Artrite psoriática: uma doença reumática que afeta pessoas com psoríase. 

A artrite psoriática ou psoriásica é uma doença reumatológica que em alguns casos está relacionada a problemas cutâneos. Ela está relacionada à psoríase, uma afecção comum de pele que causa lesões. 

Assim como outras doenças do tipo, como artroses e artrite reumatoide, ela é crônica e não possui cura. No entanto, com o tratamento e acompanhamento adequados, é possível manter seus sintomas sob controle. Entenda ao longo do artigo o que é esse tipo de artrite, seus principais sintomas, tipos e tratamentos. 

O que é artrite psoriática?

A artrite psoriática ocorre em pessoas que possuem psoríase. Os números da doença não são claros, mas estima-se que entre 5% e 40% dos indivíduos com o problema de pele também acabam desenvolvendo esta forma de artrite. 

Quando o problema surge, ele costuma afetar as articulações e gerar inchaço, vermelhidão e dor. Pacientes também sofrem com perda de mobilidade e existe risco de deformidade permanente nos locais afetados. 

Assim como a psoríase, o problema é crônico e exige acompanhamento de reumatologistas, sejam eles da Unimed ou de outro plano de saúde. E o ideal é que seu diagnóstico ocorra cedo para evitar maiores complicações. Só nos casos mais graves é que existe necessidade de cirurgia. 

Na maioria dos situações, a artrite ocorre depois que os sintomas da psoríase ocorrem há algum tempo. Em casos raros, as dores começam antes das lesões de pele. E para ser considerado um quadro de artrite psoriática, as lesões devem ocorrer em algum momento. 

O que é psoríase?

Considerando a conexão íntima entre as duas doenças, é importante explicar também o que é a psoríase. Essa condição crônica e não contagiosa causa lesões avermelhadas, escamosas ou esbranquiçadas na pele. 

Sem causas completamente conhecidas, elas atingem tanto homens quanto mulheres. Os tipos e tamanhos das lesões variam e podem ser mais discretos e localizados ou generalizados e afetar todo o corpo. 

Esse problema de pele atinge cerca de 2% da população mundial. As lesões costumam começar entre os 30 e 50 anos e em 15% dos casos elas surgem ainda na infância. Apesar de não causar dores, pacientes com psoríase possuem maior tendência a isolamento social, depressão e outros problemas. 

Tipos de psoríase

A psoríase é dividida em cinco tipos, de acordo com as lesões de pele que o paciente apresenta. Confira cada um deles abaixo com seus principais sintomas e sinais. 

1. Psoríase vulgar

Também é conhecida como psoríase em placas e, como o próprio nome indica, é a forma mais comum de doença que pode causar artrite psoriática. As lesões apresentam-se na forma de placas vermelhas cobertas por escamas prateadas ou brancas. O tamanho das lesões variam e podem ser bem pequenas ou chegar a vários centímetros. 

Os locais mais afetados no caso da psoríase vulgar são: 

• Braços;
• Pernas;
• Couro cabeludo; 
• Lombar; 
• Unhas. 

Alguns pacientes apresentam somente lesões, outros também sentem coceira e queimação na região das marcas. Ao contrário de outros tipos, as marcas são secas e aderentes, com bordas bem delimitadas. 

2. Psoríase gutata

Psoríase gutata é o tipo mais comum em adolescentes, crianças e pessoas mais jovens. As manchas ocorrem no formato de gotas na pele com tamanho menor, de cerca de 1cm. 

Boa parte dos pacientes apresentam manchas em áreas menos visíveis, como tronco, axilas e virilha. Elas começam a aparecer após uma infecção por streptococcus nas vias respiratórias. 

3. Psoríase pustulosa

Os tipos de psoríase que podem causar artrite psoriática que mencionamos até agora possuíam lesões secas, essa é a grande diferença do tipo pustuloso. Nesse caso, as marcas na pele apresentam-se como bolhas com pus em regiões contidas e específicas ou por todo o corpo. 

Além das manchas, o paciente pode apresentar febre de 39º ou 40º nos casos de manchas generalizadas, que aparecem em todo o corpo. Como a febre dura por vários dias é importante procurar um médico para realizar acompanhamento mais adequado. 

4. Psoríase invertida

Algumas vezes as manchas de psoríase ocorrem somente em locais úmidos, como axilas e virilha. Quando isso acontece, estamos diante de um caso de psoríase invertida. Em geral, as manchas são bem definidas, avermelhadas e não possuem escamas como no caso vulgar. 

5. Psoríase ungueal

Existem pessoas que, apesar de terem psoríase, não apresentam qualquer tipo de mancha na pele. É uma doença do tipo ungueal, caracterizada por afetar somente as unhas. O problema causa ondulações no tecido e deixa as unhas enfraquecidas e fáceis de quebrar. 

É comum que a doença continue somente nas unhas por anos e depois se desenvolva com lesões de pele do tipo vulgar ou de outros tipos.  

Sintomas da artrite psoriática

A artrite psoriática desenvolve-se na maioria dos casos depois do surgimento das lesões de pele. Ela causa inflamação articular com sinais comuns, como: 

• Inchaço;
• Edema;
• Dor;
• Calor local. 
• Manchas avermelhadas na pele;
• Rigidez articular;
• Inflamação nos olhos em casos raros;
• Inflamação nos tendões (tendinite).

A severidade do comprometimento articular varia de acordo com o tipo da doença e estado geral de saúde do paciente. Algumas pessoas apresentam sintomas em somente uma ou duas articulações enquanto outras chegam a apresentar diversas regiões comprometidas. 

É importante lembrar que a doença é crônica e precisa da atenção de um médico reumatologista. Com a atenção correta, é possível evitar períodos de remissão, quando a inflamação e perda de mobilidade são mais graves. 

Tipos de artrite psoriática

A artrite psoriática também é dividida em alguns tipos, de acordo com sua apresentação, sintomas e graus de comprometimento articular. As regiões do corpo afetadas também variam em conformidade com o tipo. Os principais deles estão listados abaixo: 

• Oligoarticular: é o nome dado à doença quando a inflamação atinge cinco ou menos articulações. Em boa parte dos casos, os grandes grupos articulares são os mais afetados, como joelhos, tornozelos e ombros; 
• Poliarticular: sua manifestação é parecida com a da artrite reumatoide, afetando diversas articulações ao mesmo tempo. Os sintomas são leves, moderados ou graves, de acordo com a região; 
• Distal: acomete somente as articulações dos dedos das mãos e pés, também podendo gerar inflamações nas unhas; 
• Coluna: ocorre quando a inflamação atinge principalmente as vértebras da coluna vertebral. Os principais sintomas são dor e rigidez na coluna lombar ou no pescoço; 
• Mutilante: é o tipo menos comum e também mais grave dessa artrite. Gera uma inflamação severa em diversas articulações e leva a deformação irreversível das regiões afetadas. 

Com o acompanhamento do reumatologista, o paciente pode controlar essa doença reumática e evitar sua progressão. O tratamento inclui o uso de medicamentos anti-inflamatórios para diminuir os sintomas e pode exigir o uso de corticosteroides.

O que provoca artrite psoriática?

A artrite psoriática é uma doença autoimune, ou seja, o próprio sistema imunológico ataca células do corpo provocando inflamações na pele e nas articulações. Infelizmente, ainda não há clareza sobre o que causa este tipo de reação.

Entretanto, muitos estudiosos dizem que há fatores genéticos envolvidos, pois é mais comum que a doença se desenvolva em indivíduos pertencentes à famílias onde já ocorreram outros casos.

Qual a diferença entre artrite reumatoide e artrite psoriásica?

A diferença entre artrite reumatoide e artrite psoriásica é algo que tem gerado longas discussões. Pois parece haver mais semelhanças do que diferenças entre as manifestações, o que dificulta separar os quadros.

A principal diferença entre as doenças é realmente as manifestações na pele. Pois, na psoriática há o quadro de psoríase, em que surgem manchas e descamações, o que não é comum na reumatoide.

Os sintomas das duas doenças costumam ser bem parecidos, mas há algumas pequenas diferenças que podem ser usadas para entender melhor cada uma:

• Na artrite psoriásica, as primeiras juntas afetadas são geralmente as das mãos e dos pés, depois passa a atingir outras regiões, como joelhos, pernas e quadris, enquanto na reumatoide, articulações maiores podem ser atingidas inicialmente e até a pelve pode ser afetada;
• Na artrite reumatoide é menos comum que as articulações distais dos dedos dos pés e das mãos sejam atingidas;
• Na reumatoide é comum que os pacientes sofram de dor nas costas, o que é menos frequente na psoriásica.

Principais fatores de risco para a artrite psoriática

Embora as causas da artrite psoriática ainda não sejam claras, existem alguns fatores que os especialistas acreditam ser importantes para desencadear os sintomas, como:

• Idade: como mencionamos, o problema é mais comum entre os 30 e os 50 anos. Por isso, pessoas nesta faixa etária precisam ficar ainda mais atentas aos sintomas;
• Etnia: este tipo de artrite é mais comum em pessoas brancas;
• Histórico familiar: este é o principal fator de risco para a doença. Há estudos que apontam que 40% dos pacientes diagnosticados possuem algum parente de primeiro grau que também sofreu com o mesmo problema;
• Infecções;
• Obesidade;
• Tabagismo;
• Consumo de álcool.

Como ocorre o diagnóstico da artrite psoriática?

O diagnóstico da artrite psoriática ocorre em uma consulta com o reumatologista ou até mesmo com um dermatologista, quando há manifestações claras na pele. Não há um exame específico para confirmar o diagnóstico, então uma análise física e do histórico familiar estão entre as principais ferramentas usadas pelos especialistas.

Mesmo assim, o paciente deve estar preparado para se submeter a alguns exames laboratoriais, como os de sangue, importantes para descartar a possibilidade de outras doenças com sintomas parecidos.

Por fim, o especialista também pode usar exames de imagem, como a radiografia e o raio-x, que ajudam a visualizar a situação real das articulações.

Como é a consulta com o reumatologista?

Durante a consulta com o reumatologista, o profissional irá fazer questionamentos sobre os sintomas, histórico clínico, histórico familiar e muito mais. Depois é a hora de avaliar o paciente fisicamente.

O médico pode tocar nas articulações prejudicadas para verificar o inchaço e a sensibilidade, e também movimentar o local a fim de observar a rigidez e se o paciente sente dor diante de algum movimento específico.

Para facilitar o diagnóstico e agilizar a consulta, o paciente pode se preparar para este momento fazendo algumas anotações, incluindo uma lista completa dos sintomas e informações sobre quaisquer tratamentos pelos quais esteja passando e os medicamentos que está consumindo com regularidade.

Faça também uma lista de dúvidas que você tem sobre sua condição e não deixe de perguntar ao médico. Se possível, leve um acompanhante, pois ele poderá ajudá-lo a tirar dúvidas e a guardar algumas informações importantes.

Tratamentos para artrite psoriática

Infelizmente ainda não há uma cura para a artrite psoriática, mas os tratamentos disponíveis focam em aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, além de frear o seu desenvolvimento.

Assim como em outras doenças, o diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento melhoram os resultados a longo prazo. Por isso, procure o seu médico quando notar os primeiros sinais.

Medicamentos

Os medicamentos são a primeira abordagem para tratar o problema. O objetivo principal é aliviar os sintomas mais aparentes, como dor nas articulações e rigidez. Atualmente há uma infinidade de substâncias que podem ser receitadas. Para melhores resultados, o paciente deve seguir as recomendações médicas à risca, incluindo as dosagens e o tempo de tratamento. Veja as principais opções:

• Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): são usados para controlar a dor nas juntas e a inflamação. Seu uso traz grande alívio para o paciente e pode passar a impressão de que o problema foi resolvido, mas continue seguindo com o tratamento;
• Corticoides: são outra opção para controlar a dor, o inchaço e a inflamação nas juntas;
• Medicamentos Modificadores do Curso da Doença Sintéticos (MMCDs): estes medicamentos são capazes de bloquear substâncias químicas liberadas pelo corpo quando passa a atacar as articulações. Assim há uma redução do processo inflamatório e das dores, além de um claro retardo na evolução da doença;
• Medicamentos Modificadores do Curso da Doença Biológicos (MMCDbio): é outra opção capaz de bloquear os ataques do sistema imunológico às articulações. Geralmente, eles são recomendados quando os medicamentos do tipo MMCDs não apresentam o efeito esperado;
• Medicamentos Modificadores do Curso da Doença Sintético Alvo Específico (MMCDsae): esta é uma das últimas opções para o tratamento medicamentoso deste tipo de artrite. O seu efeito é similar a outros medicamentos, ou seja, tem o objetivo de evitar que algumas substâncias produzidas no corpo iniciem o processo inflamatório. Isso ajuda a reduzir a dor, o inchaço e outros sintomas. Esta opção também é uma alternativa para quando os MMCDs não surtem o efeito desejado.

Em alguns casos, o medicamento é aplicado diretamente na junta afetada. Este tipo de abordagem causa alívio rápido, já que a substância age diretamente no foco da dor.

Fisioterapia para artrite psoriática

As sessões de fisioterapia são uma indicação comum para os pacientes que sofrem de artrite psoriática. Pois os exercícios ajudam a fortalecer os músculos da região e proteger as articulações, além de devolver a mobilidade e contribuírem para a redução da dor e do inchaço. Separamos alguns pontos que mostram por que a fisioterapia é tão benéfica:

• Estabiliza as articulações: como a musculatura é fortalecida, as articulações ficam mais estáveis, o que diminui as chances de o paciente sofrer uma lesão;
• Controla o peso: a fisioterapia obriga o paciente a se movimentar. Muitas vezes os exercícios realizados durante as sessões geram um grande gasto calórico, o que ajuda a pessoa a emagrecer;
• Redução imediata da dor com terapia manual: além de indicar exercícios, o fisioterapeuta pode realizar massagens e até a imobilização de alguma região para reduzir os incômodos;
• Educa o paciente: além do reumatologista, o fisioterapeuta pode ajudar o paciente a conhecer melhor a doença e o que é possível fazer para melhorar a qualidade de vida;
• Adaptação das atividades: o especialista em fisioterapia fará uma avaliação completa para saber quais as reais condições do paciente, quais as articulações afetadas e a capacidade de movimentação delas. Dessa forma, é possível criar um cronograma personalizado de exercícios, com movimentos adaptados para cada condição;
• Alonga as articulações: durante as sessões, o paciente irá fazer alongamentos e outros exercícios para a mobilidade de forma segura, sem agravar as dores ou correr o risco de se lesionar.

Cirurgia para artrite psoriática

A cirurgia para o tratamento da artrite psoriática é uma opção, mas só é considerada como última solução. Isso quer dizer que uma intervenção deste tipo é reservada para os casos muito graves, ou quando o paciente não apresentou melhoras diante dos tratamentos convencionais e sofre de dores agudas. Há muitas opções cirúrgicas, sendo que as principais são:

• Sinovectomia: neste procedimento é feita a remoção da membrana inflamada que cobre as articulações, chamada de membrana sinovial. Assim é possível reduzir as dores e a inflamação;
• Osteotomia: quando a situação é muito grave a ponto de criar uma deformidade óssea, o osso pode ser cortado e alinhado, havendo, assim, uma redução da pressão e melhora dos sintomas;
• Artrodese: quando as articulações estão muito danificadas, a artrodese é um procedimento cirúrgico que visa uni-las. Isso faz com que percam a mobilidade, mas é eficiente para reduzir a dor e a inflamação. Esta é uma opção geralmente usada para unir duas ou mais vértebras da coluna vertebral;
• Artroplastia: em casos muito graves, quando a articulação está extremamente prejudicada, há a possibilidade de substituí-la por uma prótese. Assim é possível devolver a mobilidade da articulação e reduzir as dores e inflamações. A artroplastia é geralmente feita em articulações, como joelho e quadril.

A intervenção cirúrgica deve ser cuidadosamente analisada e decidida em conjunto com a equipe médica e com o paciente. O reumatologista faz este tipo de sugestão quando considera que os benefícios e a melhora na qualidade de vida da pessoa serão maiores do que possíveis riscos e complicações.

É possível prevenir a artrite psoriática?

Infelizmente não há uma forma clara de prevenir a artrite psoriática. Pois, como vimos, a doença se inicia por uma falha no sistema imunológico que ainda não tem causas muito claras. Além disso, o principal fator conhecido para a doença é de origem genética, assim não há muito o que fazer para evitar o seu surgimento.

As únicas possibilidades são evitar os fatores comportamentais que os especialistas acreditam que influenciam no problema, como fumar e consumir bebida alcoólica. A obesidade também é um fator, então controlar esta doença e manter um peso saudável minimiza os riscos de desenvolver este tipo de artrite.

Mas é importante ressaltar que, mesmo tomando todos os cuidados, nada impede que a doença se manifeste. Então, o paciente deve estar atento aos primeiros sintomas e fazer o acompanhamento médico regular.

Como conviver melhor com a doença?

O paciente deve adotar algumas medidas que facilitem a convivência com a doença. Ao agir da forma correta, é possível viver por longos períodos sem dor e com uma boa mobilidade das articulações:

• Mantenha-se ativo: algumas pessoas pensam que sofrer de artrite psoriática é um motivo para se afastar dos exercícios físicos. Mas a verdade é que o paciente deve se manter em constante movimento, pois isso ajuda a melhorar a mobilidade, reduzir a dor e estabilizar o local afetado. É claro que a prática de exercícios necessita de cuidados para que o quadro não piore, por isso o paciente deve buscar a orientação de um profissional e dar preferência a atividades de menor impacto, como ciclismo, caminhada e natação;
• Proteja as articulações: no dia a dia, tenha cuidado com atitudes que podem prejudicar as juntas, como movimentos repetitivos, levantamentos com excesso de peso e pular ou executar qualquer movimento que gere um impacto direto nas articulações;
• Cuide do peso: manter um peso saudável pode melhorar  a saúde como um todo, pois reduz os níveis de gordura, controla a pressão arterial e reduz processos inflamatórios. Além disso, um peso menor pode reduzir a pressão nas articulações, sobretudo quando a artrite se manifesta no quadril, joelho e tornozelos;
• Eduque-se: continue aprendendo sobre a doença, assim você sempre estará por dentro de novos tratamentos e qualquer novidade que surja na área;
• Descanse: o descanso ajuda a reduzir a fadiga, o estresse, as dores e a inflamação;
• Faça um acompanhamento constante: retorne ao seu médico sempre que necessário, assim ele pode fazer uma nova avaliação do quadro e sugerir adaptações importantes no tratamento;
• Busque apoio emocional: uma doença como esta pode deixar o paciente fragilizado emocionalmente, por isso, é fundamental buscar apoio em parentes, amigos e, se necessário, fazer um acompanhamento psicológico.

Possíveis complicações da artrite psoriática 

Pacientes com artrite psoriática estão mais propensos a sofrerem de cansaço, anemia e variações de humor.  Além disso, há maiores chances de que eles desenvolvam algumas condições sérias e que precisam de acompanhamento e tratamento adequado, como diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto e obesidade. Por fim, quando as recomendações médicas não são seguidas, a pessoa pode sofrer danos articulares limitantes.

Como lidar com a artrite psoriática na gravidez?

A artrite psoriática é comum em mulheres no auge da idade reprodutiva. Quando a gravidez é descoberta em uma portadora da doença, a situação costuma causar pânico e muitas perguntas são feitas sobre complicações na gestação, repercussões após o nascimento e até problemas na amamentação.

A verdade é que ainda não há respostas tão claras para estas questões, mas alguns estudos descartam a relação entre problemas no feto e a doença ou o desenvolvimento de outras enfermidades durante a gestação.

Mesmo assim, é importante que os reumatologistas acompanhem este período na vida do paciente e façam as devidas adequações no tratamento, não havendo a necessidade de suspendê-lo.

É preciso aproveitar o conhecimento cada vez maior sobre a doença para que a mãe e o bebê tenham uma vida mais tranquila.

Em 2005 foi realizado um estudo com 47 gestantes e 27 não gestantes com psoríase. 50% das gestantes acompanhadas disseram que a doença regrediu durante a gravidez, enquanto 21% não sentiram qualquer alteração e 23% relataram uma piora.

Além disso, um outro estudo que acompanhou gestantes que interromperam o tratamento durante a gravidez mostrou que a maioria apresentou piora no pós-parto. Sendo assim, o acompanhamento constante e a aplicação das recomendações médicas é fundamental para uma gestação e um puerpério mais tranquilos.

Impactos da doença na vida sexual

Doenças crônicas como a artrite psoriática podem ter um efeito negativo na vida sexual do paciente. Alguns sintomas relatados, como a fadiga, são capazes de reduzir a disposição e a libido. Além disso, a preocupação com a condição influencia na qualidade de vida.

A psoríase também causa manchas na pele e descamação, que afetam a autoestima do paciente e pode fazer com que ele não se sinta à vontade para manter uma vida sexual ativa.

Há relatos que associam o tratamento medicamentoso da psoríase com a disfunção erétil. O uso de etretinato e metotrexato, por exemplo, pode ser prejudicial, mas não há estudos o suficiente que comprovem essa relação. 

Então, a melhor escolha é fazer um acompanhamento médico frequente, para que o tratamento possa ser adaptado à realidade do paciente. 

A conversa com o parceiro também é fundamental, pois o esclarecimento da situação e o maior entendimento da doença por ambas as partes ajuda a fortalecer a relação.

Impactos da artrite psoriática na vida profissional

A artrite psoriática é uma condição reumatológica crônica que causa problemas na pele e nas articulações e, conforme a gravidade do quadro, é capaz de influenciar significativamente na vida profissional. Alguns dos efeitos são:

• Dificuldades para executar as tarefas: o paciente pode sofrer com dores, rigidez e limitação dos movimentos, o que prejudica sua capacidade em realizar suas tarefas com o ritmo e a qualidade costumeiros;
• Problemas para se concentrar: a fadiga e a dor não afetam o paciente apenas fisicamente, mas são capazes de prejudicá-lo mentalmente, fazendo com que tenha mais dificuldades para se concentrar, o que pode resultar em mais erros no ambiente de trabalho;
• Aumento no número de fases: em momentos de crise da doença ou nos dias de consultas e tratamento, o paciente terá que se ausentar do trabalho. Isso pode levar ao desgaste na relação com supervisores e coordenadores;
• Impacto nas relações interpessoais: a doença é capaz de agravar quadros de estresse e ansiedade. O paciente fica mais irritado e com menos tato em suas relações interpessoais. Isso pode resultar em situações complicadas no ambiente de trabalho e fazer com que os colegas se afastem.

Relação entre dieta e artrite psoriática

Um estudo divulgado na revista científica Journal of Investigative Dermatology mostrou que há uma estreita relação entre a má alimentação e o desequilíbrio da microbiota intestinal, o que, por sua vez, contribui para casos de artrite psoriática. 

Os grandes vilões são o açúcar e as gorduras consumidas em excesso. O estudo é mais uma demonstração de como a flora intestinal impacta diretamente em nossa saúde.

Sendo assim, é fundamental adotar uma dieta balanceada para equilibrar a microbiota e reduzir processos inflamatórios que podem afetar a pele e as articulações. Algumas recomendações para uma dieta mais saudável são:

• Evite industrializados e dê preferência a alimentos in natura, como verduras, legumes, sementes e frutas;
• Tempere as refeições com opções naturais que ajudam a reduzir a inflamação, como alho, alecrim, açafrão, pimenta vermelha e cravo;
• Reduza o consumo geral de sal, carboidratos, açúcar e bebidas alcoólicas;
• Consuma carnes com menor teor de gordura, como peixes e frango. Evite carne vermelha em excesso em suas refeições;
• Tenha cuidado ao adotar dietas da moda, pois elas podem se concentrar em um determinado aspecto e não fornecer uma alimentação equilibrada, com todos os nutrientes para uma vida saudável;
• Além de consultar-se com um reumatologista, considere buscar um nutricionista que poderá elaborar um cardápio específico para cada caso;
• Beba quantidades adequadas de água.

Impactos da artrite psoriática na saúde mental

A artrite psoriática tem grande impacto na saúde mental, sobretudo nos casos mais graves. Então, é de suma importância que o paciente também seja acompanhado por psiquiatras e psicólogos. Alguns dos efeitos da doença nesse sentido são:

• Estresse e ansiedade: os sintomas, a preocupação com o curso da doença e as possíveis limitações a longo prazo causam quadros de estresse e ansiedade;
• Depressão: por se tratar de uma doença crônica, esse tipo de artrite pode resultar em um grande fardo emocional. Quando isso é associado ao isolamento social, dores nas juntas e dificuldades para realizar atividades cotidianas, criam-se condições para o desenvolvimento da depressão;
• Impactos na autoestima: as manchas na pele prejudicam a autoestima e fazem com que o paciente se isole. Mas a redução nas atividades sociais pode prejudicar ainda mais a saúde mental. Por isso, é muito importante que o paciente seja incentivado a manter-se no trabalho, sair com os amigos e realizar atividades de lazer;

Em suma, a artrite psoriática muitas vezes exige que o paciente faça alterações no seu estilo de vida, mas com os tratamentos modernos é possível viver com muita qualidade, seja em aspectos físicos ou mentais.