Antes de falar sobre artroses especificamente, é importante entender como funciona a junção de ossos em nosso corpo. Uma articulação é formada por dois ou mais ossos, que se juntam para poder realizar movimentos. No local de junção existem cartilagens e líquido sinovial, responsáveis por permitir o deslizamento das estruturas ósseas com o mínimo de atrito possível.
Caso esses tecidos moles que recobrem as articulações sofram desgaste por algum motivo, os ossos começam a desgastar-se. É exatamente isso que ocorre na artrose. O nome da doença é formado pela junção do termo grego “artros”, articulação, e latino “ose”, desgaste.
A doença não afeta a articulação em si, mas sim seus tecidos moles, especialmente cartilagens. Ela causa inflamação no local, que eventualmente gera degradação do tecido e seu desgaste. Como resultado, o osso que fica por baixo acaba exposto e começa a gerar atrito, aumentando o quadro inflamatório.
O problema é bastante comum, afetando cerca de 15 milhões de pessoas somente no Brasil. Ela chega a corresponder a 30% a 40% dos atendimentos de reumatologistas pelo País.
As artroses são quadros tão sérios que levam parte dos pacientes afetados a deixar o trabalho devido aos sintomas. Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cerca de 7,5% dos afastamentos do trabalho ocorrem por causa da osteoartrite. Entre as pessoas que solicitam o auxílio-doença, 10,5% são diagnosticadas com a condição reumatológica e algumas delas chegam a pedir prorrogação, representando a segunda maior justificativa.
Vale a pena frisar que o problema é crônico. Quando o tratamento não acontece ou não é eficiente, os sintomas devem piorar progressivamente. Inclusive, existem casos que geram a aposentadoria definitiva. Essa é a quarta doença mais comum por afastamento permanente do trabalho, com 6,2% dos motivos justificados.
Uma doença que pode afetar a todos
Precisamos ver a osteoartrite como uma doença que pode atingir a todos. Algumas partes do corpo são mais afetadas em mulheres, como as mãos. Outras acontecem com maior frequência nos homens, como nos quadris.
Ciente de que após os 75 anos, pelo menos, 85% das pessoas possuem sinais da doença, é importantíssimo entender como ocorre o diagnóstico. Quanto mais cedo começar o tratamento, melhor será o seu resultado.
Quer entender como funciona a doença e seus tratamentos? Continue lendo.
A confusão de nomes entre artroses e artrite reumatoide
O nome mais correto da artrose é osteoartrite, mas muitos ainda a confundem com outra doença que também faz parte do grupo das doenças reumáticas: a artrite reumatoide. Essa última doença é uma inflamação autoimune, que começa a atacar a membrana sinovial que envolve as articulações.
Além de provocar inflamação e consequente deformação da articulação, a artrite pode afetar outras regiões do corpo. A inflamação pode espalhar-se para olhos, peles e múltiplas articulações, especialmente quando não tratada.
A grande diferença está no mecanismo da inflamação, já que a artrose não é considerada como uma doença autoimune. Ela é degenerativa e age de forma bem mais lenta, causando destruição articular ao longo de anos, na maioria dos casos.
Principais sintomas das artroses
Os sintomas de artroses variam de acordo com a reação do corpo de cada um à doença, estágio de desenvolvimento e articulação afetada. De modo geral, os sinais mais comuns incluem:
- Dor no local atingido;
- Rigidez e perda de mobilidade articular;
- Inchaço e vermelhidão na articulação;
- Sons de estalo no local.
É importante saber que a doença possui desenvolvimento bastante lento. Por isso, muitos pacientes são assintomáticos quando começam a desenvolvê-la e podem conviver por meses ou até anos com o problema.
Conforme o tempo passa e a doença progride, pacientes começam a sentir dores articulares, especialmente pela manhã. Elas tendem a diminuir ao longo do dia e melhorar com a movimentação. O repouso é o momento de maior dor e desconforto.
Tipos de artroses mais comuns
As artroses são divididas em dois tipos de acordo com suas causas e surgimento, conforme você pode ver abaixo.
Artrose primária
Esse tipo da doença é bastante democrático em seu alvo, afetando tanto adultos quanto pessoas de terceira idade. Isso acontece porque ela surge causada pelo sobreuso articular, algo bastante comum em algumas ocupações profissionais e práticas esportivas. Outro motivo de seu surgimento pode ser o desgaste natural da cartilagem com o envelhecimento.
Conforme usamos as articulações, especialmente com atrito repetitivo, como ocorre em esportes, a cartilagem pode sofrer desgastes. Com o tempo, isso gera a inflamação e desgaste crônico característicos da artrose primária.
Em quadros avançados, o indivíduo chega a perder completamente a cartilagem. Isso gera calcificações em partes da articulação chamados de osteófitos (popularmente conhecidos por “bico de papagaio”), que contribuem para a perda de movimentos.
Artrose secundária
Enquanto o paciente desenvolve a artrose primária espontaneamente, a do tipo secundário é uma consequência de condições já existentes. Pessoas obesas, com diabetes ou até mesmo com artrite reumatoide são mais predispostas ao surgimento da doença. Algumas outras causas incluem:
- Fraturas, quedas e lesões repetidas na mesma articulação;
- Anomalias congênitas do paciente;
- Gota e outras doenças reumatológicas.
Por isso, pacientes com doenças crônicas precisam de acompanhamento com um reumatologista. Assim, é possível identificar o surgimento da osteoartrite ainda em seus estágios iniciais e aplicar o tratamento mais adequado.
Locais mais afetados por artroses
As artroses se desenvolvem com maior frequência em articulações que aguentam mais atrito durante o movimento. Separamos as articulações mais afetadas pela doença abaixo.
Joelho
O joelho é especialmente acometido em pessoas obesas, que sofreram lesões no local mais de uma vez ou que já passaram por cirurgia. Quem possui a doença e começa a sofrer com desgaste articular pode desenvolver desvios conhecidos como “joelhos em X” ou joelho valgo por causa da curvatura das pernas.
Em quadros mais avançados, o paciente além de sofrer com a dor também desenvolve dificuldades para caminhar, sentar e levantar. A condição também causa inchaço e vermelhidão significativos no local.
Tipos de artrose no joelho
A artrose no joelho pode ser dividida em alguns tipos de acordo com a manifestação da dor. Como os sinais da doença são diferentes, o reumatologista responsável pelo caso pode supor um mecanismo de ação específico para cada um. Explicamos um pouco mais sobre os distintos sintomas e como eles surgem conforme o paciente.
Tipo sensibilização central de dor
Os pacientes com esse diagnóstico apresentam dor generalizada, ou seja, relatada em diversas articulações, incluindo o joelho. Além dos sintomas mais comuns das artroses, os pacientes têm um limiar de tolerância de dor bastante baixo.
Isso acarreta um quadro de dificuldades psicológicas para continuar o tratamento, o que exige ainda mais atenção dos reumatologistas. Em alguns casos, foram constatados sintomas secundários relacionados à doença, como:
- Problemas no sono.
- Fadiga.
- Dor difusa.
A condição afeta todo o corpo, sendo a dor no joelho apenas uma parte de um quadro mais complexo.
Tipo inflamatório
Determinados indivíduos parecem possuir predisposição para a inflamação articular que ocorre na artrose no joelho. Estudos indicam que esses pacientes têm genes que aumentam a incidência de inflamação nos componentes sinoviais que deveriam proteger a articulação.
Como resultado, há uma elevação nos níveis de dor e um avanço na evolução da doença, que podemos detectar por meio de exames de imagem. Os pacientes nesse grupo possuem maiores chances de precisar de tratamento cirúrgico com substituição completa da articulação.
O tratamento é mais eficiente com o uso de medicamentos anti-inflamatórios, incluindo:
- Hidroxicloroquina.
- Diacereína.
- Metotrexato.
Em hipótese de dor aguda ou que não responde bem ao tratamento, pode ser necessário usar infiltrações intra-articulares de medicamentos.
Tipo síndrome metabólica que eleva risco de artroses
Atualmente, a ciência sabe que uma série de fatores metabólicos maximizam drasticamente o risco de artroses em articulações que suportam carga, como o joelho. O tipo metabólico consiste em um quadro que evolui graças à presença dessas condições, como:
- Obesidade.
- Diabetes tipo 2.
- Hipertensão arterial.
- Dislipidemia.
- Redução do colesterol bom, o HDL.
- Aumento de triglicerídeos.
Apesar de as síndromes metabólicas não serem a única causa, elas influenciam bastante no desenvolvimento desse tipo de reumatismo. O problema provoca inflamação geral no corpo, que muda o metabolismo ósseo e das cartilagens do joelho.
Para obter sucesso no tratamento, também é necessário controlar a doença crônica. No caso da obesidade, a perda de peso auxilia a contornar os momentos de crise e desacelerar a evolução da artrose.
Tipo distúrbio metabólico local osteocondral
O metabolismo do osso e da cartilagem do joelho está frequentemente alterado em pacientes pertencentes a esse grupo. Isso faz com que a cartilagem hialina, que recobre a articulação do joelho, sofra perda de densidade. Ou seja, a inflamação local fica mais provável, assim como lesões na estrutura óssea.
Os tratamentos terapêuticos iniciados precocemente possuem excelente prognóstico em pacientes com esse subtipo.
Tipo sobrecarga mecânica
Certas pessoas nascem ou desenvolvem desvios biomecânicos do joelho. Uma situação comum, por exemplo, é o joelho varo, quando é arqueado para fora. Na juventude, essas alterações raramente necessitam de tratamento, especialmente, se a pessoa tiver um estilo de vida ativo.
O envelhecimento, no entanto, eleva a probabilidade de degeneração do joelho e surgimento da osteoartrite. De acordo com estudos, de 12% a 22% dos pacientes com a doença nessa articulação possuem algum tipo de desvio mecânico que causa sobrecarga.
As lesões prévias no joelho também parecem influenciar na incidência desse tipo de doença reumática. O mesmo é válido para a fraqueza muscular do quadríceps e a diferença do comprimento dos membros.
A terapêutica envolve, em geral, a correção dos desvios biomecânicos e o fortalecimento de membros inferiores.
Tipo doença mínima faz parte da classificação das artroses no joelho
O mecanismo de formação das artroses nesse subgrupo ainda não é claramente compreendido. Esses pacientes possuem sintomas mais amenos e certas características no local da lesão:
- Baixa degeneração articular.
- Progressão lenta da doença.
Por possuir um mecanismo ainda pouco esclarecido, as estimativas de quantas pessoas devem fazer parte desse subgrupo variam. Supõe-se que entre 17% e 47% dos pacientes com artrose no joelho possuam o tipo doença mínima.
Quadril
O quadril é um conjunto articular responsável por repassar forças do membros superiores para inferiores e vice-versa. Ou seja, está submetido a pressão e atrito diariamente em todos os momentos. Com o tempo, ele pode desenvolver o que é conhecido como coxoartrose ou artrose de quadril.
Quem desenvolve essa forma da doença costuma sentir rigidez no local, especialmente pela manhã, além de dor na região das nádegas, coxa e lateral da virilha.
Mãos
É um dos locais mais afetados pela doença e que também tende a tornar-se mais grave. Mais da metade da população possui altas chances de desenvolver artroses nas mãos, especialmente quem realiza funções de escritório. Hoje em dia, o uso da tecnologia faz com que boa parte dos profissionais precise realizar movimentos repetitivos com mãos e dedos diariamente, tornando a osteoartrite cada vez mais comum.
O problema é mais comum em adultos jovens, ainda em idade produtiva. Seu sintoma inicial é a rigidez articular que muitos descrevem como uma sensação de “falta de óleo” nas juntas.
Pés
Algumas pessoas nascem com uma pequena deformação nos ossos que formam o tornozelo. Como os ossos ficam mal posicionados nesses casos, a distribuição de forças, pressão e atrito mudam, tornando-se patológicos e prejudicando as estruturas dos pés. Isso gera um tipo de artrose mais conhecido como joanete, que pode surgir em um ou ambos os pés.
Coluna
Uma das causas para dores nas costas é a osteoartrite, também chamada de espondiloartrose nesses casos. Conforme a doença desgasta as vértebras, o corpo tende a tentar consertar o desequilíbrio com calcificações conhecidas como bico de papagaio.
As dores podem ser moderadas ou intensas, especialmente se houver compressão nervosa. Em alguns casos, a doença também gera outras doenças, como inflamações no nervo ciático, hérnia de disco e problemas com dor na coluna cervical.
Fatores de risco para artroses
O desenvolvimento das artroses ocorre com mais facilidade quando há alguns fatores associados. É muito importante conhecê-los para que seja possível prevenir ao menos aqueles que são de origem comportamental. No decorrer deste texto vamos nos aprofundar em alguns desses fatores. Neste primeiro momento, conheça os principais.
Envelhecimento
O processo de envelhecimento faz com que as cartilagens se tornem menos firmes e mais suscetíveis a desgastes. Isso é algo natural, pelo qual todas as pessoas passam ao longo dos anos. Entretanto, quando acontece de forma mais acelerada e aguda, pode trazer grandes prejuízos para a articulação.
Uma das formas de envelhecer com mais saúde é levando uma vida saudável, com a prática moderada de exercícios físicos, boa alimentação, evitando o consumo de álcool e cigarro e também situações de estresse. Mas o acompanhamento médico também é fundamental para detectar problemas precocemente e receber orientações adequadas para cada caso.
Alterações bioquímicas na cartilagem
Quando há um desequilíbrio bioquímico dentro da articulação, o paciente pode sofrer com degradações no osso, cartilagem e na membrana sinovial. Além disso, ocorre um aumento na produção de substâncias com poder inflamatório e que causam dores.
Lesões
Quando há uma lesão em uma articulação, a inflamação aumenta, assim como o processo de degradação, o que contribui para o desenvolvimento de artroses. O funcionamento biomecânico da articulação também é prejudicado, fazendo com que ela fique menos estável e suscetível a mais lesões.
Imagine, por exemplo, um forte impacto no joelho. Essa situação pode evoluir para um quadro de artrose, principalmente quando a pessoa continua a forçar a articulação sem receber o tratamento adequado e esperando que o problema se resolva sozinho.
Fraqueza muscular
Quando os músculos estão enfraquecidos, eles não conseguem promover toda a estabilidade necessária para a articulação. Pense, por exemplo, nos joelhos. Os impactos frequentes nessa região se tornam mais perigosos quando não há o tônus muscular necessário.
Por isso, fazer exercícios de fortalecimento são indispensáveis para evitar diversas doenças reumáticas. Além disso, as atividades físicas melhoram a saúde de forma geral e são uma forma de prevenir enfermidades como pressão alta, diabetes tipo 2 e obesidade.
Atividades repetitivas
Movimentos repetitivos, como aqueles realizados no trabalho, têm um grande potencial para desgastar uma articulação. Esse tipo de problema pode fazer com que o profissional precise se afastar de suas atividades, evoluindo até mesmo para um quadro crônico se não houver um tratamento adequado.
Como exemplo podemos citar uma pessoa que precisa ficar por muito tempo agachada realizando uma atividade. Isso se torna extremamente prejudicial para os joelhos ao longo do tempo. O correto é fazer pausas, alongar-se e sempre manter uma postura adequada.
Fatores genéticos
Há estudos que demonstram a relação entre alguns genes e o desgaste acelerado das articulações. Por esse motivo determinadas pessoas estarão mais propensas a desenvolver esse tipo de condição, sobretudo quando há casos anteriores na família.
Tratamento para artroses é com o reumatologista
Artrose não tem cura, mas tem tratamento e precisa de controle adequado para evitar maiores desgastes articulares. Inicialmente, o tratamento é conservador e usa medicamentos, como anti-inflamatórios e analgésicos para controlar a inflamação.
O paciente deve seguir o tratamento exatamente conforme prescrito. A automedicação prejudica os resultados e pode até agravar o quadro. Em casos de dor aguda e incapacitante, é possível utilizar também injeções de cortisona ou ácido hialurônico.
Após superar a fase de dor aguda da doença, é possível iniciar terapias complementares, como fisioterapia. O objetivo é fortalecer os músculos que rodeiam a articulação para manter sua mobilidade e força.
Quando a deformação articular é excessiva o paciente pode precisar de cirurgia.
Tratamento medicamentoso de artroses
O tratamento de artroses é bastante complexo e considerado multifatorial. Por tratar-se de uma condição reumatológica, ela também é crônica e não existem medicamentos capazes de induzir a cura ou reversão do quadro. Por isso, o principal objetivo neste tipo de tratamento é controlar os sintomas, em especial a dor em momentos de crise.
Para o alívio da dor, pacientes podem fazer uso de medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides e alguns tipos de analgésicos. Remédios narcóticos, como os opioides, não são recomendados para quadros crônicos como o de artrose. Por ser uma doença que exige uso contínuo ou por longo período, os opioides apresentam certo risco de dependência.
É importante que o reumatologista alerte pacientes com o quadro quanto à automedicação. Além de ser pouco eficiente para controle da dor, a prática pode piorar a gravidade da doença. Muitos remédios para dor possuem efeitos colaterais indesejados, portanto, sem saber as interações medicamentosas, o paciente pode prejudicar sua saúde em geral.
Tratamento com mudança de estilo de vida para artroses
Como ocorre com qualquer doença crônica, as artroses exigem que o paciente realize algumas mudanças de estilo de vida. Elas devem ajudar, portanto, a prevenir crises e evitar a progressão da doença, trazendo maior bem-estar e sucesso ao tratamento. Confira o que é necessário para esses pacientes.
Exercício
Atividades físicas deveriam fazer parte da rotina de todos, mas pacientes com artrose têm algumas necessidades especiais. O treinamento adequado ajuda a melhorar flexibilidade, estabilidade articular e força, características importantes para evitar e aliviar a dor.
No entanto, as atividades físicas só devem começar depois de obter autorização médica. As modalidades sem impacto são especialmente benéficas, como por exemplo:
Natação;
Hidroginástica;
Exercícios de força de baixo impacto;
Yoga;
Outros.
Após as primeiras semanas de treino o paciente deve experimentar melhora significativa nos sintomas. Exercícios também geram mudanças na autoestima e sensação de bem-estar importantes para o sucesso do tratamento.
Atividades físicas podem causar artroses?
Além de fazerem parte do tratamento, os exercícios físicos estão ligados ao desencadeamento de artroses. Entretanto, fica o alerta: isso nunca deve servir como desculpa, com a intenção de evitar a prática de atividades físicas. O sedentarismo é muito mais prejudicial para a articulação, pois eleva as possibilidades de dores crônicas.
O grande problema para as articulações é o excesso de exercícios, além do despreparo do corpo para executá-los. Os movimentos repetitivos em demasia aumentam o desgaste articular, levando, portanto, ao quadro de artrose. Dessa forma, quem não possui preparo pode agravar a situação com fraqueza muscular ou movimentos feitos de forma incorreta.
Alguns esportistas chegam até a desenvolver artrose precocemente em virtude da prática. Por isso, a prevenção é tão importante. Com o acompanhamento correto, é possível evitar o aparecimento da doença ou minimizar os seus sintomas, quando isso acontecer.
Esportes e outras atividades com maior risco de surgimento dessa condição reumática
As artroses são especialmente comuns em alguns atletas de idade mais avançada ou que passaram por lesões. Os esportes de contato, por exemplo, apresentam risco elevado para o surgimento da doença, já que também aumentam as chances de lesões mais sérias e de difícil recuperação.
Determinadas atividades de alto impacto também podem prejudicar a estrutura articular e, consequentemente, levar ao surgimento da doença, como: futebol; basquete; dança; corrida; e tênis.
Essas modalidades esportivas envolvem paradas bruscas e saltos, fatores que maximizam o desgaste de certas articulações. Os joelhos, por exemplo, sofrem bastante em esportes que têm pulos altos. Dessa forma, sem a preparação física adequada, o risco de artrose é elevado.
Cuidados que os pacientes com artroses devem tomar ao praticar exercícios físicos
Quem possui algum dos tipos de artroses pode e deve praticar atividades físicas. Já revelamos que os exercícios ajudam a diminuir a dor e controlar a progressão do desgaste articular. Todavia, o processo requer alguns cuidados, para evitar que a atividade prejudique ao invés de ajudar.
Tudo começa na escolha do exercício. O ideal é optar por esportes de baixo impacto, que não geram tanta sobrecarga nas articulações. A natação e a hidroginástica são exemplos de atividades bastante recomendadas, visto que a água torna os movimentos mais suaves.
O pilates também é uma excelente alternativa. Pois, além de ser considerado exercício de baixo impacto, o método fortalece as musculaturas e coopera para a recuperação da mobilidade perdida em razão da dor e rigidez.
Perda de peso
A obesidade ou excesso de peso é considerada como um dos principais fatores de risco para a condição. O peso causa estresse em excesso nas articulações, principalmente aquelas mais afetadas pela doença, como: quadril, joelhos e coluna lombar.
Quem possui artrose precisa manter o peso ideal ou iniciar a perda de peso após o diagnóstico. Isso acontece, então, através da combinação da prática de atividades físicas e uma dieta adequada. Na dúvida, é interessante consultar-se com um nutricionista.
Quando a artrose está combinada a obesidade o acompanhamento médico na prática de atividades físicas é ainda mais importante. Afinal de contas, o excesso de peso aumenta o risco de lesões em algumas atividades. Por isso, sua adoção precisa ser gradual e controlada.
Mudanças na alimentação para controlar as artroses
Enquanto o paciente é submetido ao tratamento das artroses, seja ele cirúrgico ou conservador, alguns hábitos colaboram para amenizar os sintomas. Quem está acima do peso, então, deve procurar um nutricionista e um educador físico, visando começar o processo de emagrecimento.
Tudo precisar estar acompanhado de alguns cuidados na alimentação, como:
- Ômega 3: é uma substância antioxidante e anti-inflamatória que deve fazer parte de toda refeição. Está presente em frutos do mar e em oleaginosas, como castanha-de-caju, castanha-do-pará e nozes.
- Vitamina C: essencial para a produção do colágeno, substância que faz parte do tecido conjuntivo das articulações. Pode ser encontrada em frutas cítricas, como laranja, limão e abacaxi.
- Antocianinas: são tipos de antioxidantes que também possuem propriedades anti-inflamatórias. Estão em frutas vermelhas de todos os tipos, incluindo morango, romã, cereja e melancia.
- Selênio: esse mineral também é um antioxidante que ajuda pacientes com artrose. Ele está no pão, no ovo e na castanha-do-pará.
Adoção de hábitos simples para quem tem artroses
As artroses são condições crônicas com as quais o paciente precisará conviver durante toda a vida. Mesmo em momentos de remissão, isto é, quando não existem sintomas aparentes, é essencial adaptar o estilo de viver, com o objetivo de evitar novas crises.
Um dos primeiros e mais simples cuidados que a pessoa portadora pode tomar é manter a hidratação em dia. Isso ajuda, então, o organismo a produzir líquido sinovial, uma substância que lubrifica os movimentos articulares, o que também diminui as dores.
Quem está acima do peso precisa tentar emagrecer, para reduzir a pressão exercida sobre as articulações. O excesso de massa corpórea faz, portanto, com que as articulações e as suas estruturas ósseas passem por desgaste rapidamente.
Até mesmo os sapatos e as roupas podem influenciar no quadro. Selecione os que são mais confortáveis e adequados para a sua estrutura corporal. As peças que apertam muito ou que limitam os movimentos, por exemplo, comprometem a circulação e, consequentemente, a saúde articular.
Por último, é fundamental sempre respeitar os limites do corpo. Quando a dor aparecer, tente repousar e aplicar uma compressa de água quente. Mas se o problema persistir, a consulta com o reumatologista deve ser agendada logo.
Tratamento cirúrgico para artroses
As artroses só precisam de cirurgia em casos graves, seja porque a dor não é controlada através de medicamentos ou por danos permanentes às articulações. Cada paciente recebe uma recomendação diferente de tratamento cirúrgico, já que depende do quadro, dos problemas articulares e dos tratamentos que já foram experimentados.
É importante saber que a cirurgia raramente é a primeira opção de tratamento. Em geral, o mais comum é testar a fundo os tratamentos conservadores que devem trazer maior qualidade de vida ao paciente. Só depois de ter certeza que eles não trarão resultado, o médico responsável deve optar por um dos procedimentos que descrevemos abaixo.
Substituição de articulações
Essa é uma das soluções cirúrgicas mais invasivas possíveis. Ela consiste em retirar o osso afetado pela artrose e substituí-lo por uma prótese. O mais comum, portanto, é realizá-la em articulações que carregam muita pressão, como joelhos ou tornozelos.
O procedimento é chamado de artroplastia e usa uma prótese criada especificamente para cada paciente. Por ser bastante invasiva, a cirurgia possui maior tempo de recuperação e o paciente não retoma a mobilidade e força articular de imediato.
Será necessário passar por sessões de fisioterapia e tratamento medicamentoso para evitar a dor por alguns meses. No entanto, quando o procedimento tem sucesso o paciente pode voltar para sua rotina normalmente com o tempo.
Fusão de articulações
Nem sempre a articulação precisa ser removida por completo. Em alguns casos basta fundir as extremidades de duas articulações para diminuir sua mobilidade e aumentar sua resistência à pressão. A artrodese, como esse procedimento é chamado, é especialmente comum em casos de artroses na coluna.
Atualmente existem opções menos invasivas para procedimentos na coluna. Isso significa que o paciente consegue um resultado satisfatório e retorno às atividades normais mais rapidamente.
Outras regiões do corpo também podem receber indicação de fusão articular, como ocorre com o tornozelo, já que não pode ser completamente substituído.
Mudanças na estruturas do osso
Quando o paciente não recebe indicação para fusão ou substituição articular, como ocorre em pacientes jovens, existe mais uma cirurgia possível. O procedimento realiza cortes e reestrutura a superfície dos ossos afetados para melhorar sua distribuição de forças e pressão.
O objetivo dessa cirurgia é diminuir o dano articular causado pela doença e controlar de forma eficiente a dor.
Como o reumatologista confirma o quadro de artroses?
Quando o reumatologista recebe um paciente com suspeita de artroses precisa confirmar o quadro e eliminar outras hipóteses. Mas para isso, pode ser necessário ir muito além da avaliação clínica, incluindo exames de imagem e laboratório.
Exames de imagem
O raio-X é um dos primeiros exames solicitados nesse caso, no entanto vale a pena avisar que a cartilagem não aparece nas imagens. Mesmo assim, muitos médicos aproveitam a acessibilidade para realizar um raio-X como primeiro exame e ver a distância entre articulações. Esse é um bom indicativo de cartilagens saudáveis ou não.
Todavia, o exame de imagem mais recomendado para aprofundar-se no quadro é a ressonância eletromagnética. Por providenciar imagens de alta qualidade das estruturas moles e ósseas, ela permite, assim, ao reumatologista avaliar os danos que a doença já provocou.
Exames laboratoriais
Os exames de sangue são comuns para pacientes com essa suspeita, mas não demonstram a artrose de fato. Seu principal uso, então, é para eliminar a chance de outras doenças, como a artrite reumatoide.
Outro exame laboratorial que o paciente pode utilizar são as análises de fluido da articulação. Após remover um pouco de líquido com uma agulha, o laboratório analisa inflamações e a presença de outras doenças reumatológicas, como a gota.
Existe cura para as artroses?
As artroses são consideradas como doenças crônicas. Ou seja, não possuem cura, mas sim, tratamento. Por isso, é importante que o diagnóstico aconteça ainda no início do problema, já que evita a progressão e consequentes desgastes articulares.
Quem faz parte de algum grupo de risco deve realizar consultas de rotina com um reumatologista da Unimed ou de outro plano para avaliar possíveis sintomas. Além disso, é importante não ignorar dores, especialmente quando elas duram vários dias.
Mesmo sem cura, o papel do tratamento é reduzir as dores e garantir que articulações afetadas não sofram desgaste excessivo. Portanto, quando a doença não é tratada o desgaste da cartilagem continua, gerando cada vez mais atrito. Com o tempo, isso gera o surgimento de osteófitos, deformações e desgastes, que deixam o quadro ainda mais grave.
Por que mulheres sofrem mais com artroses?
Mulheres são um dos maiores grupos de risco para o surgimento de artroses de diversos tipos. Elas também experimentam mais quadros sintomáticos com dores, inchaço, vermelhidão e outros sinais de inflamação. Mais alguns números ajudam a perceber como elas são afetadas pelo problema:
- Mulheres de 50 a 60 anos têm 350% mais chance de ter osteoartrite nas mãos que homens da mesma faixa etária;
- Mulheres têm 40% mais chances de ter a doença nas mãos que homens;
- Mulheres têm 10% mais chance de ter artrose no quadril que homens.
Ainda não existem conclusões científicas a respeito dessa prevalência. Mas é possível que as alterações hormonais pelas quais elas passam na menopausa e ao longo dos ciclos menstruais estejam envolvidas.
As alterações hormonais durante a menstruação, por exemplo, estão ligadas à maior frouxidão articular. Isso aumenta o risco de lesões, que estão ligadas ao surgimento da osteoartrite no futuro.
Além disso, a queda dos níveis de estrogênio durante a menopausa devem acelerar o desenvolvimento da doença.
Complicações das artroses
As artroses, quando não recebem tratamento, causam sintomas cada vez mais intensos. Com o tempo, o paciente passa a apresentar dores mais agudas e frequentes, além de perceber maior perda de mobilidade.
Conforme a perda de força muscular acontece, os movimentos do dia a dia ficam difíceis. Muitos deixam de conseguir levantar objetos, têm dificuldades para levantar da cadeira e até para pentear os cabelos (no caso de artrose nos membros superiores).
1. Complicações psicológicas pela perda de independência
Pacientes com artrite e artrose são mais propensos a desenvolverem problemas psicológicos, em especial ansiedade, que a população em geral. Por isso, cerca de um a cada três pacientes com a doença crônica também apresenta um quadro depressivo ou ansioso.
A doença não tratada exerce forte influência sobre a vida financeira, social e psicológica de quem a possui. Portanto, o atendimento de pacientes com qualquer doença reumática deve envolver atendimento psicológico. Caso contrário, problemas de saúde mental podem prejudicar os resultados do tratamento.
2. Danos e desgaste articular
Os casos de artroses em graus mais avançados começam a apresentar desgastes sérios da cartilagem. Dado o devido tempo e falta de tratamento, boa parte da cartilagem chega a desaparecer ou até toda ela. Assim, os ossos começam a encostarem-se, o que aumenta muito o atrito.
Isso gera desgastes articulares irreversíveis, sendo uma das consequências mais comuns o surgimento de osteófitos, estruturas irregulares na superfície do osso que alteram o funcionamento dos ligamentos, ossos e músculos ao redor.
Na coluna, por exemplo, pacientes com artrose avançada apresentam quadros de bico de papagaio, uma osteofitose comum nesta região. A alteração articular gera dor e até parestesias quando está na coluna.
3. Lesão nos nervos da coluna
É uma consequência direta do surgimento de osteófitos na coluna, apesar de ser mais rara. Em alguns casos as alterações ósseas prejudicam músculos e ligamentos, assim como nervos que passam pela coluna. Mesmo pequenos desvios das vértebras ou mudanças no seu formato podem gerar compressão nervosa.
Dessa maneira, surgem radiculopatias periféricas. Ou seja, o paciente desenvolve perda de sensibilidade, formigamento entre outros problemas em membros superiores ou inferiores, de acordo com o local afetado.
Risco de mortalidade para pacientes com osteoartrite
A osteoartrite também está relacionada a maior risco de mortalidade por algumas doenças, que incluem:
- Doenças cardiovasculares;
- Diabetes;
- Problemas renais.
No entanto, vale a pena frisar que mortes relacionadas à artrose são difíceis de medir, já que a doença ocorre frequentemente em pessoas mais velhas que já possuem outros fatores de risco.
Especialistas acreditam que a doença crônica também aumenta a probabilidade de morte prematura pelo sedentarismo. Quando o problema não recebe tratamento a tendência é que o indivíduo deixe de movimentar-se cada vez mais. Assim, as chances de obesidade e de outras condições crônicas, como diabetes tipo 2 e hipertensão arterial, ficam mais altas.
É possível prevenir as artroses?
Nem sempre as artroses são preveníveis, especialmente por estarem fortemente ligadas a fatores genéticos. Mesmo assim, reumatologistas recomendam que qualquer um querendo evitar doenças reumáticas e suas complicações adotem um estilo de vida saudável.
Frisando que nada garante que as doenças não possam aparecer ao longo da vida. Mas praticar atividades físicas regulares e observar o peso já ajuda muito a manter a saúde das articulações. O excesso de peso, em especial, aumenta a carga sobre as articulações, o que pode levar ao desgaste precoce da cartilagem.
Quem trabalha por muito tempo sentado deve procurar móveis ergonômicos e que se adaptam a suas características corporais. Assim, conseguem diminuir a sobrecarga na coluna e joelhos.
Quem tem mais de 50 anos também precisa começar a visitar o reumatologista rotineiramente. Dessa forma, caso a doença ocorra, ela terá diagnóstico precoce e um tratamento mais tranquilo.
Tratamentos alternativos
Como falamos algumas vezes, as artroses não possuem cura, mas tem tratamento. Além dos medicamentos convencionais, como anti-inflamatórios, também existem opções complementares e alternativas. Algumas delas incluem:
- Fisioterapia e atividade física: o movimento é a melhor forma de recuperar a mobilidade articular. Dessa forma, pacientes conseguem recuperar o movimento através da prática de exercícios, fortalecendo também a musculaturas, o que ajuda a diminuir o desgaste da articulação e evitar complicações;
- Estimulação elétrica neural transcutânea: é uma modalidade terapêutica usada para diminuir a dor em pacientes com osteoartrite.
Todos os tratamentos complementares devem receber indicação de um reumatologista.
Como a fisioterapia atua no tratamento de artroses?
Apesar de não ter efeito curativo para as artroses, a fisioterapia é parte fundamental do tratamento. Logo que o paciente recebe o diagnóstico da doença, ele deve ser encaminhado para iniciar o acompanhamento com o fisioterapeuta. Em casos mais graves, as sessões devem ocorrer todos os dias, com o intuito de auxiliar no alívio da dor e evitar a perda de mobilidade.
Mesmo depois de controlar os sintomas ou conseguir que a enfermidade entre em remissão, a fisioterapia continua exercendo papel importante nesse processo. As sessões fisioterápicas são cruciais para a prevenção de novos episódios de dor, além de ajudarem a recuperar os movimentos.
Os pacientes que sofrem com osteoartrite apresentam rigidez articular e tendem a diminuir os seus movimentos conforme a dor fica mais forte. Após controlar o problema, ainda é preciso fortalecer os membros afetados.
Há algumas técnicas fisioterápicas que contribuem para o tratamento, como você verá abaixo.
Terapia manual
A terapia manual utiliza toques e manipulação passiva da articulação, para ganhar mobilidade e manter a irrigação articular. Essa técnica é muito empregada em situações de crise, quando o paciente ainda não consegue realizar os exercícios tradicionais.
As mobilizações duram cerca de três minutos e têm alguns objetivos:
- Evitar a perda de mobilidade articular.
- Ganhar amplitude de movimento.
- Realizar a manutenção de espaço intra-articular.
- Estimular a produção de líquido sinovial na articulação.
Cinesioterapia
Conforme a dor reduz, é possível iniciar a prática de exercícios de cinesioterapia. Alguns pacientes temem precisar “forçar” exercícios durante os períodos mais agudos das artroses, mas isso não acontece. O fisioterapeuta sempre respeita a dor da pessoa e aplica outras técnicas, enquanto o movimento não é viável.
Existe uma ordem de progressão que visa evitar o retorno da dor. Tudo começa sem movimentos. O especialista solicita contrações isométricas das musculaturas que, aos poucos, ficam mais intensas. A partir do momento em que o paciente se adapta à primeira etapa, o profissional passa, portanto, a exercer resistência à contração.
Os exercícios mais avançados costumam ser realizados com pesos leves de 0,5kg e 1kg ou até mesmo elásticos. A fisioterapia deve continuar de acordo com o período prescrito pelo médico.
Eletroterapia
O fisioterapeuta atua com alguns equipamentos que utilizam ondas ou calor, para estimular a região inflamada. Algumas opções, então, de eletroterapia que o paciente com artroses encontrará no consultório são:
- TENS: pequenos eletrodos fixados na pele levam corrente elétrica até a área afetada. Já citado anteriormente, o estímulo bloqueia o sinal de dor de fibras nervosas, trazendo alívio imediato.
- Ultrassom: as ondas produzidas pelo aparelho penetram no organismo e geram a interrupção do processo inflamatório. Pode ser necessário realizar algumas sessões antes de perceber o resultado no alívio da dor.
- Laser: o equipamento de alta potência possui bons resultados no alívio imediato da dor ao aquecer o tecido profundo atingido.
Pilates para tratar artroses
Após receberem alta da fisioterapia, os portadores de artroses podem dar continuidade ao tratamento com a prática de pilates. Essa metodologia de atividade física é especial, já que não realiza sobrecarga nas articulações ou possui impacto. Ele pode ser feito como parte da terapia, juntamente com a administração de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos.
Durante os exercícios, o paciente consegue fortalecer os músculos que realizam a estabilização articular. Isso significa, portanto, que a cartilagem e os ossos não precisam suportar toda a carga do movimento e são menos expostos ao desgaste.
Outro benefício importante está no alongamento da musculatura, que garante melhor mobilidade articular. Por isso a modalidade como um todo é bastante recomendada para a terceira idade, faixa etária mais acometida pela condição.
O profissional do pilates consegue trabalhar em conjunto com o reumatologista. Então, o médico especialista pode elaborar guias, para evitar que o paciente ultrapasse os seus limites ou entre em crise novamente.
Acupuntura para auxiliar nas artroses
Quem possui artroses pode apostar em alguns tratamentos complementares para conseguir alívio da dor. Entre eles, encontramos a acupuntura como uma opção bastante popular para controlar as crises ou evitá-las.
Essa técnica de medicina tradicional chinesa está presente nos tratamentos reumatológicos em todo o mundo. Mas precisamos frisar que seu papel é auxiliar o tratamento e nunca deve substituir a visita a um reumatologista ou o uso de medicamentos.
Mesmo que ela consiga conter a dor temporariamente, a acupuntura não consegue conter o desenvolvimento da doença. Por isso, ela é uma ótima ferramenta de analgesia e alívio, não um tratamento completo em si. Mesmo a recomendação para seu uso precisa partir do médico responsável pelo caso.
Como funciona a acupuntura?
O objetivo da técnica é atuar no controle da dor (analgesia) e nas origens energéticas da doença. A aplicação de agulhas em pontos estratégicos na superfície do corpo ajuda a diminuir a inflamação, edema e inchaço causados pela doença. É possível perceber resultado desde as primeiras sessões, mas o paciente precisa continuar comparecendo para manter o efeito de analgesia.
As agulhas estimulam os tecidos do corpo, incluindo músculos, a liberar neurotransmissores com efeito analgésico e anti-inflamatório. A técnica também relaxa tensões que poderiam amplificar a dor no local. Quando usada em conjunto com a fisioterapia os resultados são ainda mais positivos.
De acordo com a tradição chinesa, o quadro inflamatório ocorre por causa de desequilíbrios energéticos. Esse é o outro objetivo da aplicação da técnica segundo os acupunturistas: equilibrar o organismo e evitar que o bloqueio de energias cause dor e inflamação.
Hidroterapia auxilia a tratar artroses
As artroses causam perda de mobilidade séria conforme evoluem. Quanto mais o paciente tenta se movimentar, piores ficam as dores e a degeneração da cartilagem também limita o movimento da articulação. Por isso, algumas opções terapêuticas comuns para quadros inflamatórios podem ser difíceis de aplicar.
Aí entra a opção da hidroterapia. O tratamento usa uma piscina terapêutica para realizar movimentos, como a caminhada. Graças à densidade da água, a pressão e atrito exercidos sobre a articulação são mínimos. Por isso, muitos pacientes com mobilidade reduzida contam que conseguem se mover durante o tratamento.
Assim, o terapeuta responsável consegue promover o fortalecimento muscular sem piorar o quadro de dor do indivíduo. Quando a inflamação estiver sob controle, significa que ele poderá voltar a realizar suas atividades cotidianas com mais segurança.
Quem realiza a hidroterapia também passa por um processo preventivo. Ao corrigir posturas e movimentos, a pessoa consegue diminuir a frequência das dores que tanto incomodam.
É claro que, assim como a acupuntura, o tratamento hidroterápico não substitui o tratamento médico. Os dois devem ocorrer em conjunto, nunca abrindo mão dos medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos recomendados.
Benefícios da hidroterapia para pacientes com artroses
A hidroterapia proporciona alívio das dores das artroses, assim como outros inúmeros benefícios. Pacientes que passaram pelo tratamento costumam relatar:
- Maior liberdade de movimento;
- Melhora na moral e autoconfiança;
- Redução do edema;
- Menor medo de movimentar-se no solo.
O tratamento é especialmente benéfico para quem possui as articulações do joelho afetadas. Nesses casos, movimentos simples de caminhar podem ser difíceis no chão, fazendo com que a pessoa perca sua autoestima e independência.
Com o tratamento, é possível recuperar lentamente os movimentos e gerar mais confiança no indivíduo. Os movimentos que começam na água tem como objetivo serem transferidos para a terra ao fim das sessões. Portanto, o objetivo é ter um paciente que realiza tudo com mais segurança e tranquilidade.
A hidroterapia também permite iniciar o fortalecimento enquanto ainda existem dores. Isso não seria possível na fisioterapia tradicional, que trabalha primeiro com analgesia. No caso dos exercícios na água, as duas etapas podem ocorrer simultaneamente.
Artroses trazem maior risco de problema cardíaco
Além de serem fonte de dor crônica, as artroses estão relacionadas a risco de diversos tipos de problemas cardíacos. Assim, um dos motivos pode estar na mobilidade reduzida de pacientes com esse tipo de condição.
Afinal, uma boa saúde cardiovascular está relacionada à prática de atividades físicas regularmente. Com o movimento, o paciente consegue diminuir as chances de um infarto ou AVC, além de diminuir os níveis de gorduras no sangue que podem entupir artérias.
Portanto, mesmo que o risco cardíaco seja maior em quem foi diagnosticado com tais doenças reumatológicas, o tratamento adequado deve ajudar no problema. A presença de outras doenças crônicas e artrose também indicam risco cardíaco alto, isso inclui:
- Hipertensão arterial;
- Excesso de gordura abdominal;
- Diabetes;
- Níveis altos de colesterol;
- Outros.
É importante que o médico fique atento ao estado de saúde geral do paciente.
Estudos mostram que artrose no joelho e quadril indicam maiores riscos
Em estudos, quem teve o diagnóstico de artrose no joelho ou quadril está entre o principal grupo de risco para problemas cardíacos. Pois o risco de morte por AVC ou falha no coração foi 20% maior nesse público.
A descoberta, publicada no periódico “Osteoarthritis and Cartilage”, acompanhou mais de 400 mil pacientes entre 45 e 85 anos durante 11 anos. Quem convive com a doença por mas tempo também estava no maior grupo de risco. O que evidencia a importância de um acompanhamento adequado com o reumatologista unimed.
A combinação entre obesidade e artrose é especialmente perigosa. Ao receber o diagnóstico da doença crônica, é importante procurar especialistas para controlar o peso e manter a prática de atividades físicas.
No caso da artrose de joelho ou quadril, o médico deve identificar quando recomendar um tratamento cirúrgico. Porque quando a doença já está muito avançada, somente uma cirurgia para substituição das estruturas lesionadas pode devolver parcialmente a mobilidade do indivíduo.
Como pacientes com artroses podem proteger o coração?
O primeiro passo para manter o coração saudável no caso das artroses é aderir ao tratamento corretamente. Pois, quanto mais resultados os medicamentos e tratamentos complementares obtiverem, melhor será a recuperação de mobilidade.
Quando falamos de indivíduos obesos ou com sobrepeso, o acompanhamento com nutricionista também ajuda. Porque a dieta permite perder peso e também evitar fatores inflamatórios que pioram quadros de dor por causa da osteoartrose.
Antes de começar a prática de atividades físicas, consulte seu médico. Ele ajudará, então, a escolher uma atividade com pouco impacto que não danifica as articulações ou piora os quadros de dor.
Por último, é importantíssimo manter check ups regulares de níveis de gordura no sangue, como colesterol e triglicérides. Pois a diabetes também precisa estar sob controle para manter os níveis de risco cardíaco baixos.
Alimentos proibidos para pacientes com artroses
Sabia que o que comemos também ajuda ou piora o quadro das artroses? Alguns pratos ou comidas bastante comuns são inflamatórias, ou seja, aumentam a resposta do corpo à inflamação. No caso da osteoartrite, que gera uma inflamação articular por causa da degeneração da cartilagem, isso significa mais dor e inchaço local.
Certos pacientes percebem melhora significativa quando começam a realizar alterações em suas dietas. É claro que, para isso funcionar, também é necessário manter o tratamento em dia. Dessa forma, só depois de receber a devida atenção do reumatologista a mudança alimentar chega a fazer efeito.
Em muitos casos, deixar de comer os alimentos da lista abaixo contribui para menos períodos de crise ou dores menos intensas. Descubra, então, quais são e por que eles estão tão relacionados aos problemas causados pela doença reumatológica crônica.
1. Refrigerantes
Uma simples Coca-Cola não faz mal a ninguém, certo? Nem sempre, em especial quando a pessoa foi diagnosticada com uma doença crônica que afeta as articulações. Pois as bebidas gaseificadas mais populares são ricas em açúcar refinado, um grande vilão na doença.
De acordo com o Colégio Americano de Cardiologia e o Colégio Americano de Reumatologia, o açúcar piora inflamações já existentes. Ele também contribui para mais dor e degeneração acelerada da cartilagem.
Estudos também relacionam o alto consumo exagerado de refrigerantes à progressão mais rápida da doença. Dessa forma, a melhor receita para evitar problemas é não consumir essas bebidas ou tomá-las com moderação.
2. Pizza
Apesar de deliciosas e muito populares, as pizzas são um combo problemático para alguém com problemas articulares. O prato é rico em gorduras saturadas, algo que estimula a liberação de substâncias inflamatórias no sangue.
Para quem possui osteoartroses, o resultado é uma piora brusca no quadro clínico. Além disso, o consumo em excesso de gorduras e carboidratos está relacionado a sobrepeso e obesidade. Tais condições, como sabemos, também aumentam a resposta inflamatória no organismo.
O peso também aumenta o atrito sobre as articulações, que passam a sofrer maior desgaste da cartilagem. Assim como no caso dos refrigerantes, não existe uma solução simples. Portanto, só mesmo deixar de consumir o alimento é que ajudará a melhorar o quadro.
3. Batatas fritas
Na realidade, todos os alimentos fritos são um problema para quem possui o diagnóstico reumatológico. As batatas, por exemplo, são ricas em calorias e não têm muito mais valor nutricional para o organismo. O calor da fritura destrói boa parte dos nutrientes que ajudam um alimento a ser saudável. Mesmo comer brócolis frito é prejudicial à saúde.
Para piorar a situação, as frituras possuem muitas gorduras saturadas. Isso acontece por causa dos processos químicos no alimento quando entra em contato com a gordura quente. Em alimentos industrializados, como batatas fritas de pacote, a gordura também é adicionada para aumentar sua durabilidade.
Por isso, o alimento torna-se inflamatório e ainda contribui para um corpo obeso ou com excesso de peso.
4. Gorduras que pioram artroses
Alguns dos alimentos que mencionamos anteriormente são ricos em gorduras, grandes vilãs na dieta de quem tem artroses. De acordo com a Arthritis Foundation, pacientes com o diagnóstico precisam limitar a ingestão dos seguintes tipos de gordura:
- Ácidos graxos ômega 6: apesar de não serem prejudiciais em pequenas quantidades, eles podem piorar a inflamação quando consumidos em excesso. Estão presentes em óleos vegetais, como os de girassol, canola e milho;
- Gordura saturada: é a que está presente em carnes vermelhas e manteiga. Esse tipo de gordura deve corresponder a menos de 10% do total diário de calorias do paciente para estar em um limite seguro;
- Gordura trans: é o pior tipo de gordura para a dieta de quem possui artrose. Pois ela diminui a quantidade de colesterol “bom” e aumenta a quantidade do “ruim” e também é inflamatória. Sua presença é especialmente comum em alimentos industrializados, como bolachas e batatas.
5. Alimentos com excesso de sal
Os brasileiros adoram colocar uma pitadinha de sal a mais em todas as comidas, mas precisam conter a vontade para evitar mais dores. O sal está relacionado a doenças autoimunes e a altos níveis de inflamação no organismo.
Anteriormente neste artigo falamos sobre a relação entre artrose e doenças cardiovasculares. Aí está mais um motivo para evitar o consumo do sal. Sua presença em excesso aumenta a pressão arterial e o risco de desenvolver condições crônicas, como hipertensão, problemas renais, problemas cardíacos e infarto.
O ideal é consumir menos de uma colher de chá de sal diariamente. E tome cuidado com o sal adicionado em itens industrializados, como molhos e temperos.
6. Carnes processadas
Salsichas, salames e mortadelas também estão entre a lista daquilo que um paciente com artroses não deveria consumir. O mesmo vale para carnes vermelhas que possuem altos níveis de substâncias inflamatórias, como:
- Proteína C-reativa;
- Interleucina 6;
- Homocisteína.
Um estudo com 217 indivíduos com a doença demonstrou que aqueles que consumiam tais carnes tiveram piora nos sintomas. Portanto, o seu consumo também está relacionado ao desenvolvimento precoce da artrose.
Portanto, as carnes processadas deveriam estar banidas da dieta de qualquer um. Não importa se a pessoa é paciente ou se, por enquanto, só está no grupo de risco. É importante tomar decisões alimentares inteligentes para evitar inflamação e dor.
Telemedicina: uma forte aliada para pacientes com artroses.
As artroses são doenças crônicas que exigem uma relação próxima entre médico e paciente. A telemedicina tem se mostrado como uma ferramenta útil para melhorar o contato entre as duas partes e evitar que pacientes em quadros inflamatórios agudos precisem se locomover até o consultório.
Apesar de ainda serem necessárias, as visitas presenciais algumas vezes fazem com que o paciente desista do tratamento. Graças à telemedicina, a adesão é maior e o médico consegue ter mais controle sobre a rotina e uso dos medicamentos de seu paciente.
Mitos e verdades sobre as artroses
As artroses são doenças cercadas de mitos. Essa desinformação pode ser prejudicial para as pessoas na hora de entenderem o problema e buscarem um tratamento adequado. Por isso, reunimos os principais mitos e verdades sobre o tema. Você verá que alguns desses tópicos já foram mencionados ao longo do texto, mas é importante destacá-los para que não reste qualquer dúvida.
A artrose só atinge os idosos
Mito. Embora seja mais comum em idosos, artroses podem se desenvolver em diversas faixas etárias. Alguns dos fatores que contribuem para o aparecimento da doença precocemente são a obesidade e a realização de atividades físicas de alto impacto com muita intensidade e sem os devidos cuidados.
Por isso, esse tipo de sobrecarga deve ser evitada desde cedo, já que a situação pode se agravar com o tempo, levando ao surgimento de dor nas articulações e outros incômodos.
Fazer exercícios físicos faz parte do tratamento
Verdade. Entretanto, como já mencionamos neste texto, as atividades físicas para os pacientes que sofrem desse tipo de doença reumática devem ser feitas com muito cuidado, para não causar grandes impactos na articulação que possam agravar o problema.
O ideal é que esse processo seja orientado por profissionais e seguido à risca. Além disso, novas avaliações são necessárias ao longo do tempo para que se verifique a necessidade de alterações nos exercícios. Mas de forma geral a atividade física ajuda a fortalecer os músculos e, consequentemente, proteger as articulações.
Artrite e artrose são a mesma coisa
Mito. Embora o termo possa ser confundido facilmente, há diferenças importantes entre eles. De forma geral, a artrose é caracterizada pelo desgaste da articulação, enquanto que a artrite se trata de uma inflamação.
Artroses são incuráveis
Verdade. Entretanto, com o diagnóstico precoce, é possível fazer tratamentos que podem gerar um grande alívio dos sintomas das artroses. É comum que sejam receitados medicamentos e fisioterapia. Mas com a evolução do quadro os tratamentos podem se tornar menos eficientes, por isso recomenda-se consultar-se com um especialista assim que surgirem os primeiros sintomas.
Sempre é necessário fazer cirurgia
Mito. Nem sempre a cirurgia será indicada. Na verdade, esse tipo de procedimento só é feito quando o caso já é mais grave e não há como melhorar os sintomas com abordagens menos invasivas. Por exemplo, quando é preciso realinhar os ossos ou colocar próteses.
Entretanto, esse tipo de definição só pode ser feita por um profissional experiente, que vai avaliar o caso de forma individual, pois o problema dificilmente irá se apresentar nas mesmas condições em pessoas diferentes.
O álcool é um fator de risco
Verdade. O consumo excessivo de álcool deve ser evitado, pois ele faz com que haja um aumento de ácido úrico no organismo. Isso pode provocar inflamações nas articulações e, quando não tratadas, evoluem para um quadro de artrose.
A alimentação influencia no tratamento
Verdade. Isso ocorre porque alguns alimentos podem servir de gatilho para o início de um processo inflamatório no corpo, resultando em artroses quando não há um tratamento adequado. Um exemplo é um paciente com intolerância à lactose, mas que continua a tomar leite.
Além disso, uma dieta rica em açúcares e gorduras favorece o ganho de peso que, consequentemente, causa uma maior pressão nas articulações, desequilíbrios bioquímicos no organismo e enfraquecimento muscular, o que é uma combinação perigosa e que provoca o agravamento dos sintomas.
Os idosos que sofrem de artroses ficarão incapacitados
Mito. Sabemos que as artroses não têm cura, mas ao fazer o tratamento correto o paciente consegue aliviar os sintomas e interromper o avanço da doença. Assim, mesmo em pessoas idosas, é possível recuperar a qualidade de vida e possibilitar a realização de tarefas comuns do dia a dia. Mas para evitar maiores problemas é preciso se alimentar adequadamente e praticar exercícios segundo a recomendação médica.
Quem carregou muito peso durante a vida vai desenvolver artroses
Verdade. Atividades repetitivas que envolvem carregar muito peso, ficar em posturas inadequadas e fazer muito esforço contribuem para o desenvolvimento de artroses. Além disso, a prática excessiva de exercícios físicos estará por trás de 45% dos casos dessa doença no futuro. Mas lembre-se de que, de maneira geral, se exercitar é muito bom para a saúde. O que é prejudicial é a prática sem orientação profissional e sem os devidos cuidados.
Artrose é a única causa de dores nas articulações
Mito. Embora essa doença seja uma causa comum de dores nas articulações, principalmente em idosos, ela não é a única. Há muitas coisas que provocam esse tipo de problema, então os sintomas precisam ser investigados por um médico reumatologista.
Essa doença só acomete as articulações
Verdade. Para haver a incidência de artroses é preciso que haja o encontro entre dois ossos. Assim, é impossível que a doença se desenvolva em locais em que não há essa premissa básica.
Artrose no joelho: mitos e verdades
Como mencionamos, a artrose no joelho é um dos tipos mais comuns da doença. Devido à sua grande incidência, torna-se, então, importante elucidar alguns mitos e verdades sobre essa condição e que sempre preocupam os pacientes.
Cirurgias no joelho podem causar artroses
Verdade. Há indícios de que após uma cirurgia no joelho o corpo aumenta a produção de enzimas inflamatórias. Isso faz com que haja um maior desgaste na cartilagem e o surgimento de artroses. Entretanto, existem casos de pacientes que se submeteram ao procedimento e não apresentaram sintomas desse tipo de desgaste.
A cirurgia de reconstrução de ligamento cruzado anterior ajuda a prevenir o problema
Mito. Essa cirurgia estabiliza o joelho e faz com que o paciente possa voltar a praticar exercícios físicos regularmente, além de reduzir as taxas de degeneração. Entretanto, o procedimento não impede um quadro de artrose.
A cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior passou por uma grande evolução nos últimos tempos, com a utilização de equipamentos e técnicas mais modernas, agregando qualidade de vida ao paciente quando realizada da forma correta e com os devidos procedimentos de reabilitação. Por fim, é importante ressaltar que o paciente nem sempre vai sentir os sintomas de uma degradação articular, mesmo que o quadro se apresente nos exames.
Retirar o menisco causa artrose
Verdade. A retirada do menisco faz com que as taxas de degeneração aumentem em até 7 vezes. Assim, os exames realizados sempre vão apontar para as diferenças entre um joelho operado e o saudável. Entretanto, pode ser que o paciente não sinta nada.
A artrose é mais comum em homens
Mito. Como abordamos em outro tópico, as artroses são mais comuns em mulheres. Alguns dos fatores que explicam essa predisposição são uma bacia mais larga e o fato de que as mulheres geralmente jogam os joelhos para dentro em descidas.
O paciente que colocar prótese no joelho deve abandonar a atividade esportiva
Mito. Há muita preocupação sobre a relação entre prótese no joelho e atividade física. Na verdade, com a modernização das práticas esportivas e dos tratamentos, é possível que esses pacientes voltem a se exercitar. Entretanto, é fundamental a orientação de um profissional, pois é preciso praticar o esporte correto e na intensidade indicada para que não haja qualquer problema. Além disso, há de se considerar que a prática esportiva é importante para evitar e até melhorar o quadro de diversas doenças.
A prótese no joelho é o tratamento definitivo para artroses avançadas
Mito. Os tratamentos para artroses evoluíram muito nos últimos anos, então a prótese é a última opção, mesmo nos casos mais avançados. Hoje os médicos já consideram outras soluções, como:
- Osteotomia: procedimento cirúrgico que visa corrigir o mal alinhamento dos membros inferiores. É realizado com uma anestesia local, e nele o médico faz um corte ósseo do fêmur ou da tíbia, de acordo com a origem e o tipo da lesão. Em seguida, o osso é fixado na posição correta com a ajuda de placas e parafusos. O pós-operatório exige um pouco de paciência, pois será preciso passar um tempo com o local imobilizado e depois lidar com movimentos reduzidos. Mas, pouco a pouco, a função da articulação será restabelecida e em algumas semanas ou meses o paciente poderá retornar às suas atividades corriqueiras. Entretanto, o retorno às práticas esportivas exige uma recuperação de pelo menos 1 ano;
- Subcondroplastia: trata-se de uma técnica minimamente invasiva em que o local desgastado é preenchido com pasta de fosfato de cálcio por meio de uma radioscopia. A recuperação é rápida, mas o paciente deve ficar de repouso por alguns dias e se movimentar apenas com o uso de muletas. Embora a dor possa aumentar nos primeiros dias após a cirurgia, ela será controlada com o uso de analgésicos. Porém, com o processo de recuperação, os sintomas de artrose diminuem significativamente. Ademais, para acelerar a recuperação, o paciente deve se submeter a algumas sessões de fisioterapia e seguir as demais recomendações dos profissionais envolvidos.
- Além disso, há algumas técnicas que proporcionam a regeneração da cartilagem.
Os condroprotetores podem evitar a cirurgia de prótese total do joelho
Mito. Os condroprotetores são medicamentos que teoricamente evitam o desgaste articular e a degeneração que provoca os quadros de artroses. Entretanto, nenhum desses medicamentos tem o poder de evitar a cirurgia de prótese, pois a degeneração pode estar muito avançada e o envelhecimento também contribui para o agravamento da doença.
Curiosidades sobre artroses
Como vimos, os desgastes causados pelas artroses podem ser limitantes, causar dores e até provocar o afastamento do trabalho. Por isso é importante conhecer a doença a fundo, então separamos algumas curiosidades para que possamos entender melhor esses quadros.
- A osteoartrose é mais comum em pessoas acima de 65 anos, em que a taxa fica entre 70% e 80%. Já indivíduos com menos de 30 anos representam somente 5% dos casos, segundo pesquisas radiológicas;
- Nem sempre a doença vai provocar dor ou limitações de movimento. Pesquisas confirmaram que apenas 20% a 30% dos indivíduos que apresentam alterações radiológicas se queixam de algum sintoma da enfermidade;
- Pesquisas apontam que 52% das pessoas adultas apresentam sinais de alterações radiológicas no joelho, sendo que cerca de 20% dessas alterações são consideradas graves;
- A artrose atinge cerca de 85% da população até os 64 anos. Depois dos 85 anos a incidência é de 100%;
- O paracetamol é muito usado no tratamento da doença, pois seu efeito é similar aos anti-inflamatórios, mas com a vantagem de causar menos efeitos colaterais;
- A capsaicina creme foi um dos medicamentos de melhor resultado para o controle da dor na coluna nesse tipo de doença. Ele tem pimenta malagueta em sua composição e gera um efeito anestésico. Entretanto, o creme também causa uma certa ardência que não é tolerada por algumas pessoas;
- Alguns tratamentos mais naturais ajudam a aliviar os sintomas das artroses, como hidroginástica, Tai Chi Chuan, Lian Gong e Pilates.
Artrose interfacetária
A artrose interfacetária é um tipo de osteoartrite que atinge a região da coluna, causando desgaste entre as articulações facetárias, que são responsáveis pelos movimentos. A doença também é comumente chamada por outros nomes, como artrite da articulação facetária, síndrome da articulação facetária, artropatia facetária e artrite da articulação zigapofisária.
A enfermidade pode provocar dores insistentes e até limitação dos movimentos. Como as articulações facetárias estão presentes por toda a coluna, a doença pode se desenvolver em várias regiões.
O que causa a artrose interfacetária?
As causas das artroses são variadas. As origens mais comuns estão ligadas à idade avançada, obesidade e esforços repetitivos em excesso. Mas a doença também pode surgir devido a traumas, necroses ósseas, enfermidades que prejudicam os nervos e doenças reumáticas inflamatórias.
Mas quando falamos especificamente da artrose interfacetária é importante acrescentar outras causas prováveis, que são mais específicas para essa variação da doença, como:
- Desequilíbrio e sobrecarga de peso nas costas;
- Questões genéticas também podem aumentar as chances de a doença surgir;
- Fraqueza muscular na região. Pois os músculos são responsáveis por fornecer uma boa estabilidade, então, quando eles estão enfraquecidos, as cartilagens são expostas a maiores esforços e acabam sofrendo desgastes;
- A má postura também é um fator contribuinte para a doença e pode fazer com que o quadro piore, principalmente quando é associado a outras causas.
Tratamentos
Como sabemos, não há cura para as artroses, já que não é possível reverter o desgaste. Entretanto, ao fazer os tratamentos corretos o paciente consegue reduzir o avanço do desgaste e melhorar os sintomas incômodos, como dor e rigidez.
No caso da artrose interfacetária é possível tratá-la de várias formas e a melhor abordagem será definida após uma avaliação médica, em que o profissional irá avaliar o quadro e as características de cada paciente. Veja as abordagens mais comuns:
- Uma das formas mais eficazes de melhorar os sintomas é trabalhando o condicionamento físico. Mas todas as atividades devem ser orientadas por um profissional para que não haja riscos de piorar o problema. Geralmente são prescritos exercícios de menor impacto e que não forcem as articulações, como a caminhada e a natação;
- Sintomas como dores fortes podem ser controlados com o uso de medicamentos, como a dipirona e o ácido acetilsalicílico. Mas o alívio é apenas temporário;
- Quando são identificadas inflamações no local, o reumatologista pode receitar medicamentos anti-inflamatórios.
Cuidados para aliviar as artroses
Além de seguir o tratamento indicado pelo especialista com todo o cuidado, há alguns hábitos a serem implementados no dia a dia que podem trazer grande alívio para os sintomas das artroses.
Evite movimentos bruscos envolvendo o local afetado
É preciso levar em consideração que há um desgaste em alguma região da coluna, por isso a movimentação do paciente deve ser mais cuidadosa. Movimentos bruscos, como uma virada rápida para olhar alguma coisa pode agravar os sintomas, fazendo com que a pessoa sinta muita dor e até tenha dificuldades para se movimentar.
Isso pode ocasionar com que ela precise se dirigir ao hospital e tenha que fazer o uso de medicamentos para aliviar a dor.
Controlar o ganho de peso
Como vimos, o excesso de peso é um dos fatores que levam ao surgimento das artroses. Ao controlar o seu peso o paciente tem uma melhora significativa dos sintomas e reduz o ritmo de agravamento da doença.
Os motivos dessa recomendação são fáceis de entender, já que o excesso de peso faz com que as articulações da coluna recebam uma carga maior e isso contribui diretamente para o desgaste.
Além disso, ao perder peso o paciente terá uma melhor função articular, conseguindo se movimentar com facilidade na hora de realizar suas atividades diárias e fazendo menos esforço durante os exercícios físicos que são tão importantes durante o tratamento.
Por fim, o excesso de peso causa um aumento dos quadros de inflamação e a consequente progressão da doença, sem contar que pode piorar a saúde do paciente de forma geral e fazer com que ele desenvolva outras enfermidades.
Deixar o ambiente mais confortável
O paciente deve incluir alças de apoio em banheiros e escadas, pois isso irá facilitar sua movimentação, além de ajudar a evitar quedas que podem afetar ainda mais a coluna.
Utilizar bons sapatos
Sapatos de qualidade são capazes de amortecer o impacto e contribuir para uma pisada mais regular. Eles também são importantes para evitar escorregões e acidentes.
Usar bengalas e andadores nos casos mais graves de artroses
Em casos mais avançados, quando o desgaste já está maior, este tipo de equipamento é capaz de conferir mais autonomia e conforto para aqueles que sofrem com artroses.