pesquisa, 91,2% dos pacientes que utilizaram o tratamento alternativo apresentaram melhoras, contra 76,5% dos pacientes que adotaram apenas os produtos farmacêuticos.

Outro estudo sobre o tema ocorreu em 1999, quando 64 pacientes entre 46 e 66 anos foram divididos em dois grupos: um deles recebeu um tratamento placebo, enquanto o outro foi tratado com acupuntura. Os voluntários foram submetidos a cinco sessões uma vez por semana e, depois, passaram por um período de 6 semanas de descanso até que os grupos foram invertidos para novos testes.

Os resultados não apontaram diferenças nos itens avaliados. Todavia, a avaliação visual analógica da escala de dor apontou para uma melhora de 8% nos pacientes que receberam a acupuntura, enquanto o número de articulações dolorosas reduziu em 0,5. Já no questionário geral, ocorreu uma melhora de 1 ponto em relação ao grupo que recebeu o tratamento placebo.

Estudo da OMS

Em 1979, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou uma listagem de 41 doenças que obtiveram excelentes resultados por meio da acupuntura. Depois de 25 anos de pesquisas em instituições renomadas de todo o mundo, a OMS publicou o documento “Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trial”, que traduzido significa “Acupuntura: Revisão e análise de relatórios de ensaios clínicos controlados”.

Nessa revisão, um dos fatores favoráveis apontados a respeito da acupuntura no tratamento de artrite reumatoide é que diversos pacientes procuram essa opção complementar, pois acreditam que ela oferece grande alívio da dor. Há uma estimativa de que 8 a cada 10 pacientes com doenças reumáticas buscam por alternativas além das oferecidas pela medicina tradicional.

Já em outra revisão de um estudo realizado em 1974, por exemplo, os pesquisadores reuniram 20 pacientes que sofriam de dores no joelho, colocando-os em dois grupos de forma aleatória. Ambos foram tratados com acupuntura, contudo, em um dos grupos a aplicação das agulhas foi feita de maneira incorreta.

Após o tratamento, os pacientes foram observados seguindo uma escala de dor enquanto estavam em repouso, caminhavam e levantavam peso. As avaliações ocorreram 24 horas após o tratamento, semanalmente até completar 4 semanas e mensalmente por um período de três meses.

Os resultados em 24 horas foram surpreendentes, revelando uma melhora de 66,6% dos indivíduos que receberam o tratamento em relação ao grupo placebo. Já após o período de 4 meses, essa melhora foi de 5,1%. No entanto, os dados limitados impossibilitaram um cálculo geral dos avanços conquistados.

4. Kinesiotaping para o alívio dos sintomas da artrite reumatoide

A terapia de kinesiotaping, que consiste na aplicação de uma fita elástica na articulação dolorida, é um dos meios eficazes no combate aos sintomas da artrite reumatoide. A técnica ainda vem sendo usada comumente para tratar lesões e aliviar dores decorrentes de treinos intensos, o que fez com que a fita fosse aprovada até mesmo por atletas de alto nível.

Além de ajudar na recuperação pós-exercício, o método kinesiotaping está sendo aplicado para aliviar os sintomas de doenças reumatológicas, como artrite, artrose no joelho, tendinite e bursite

A fita atua imobilizando a articulação prejudicada, mas sem limitar seus movimentos totalmente. Esse período de repouso contribui para a recuperação da área e a redução da dor. O produto pode ser usado nos joelhos, panturrilhas, lombar, punhos, ombros e nos tornozelos.

A história desse tratamento teve início em 1970, quando o quiroprático japonês Dr. Kenzo Kase criou o produto, para servir de alternativa a outras fitas que existiam na época, mas que limitavam muito os movimentos por serem rígidas demais. 

Essa fita é capaz de levantar a pele sobre a qual está aplicada e isso abre espaço para uma melhor circulação sanguínea e diminui a compressão dos receptores nervosos. Assim, o inchaço e as dores são reduzidos. Devido ao material maleável utilizado em sua fabricação, é possível permanecer com a técnica kinesio tape em um mesmo local por bastante tempo.

Como usar a técnica kinesiotaping no tratamento da artrite?

Para ter um melhor resultado no tratamento da artrite reumatoide, é preciso usar a fita da forma correta. Por isso, na primeira vez, a aplicação da fita terapêutica deve ser feita por um profissional competente, pois ele saberá a melhor forma de manuseá-la, respeitando as condições de cada paciente.

De forma geral, é necessário retirar o excesso de pelo no local da articulação, para que a fita se fixe melhor. Depois, o paciente deve lavar e secar bem a pele. 

Após a aplicação, uma massagem local ajuda a ativar o efeito. Um dos cuidados indispensáveis é evitar molhar a fita por, pelo menos, 1 hora. Depois desse período, a fita pode ter contato com a água sem maiores problemas.

Além disso, o produto pode ser aplicado de diversas maneiras, de acordo com o local da inflamação ou da preferência do paciente. O corte da fita em formato de “I” é indicado para aplicação em locais de fácil aderência e quando a região afetada é menor. 

Já o corte em formato de “Y” é melhor para certas partes do corpo, como joelhos e cotovelos, pois a aderência é um pouco mais difícil. Também é comum cortar a fita em formato de “X” para essas áreas, além dos pulsos. O centro do “X” deve ficar no meio da articulação dolorida. Outra maneira de aplicar é formando um círculo ao redor da articulação dolorida, ou colando uma fita central seguida de outras em volta da área, como se estivesse criando uma teia.

Por fim, é fundamental estar atento aos casos em que não é uma boa ideia usar essa fita no tratamento de artrite reumatoide:

  • Caso o paciente sofra de doença renal, câncer, trombose e insuficiência cardíaca congestiva.
  • Se houver ferimentos ou infecções no local em que será necessário aplicar.

5. Apoio emocional

Um artigo publicado no Arthritis Care & Research trouxe o alarmante dado de que um terço dos pacientes com artrite reumatoide com mais de 45 anos sofre de ansiedade e/ou depressão. Uma das causas do problema é que essa doença, muitas das vezes, apresenta aspectos limitantes que interferem diretamente nas relações sociais, fazendo com que o paciente tenha problemas no trabalho, na convivência com amigos e em relacionamentos afetivos.

Desse modo, o apoio emocional é recomendado durante o tratamento. Isso inclui consultas com psiquiatras e psicólogos, segundo a necessidade de cada paciente, assim como a administração de antidepressivos e ansiolíticos. 

A prática de atividades físicas e o apoio familiar também são essenciais para enfrentar esse aspecto da doença reumática. Além disso, há outros estudos que relacionam reumatismos com depressão e ansiedade.

Todavia, ainda é necessária uma análise bem aprofundada do tema, para que tratamentos mais eficazes e pontuais sejam adicionados durante o acompanhamento da doença. Isso também é fundamental para que os médicos cada vez mais considerem não apenas os aspectos físicos da enfermidade, mas também os emocionais.

A questão abordada também passa pela escolha de um profissional experiente e de confiança, pois a boa relação entre médico e paciente é crucial para uma melhor orientação em todas as fases do tratamento e sua adequação de acordo com cada indivíduo.

Quanto tempo dura o acompanhamento médico para a artrite reumatoide?

O tratamento para artrite reumatoide é contínuo por ser uma doença crônica. O que realmente varia são os intervalos entre consultas, que podem ser maiores ou menores, de acordo com a condição de cada paciente. Alguém em um momento de crise sintomática, por exemplo, precisa de visitas mais frequentes que outra pessoa em remissão. 

O paciente precisa continuar realizando os exames de acompanhamento conforme recomendado. Eles ajudam a observar a evolução da doença para que o reumatologista identifique se aconteceram danos articulares. Os exames também são essenciais para saber quando é seguro proceder com os medicamentos do tratamento. 

Por que a artrite reumatoide é mais comum em algumas pessoas? 

A artrite reumatoide ocorre com maior frequência em algumas pessoas. Ainda não existe uma causa determinada para o problema. Mesmo assim, existem alguns fatores de risco, incluindo alguns que já mencionamos anteriormente, que aumentam muito a chance de desenvolver a doença. 

A realidade é que as estatísticas indicam que a artrite é uma doença que afeta algumas pessoas bem mais do que outras. Mulheres, obesos e idosos, por exemplo, são muito mais sujeitos a essa condição. 

1. Mulheres

As mulheres são mais afetadas pela artrite reumatoide e outras doenças reumatológicas, como as artroses. Especialistas da reumatologia estimam que isso acontece por causa de uma combinação de fatores ambientais, genéticos e hormonais do corpo feminino. 

As doenças autoimunes, em geral, ocorrem com maior frequência nelas, como é o caso da lúpus. Isso deve acontecer pela forma que seu sistema imunológico reage a estímulos, sendo potencialmente mais forte e agressivo que o masculino, em muitos casos. 

Além disso, as mudanças hormonais que ocorrem ao longo da vida também devem afetar a reação do corpo. Muitas mulheres têm a primeira manifestação de artrite quando ficam grávidas ou durante a menopausa. 

2. Idosos 

Apesar da doença ser mais comum em mulheres, conforme a idade avança, os números ficam mais distribuídos nos dois gêneros. Isso acontece porque a idade também é um importante fator de risco. 

Conforme se fica mais velho, o tratamento para a doença fica mais complexo. Por isso, o acompanhamento com o reumatologista, antes mesmo de surgirem sintomas, é essencial. Quando o diagnóstico ocorre cedo as chances de recuperar a mobilidade e qualidade de vida são maiores. 

3. Pacientes com outras doenças reumatológicas

Quem já possui outros problemas e doenças reumatológicas têm maiores chances de desenvolver esse tipo de artrite. E aqui as doenças autoimunes ganham um destaque especial. Afinal de contas, possuem mecanismos de formação bastante similares aos da artrite reumatoide. 

Algumas outras condições também aumentam o risco por motivos ainda desconhecidos. Elas incluem: 

  • Doença coronariana; 
  • Aterosclerose; 
  • Doença vascular periférica; 
  • Acidente vascular cerebral (AVC);
  • Insuficiência cardíaca congestiva; 
  • Diabetes tipo 2; 
  • Osteoporose
  • Distúrbios de lipídios, como triglicérides elevados. 

Pacientes que já possuem essas doenças precisam de cuidado especial. A combinação de tais problemas crônicos com a artrite aumenta também o risco de infarto do miocárdio. 

4. Obesos

Sabemos que o excesso de peso causa sobrecarga articular e aumenta o risco de diversas doenças. A obesidade em si já é considerada como um estado inflamatório que aumenta os níveis de desgaste articular. Ou seja, mesmo que um indivíduo com IMC acima de 35 nunca chegue a desenvolver a doença reumatológica, ele ainda vai ter problemas articulares ao longo da vida. 

Por permanecer num estado inflamatório, o paciente obeso está predisposto ao surgimento da condição crônica. Ao combinar outros fatores de risco, como idade e tabagismo, as chances são ainda maiores. 

Além disso, o tratamento de artrite reumatoide nesses indivíduos é mais complexo. É preciso perder peso, mesmo que de forma lenta, para conseguir resultados no alívio da dor e prevenção de desgastes articulares maiores.

Dieta para quem sofre de artrite

Embora não haja uma cura conhecida para a doença, os reumatologistas indicam que uma boa alimentação pode ajudar a aliviar sintomas típicos da artrite, como a dor nas articulações. Outro benefício de uma dieta balanceada é a perda de peso, assim grandes articulações que sofrem com a enfermidade são menos pressionadas e há um grande alívio para os pacientes.

Entretanto, para obter os melhores resultados é preciso seguir algumas recomendações que são típicas dos casos de artrite reumatoide. Por exemplo, é necessário dar preferência a produtos que tenham propriedades anti-inflamatórias, como aqueles ricos em ômega 3, vitamina C e fibras. Abaixo separamos uma lista variada de alimentos que é possível usar como base para montar a dieta.

Bananas

Essa fruta tão popular tem uma ação direta na redução dos sintomas e controle da artrite. Isso ocorre graças ao potássio, ácido fólico, vitamina B6 e C presentes no alimento. Por fim, a banana também possui fibras, que são importantes para um correto funcionamento dos intestinos.

Mulher sorridente segurando morango - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Morango

O morango possui dois componentes que ajudam a reduzir a inflamação e melhorar a dor. O primeiro deles é a vitamina C. A segunda são as antocianinas, responsáveis por reduzir os níveis de proteína C-reativa (CRP). Ambos são poderosos antioxidantes.

Manga

A mangas contêm vitamina E e beta-caroteno, dois elementos que podem evitar a piora dos quadros de artrite. Então, embora sejam frutas sazonais e muitas vezes caras, é importante incluí-las na dieta.

Maçãs

As maçãs trazem muitos benefícios para a saúde. Mas particularmente nas pessoas que sofrem de artrite reumatoide essa fruta pode aliviar a tensão nas articulações. Isso significa que o paciente vai sentir menos dor e terá mais mobilidade.

Soja

A soja também oferece alívio para a dor e a inflamação das articulações. Esse alimento deve ser consumido preferencialmente em forma de produtos fermentados, como miso, tempeh e tofu. Mas, atenção, a soja não é indicada para os pacientes que sofrem de gota.

Salmão

O salmão tem grandes concentrações de ácidos graxos e ômega 3 que, como mencionamos, são essenciais para quem sofre desse tipo de problema. Por isso o seu consumo pelo menos 1 vez na semana é altamente recomendado. Além disso, qualquer outro peixe oleoso é uma boa opção para incluir em sua dieta.

Pimenta

As pimentas contêm vitamina C e ajudam no combate aos radicais livres, gerando alívio nas articulações inflamadas, principalmente quando combinada a outros alimentos com antioxidantes. A pimenta pode ser incluída em saladas e caldos, mas sem exageros. 

Chá verde na dieta de artrite reumatoide

Pacientes que consomem chá verde duas vezes ao dia podem sentir alívio nos sintomas da artrite reumatoide, já que esse líquido contém antioxidantes e outras substâncias que reduzem a inflamação. 

Cereais Integrais

Quando os grãos são consumidos crus, eles podem ajudar a aliviar os efeitos da doença. Entretanto, é preciso ter cuidado para consumir apenas alimentos de qualidade, pois quando eles integram produtos de qualidade inferior, seu consumo pode até mesmo piorar os quadros de artrite.

Espinafre, tomate e beterraba

O espinafre possui fitonutrientes e fibras que auxiliam no combate à artrite. Enquanto o tomate conta com licopeno e a beterraba possui poderosos antioxidantes. Então, esses são três alimentos importantes para incluir em sua dieta anti-inflamatória, de preferência crus.

nozes e hortelã - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Nozes na dieta para artrite reumatoide

As nozes devem ser incluídas em uma dieta para artrite reumatoide pois são ricas em gorduras boas que ajudam a proteger as articulações. Alguns exemplos são a Castanha do Brasil e a Castanha do Pará. Mas há outros alimentos que fazem parte do grupo das oleaginosas e que têm um efeito parecido, como linhaça e chia.

Alho

Esse tempero tão comum em nossa culinária é capaz de reduzir a produção de citocinas, substâncias inflamatórias. Como consequência, há uma redução da dor e aumento do bem-estar. A cebola também oferece efeitos parecidos.

Camarão

Para finalizar nossa lista é interessante lembrar que há estudos apontando para o agravamento da artrite em pessoas com baixa de vitamina D. Para ajudar a resolver esse problema, além de se expor ao sol, é possível incluir camarão em sua dieta, pois ele possui esse tipo de vitamina. Mas atente-se ao fato de que esse alimento pode causar alergias severas, então é preciso ter certeza de que você pode consumi-lo sem sofrer reações adversas. Além disso, o nível de colesterol desse alimento é alto. 

Mas apesar desses alimentos serem extremamente úteis no combate à inflamações articulares, o paciente deve procurar um nutricionista, que irá recomendar uma dieta adequada para cada caso, levando em consideração as quantidades ideais de cada alimento, para que não haja exageros e nem enganos que possam piorar o quadro.

Alimentos que devem ser evitados por pessoas que sofrem de artrite reumatoide

No momento de montar sua dieta para artrite reumatoide é importante estar atento aos alimentos que devem ser evitados a todo custo, pois eles têm a capacidade de piorar o quadro. Abaixo listamos os mais comuns.

Ovos

Essa contraindicação pode surpreender muita gente, já que o ovo é, no geral, um alimento saudável, com muitos nutrientes e vitaminas. Mas quem sofre de artrite pode agravar os quadros de dor ao ser exposto à gordura saturada e outros componentes desse alimento. 

Entretanto, caso a pessoa sinta uma necessidade muito grande de consumir ovos, é recomendado que ela retire a gema e coma somente as claras.

Produtos lácteos

O leite e seus derivados possuem uma proteína chamada de caseína, que pode aumentar a dor e a inflamação, além de irritar a região ao redor das articulações, segundo o que foi exposto em um Comitê de Médicos para a Medicina Responsável.

Açúcar refinado: um perigo para quem sofre de artrite reumatoide

Esse alimento deve ser evitado por quem sofre de artrite reumatoide por dois motivos. O primeiro é que ele pode provocar a liberação de citocinas, um agente inflamatório. O segundo ocorre de forma indireta, pois pessoas que consomem muito açúcar ganham peso com mais facilidade e os quilos a mais ajudam a pressionar as articulações.

Cerveja

Embora nem seja considerada um alimento, a cerveja deve ser evitada, pois seu consumo em excesso faz com que a purina presente no líquido seja convertida em ácido úrico. Esse, por sua vez, é um dos grandes vilões das inflamações articulares. Além disso, essa bebida contém glúten, o que faz as dores piorarem. 

Glutamato monossódico

Essa substância é colocada em vários produtos industrializados para intensificar o sabor e ajudar a preservá-los. Mas sua presença ajuda a desencadear inflamações pelo corpo. 

Sal

O sal é um grande vilão para quem sofre de artrite, pois ele altera o equilíbrio de fluidos do corpo e faz com que os sintomas se agravem. Além disso, seu consumo excessivo pode levar a outros problemas sérios de saúde, como aumento da pressão arterial.

Frituras

Alimentos fritos não são recomendados em qualquer dieta, mas quem sofre de artrite pode ter os sintomas agravados devido às substâncias liberadas quando o alimento entra em contato com o óleo quente.

Carnes vermelhas processadas: não recomendadas para quem sofre de artrite reumatoide

Carnes vermelhas processadas não são indicadas para quem sofre de artrite reumatoide, pois são ricas em produtos químicos como nitritos, purinas e glicano, que são responsáveis por desencadear processos inflamatórios. Além disso, há estudos que associam esse tipo de alimento à progressão do câncer.

Mulher usando aparelho de caminhada na academia - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Atividades físicas para minimizar o impacto da dor

É comprovado que praticar atividades físicas pode melhorar a nossa saúde de forma geral, até mesmo em pacientes que sofrem de artrite. Pois os exercícios regulares e moderados ajudam a fortalecer a musculatura e as articulações. Além disso, o paciente consegue perder peso ou pelo menos evitar o ganho. Pois, como já vimos em outros tópicos, o excesso de peso é prejudicial para as articulações. 

Entretanto, as atividades devem ser feitas com muita responsabilidade, sempre respeitando os limites do seu corpo. Para isso é preciso contar com o auxílio de um profissional. Não é necessário ter um acompanhamento em todos os momentos, mas é importante uma orientação inicial sobre quais exercícios são seguros e qual a melhor forma de executá-los.

O profissional também vai ajudar o paciente a entender qual a frequência adequada e a intensidade necessária. Além disso, de tempos em tempos será feita uma nova avaliação, para que sejam verificados os resultados e se é preciso fazer alguma alteração na rotina de exercícios.

De forma geral, o especialista pode sugerir uma combinação de diversas atividades, as quais são classificadas em alguns grupos, como vamos explicar abaixo.

Aeróbicos para artrite reumatoide

Os exercícios aeróbicos são recomendados para quem sofre de artrite reumatoide. Nesse grupo, então, estão englobadas as atividades que usam uma maior quantidade de oxigênio para gerar energia. Geralmente eles são executados por mais tempo e há um grande aumento da frequência cardíaca.

Eles são muito importantes para esse tipo de paciente, pois ajudam a fortalecer o sistema cardiovascular, e quem sofre de artrite já tem uma maior propensão a desenvolver problemas cardíacos.

Mas, para não forçar muito as articulações e acabar por piorar o problema, as atividades recomendadas são de menor impacto, como natação, bicicleta e caminhada. Outros exercícios que exigem mais do corpo, como corrida, futebol e basquete geralmente não são indicados.

Exercícios de força

Os exercícios de força são aqueles voltados para o fortalecimento muscular, o que ajuda a reduzir a pressão nas articulações. Alguns exemplos clássicos são aquelas atividades realizadas em academias, em que é preciso levantar pesos usando determinadas partes do corpo.

Entretanto, é possível fazer alguns exercícios em casa, sem necessidade de equipamentos específicos. Alguns exemplos são as flexões, agachamentos, abdominais e elevação lateral. Lembrando que até para os exercícios mais simples é preciso receber orientação profissional.

Alongamento e flexibilidade

Manter os músculos sempre saudáveis ajuda a aliviar os sintomas de artrite reumatoide. Por isso os pacientes devem fazer alongamentos e praticar exercícios voltados para a flexibilidade, como o yoga

Os alongamentos precisam trabalhar várias regiões do corpo, como pernas, braços, quadris e até o pescoço. Além de ser importante para as articulações, esse tipo de atividade melhora o bem-estar geral.

Exercícios de equilíbrio

Como a artrite prejudica as articulações, o paciente pode acabar tendo problemas de equilíbrio, o que pode resultar em quedas e até fraturas. Para minimizar o problema é preciso, então, recorrer a atividades físicas que trabalhem o equilíbrio. Esse tipo de exercício pode ser prescrito por fisioterapeutas e vai levar em consideração as condições individuais de cada indivíduo. Um exemplo é tentar equilibrar-se em apenas um dos pés.

Sempre siga as orientações do profissional, pois talvez não seja recomendado que esses exercícios sejam feitos sozinhos, pois em casos mais graves a pessoa pode realmente se desequilibrar e acabar se machucando.

Idoso fazendo musculação para prevenir artrite reumatóide - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

Cuidados que o paciente com artrite reumatoide deve ter para proteger as articulações na hora dos exercícios

Como mencionamos, os exercícios para quem sofre de artrite reumatoide devem ser feitos sob orientação e com muito cuidado para que não haja riscos de agravar o problema. A fim de proteger as articulações durante a prática esportiva, o paciente deve tomar as seguintes atitudes.

Não exagere

Os exercícios devem começar com baixa intensidade para que haja um aumento gradativo, mas sem exageros. Isso também inclui evitar forçar demais uma mesma articulação, seja usando muito peso, fazendo movimentos repetitivos ou bruscos. Isso é muito importante para que a sobrecarga não gere lesões que possam comprometer os movimentos básicos.

Faça aquecimento

O aquecimento ajuda seus músculos a ficarem preparados para o exercício, assim as chances de ocorrer alguma lesão ao receber uma carga são reduzidas. Também é interessante tomar um banho quente antes da prática esportiva para relaxar os músculos.

Execute os movimentos da forma correta e mantenha a postura

Essas são algumas das recomendações mais importantes durante a execução de algum exercício. Pois o movimento correto vai fazer com que você trabalhe a área pretendida e sem forçar demais. Da mesma forma, ficar na posição correta também evita que alguma região seja forçada além do nível seguro e que o paciente sofra alguma lesão.

Pacientes com artrite reumatoide devem utilizar materiais adequados durante a prática esportiva

Bons materiais reduzem o risco de lesões para quem sofre de artrite reumatoide. Então, invista em tênis de qualidade que sejam capazes de absorver parte dos impactos, e também roupas que proporcionem uma boa liberdade de movimentação para a execução correta dos exercícios.

Mitos e verdades sobre a artrite reumatoide

No decorrer deste artigo, mostramos que a artrite reumatoide é um assunto complexo sobre o qual há muitas informações. Entretanto, a doença ainda é cercada por algumas dúvidas comuns que podem levar as pessoas a se confundirem. 

Por isso, elaboramos uma lista com 9 mitos e verdades sobre essa enfermidade. Acompanhe a seguir.

A doença só ocorre em idosos

Mito. Essa doença reumatológica também atinge os mais jovens. Na verdade, sua incidência mais comum é dos 30 aos 40 anos, o que a afasta das enfermidades que se manifestam somente nas pessoas com idade avançada.

É possível que esse mito tenha surgido em virtude da confusão entre artrites e artroses, que muitas pessoas acreditam se tratar da mesma doença. Pois a artrose é realmente mais frequente em idosos e sua ocorrência aumenta com o envelhecimento. Entretanto, ela também não é exclusiva desse grupo e pode atingir pacientes mais jovens.

A artrite reumatoide se desenvolve com maior frequência no inverno

Mito. Não há uma relação direta entre o frio e o surgimento de artrite reumatoide. Entretanto, é usual que os pacientes sintam mais dor nas juntas no frio, já que os locais comprometidos ficam com maior sensibilidade. Por isso, muitos acreditam que o clima é um fator determinante para a doença.

No entanto, para não sofrer mais no inverno, o paciente deve seguir todas as recomendações médicas em relação ao seu tratamento. Dessa maneira, há mais chances de que a doença esteja controlada nessa época do ano, reduzindo a sensação de inchaço nas articulações. 

A artrite só atinge as mulheres

Como vimos no decorrer deste texto, isso é um mito, pois a doença também se manifesta em homens. Entretanto, é verdade que ela é mais comum em mulheres, sendo que, na América Latina, há um caso diagnosticado em homens para cada seis confirmações da condição em mulheres.

Um dos motivos para essa predominância é a maior produção de anticorpos no organismo feminino, o que é um dos fatores contribuintes para o desenvolvimento de doenças autoimunes.

Quem sofre dessa condição reumática não pode praticar exercícios físicos

Mito. Os exercícios físicos, como já citamos neste texto, são recomendados para o paciente que sofre de artrite, pois são importantes para manter a saúde do sistema vascular. Porém, é fundamental evitar a prática durante os estágios mais agudos da inflamação, pois, além de causar dor, isso pode piorar o problema.

Além disso, a atividade física deve ser indicada por profissionais e acompanhada regularmente, para que sejam feitas as adaptações necessárias, conforme o perfil do paciente e o estágio da doença.

Artrite reumatoide, artrose e reumatismo são a mesma coisa

Apesar de serem termos parecidos e usados para designar doenças no sistema musculoesquelético, a artrite reumatoide, caracterizada por uma inflamação de origem autoimune nas articulações, não é a mesma coisa que artrose e reumatismo. Cada um dos termos tem significados que precisam ser compreendidos, visando evitar confusões. 

O reumatismo é um termo genérico, comumente utilizado para se referir a qualquer doença reumatológica. Já a artrose é um tipo de desgaste nas articulações que atinge, sobretudo, a população idosa. Portanto, é mais um mito dizer que a artrite e as outras duas doenças são a mesma coisa.

Pessoas diagnosticadas com essa doença não podem comer carne de porco

Mito. Não há uma indicação específica nesse sentido. Entretanto, o paciente deve aderir a uma dieta saudável, evitando ao máximo gorduras trans ou saturadas que podem contribuir para os quadros de inflamação. 

Contudo, para ter acesso a uma dieta adequada, lembre-se de que é imprescindível fazer um acompanhamento com um nutricionista.

Obesos sempre têm artrite reumatoide

Mito. A obesidade por si só não é um fator determinante para a doença. Entretanto, é verdade que as pessoas obesas com artrite reumatoide podem sofrer mais com as dores e outros incômodos. Isso ocorre porque o excesso de peso aumenta a carga nas articulações e faz com que a situação se agrave.

Ainda não existe cura

Verdade. Embora não haja cura, existem tratamentos que fazem com que a doença entre em remissão. Nesse estágio, a enfermidade fica “adormecida”, e os sintomas comuns param de incomodar o paciente.

Quando o tratamento é seguido de forma apropriada, esse intervalo de remissão pode ser mais longo, mas é importante que a pessoa esteja ciente de que a doença pode retornar em algum momento. 

Para tratar a artrite reumatoide, é preciso fazer restrição alimentar

Mito. O paciente com artrite reumatoide não precisa abandonar o consumo de nenhum grupo de alimentos específico. Todavia, como alertamos anteriormente, ter uma alimentação balanceada é fundamental. Nesse sentido, a dieta deve ter quantidades mínimas de qualquer alimento que possa colaborar para as crises inflamatórias.

Além disso, ao adotar uma dieta saudável, o paciente consegue emagrecer, o que auxilia no alívio das articulações e, consequentemente, melhora a qualidade de vida da pessoa, que passa a sentir menos dor.

Outros mitos desafiadores para quem sofre da doença

A artrite reumatoide é um problema que atinge milhões de brasileiros em plena fase produtiva, mas para tornar as coisas ainda mais difíceis existem alguns mitos que cercam a enfermidade e que serão desmistificados abaixo.

1. O uso de medicamentos biológicos é perigoso

Na verdade, os medicamentos chamados imunobiológicos representam um grande avanço no tratamento deste tipo de reumatismo e contribuem para uma melhor qualidade de vida do paciente.

Na maioria dos casos não há o que temer quanto a esse tipo de medicamento, pois ele é administrado em ambiente ambulatorial de forma totalmente segura e permite que o paciente prossiga com sua rotina normalmente.

2. Sentir dor nas articulações e em outras partes do corpo é normal

Este mito cerca pacientes que sofrem de artrite e também de outras doenças. Mas a verdade é que o paciente não deve se acostumar com a dor, pois isso reduz sua qualidade de vida. Com os tratamentos modernos disponíveis é possível buscar alternativas para aliviar os sintomas.

3. A artrite reumatoide é uma doença que atinge somente as juntas

É importante que o paciente entenda toda a dinâmica da artrite reumatoide. Isso inclui saber que não se trata de uma “doença das juntas”. Na verdade, ela é uma enfermidade sistêmica que pode atingir todo o corpo. Como mencionamos neste texto, nos casos mais graves até mesmo olhos, pulmões e coração são atingidos. 

4. O reumatologista é um médico que cuida apenas de idosos

Este tipo de pensamento pode impedir que a pessoa busque tratamento precocemente. O reumatologista é um especialista em doenças reumatológicas e muitas delas podem se manifestar em qualquer idade e prejudicar o dia a dia do paciente.

Idoso em consulta com especialista - Dr. Marcelo José Uchoa Corrêa Reumatologista de Belém - PA

5. A AR não tem qualquer relação com doenças mentais

Há estudos que indicam que uma parcela da população atingida pela doença desenvolve transtornos depressivos. Isso ocorre porque a enfermidade prejudica as atividades sociais, o trabalho e também as práticas esportivas.

Outros motivos que podem fazer com que a artrite reumatoide piore

Para enfrentar a artrite reumatoide da melhor forma, o paciente precisa ficar atento a alguns aspectos e comportamentos que agravam o quadro. Já mencionamos neste texto que sedentarismo, estresse e sono desregulado são prejudiciais. Agora conheça outros 10 pontos que também merecem atenção:

  1. Os sintomas pioram durante as crises da doença. Lembre-se de que não há uma cura conhecida, assim, é comum que haja períodos de remissão e outros em que o problema se torna mais agudo;
  2. O problema piora quando o diagnóstico é tardio, por isso o paciente deve ficar atento aos sinais e procurar ajuda médica o mais rápido possível;
  3. Outro motivo para a piora do quadro é que o tratamento não esteja surtindo efeito. Nestes casos, o reumatologista deve fazer uma nova avaliação para buscar alternativas;
  4. A presença de alguma doença associada está agravando os sintomas;
  5. A paciente acabou de passar por uma gestação;
  6. Fumar também piora o problema;
  7. Os exercícios físicos são extremamente benéficos para a saúde, mas sua prática excessiva e sem acompanhamento prejudicam os pacientes que sofrem de AR;
  8. A piora do quadro também pode ser explicada pela presença de alguma infecção;
  9. Medicar-se segundo a recomendação médica é fundamental para controlar a doença. Então, quando o problema piora pode ser um indício de que o tratamento não está sendo seguido corretamente;
  10. Por fim, o excesso de peso também é um fator contribuinte.

Embora seja importante conhecer os 10 motivos por trás da piora do quadro de artrite reumatoide, sempre procure ajuda médica para definir por que os sintomas se intensificaram.

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O Dr. Marcelo Corrêa é formado pela UFPA, com residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e Mestrado em Reumatologia pela mesma instituição. CRM/PA 6388. RQE 5441.

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