A osteoartrose é uma das condições crônicas articulares mais comuns. Ela é degenerativa e atinge as cartilagens que recobrem as articulações para diminuir o atrito entre os ossos. Apesar de ser bem mais comum entre populações mais velhas, a degeneração pode ocorrer em qualquer idade.
A cartilagem serve como um tipo de almofada, impedindo que os ossos se danifiquem durante o movimento. No entanto, pacientes com a condição crônica sofrem danos nessa estrutura mole, permitindo o atrito entre estruturas articulares.
Aí surgem os sintomas de dor bastante comuns na doença que explicaremos mais à frente. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que 80% da população com mais de 65 anos possui o problema. Só no Brasil são cerca de 15 milhões de pessoas afetadas. Que tal entender mais sobre essa condição crônica tão comum? Continue lendo.
Osteoartrose vs. osteoartrite
Ouviu falar de osteoartrite ou osteoartrose e ficou preocupado? Não se confunda pelo nome, na realidade, as duas condições consistem na mesma doença. Condições reumatológicas, como essa, frequentemente são chamadas por muitos nomes e todas fazem parte das doenças conhecidas como “reumatismos”.
Afecções dolorosas também podem ser chamadas de doença articular degenerativa ou chamadas de artroses. Ela é muito comum nos consultórios reumatológicos e uma das principais causas de dores articulares na terceira idade.
Qual a diferença de artrose para osteoartrose?
A artrose e a osteoartrose são frequentemente usadas como sinônimos, mas existe uma diferença sutil no uso dos termos. Isso porque a artrose é um termo amplo, que se refere ao desgaste da cartilagem das articulações, independente da causa.
Ele descreve um processo degenerativo que ocorre com o envelhecimento, sobrecarga ou predisposição genética, levando à dor e à limitação dos movimentos.
O uso do termo artrose é genérico, englobando diferentes estágios da degeneração articular. Já a osteoartrose é uma forma mais específica e avançada das artroses, caracterizada não somente pelo desgaste da cartilagem, mas também por alterações ósseas e processos inflamatórios na articulação.
Causas da doença reumatológica
Nem todos com degeneração da cartilagem possuem uma doença reumatológica. Na realidade, essa degeneração faz parte do processo de envelhecimento pelo qual todos passamos e somente em alguns casos chega a causar a artrose. Mas ainda não se sabe ao certo o que leva ao surgimento da doença.
Mesmo assim, médicos definem que algumas pessoas encontram-se no grupo de risco para desenvolvê-la, como:
- Quem sofreu traumas anteriores, como articulações deslocadas ou lesões ligamentares;
- Portadores de malformações articulares;
- Indivíduos obesos;
- Pessoas com problemas posturais ou que adotam má postura durante atividades de trabalho;
- Histórico familiar de osteoartrite e outras doenças degenerativas;
- Ocupação laboral que envolve movimentos repetitivos.
Quem já possui osteoartrite em uma parte do corpo tem maiores chances de desenvolvê-la em outras articulações.

Principais sintomas da osteoartrose
O principal sintoma da osteoartrose é a dor articular, que pode ser leve ou intensa dependendo do comprometimento na articulação afetada. Em geral, pacientes reportam sentir dor quando se movimentam e melhora significativamente durante o repouso.
Além disso, a articulação apresenta rigidez matinal que melhora com a atividade. Conforme o tempo progride, as dores tendem a ficar mais intensas e incapacitantes, especialmente quando o problema não recebe tratamento.
Outros sintomas da doença incluem:
- Perda de flexibilidade e amplitude de movimento;
- Crepitar da articulação enquanto se move;
- Desconforto local quando a articulação é pressionada;
- Inflamação e vermelhidão.
Somente em quadros mais avançados a articulação deve tornar-se inchada por causa da inflamação.
Estágios da osteoartrose
A osteoartrose é caracterizada pela perda de cartilagem progressiva e, conforme sua progressão, danos ao osso. Ela é dividida em estágios de acordo com o comprometimento articular:
- Estágio 1: a cartilagem ainda está começando a se desgastar e ainda pode ser considerada normal em exames de imagem neste momento;
- Estágio 2: começam a surgir fissuras rasas na cartilagem já perceptíveis em exames. A maior parte dos pacientes ainda apresenta dor leve a moderada;
- Estágio 3: as lesões na cartilagem são mais severas, também podem ocorrer lesões na cápsula articular. Dessa forma, surgem osteófitos, que são crescimentos anormais de ossos mais conhecidos como bicos de papagaio. Também é possível surgir um quadro chamado de esclerose óssea;
- Estágio 4: toda a articulação apresenta lesões graves e danos ao osso. A articulação chega a desenvolver deformidades visíveis a olho nu.
É importante saber que a osteoartrite é uma doença de desenvolvimento lento. Ou seja, quando diagnosticada ainda nos primeiros estágios, existem altas chances de controlá-la e evitar maiores problemas.

Por que os joelhos são os principais locais atingidos pela doença?
A osteoartrose é uma doença que pode atingir diversas regiões do corpo, mas, geralmente, os joelhos são os mais afetados. A principal explicação para isso é que essa articulação suporta grandes cargas ao longo da vida, simplesmente pelo fato de alguém ficar de pé e caminhar.
Essa carga aumenta quando o paciente pratica atividades físicas intensas, que exigem muito dessa articulação, como correr, pular corda, jogar vôlei e basquete. Além disso, quando a pessoa enfrenta problemas de sobrepeso ou obesidade, os joelhos têm que suportar uma carga maior do que deveriam.
Tudo isso acelera o desgaste das cartilagens, causando dor nas articulações dos joelhos de maneira precoce e fazendo com que o problema seja percebido antes neles do que em outras partes do corpo.
Quais os tipos de osteoartrose?
É comum que a osteoartrose seja classificada em primária e secundária, conforme a sua forma de desenvolvimento.
Primária
Ocorre quando o problema se desenvolve de forma isolada, sem haver uma relação direta com outras patologias. Nessa situação, uma das principais causas da doença é simplesmente o uso repetitivo da articulação, que leva a um desgaste acentuado.
Com o passar do tempo, a articulação que recebe cargas constantes perde parte da cartilagem e do líquido sinovial, o que deixa os ossos em contato direto entre si e provoca sintomas incômodos, como dor nas juntas e limitação de movimentos.
Vale lembrar que esse fenômeno também ocorre com o envelhecimento, já que as estruturas se tornam mais frágeis e vulneráveis ao desgaste. Além disso, muitas vezes, o problema atinge vários membros de uma mesma família, o que aponta para um fator hereditário como uma das causas.
Secundária
Esse tipo de reumatismo também pode ser secundário, quando ele se desenvolve como uma consequência de doenças pré-existentes, que fazem com que o desgaste na articulação ocorra de forma mais rápida.
As principais enfermidades que podem levar ao problema são: distúrbios hormonais, artrite reumatoide, diabetes, obesidade, traumas na articulação e anomalias que acompanham o paciente desde o nascimento.
A osteoartrose pode matar?
A osteoartrose não é uma doença que, por si só, leva diretamente à morte, apesar de sua condição crônica e degenerativa das articulações. Isso porque ela tem ação no sistema musculoesquelético, mas não compromete órgãos vitais de maneira direta e imediata.
Do mesmo modo, o problema se caracteriza como uma doença de progressão lenta, desenvolvendo-se ao longo de anos ou até décadas, o que fornece tempo para intervenções terapêuticas que aliviam os sintomas e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.
Embora a osteoartrite não seja uma causa direta de morte, seu impacto na mobilidade e na qualidade de vida contribui para condições secundárias que aumentam os riscos de mortalidade, como doenças cardiovasculares e complicações decorrentes de quedas e fraturas.

Entenda a anatomia das articulações afetadas
As articulações são os pontos nos quais dois ossos se encontram, permitindo o movimento. Por exemplo, a articulação do joelho conecta o fêmur (osso da coxa) com a tíbia (osso da perna).
Cada articulação possui várias partes importantes, como a cartilagem, que é um tecido liso e escorregadio que cobre as extremidades dos ossos nas articulações. Ela permite que os ossos deslizem suavemente uns contra os outros, facilitando o movimento e absorvendo o impacto.
Já a membrana sinovial é uma fina camada de tecido que envolve a articulação, produzindo um líquido lubrificante chamado líquido sinovial, um fluido viscoso que fica dentro da articulação e reduz o seu desgaste.
Os ossos formam a parte estrutural da articulação, proporcionando suporte ao corpo. Eles são conectados pelos ligamentos, tiras de tecido fibroso que mantêm a estabilidade da articulação. Além disso, existem músculos e tendões, que são tecidos responsáveis pela produção de movimento, ligando-se aos ossos e dando força às articulações.
Na osteoartrose, a cartilagem que cobre as extremidades dos ossos se desgasta, reduzindo a capacidade da articulação de amortecer impactos e permitindo que os ossos se esfreguem diretamente uns contra os outros, causando dor e rigidez.
A membrana sinovial fica inflamada, produzindo menos líquido sinovial e aumentando o atrito dentro da articulação. Além disso, pequenos pedaços de osso, chamados osteófitos ou “esporões ósseos”, podem se formar ao redor da articulação, limitando ainda mais o movimento e causando dor. Com o passar do tempo, o osso sob a cartilagem sofre alterações, como espessamento e desenvolvimento de cistos ósseos.
Diagnóstico com reumatologista
O reumatologista pode realizar o diagnóstico clínico ao avaliar os sintomas e histórico de saúde do paciente. Tudo começa com uma conversa detalhada no próximo consultório para que o especialista consiga identificar fatores de risco envolvidos na doença. Depois, a avaliação física deve indicar a presença de inflamação e desgaste articular.
Caso existam fortes chances de osteoartrose, o médico ainda deve solicitar alguns exames complementares para confirmar o diagnóstico. Radiografias ou tomografias computadorizadas permitem avaliar o estado das estruturas ósseas articulares.
A ressonância magnética também pode ser solicitada. Ela tem como objetivo definir se existem outras causas para a dor articular além da artrose. É possível identificar sinais de outras doenças reumatológicas ou lesões durante esse exame.
Como curar a osteoartrose sem precisar de cirurgia?
Não existe cura para osteoartrose, no entanto a doença pode ser controlada através dos métodos corretos. O reumatologista envolvido no caso deve prescrever medicamentos que ajudem a aliviar sintomas e evitam o desgaste articular que ocorre por causa do quadro degenerativo.
A maior parte dos medicamentos utilizados ajudam a controlar a dor e a inflamação, em especial no momento agudo. Eles são administrados por via oral ou por injeções diretamente na articulação afetada para trazer alívio rápido.
Também é possível usar viscossuplementadores, como ácido hialurônico, para repor o líquido sinovial perdido. Ele é injetado diretamente no espaço articular e permite melhora nos sintomas e ganho de mobilidade.
Quando aliados com fisioterapia, os medicamentos trazem excelente resultado para recuperação do movimento e da independência. É importante que pacientes consigam recuperar sua rotina e voltem a praticar atividades físicas para terem resultados ainda mais eficientes.

Medidas não-farmacológicas para tratar a osteoartrose
Para tratar a osteoartrose de maneira eficaz, existem algumas estratégias comportamentais e terapias complementares interessantes. São elas:
- Troca de gordura por músculos: o paciente deve se manter o mais próximo possível do peso ideal para sua idade, altura e autoestima, sem exageros. Nesse caso, ficar forte é tão importante quanto estar no peso adequado.
- Atividades físicas regulares: atividades como hidroterapia, hidroginástica ou natação são altamente recomendadas, pois a água proporciona um ambiente de baixo impacto que é gentil para as articulações. Se a dor nas costas e demais regiões do corpo permitir, e você não gostar de atividades aquáticas, caminhar é uma boa alternativa para melhorar o condicionamento cardiovascular. Outros exercícios, como alongamentos, pilates, musculação, bicicleta e aulas de dança, também são úteis e podem ser prazerosos. Procure orientação profissional para garantir que está fazendo os exercícios corretamente;
- Uso de dispositivos de assistência: palmilhas e joelheiras ajudam a melhorar o conforto e a estabilidade das articulações. Se precisar, use uma bengala para melhorar a mobilidade e reduzir o risco de quedas. Esses dispositivos não trazem efeitos colaterais e podem aumentar sua liberdade de movimento;
- Terapias complementares (massagens, acupuntura e quiropraxia): embora não existam evidências científicas definitivas sobre a eficácia dessas terapias, elas são utilizadas por alguns pacientes que relatam melhora. Consulte seu reumatologista para orientações específicas;
- Aplicação de calor e frio: tanto compressas frias quanto mornas podem ser experimentadas para aliviar a dor nas juntas e a inflamação. Tente aplicar por 20 minutos, três vezes ao dia. Em climas quentes, o gelo é mais eficaz, enquanto em climas frios, compressas mornas são preferíveis;
- Educação e apoio: caso precise de ajuda, considere participar de programas educativos para entender melhor a doença e aprender a manejá-la. Nesse caso, existem grupos de apoio úteis para compartilhar experiências e estratégias.
Medidas farmacológicas (remédios) para tratar a osteoartrose
O tratamento farmacológico da osteoartrose envolve o uso de medicamentos analgésicos, como o paracetamol, usado para alívio da dor leve a moderada, e opioides fracos, para dores mais intensas. Além deles, são ministrados:
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) por via oral, como ibuprofeno e naproxeno, para reduzir a dor e a inflamação, e anti-inflamatórios tópicos, incluindo pomadas, cremes ou aerossóis, aplicados diretamente na área afetada para alívio local da dor;
- Corticosteroides: podem ser ministradas injeções de corticoides diretamente na articulação para reduzir a inflamação intensa e proporcionar alívio temporário da dor.
- Viscosuplementação: injeções de ácido hialurônico, um componente do líquido sinovial, reduzem a dor em até 60% dos pacientes. Embora não restaure a cartilagem, melhora a lubrificação e amortecimento da articulação, com efeitos que duram entre seis meses a um ano.
- Condroprotetores: medicamentos industrializados podem retardar a progressão da doença, e são utilizados por via oral.
Dicas para prevenir a osteoartrose
Prevenir a osteoartrose envolve adotar um estilo de vida saudável e tomar medidas para proteger as articulações. Aqui estão algumas dicas para ajudar a prevenir essa condição:
- Seguir uma dieta balanceada: consuma uma dieta rica em frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais para manter um peso saudável e fornecer os nutrientes necessários para a saúde das articulações;
- Proteger as articulações: use equipamentos de proteção ao praticar esportes e atividades físicas para evitar lesões. Além disso, aprenda a levantar e mover objetos corretamente para evitar sobrecarregar as articulações. Use a força das pernas em vez das costas ao levantar pesos;
- Manter uma boa postura: adote uma boa postura ao sentar, ficar em pé e levantar para evitar a pressão excessiva nas articulações. Do mesmo modo, ajuste o ambiente de trabalho para que ele seja ergonômico, reduzindo a tensão nas articulações durante longos períodos de trabalho;
- Evitar lesão por esforço repetitivo: evite fazer a mesma atividade por longos períodos. Alterne tarefas e movimentos para reduzir o estresse;
- Ter cuidado com os pés: use sapatos confortáveis e com bom suporte para reduzir o impacto nos pés e joelhos;
- Manter-se hidratado: beber bastante água ajuda a manter as articulações bem lubrificadas;
- Conhecer o histórico familiar: se há histórico de osteoartrose na família, converse com um médico sobre medidas preventivas adicionais que você pode adotar;
- Fazer consultas médicas periódicas: faça check-ups regulares para monitorar a saúde geral e detectar precocemente qualquer sinal de problemas articulares.
Convivendo com a doença
Além dos tratamentos que já listamos, ainda é necessário passar por uma série de adaptações na rotina para conviver com a doença. Primeiramente, o paciente com osteoartrose deve perder peso para diminuir o atrito exercido sobre as articulações.
Manter uma rotina de sono também ajuda a diminuir a dor e a inflamação. Assim como a prática de atividades físicas moderadas. Conseguir se exercitar por 20 a 30 minutos por dia já é o suficiente para perceber melhora. Mas consulte o médico antes de começar qualquer esporte. Atividades com muito impacto podem ser prejudiciais, especialmente sem a progressão adequada.
O que fazer para melhorar a osteoartrose?
Além das abordagens convencionais para controle da osteoartrose, algumas estratégias complementares auxiliam na melhora da qualidade de vida, sendo elas:
Suplementação nutricional
Suplementos, como colágeno tipo II, ômega-3 e cúrcuma (curcumina) têm propriedades anti-inflamatórias que reduzem as dores e protegem as articulações. Do mesmo modo, a vitamina D e o cálcio são essenciais para a saúde óssea.
Terapias alternativas
Acupuntura, quiropraxia e osteopatia podem aliviar a dor e melhorar a mobilidade. Para complementar, os pacientes recorrem à aplicação de laser terapêutico e ultrassom na fisioterapia, a fim de reduzir a inflamação e estimular a recuperação dos tecidos.
Alimentação anti-inflamatória
Reduzir o consumo de alimentos processados, ricos em açúcares e gorduras trans, e aumentar a ingestão de frutas, vegetais, oleaginosas e peixes ricos em ômega-3, vai diminuir a inflamação no corpo e aliviar os sintomas da osteoartrose.
Atividades aquáticas
Exercícios na água, como hidroginástica e natação, são excelentes para quem sofre com dores articulares, por reduzirem o impacto nas articulações, enquanto fortalecem os músculos.
Terapia ocupacional
Em casos mais avançados, um terapeuta ocupacional auxilia na adaptação de atividades diárias, sugerindo técnicas para minimizar a sobrecarga articular e melhorar a independência do paciente.
Sono de qualidade e controle do estresse
O estresse e noites mal dormidas intensificam a percepção da dor nas juntas. Para mitigar os danos, técnicas de relaxamento, como meditação e ioga, proporcionam o alívio do estresse, contribuindo para o controle da dor crônica.
O futuro do tratamento da osteoartrose
O futuro do tratamento da osteoartrose está evoluindo com avanços científicos que buscam não somente aliviar os sintomas, mas regenerar a cartilagem e modificar a progressão da doença. Algumas das principais inovações incluem:
1. Terapias regenerativas
Pesquisas indicam que células-tronco regeneram a cartilagem danificada, reduzindo as dores e melhorando a função articular. Contudo, os estudos clínicos continuam em andamento, para avaliar a eficácia e segurança.
Já o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) contém fatores de crescimento que podem estimular a reparação dos tecidos articulares e reduzir a inflamação. Felizmente, essa terapia já é usada em alguns tratamentos experimentais.
Ainda mais promissora, a abordagem com exossomos, nanopartículas liberadas por células-tronco, promete modular a inflamação e estimular a regeneração da cartilagem.

2. Medicamentos modificadores da doença
Os pesquisadores buscam medicamentos que protegem e estimulam a produção de cartilagem, evitando a progressão da doença. Algumas drogas em desenvolvimento miram na inibição de enzimas que degradam a cartilagem.
No âmbito das terapias genéticas, a edição com CRISPR e outras técnicas pode, no futuro, modificar genes relacionados à degeneração articular, prevenindo ou revertendo a condição.
3. Engenharia de tecidos e implantes biológicos
Impressoras 3D são testadas para criar tecidos articulares a partir de biomateriais e células do próprio paciente, o que pode revolucionar a substituição de cartilagem desgastada, bem como os avanços na engenharia de materiais, que levarão a implantes articulares mais resistentes e compatíveis com o corpo humano, reduzindo a necessidade de substituições cirúrgicas frequentes.
4. Inteligência Artificial e diagnóstico precoce da osteoartrose
Algoritmos de inteligência artificial podem prever a progressão da osteoartrose, com base em exames de imagem e dados clínicos, permitindo tratamentos mais personalizados.
Além disso, métodos mais avançados, como ressonância magnética de alta resolução e biomarcadores no sangue e no líquido sinovial, prometem o diagnóstico precoce da doença, antes mesmo do surgimento dos sintomas.
Preocupações para o futuro e importância de seguir em frente
O futuro do tratamento da osteoartrose traz grandes promessas, mas também algumas preocupações. Apesar dos avanços na medicina regenerativa, inteligência artificial e novos medicamentos, muitos desses tratamentos continuam em fase experimental, e podem levar anos para se tornarem acessíveis à população.
Além disso, o alto custo de terapias inovadoras, como células-tronco e bioimpressão de cartilagem, dificultam a democratização desses recursos, tornando essencial o investimento em políticas públicas e pesquisas, para garantir que mais pessoas tenham acesso a tratamentos eficazes.
Diante dessas incertezas, os pacientes devem continuar cuidando da saúde articular com as opções disponíveis atualmente, aproveitando os benefícios das novas abordagens terapêuticas. O avanço da ciência é promissor, mas até que essas inovações se tornem realidade para todos, o mais importante é seguir em frente, adaptando-se às melhores estratégias, para viver com menos dor e maior mobilidade.

Importância do relaxamento para reduzir a dor da osteoartrose
O relaxamento é fundamental na redução da dor associada à osteoartrose, pois o estresse e a tensão muscular intensificam a percepção da dor e pioram a inflamação nas articulações.
Técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação e alongamentos suaves, diminuem a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, promovendo um estado de bem-estar que alivia o desconforto.
Além disso, práticas como ioga, mindfulness e massagens terapêuticas favorecem a circulação sanguínea e reduzem a rigidez articular, melhorando a mobilidade e a qualidade de vida.
Um sono de qualidade, alcançado por meio do relaxamento, também é essencial para a recuperação do corpo e o controle da dor crônica. Incorporar momentos de descanso e técnicas de relaxamento na rotina pode ser um complemento poderoso ao tratamento da osteoartrose.
Existe algum alimento que melhora o quadro de osteoartrose?
Sim, a alimentação auxilia na redução da inflamação na osteoartrose, fortalecendo as articulações e aliviando os sintomas. Alguns alimentos que podem beneficiar quem sofre com a doença incluem:
- Peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha, atum, cavala): ajudam a reduzir a inflamação nas articulações;
- Azeite de oliva extravirgem: contém compostos antioxidantes que combatem a inflamação;
- Cúrcuma (açafrão-da-terra): possui curcumina, um potente anti-inflamatório natural;
- Gengibre: alivia dores articulares, devido às suas propriedades anti-inflamatórias;
- Carnes magras, ovos e gelatina: fornecem colágeno e aminoácidos essenciais para a cartilagem;
- Caldo de ossos: rico em colágeno, ajuda na regeneração da cartilagem;
- Frutas cítricas (laranja, kiwi, morango, acerola): ricas em vitamina C, essencial para a produção de colágeno;
- Leite e derivados, tofu e vegetais de folhas verdes (couve, espinafre, brócolis): fontes de cálcio, importante para a saúde óssea;
- Oleaginosas (amêndoas, nozes, castanhas): contêm magnésio, que auxilia na absorção do cálcio;
- Sementes de gergelim e chia: ricas em cálcio e ômega-3;
- Frutas vermelhas (mirtilo, morango, framboesa): ricas em antioxidantes que combatem os radicais livres;
- Chá-verde: contém polifenóis que podem ajudar a reduzir a inflamação e proteger as articulações.
Glucosamina e condroitina: essas substâncias ajudam no tratamento?
Sim, a glucosamina e a condroitina são amplamente utilizadas no tratamento da osteoartrose, pois ajudam a proteger e manter a saúde da cartilagem articular. Elas são componentes naturais do tecido cartilaginoso e estão disponíveis como suplementos para auxiliar na redução da dor e na melhora da mobilidade articular.
Como elas ajudam?
A glucosamina estimula a produção de proteoglicanos e ácido hialurônico, que contribuem para a lubrificação e regeneração das articulações. Também tem propriedades anti-inflamatórias leves. Já a condroitina ajuda a manter a elasticidade e hidratação da cartilagem, reduzindo sua degradação e melhorando a absorção de choques nas articulações.
Eficácia e recomendações de suplementos para a osteoartrose
Os estudos sobre a eficácia desses suplementos para a osteoartrose apresentam resultados variados. Alguns pacientes relatam melhora significativa da dor e da função articular, enquanto outros não observam grandes diferenças.
A resposta ao tratamento depende do estágio da osteoartrose e das características individuais do paciente. Geralmente, os efeitos são mais perceptíveis após algumas semanas ou meses de uso contínuo. Além disso, a combinação de glucosamina e condroitina é mais eficaz do que o uso isolado de cada substância.
Antes de iniciar o uso desses suplementos, é importante conversar com um médico, pois eles não são recomendados para pessoas com certas condições, como diabetes ou alergias a frutos-do-mar (algumas versões de glucosamina são derivadas de crustáceos).
Exercícios para artrose no joelho
Os exercícios melhoram a força muscular, a flexibilidade e a mobilidade, além de reduzir a dor. Contudo, antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é fundamental consultar um médico ou fisioterapeuta, especialmente se você tem artrose no joelho e quer evitar lesão por esforço repetitivo.
Dito isso, aqui estão alguns tipos de exercícios recomendados para pessoas com artrose no joelho:
1. Exercícios de fortalecimento
Esses exercícios fortalecem os músculos ao redor do joelho, proporcionando suporte e estabilidade.
Comece pelo levantamento de pernas retas. Você deve se deitar de costas com uma perna esticada e a outra perna dobrada. Levante a perna esticada cerca de 15-20 cm do chão, mantendo-a reta. Segure por alguns segundos e desça lentamente. Repita de 10 a 15 vezes para cada perna.
Você também pode fazer o agachamento parcial, ficando em pé com os pés na largura dos ombros. Dobre os joelhos, descendo lentamente, como se fosse sentar em uma cadeira, mas não desça totalmente. Mantenha a posição por alguns segundos e volte à posição inicial. Faça de 10 a 15 repetições.
Experimente o step-up. Para realizá-lo, use um degrau ou uma plataforma baixa. Suba com uma perna e depois desça. Alterne as pernas e repita de 10 a 15 vezes.
2. Exercícios de flexibilidade
Esses exercícios ajudam a manter a amplitude de movimento nas articulações. Você pode começar com:
Alongamento do quadríceps: fique em pé e segure-se em uma parede ou em uma cadeira para apoio. Dobre uma perna para trás, segurando o tornozelo com a mão, e puxe suavemente em direção aos glúteos. Mantenha assim por 15 a 30 segundos e, depois, troque de perna.
Alongamento da panturrilha: fique em pé, de frente para uma parede, coloque uma perna para trás e mantenha o calcanhar no chão enquanto dobra a perna da frente. Mantenha dessa forma por 15 a 30 segundos e troque de perna depois.
3. Exercícios de baixo impacto
Os exercícios seguintes são gentis nas articulações e ajudam a melhorar a resistência cardiovascular. Confira:
– Caminhada: caminhar em uma superfície plana e macia pode ser uma excelente forma de exercício. Tente caminhar por 20 a 30 minutos, aumentando gradualmente a distância;
– Natação ou hidroginástica: exercícios na água reduzem o impacto nas articulações e são ótimos para melhorar a força e a flexibilidade sem causar dor;
– Ciclismo: pedalar numa bicicleta ergométrica ou ao ar livre é uma forma eficaz de exercício aeróbico que é mais suave para os joelhos.
Tratamento cirúrgico para osteoartrose
O tratamento cirúrgico da osteoartrose é considerado em casos em que os métodos conservadores, como fisioterapia e medicamentos, não proporcionam alívio adequado dos sintomas. Existem, então, várias opções cirúrgicas, incluindo osteotomia, artrodese e substituição da articulação por prótese. Cada uma dessas intervenções tem indicações específicas, vantagens e desvantagens:
Osteotomia
Envolve a modificação do osso para alterar a carga na articulação afetada, redistribuindo a pressão e, assim, aliviando a dor. Ela é indicada para pacientes mais jovens com osteoartrose em estágio inicial ou moderado, especialmente quando a artrose afeta somente um lado da articulação. É, portanto, uma opção para aqueles que desejam adiar a necessidade de uma prótese total.
Durante o procedimento, o cirurgião corta o osso (geralmente na perna) e reposiciona a parte cortada para aliviar a pressão sobre a cartilagem danificada. O osso é, então, fixado em sua nova posição com placas, parafusos ou hastes.
A vantagem desse processo é que ele preserva a articulação e melhora a função, mantendo a mobilidade do paciente por mais tempo. Por outro lado, ele requer um período de recuperação e reabilitação, além de não ser adequado para todos os casos.
Artrodese
A artrodese, ou fusão articular, consiste na união de duas ou mais superfícies articulares, eliminando a articulação. É indicada em casos de dor intensa e incapacitante, especialmente quando a articulação está severamente danificada e não responde a outros tratamentos. É mais comum em articulações menores, como tornozelos e dedos.
Durante o procedimento, o cirurgião remove a cartilagem danificada e funde os ossos que compõem a articulação, usando placas, parafusos ou enxertos ósseos para garantir a fusão. Sua principal vantagem é o alívio da dor nas articulações afetadas e a melhora da estabilidade, resultando na recuperação da função, especialmente em articulações que suportam peso. Porém, sua desvantagem é que ela elimina o movimento na articulação fundida, o que pode afetar a mobilidade e a função geral da extremidade afetada.
Prótese (substituição articular)
A substituição articular, ou artroplastia, envolve a remoção da articulação danificada e a substituição por uma prótese artificial. Ela é indicada para pacientes com osteoartrose avançada que apresentam dor intensa e limitação funcional, sendo uma das opções mais comuns para joelhos e quadris.
Nela, o cirurgião remove a cartilagem e osso danificados e insere uma prótese de metal e/ou plástico, que pode ser parcial (substituição somente de uma parte da articulação) ou total.
Com vantagem, ela pode proporcionar alívio significativo da dor e melhorar a função articular, permitindo uma recuperação da mobilidade. Contudo, como toda cirurgia, possui riscos, como infecções, coágulos sanguíneos e complicações relacionadas à anestesia. Além disso, as próteses têm uma vida útil limitada e exigem substituições ao longo do tempo.
Mitos e verdades sobre a osteoartrose
A osteoartrose é uma doença que está cercada de mitos. Para elucidar algumas questões e servir como um guia de consulta rápida, decidimos elaborar os tópicos a seguir.

A doença atinge apenas as cartilagens
Mito. Essa é uma confusão comum, já que as cartilagens são as principais estruturas prejudicadas. Entretanto, a enfermidade afeta a articulação na sua totalidade, atingindo ossos, ligamentos e tendões.
A osteoartrite é uma doença muito rara
Mito. Ela está classificada entre as doenças reumatológicas consideradas comuns. Só no Brasil, há uma estimativa de 15 milhões de casos. Além disso, por ser uma patologia que se torna mais frequente com o envelhecimento, ela atinge 85% da população acima dos 75 anos.
A doença pode ser evitada
Podemos dizer que isso é parcialmente verdade. Por ser uma doença que se desenvolve naturalmente com o envelhecimento, ela é, de certa forma, inevitável. No entanto, se a pessoa tomar alguns cuidados ao longo da vida, o surgimento dos sintomas pode ser retardado ou totalmente controlado, permitindo que a doença não se torne um incômodo grave mesmo para aqueles que atingem idades avançadas.
Para evitar o agravamento da condição, o paciente deve manter seu peso sob controle, não sobrecarregar as articulações e dar preferência a exercícios de baixo impacto que ajudem a fortalecer a musculatura e proteger as articulações.
A cirurgia é necessária em todo paciente com osteoartrose
Mito. Os sintomas da osteoartrose são controlados em grande parte dos casos com medicamentos e fisioterapia. Portanto, a cirurgia é reservada para casos muito graves, quando é difícil controlar a dor e o paciente está perdendo sua mobilidade.
Se a articulação estiver muito comprometida, os reumatologistas podem recorrer à cirurgia para realinhar os ossos ou para colocar uma prótese no lugar da articulação. Próteses de joelho e quadril, por exemplo, têm sido utilizadas com muito sucesso.
A doença tem cura
Mito. Infelizmente, não é possível curar a artrose, pois a articulação prejudicada não é capaz de se regenerar. Essa é uma doença que progride ao longo do tempo e, se não for tratada, pode incapacitar o paciente. No entanto, há opções para controlar o quadro e retardar sua progressão. Assim, pacientes com essa enfermidade conseguem viver com boa qualidade, tendo alívio de sintomas como dor, enrijecimento e falta de mobilidade.
A dieta faz parte do tratamento
Isso é verdade quando nos referimos a uma dieta visando à perda de peso, pois sabemos que o peso em excesso aumenta a carga nas articulações e acelera o seu desgaste. Entretanto, vale lembrar que o sobrepeso e a obesidade não são causas da doença, mas sim fatores contribuintes.
Assim, quando a pessoa não está em seu peso normal, as articulações do quadril e dos joelhos são especialmente prejudicadas.
A enfermidade se desenvolve da mesma forma em todos os pacientes
Mito. A doença apresenta-se de forma distinta em cada paciente, pois seu desenvolvimento está atrelado aos fatores de risco nos quais a pessoa está envolvida. Por exemplo, questões hereditárias e problemas de densidade óssea podem fazer com que o caso de um paciente se agrave de forma mais rápida.
A osteoartrite atinge somente os idosos
Mito. É certo que a incidência da doença é maior na terceira idade, entretanto pessoas jovens também podem sofrer do problema, pois seu desenvolvimento também se dá devido à prática esportiva em excesso e sem os devidos cuidados, lesões nas articulações e problemas na formação dos ossos.
As mulheres são as que mais sofrem com a doença
Verdade. Os dados apontam que a doença é mais comum em mulheres. Segundo a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), 61% dos pacientes são do sexo feminino.
Osteoartrose e artrose são a mesma coisa
Verdade. Osteoartrose, osteoartrite e artrose são três nomes distintos para a mesma condição. Quando ouvir qualquer um dos termos, saiba que eles se referem a uma doença caracterizada pelo desgaste nas articulações, o que faz com que os ossos entrem em contato uns com os outros, causando dor e demais sintomas. Além disso, qualquer articulação do corpo pode ser acometida pela condição.





